Se exceptuarmos os casos extraordinários do Duque de Ávila e Bolama e do
Marquês de Ávila, seu sobrinho, - que desde muito novos fizeram toda a vida em
Lisboa - não houve no Faial título nobiliárquico que ultrapassasse o de
Visconde.
Um deles foi o Visconde de Borges da Silva, distinção que o rei D.
Carlos concedeu ao rico proprietário e capitalista faialense Alfredo Borges da
Silva.
Nascido na Matriz da Horta em 15 de Maio de 1857 era filho de João
Borges da Silva, açoriano de Santa Maria que havia feito fortuna no Brasil e de
D. Maria Leopoldina Garcia, natural da freguesia dos Flamengos. Em 1869, tinha
ele 12 anos, matriculou-se no Liceu da Horta, tendo como colegas alguns jovens
que viriam a ser figuras de destaque na cultura, na política e na magistratura,
tais como Florêncio José Terra Júnior, Manuel Zerbone Júnior, Francisco Pereira
Ribeiro Júnior, Ernesto Garcia do Canto Amaral ou Joaquim Crisóstomo da
Silveira Júnior.
Cedo abraçou a vida política, sendo, já em 1887, personalidade de relevo
do partido regenerador, acompanhando na comissão política o líder distrital Dr.
Manuel de Arriaga Nunes, e representando várias vezes o concelho das Lajes do
Pico, vila de onde era natural sua esposa D. Maria de Nazaré Bettencourt
Cardoso Machado, filha de Francisco Xavier Bettencourt Cardoso Machado e de D.
Genoveva Inácia Bettencourt Machado, “casa vincular, a mais rica e uma das mais
nobres da ilha do Pico” .
Filho único de um dos maiores
capitalistas e proprietários do Faial, Alfredo Borges da Silva, casando a 22 de
Maio de 1879 com uma rica herdeira Picoense, aumentou em muito a sua fortuna o
que lhe conferiu grande poder político e social. Ocupou diversos cargos
partidários, dirigiu instituições de solidariedade social (v.g. Santa Casa da
Misericórdia e Asilo da Mendicidade da Horta) e exerceu, por diversas vezes e
em períodos dilatados, o cargo de juiz da comarca da Horta por ser o primeiro
substituto e devido à ausência do titular.
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