Orlando Manuel Monteiro de Azevedo nasceu no dia 12 de maio de 1949, em Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores, tendo chegado ao Brasil em 1963.
Formado em Direito pela Faculdade de Direito de Curitiba, em 1980, Orlando de Azevedo dedica-se profissionalmente à fotografia documental em projectos especiais, assim como, à criação do seu estúdio em Curitiba. É especializado em expedições e projectos de longa duração.
É colaborador de várias revistas brasileiras e estrangeiras, tendo participado activamente em exposições colectivas e individuais no Brasil e noutros países.
Foi director de Artes Visuais da Fundação Cultural de Curitiba (1993-96), tendo criado a Bienal Internacional de Fotografia e o Museu de Fotografia Cidade de Curitiba. Em 1994, realizou a exposição “A Revolta”, do artista Franz Krajcberg, visitada por mais de um milhão de pessoas. Em 1998, foi considerado artista português de destaque no universo das artes visuais pelo Ministério das Relações Exteriores e Secretaria das Comunidades Portuguesas. Nesse mesmo ano, representou o Brasil no fórum de debates durante o encerramento do Mois de la Photo, exposição internacional de fotografia em Paris. Em 2003, recebe o prémio Talento do Paraná. Dois anos depois, a Câmara dos Vereadores de Curitiba confere-lhe o certificado de Honra e Mérito pela sua participação na Comunidade Portuguesa em Curitiba e na cultura local. Em 2007, venceu o prémio cultura e divulgação Cidade de Curitiba. Ainda neste ano, foi um dos três finalistas mundiais no campo das artes para portugueses radicados no exterior.
Ao longo da sua carreira já publicou 10 livros, o último deles intitulado “Expedição Coração do Brasil – Paranaguá, Largamar”, um seguimento do projecto “Expedição Coração do Brasil”, iniciado em 1999.
JOSÉ DE SOUSA BRASIL, O Charrua, nasceu nas Cinco Ribeiras, Ilha Terceira, em 25 de Junho de 1910 (segundo o registo baptismal) ou em 24 de Junho do mesmo ano, segundo ele próprio, data em que sempre festejou o seu aniversário. Continua a ser considerado como o maior poeta popular de sempre dos Açores, tanto pelo povo como pelos seus pares cantadores.
Desde muito cedo revelou uma inteligência penetrante e uma vontade enorme de adquirir conhecimento, qualidades que mereceram a atenção do professor e do pároco. Porém, os magros recursos da família não lhe permitiram ir além dos estudos primários na escola da freguesia.
Sabia ler e escrever, mas não completou o ensino elementar, conforme era corrente na época; foi, então, trabalhador agrícola, funileiro, assalariado, vendedor de pão, ao mesmo tempo que nele se revelavam singulares talentos de poeta e de improvisador, que, ainda jovem adolescente, havia de por à prova perante Manuel Borges Pêssego, dito O Bravo, um dos maiores poetas populares de sempre e o maior de então, por quem o jovem poeta nutria uma enorme admiração.
Antes de Pêssego, nas cantorias usava-se a quadra popular tradicional, como no Continente ainda se usa, na qual rimam apenas o 2.º e o 3.º versos, forma em que, no século XIX, António Inácio e o Terra se haviam exercitado com louvada mestria. Foi o Bravo quem introduziu «a cantiga rimada às quatro rimas», isto é, a quadra de rima cruzada (1.º verso com o 3.º e o 2.º com o 4.º), da qual o povo na época, pasmado, dizia que era «duas cantigas numa» e que Charrua veio a designar por «quadra literária».
Isto trazia ao jovem poeta uma carga maior de responsabilidade. Mas depressa veio a revelar-se exímio e imponente não só na nova quadra como também na sex tilha, na oitava e na décima. Este impulso transformou a cantoria ao desafio e compeliu quantos haviam iniciado carreira antes, com a quadra antiga, a se adaptarem à nova quadra em que já Charrua era rei.
Não é por acaso que à quadra de rimas cruzadas chama «literária». Para compensar a impossibilidade de prosseguir estudos e de se alcandorar a um nível de instrução que a sua brilhante inteligência reclamava, Charrua leu Camões, Camilo, João de Deus, Junqueiro, talvez Cesário e outros, nomes maiores do Romantismo Literário português, autores que haviam de marcar profundamente o seu espírito e formar o seu ideário para o resto da vida, neles bebendo as modulações, as figuras de estilo e as corretas medidas dos versos, que, por surpreendente que pareça, procurou cultivar com esmero no improviso.
Não será descabido dizer que Charrua ficou plenamente embebido pelo ideal romântico e que foi um poeta romântico. Como tal viveu a vida, subjugado à paixão pela sua arte, com arrebatado ardor entregue à poesia e ao ideal do Poeta iluminado e profeta, que o transformou num migrante de ocupação em ocupação, vivendo acima de tudo para a sua arte, viajando inúmeras vezes para os Estados Unidos, cruzando o continente até à Califórnia, para cantar, regressando, emigrando de novo e, por fim, retornando à sua terra para nela concluir o seu percurso, sempre erguendo bem alto e acima de tudo a chama e o estro do Poeta, incorporando esse Ideal como uma ordem do Destino.
A sua consabida paixão pela grande cantadora Maria Angelina de Sousa, dita A Turlu, correspondida, de resto, e que a ambos haveria de conduzir ao altar quando já eram viúvos das primeiras núpcias, constitui um final maravilhoso da transformação em real do paradigma Romântico.
Foi, reconhecidamente, um inigualável improvisador e repentista e o mais temível adversário ao desafio, inovador e original na quadra, na sextilha e na décima. E além das cantigas sem fim que sempre garbosamente cantou ao desafio e de improviso, cultivou pela escrita outras formas literárias, como canções, danças de espada, sonetos e trovas diversas.
Os seus textos inéditos foram doados à Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo, em 13 de Junho de 2008, pela sua filha, D. Maria do Socorro Costa Brasil.”
José Martins Pereira (Cinco Ribeiras, 6 de Janeiro de 1898 — Terra Chã, 10 de Fevereiro de 1965), mais conhecido por José da Lata, foi um pastor de gado bravo, manobrador de touros nas corridas à corda, que se notabilizou como cantador e improvisador popular. Uma das personalidades que mais marcaram a cultura popular da ilha Terceira no século XX, era um extraordinário animador de festas populares, particularmente como cantador de Raises e do Rancho de matança, peças típicas do folclore Terceirense, e como tocador de viola-da-terra.
José da Lata foi uma figura típica da freguesia da Terra Chã, pois apesar de nascido na freguesia de Nossa Senhora do Pilar, viveu a maior parte da sua vida naquela freguesia, no Caminho para Belém, em frente da Canada dos Folhadais.
José da Lata trabalhou como pastor de gado bravo, profissão de que surgiu a sua alcunha, como resultado de uma aposta com rapazes da sua idade, quando apostou que amarraria uma lata nas hastes de um touro bravo. Ganha a aposta, perante o grande feito, ficou conhecido como o "José da Lata". Ganhou tal mestria na manobra dos toiros na típica toirada à corda que era apontado como o melhor pastor entre os pastores e um verdadeiro mestre na arte de produzir uma boa toirada.
Manuel Azevedo nasceu no dia 28 de Março de 1966, na freguesia de Santo Antão, na altura pertencente ao concelho do Topo (após a extinção deste concelho, a freguesia passou para o concelho da Calheta), ilha de São Jorge.
Emigrou com os seus pais, Raimundo e LaSalette Azevedo, para os Estados Unidos da América em 1968, quando tinha apenas 2 anos de idade.
Manuel Azevedo é um dos mais conceituados Chefs dos EUA, especializado em gastronomia portuguesa, e proprietário do Restaurante “LaSalette – Cozinha Nova Portuguesa”, situado em Sonoma, Califórnia.
Aos 20 anos, Manuel Azevedo iniciou o seu percurso como Chef ao trabalhar durante cinco anos num restaurante de renome da sua área de residência. Mais tarde, em 1998, abriu o seu próprio negócio, o Restaurante português “La Salette”. O nome do restaurante surgiu em homenagem à sua mãe, pela influência gastronómica que a mesma teve sobre ele.
No restaurante “LaSalette", Manuel Azevedo combina os sabores historicamente vastos e variados encontrados na cozinha tradicional portuguesa com uma moderna interpretação da mesma. Esta mistura única é a base da assinatura do Chef Manuel Azevedo. A filosofia do restaurante está assente no uso de ingredientes locais, frescos e sazonais combinados com os sabores tradicionais portugueses. Para Manuel Azevedo, esta combinação é o que os portugueses sempre fizeram enquanto atravessavam o globo.
No seu restaurante são servidos os tradicionais pratos portugueses, como o bacalhau ou a feijoada.
Em 2012, publicou o livro de receitas “LaSalette Restaurant Cookbook: Cozinha Nova Portuguesa”, onde apresenta os pratos mais populares do restaurante, adaptados para cozinhar em casa.
No seu livro e restaurante também existem receitas de pratos tradicionais dos Açores, como Morcela com Ananás ou as Sopas do Espírito Santo. Criou a sopa “Navigator” em homenagem aos exploradores portugueses da época dos descobrimentos. Ainda em 2012, Manuel Azevedo abriu um novo restaurante, designado “Café Lúcia”, em Healdsburg, Califórnia.
Para além da sua carreira gastronómica, Manuel Azevedo está permanentemente ligado às suas raízes portuguesas e açorianas. É presidente do IDESST – Sausalito Portuguese Hall, instituição com 125 anos que tem como objectivo preservar e promover as tradições portuguesas e açorianas.
Tyler Bowe (Vitor Nuno Garcia Botelho) nasceu na freguesia de S. José, Concelho de Ponta Delgada, ilha de São Miguel - Açores.Emigrou para os EUA, Fall River aos dez anos de idade.
Frequentou o liceu na cidade de Fall River e depois o Boston State College.
Foi assistente de professor numa escola primária, onde aprendeu música e formou, com um grupo de amigos, aquele que viria a ser o seu primeiro conjunto musical, “The Moderns”.
Quanto teve de escolher o seu nome artístico, lembrou-se de uma criança que conhecera na escola, de nome Tyler, que o marcou pela sua inteligência e dinamismo – enquanto que Bowe vem do apelido Botelho.
Os filmes sempre povoaram a imaginação de Tyler, transportando-o para o mundo de magia de Hollywood. Foi assim que em 1984 decidiu partir para Los Angeles, para concretizar o seu sonho, começando a trabalhar, como assistente, na “Paramount Recording Studios”
Já participou em mais de 30 trabalhos televisivos norte americanos, como a famosa série Murphy Brown. Trabalhou com os conceituados atores Elizabeth Taylor e Clint Eastwood (na série “Murphy Brown), Martin Sheen e Rob Lowe na série "The West Wing" (Os Homens do Presidente) e participou na série China Beach.
Em 2001, a convite do Governo dos Açores, participou na "V edição do programa Açores: À descoberta das Raízes.”
John Mattos é neto de emigrantes açorianos, oriundos das ilhas do Pico e S. Jorge que, no início do século XX, se radicaram em Alvarado (actual Fremont), localidade onde, ainda hoje, existe uma importante comunidade de origem portuguesa.
Este Ãçor descendente é um dos artistas luso-americanos, na área da ilustração, de maior sucesso nos Estados Unidos. A excelência gráfica dos seus trabalhos foi reconhecida com centenas de prémios, atribuídos por diversas revistas da especialidade. Foram-lhe atribuídas também medalhas de Ouro pela Sociedade de Ilustradores de Nova Iorque, pela \"New York Art Diretor´s Club\" e de Prata, pela Sociedade de Ilustradores de Los Angeles.
O seu trabalho pode ser visto em grandes revistas norte-americanas, como a Time, Newsweek, Forbes, Fortune, Town and Country Reader’s Digest Graphis (Seleções). Entre os seus principais clientes estão Arnold Schwarzenegger, David Copperfield, Microsoft, Disney e a Nike.
Desenvolveu também Projectos institucionais, desde consultoria para Harvard, Stanford, Art Center College, NYU, à Universidade de Boston, Massachusetts Institute of Technology, Universidade do Pacífico, Brigham Young University .
Leccionou nas University of California, University of Berkeley, Stanford University, The Community College of Allegheny County (CCAC), School of Visual Arts (SVA), em Nova York. Participou em seminários na Chico State e University of California, em Santa Cruz. Foi docente de ilustração e desenho em The Anza College, Academy of Art University, California College of Arts and Crafts e possui um certificado de ensino profissional do Estado da Califórnia. Ilustrador de eleição dos correios norte-americanos, criou o seu 11º selo, que foi posto em circulação, em 2011.
Também foi o artista gráfico escolhido, pelo Serviço de Parques dos EUA, para conceber o cartaz das comemorações do 75º aniversário da Goden Gate Bridge.
Os trabalhos deste artista estão também presentes na música e no cinema.
Os cartazes de promoção dos filmes \"The Rocketeer\", \"Indiana Jones, o Templo Perdido\" e uma ilustração da maratona de Londres usada em \"Jerry Mcguire\", são algumas das criações deste ilustrador para o cinema. Os desenhos em várias t-shirts para bandas americanas de música rock dão conta da sua intervenção na área da cultura.
Para além do desenho, arte que pratica desde os três anos, dedica-se ainda ao ensino. É consultor de várias universidades norte-americanas e mantêm uma actividade permanente na Columbia University, em Nova Iorque.
Documentos emitidos na Bahia entre 1664 a 1889 poderão ser acessados
online
A escrava Isabel, que sequer tinha sobrenome, recebeu sua alforria em 22
de abril de 1816 – assim como sua filha, Eufrásia. Em 1853, foi a vez da também
escrava Emília Nagô ter sua liberdade: comprada pela bagatela de 450 mil réis.
No mesmo ano, o Engenho de Maraçu publicava uma escritura com todos os
seus escravos e Clara Eugênia Dias vendia uma casa de um único pavimento na
região da Lapa a Manuel Felipe Bahia da Cunha por um pouco mais do que a compra
da liberdade de Emília: 500 mil réis.
Cartas de liberdade, escrituras de venda e compra de imóveis,
procurações, contratos de casamento, atas de eleição... Por muito tempo,
documentos como esses ficaram escondidos entre as paredes da sede do Arquivo
Público do Estado, na Baixa de Quintas.
Mas a digitalização de cerca de 450 mil imagens de 900 livros de notas
(também conhecidos como registros de cartório) de Salvador promete trazer muito
da história da Bahia e do Brasil para a luz – além de facilitar a vida de
estudiosos e do público geral.
Desde maio, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal da Bahia
(Ufba), sob o comando do professor João José Reis, em parceria com a Fundação
Pedro Calmon e o Arquivo Público, começou a digitalizar o material, que é do
período de 1664 a 1889. O projecto é financiado pela British Library (Biblioteca
Britânica), através do programa Arquivos Ameaçados de Extinção.
Demanda
Ao todo, serão investidas cerca de £ 42 mil libras (algo em torno de R$
200 mil), ao longo dos dois anos do
projecto. Depois, quando tudo tiver sido digitalizado, ficará disponível on line
no site da British Library para ser acessado gratuitamente, de qualquer parte
do mundo.
“A série documental escolhida para este projecto é fundamental para a
escrita da história social e económica da Bahia. São documentos que já vêm
sendo usados há décadas pelos pesquisadores. E são, com frequência, consultados
pelo público em busca de documentos sobre história familiar, cadeias sucessórias
de imóveis, limites de propriedade, entre outros assuntos”, explica o professor
João José Reis, que é do Programa de Pós-Graduação em História da Faculdade de
Filosofia e Ciências Humanas da Ufba.
É difícil estimar quantas pessoas buscam os registros dos livros de
notas, mas, segundo a directora do Arquivo Público, Maria Teresa Matos, eles
estão entre as principais buscas das cerca de 300 consultas que o órgão recebe
por mês. Como todos são muito antigos e frágeis, o risco de perdê-los era
grande.
“A digitalização não vai apenas ampliar o acesso das pessoas aos
documentos, mas vai ser possível preservá-los”.
Emeril Lagasse nasceu em Fall River, Massachusetts, EUA. É descendente pelo lado materno, uma vez que a mãe é natural da ilha de S. Miguel – Açores.
Actualmente, é considerado um dos chefes de cozinha mais afamados dos EUA. Para além da sua rede de restaurantes, é proprietário de um canal de televisão dedicado à gastronomia e culinária, onde apresenta uma vasta programação.
A revista Time classificou o programa “Essence of Emeril” como um dos 10 melhores shows de televisão.
Lagasse lançou a sua própria linha de panelas “Emerilware” e foi autor do bestseller New Orleans Cooking. Em 2002, criou o “Emeril Lagasse Foundation” que visa a promoção de programas educacionais de nutrição e arte culinária para crianças.
Se exceptuarmos os casos extraordinários do Duque de Ávila e Bolama e do
Marquês de Ávila, seu sobrinho, - que desde muito novos fizeram toda a vida em
Lisboa - não houve no Faial título nobiliárquico que ultrapassasse o de
Visconde.
Um deles foi o Visconde de Borges da Silva, distinção que o rei D.
Carlos concedeu ao rico proprietário e capitalista faialense Alfredo Borges da
Silva.
Nascido na Matriz da Horta em 15 de Maio de 1857 era filho de João
Borges da Silva, açoriano de Santa Maria que havia feito fortuna no Brasil e de
D. Maria Leopoldina Garcia, natural da freguesia dos Flamengos. Em 1869, tinha
ele 12 anos, matriculou-se no Liceu da Horta, tendo como colegas alguns jovens
que viriam a ser figuras de destaque na cultura, na política e na magistratura,
tais como Florêncio José Terra Júnior, Manuel Zerbone Júnior, Francisco Pereira
Ribeiro Júnior, Ernesto Garcia do Canto Amaral ou Joaquim Crisóstomo da
Silveira Júnior.
Cedo abraçou a vida política, sendo, já em 1887, personalidade de relevo
do partido regenerador, acompanhando na comissão política o líder distrital Dr.
Manuel de Arriaga Nunes, e representando várias vezes o concelho das Lajes do
Pico, vila de onde era natural sua esposa D. Maria de Nazaré Bettencourt
Cardoso Machado, filha de Francisco Xavier Bettencourt Cardoso Machado e de D.
Genoveva Inácia Bettencourt Machado, “casa vincular, a mais rica e uma das mais
nobres da ilha do Pico” .
Filho único de um dos maiores
capitalistas e proprietários do Faial, Alfredo Borges da Silva, casando a 22 de
Maio de 1879 com uma rica herdeira Picoense, aumentou em muito a sua fortuna o
que lhe conferiu grande poder político e social. Ocupou diversos cargos
partidários, dirigiu instituições de solidariedade social (v.g. Santa Casa da
Misericórdia e Asilo da Mendicidade da Horta) e exerceu, por diversas vezes e
em períodos dilatados, o cargo de juiz da comarca da Horta por ser o primeiro
substituto e devido à ausência do titular.
O político Mário Silva nasceu a 11 de Junho de 1966, no Concelho da Ribeira Grande, ilha de S. Miguel – Açores.
Formou-se na Universidade de Toronto, onde obteve o bacharelato em Ciências Políticas – Relações Internacionais. Mais tarde, estudou na Universidade de Sorbonne, em Paris, França, onde recebeu o “Certificat de Langue Francaise”. Recebeu o grau de Mestre em Direito Internacional dos Direitos Humanos na Universidade de Oxford, no Reino Unido. Possui um doutoramento tirado na Faculdade de Direito, da Universidade Nacional da Irlanda, em Galway.
Foi eleito vereador da cidade de Toronto e vice-presidente da autarquia entre 1994 e 2004. De 2004 a 2011 esteve como membro do Parlamento Federal do Canadá (Partido Liberal), eleito pelo círculo de Davenport (Toronto).
Integrou diversas direcções de Organismos Provinciais de Toronto, nomeadamente as de: Hydro, Comissão do Trânsito, Hospital do Monte Sinai e da Companhia de Ópera. Enquanto membro do parlamento, Mário Silva desempenhou, entre outras, as funções de presidente do Comité Parlamentar do Antisemitismo, vice-presidente da Câmara dos Comuns para o Comité do Ambiente e também do Comité para os Direitos Humanos Internacionais.
Tem sido convidado para proferir palestras em várias universidades e já publicou diversos artigos em revistas jurídicas, como o “International Journal of Rights and Security”, o “California Western International Law Journal” ou o “Florida Journal of International Law” entre outros.
Foi distinguido, pelo presidente francês, com o Título de Cavaleiro da Ordem da Legião de Honra e premiado com o título Ordem de Mérito de Portugal e com a Insígnia da Região Autónoma dos Açores. No dia 14 de Setembro de 2012, recebeu a Comenda da Ordem do Rio Branco, atribuída pela presidente do Brasil, Dilma Rousseff, pelo seu envolvimento, enquanto deputado, no reforço do diálogo entre Canadá e Brasil e pelo apoio prestado à comunidade brasileira residente em Toronto.
No dia 15 de Dezembro de 2011, foi nomeado pelo Primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, para presidir, em 2013, à Task Force for International Cooperation on Holocaust Education, Remembrance and Research (ITF).
Actualmente, é presidente do Internacional Forum for Rights and Security (IFFRAS).
Francisco Cota Fagundes
nasceu na freguesia da Agualva, Concelho da Praia da Vitória, ilha Terceira,
Açores e emigrou para os Estados Unidos da América, em 1963.
Tendo feito apenas a
quarta classe no seu país de origem, frequentou o Los Angeles Valley College
(1967-1970), em Van Nuys, Califórnia e a Universidade da Califórnia, Los
Angeles (1970-1976), obtendo o seu doutoramento (PhD) em Línguas e Literaturas
Hispânicas, em 1976.
Professor de Português na
Universidade de Massachusetts Amherst, onde leciona desde 1976, já assinou,
coordenou, co-coordenou, traduziu e co-traduziu 28 livros (alguns deles
permanecendo inéditos). Entre eles, assinou A Poet’s Way with Music: Humanism
in Jorge de Sena’s Poetry (1988), Metamorfoses do Amor: Estudos sobre a Ficção
Breve de Jorge de Sena (1991), In the Beginning Thee Was Jorge de Sena’s
GENESIS: The Birth of a Writer (1992), Desta e da Outra Margem do Atlântico:
Estudos sobre Literatura Açoriana e da Diáspora (2003), “Sou um Homem de
Granito”: Miguel Torga e Seu Compromisso (coord.; 1997), Um Passo Mais no
Português Moderno: Gramática Avançada, Leituras, Composição e Conversação
(2004; 2ª edição 2010), Oral and Written Narratives and Cultural Identity:
Interdisciplinary Approaches (co-ed.; 2007), Narrativas em Metamorfose:
Abordagens Interdisciplinares (co-coord.; 2009), and Jorge de Sena Cá e Lá:
Novas Perspectivas, 30 Anos Depois (co-coord.; 2009).
Também publicou A Lagoa
dos Castores e Outras Narrativas da Minha Diáspora (2010), No Vale dos
Pioneiros: Narrativas da Minha Diáspora (2008) e Hard Knocks: An
Azorean-American Odyssey (memoir) (2000). Tradutor para o inglês de Mau Tempo
no Canal, de Vitorino Nemésio e de O Barão, de Branquinho da Fonseca e
co-trandutor dos volumes de poesia Metaformoses e Arte de Música, de Jorge de
Sena.
Recentemente traduziu a
sua própria autobiografia para o português, assim como as autobiografias de
emigrantes açorianos The Open Door (A Porta Aberta), de Laurinda Andrade and
Never Backward (Para Trás Anda o Caranguejo), de Lawrence Oliver. Francisco
Cota Fagundes tem pronta uma segunda autobiografia inspirada pela luta do seu
filho, Evan Anthony, contra um tumor no cérebro: ‘Not Born to Be Happy’: A
Journey Through Darkness".
É autor de cerca de 70
artigos editados em revistas científicas e livros, e já apresentou mais de uma
centena de comunicações sobre áreas da sua especialidade nos Estados Unidos,
Portugal, Brasil e Espanha.
As suas principais áreas
de interesse actual são a Poesia e o Conto Contemporâneos; a Narrativa Oral e
Sua Representação Literária; Literatura e Identidade; a Diáspora Portuguesa ,
com particular relevo para as Literaturas da Emigração e Étnica nos Estados
Unidos; Literaturas da Macaronésia; Literatura de Viagens Moderna; a inter relação das Artes (poesia e música, literatura em geral e artes visuais).
Está a organizar, com
Susana Antunes, um volume de estudos senianos em honra de Dona Mécia de Sena –
Trinta e Tantos Anos de Devoção: Estudos Senianos em Honra de Mécia de Sena.
Já orientou, e está a
orientar, várias teses de doutoramento sobre literatura portuguesa, dos PALOPs
e Luso-Americana.
Francisco Fagundes foi
distinguido com a Comenda do Infante Dom Henrique, atribuída pelo Presidente da
República, Jorge Sampaio, em 2001.
Jaime José de Matos da Gama (Fajã de Baixo, Ponta Delgada, 8 de Junho de 1947) é um professor, jornalista e político português. Actualmente, assume as funções de Presidente do Conselho de Administração do Novo Banco dos Açores.
Filho do Tenente-Coronel Jaime da Rosa Ferreira da Gama (Horta, Matriz, Janeiro de 1914 - Lisboa, 29 de Julho de 2003), Cavaleiro da Ordem Militar de Avis (28 de Dezembro de 1953) e Oficial da Ordem Militar de Avis (4 de Julho de 1973),3 e de sua mulher Lucília Vaz do Rego de Matos (Ponta Delgada, São Sebastião, 12 de Setembro de 1916 - Lisboa, Estrela, Hospital Militar da Estrela, 21 de Setembro de 1987).
Frequentou o Liceu Nacional Antero de Quental, em Ponta Delgada, licenciou-se em Filosofia e terminou o Curso Complementar de Ciências Pedagógicas, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi professor do ensino secundário e do ensino superior, além de se ter dedicado ao jornalismo.
Militante e dirigente do Partido Socialista foi várias vezes eleito deputado à Assembleia da República, a partir de 1975, pelo círculo eleitoral dos Açores e, a partir de 1983, pelo círculo de Lisboa. No Parlamento, presidiu à Comissão dos Assuntos das Regiões Autónomas da Assembleia Constituinte (1975 - 1976), às comissões parlamentares dos Negócios Estrangeiros (1976 - 1978), de Defesa Nacional (1985 - 1991) e de Assuntos Europeus e Política Externa (2002 - 2005). Exerceu funções governativas, como ministro da Administração Interna (1978), ministro dos Negócios Estrangeiros (1983 - 1985 e 1995 - 2002) e ministro de Estado (1999 - 2002). Foi presidente da Assembleia da República e membro, por inerência, do Conselho de Estado (2005 - 2011).
Publicou Política Externa Portuguesa (1983 - 1985, 1995 - 1999, 1999 - 2002). A 19 de Abril de 1986 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, a 2 de Junho de 1987 com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo e a 4 de Outubro de 2004 com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.
Casou em Lisboa a 18 de Setembro de 1971 com Alda Taborda, de quem tem um filho, João Taborda da Gama, Licenciado em Direito, variante de Direito Financeiro e Fiscal, pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde foi Professor Assistente, transferindo-se depois para a Faculdade de Direito da Universidade Católica de Lisboa, advogado, casado.
Joel Neto (Angra do Heroísmo, 3 de Março 1974) é um escritor e cronista português, autor de Arquipélago.
Autor de Arquipélago, Os Sítios Sem Resposta e O Citroën Que Escrevia Novelas Mexicanas, entre outros, Joel Neto publica diariamente no jornal Diário de Notícias a coluna A Vida No Campo, série de relatos sobre o seu próprio regresso à Terra Chã, freguesia rural da ilha Terceira (Açores).
O seu primeiro romance, O Terceiro Servo, integra o Plano Regional de Leitura dos Açores e fez parte da área de Estudos Açorianos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, no Brasil. O Citroën Que Escrevia Novelas Mexicanas, que publicou a seguir, foi adoptado como leitura obrigatória pela Universidade dos Açores. José Mourinho, o Vencedor, biografia do treinador de futebol homónimo, foi traduzido em Inglaterra e na Polónia. Para além dos livros e dos contos dispersos, que o representam em antologias em Portugal, Espanha, Itália ou Brasil, mantém, enquanto cronista, colaboração activa com diferentes jornais portugueses, açorianos e da diáspora portuguesa nos Estados Unidos e no Canadá.
Estudou Relações Internacionais e, como jornalista, trabalhou na imprensa, na televisão e na rádio, nas qualidades de repórter, editor, chefe de redacção, comentador, autor de conteúdos e apresentador. Grande Reportagem, Volta ao Mundo, NS' , Focus, Jornal de Notícias e O Jogo são apenas algumas das publicações a que ligou o seu nome.
Na estação pública açoriana de televisão, RTP/Açores, os seus programas Choque de Gerações (2004-2005) e História da Minha Vida (2005-2007) atingiram alguma notoriedade. Foi colaborador da TSF-Rádio Jornal, integrou o painel de comentadores de golfe da estação SportTV e ganhou os prémios Gazeta de Reportagem, José Roquette e Jornal da Praia.
Vive entre a Terra Chã, onde cresceu, e a cidade de Lisboa.