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sábado, 3 de janeiro de 2015

Francisco Lourenço Valadão Júnior


Francisco Lourenço Valadão Júnior (Vila Nova, 3 de Outubro de 1889 — Angra do Heroísmo, 31 de Dezembro de 1969), mais conhecido por dr. Valadão Júnior, foi um advogado, político e intelectual açoriano, que entre outras funções foi secretário do governo civil e governador civil interino do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo. Foi pai de Ramiro Machado Valadão, umas das mais importantes figuras da propaganda do Estado Novo.

Depois de frequentar o Liceu Nacional de Angra do Heroísmo concluiu o ensino secundário no Liceu Nacional de Ponta Delgada e formou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Terminado o curso fixou-se em Angra do Heroísmo, onde abriu banca de advogado, estando activo no meio forense a partir de 1914, ganhando progressivamente fama de advogado brilhante, com larga clientela nas comarcas de Angra do Heroísmo e Praia da Vitória.
Entretanto, em 1913 fora nomeado ajudante de notário e iniciou uma carreira administrativa que o levaria a presidir à comissão executiva da Junta Geral do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo (1915) e partir de Abril de 1919 às funções de secretário-geral do Governo Civil, cargo que exerceu até se aposentar. As funções de secretário-geral fizeram dele o elemento de continuidade no funcionamento da instituição, além do substituto legal dos governadores, pelo que em múltiplas ocasiões exerceu interinamente as funções de governador civil .
Envolveu-se na vida política local e em 1918 e 1919, com início no consulado de Sidónio Pais, foi presidente da comissão administrativa da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo. Conservador, foi apoiante dos partidos de direita, aderindo a partir do golpe de 28 de Maio de 1926 às políticas da Revolução Nacional e depois do Estado Novo, sendo uma das figuras mais importantes do regime na ilha Terceira. As suas funções no Governo Civil deram-lhe grande influência nas nomeações políticas para cargos administrativos locais.



Apesar do seu posicionamento no campo conservador, apoiou a opinião popular a favor da independência secular das irmandades do Divino Espírito Santo contra a vontade da hierarquia da Igreja Católica, liderada pelo bispo D. Manuel Afonso de Carvalho, de assumir o seu controlo e de impor regras ao seu funcionamento.
Interessou-se pelas questões da cultura e foi professor do Liceu Nacional de Angra do Heroísmo, mantendo importante colaboração na imprensa local, publicando crónicas, muitas delas relacionadas com a sua infância no Ramo Grande. Contribuiu com alguns contos para a revista Os Açores, que se publicava em Ponta Delgada .
Foi sócio fundador do Instituto Histórico da Ilha Terceira, colaborando com com alguns artigos sobre o período das lutas liberais na ilha, realçando as atrocidades cometidas e combatendo a visão mítica e heróica da adesão do povo terceirense ao campo liberal . É também autor de alguns artigos sobre matéria forense.
Fe z parte dos órgãos sociais de diversas instituições, nomeadamente do Sport Clube Angrense, do Rádio Clube de Angra e da Fanfarra Operária Gago Coutinho e Sacadura Cabral.
Na fase final da sua vida foi objecto de múltiplas homenagens e foi agraciado com a comenda da Ordem de Cristo e outras condecorações estrangeiras. O seu nome foi incluído na toponímia da freguesia da Vila Nova (logo em 1929), junto à casa onde nasceu, e a Câmara Municipal da Praia da Vitória colocou o seu retrato no salão nobre.







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