O Dr. Jorge Monjardino pertencia aquela geração de médicos
que fazia jus ao pensamento do Professor Abel Salazar: “Um médico que só sabe
medicina nem medicina sabe”. Homem de vasta cultura e profundamente humanista o
Dr. Jorge Monjardino recusava uma medicina tecnicista e desumanizada,
procurando e preferindo sempre tratar doentes em vez de apenas a doença.
Exercia a cirurgia no ambiente esterilizado do bloco operatório, para depois
contaminar na enfermaria os seus doentes com a adequada dose de carinho e conforto;
era assim dia a dia, mês a mês, ano a ano, durante uma vida dedicada aos
outros. Senhor de uma grande envergadura intelectual, a sua actividade não
podia jamais reduzir-se apenas e só à medicina. A sua participação cívica
estendeu-se à política e à cultura.
Melómano convicto, amava a música e contribuiu
empenhadamente para a sua divulgação, tendo sido sócio fundador do coro da
Academia Musical da Ilha Terceira e presidente da direcção da referida academia.
Recordaremos o Dr. Jorge Monjardino, nas palavras de Fernando Pessoa: “O Valor
das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que
acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e
pessoas incomparáveis”.
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