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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Rui de Mendonça


Rui de Mendonça  (Santa Cruz da Graciosa, 27 de Abril de 1896 - Velas, 30 de Janeiro de 1958) foi um professor, escritor e jornalista açoriano.
Após concluir o ensino primário na Graciosa, partiu para a ilha Terceira onde frequentou o Liceu de Angra do Heroísmo, vindo a concluir o curso do Magistério Primário na Horta. Esteve ligado aos movimentos de professores mais progressistas, que se preocupavam com as questões pedagógicas e com a melhoria do estatuto da classe.
O gosto pela escrita manifestou-se desde cedo. Dedicou-se à poesia e ao teatro, ficando algumas de suas peças por publicar. A propósito de uma delas, o também escritor Vitorino Nemésio, referiu:

"Rui de Medeiros é um bom, e além disso um artista que soube aurir dos encantos daquela ilha Graciosa, que no nome tem o qualificativo, a graça simples do entrecho de 'A Flor da Serra', para depois nos vir entornar sobre o coração a candura campesina da sua factura mimosa."
Além de ter colaborado em vários periódicos, dirigiu o jornal "A Ideia", editado nas Velas, em 1929.
Republicano, manteve a sua ideologia por toda a vida. Em 1931, no contexto da Revolta dos Deportados, foi nomeado representante da Junta Revolucionária para toda a ilha e Administrador do Concelho das Velas. Dominada a revolta pelas forças legalistas, esteve preso e foi expulso do ensino. Jamais requereu a reintegração como professor, nem sequer a aposentação a que tinha direito. Sobreviveu desempenhando a profissão de advogado provisório. Continuou a manifestar ideias contrárias ao Estado Novo Português, pelo que foi referenciado pela PIDE como opositor.
Foi iniciado na Maçonaria num Triângulo de Angra do Heroísmo, em 1931, tendo transitado para a Loja "8 de Abril". Foi nomeado delegado maçónico do Grande Oriente Lusitano para a vila das Velas.

A 9 de Junho de 1989 foi feito Oficial da Ordem da Liberdade a título póstumo.

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