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segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Convento de São Gonçalo ilha Terceira Açores

 


O Convento de São Gonçalo localiza-se no centro histórico da cidade e Concelho de Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, nos Açores.


É considerado o maior e mais antigo convento da cidade e o maior do arquipélago, tendo chegado a abrigar mais de cem religiosas.


O seu estabelecimento deve-se a Brás Pires do Canto, que em 1542 obteve do Papa Paulo III a bula de autorização para a fundação do que seria o primeiro convento de freiras de Angra. Foi destinado a freiras Clarissas (de clausura), e aí se recolheram as suas duas filhas, uma das quais foi a sua primeira abadessa.


O aumento do número de religiosas que se registou durante os séculos XVI e XVII, levou à ampliação das primitivas instalações, que ocuparam o local onde a primitiva igreja (orientada a Leste) estava situada, e da qual ainda existem vestígios integrados nas paredes do claustro Sul. Após essa ampliação, uma nova igreja foi iniciada em fins do século XVII, estando a sua decoração interior concluída em meados do século seguinte.  A Igreja de São Gonçalo foi inaugurada em 1776 e abriga a antiga Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte e Assunção, actualmente venerável arquiconfraria.


A primeira referência escrita às freiras do convento de São Gonçalo é de Louis-Philippe de Ségur, conde de Ségur (1753-1830), que quando de sua passagem pela Terceira em 1782 rumo aos Estados Unidos, registou a clausura e a beleza das freiras, classificando-as de "não tanto obsequiosas como licenciosas".


No contexto da Guerra Civil Portuguesa, durante os dois anos da presença das forças liberais portuguesas na Terceira (1830-1832) de acordo com o historiador terceirense Francisco Ferreira Drummond, as freiras deste convento desenvolveram um "ardente desejo da liberdade do século, não se contentando muitas d'ellas com a sua profissão que cobriam de pragas e anátemas". À época, o convento foi "refrigério de emigrados", nele vivendo-se "vida galante", tendo nele o próprio Pedro IV de Portugal a sua "freira dilecta", com quem partilhava "melodiosos accentos de poesia"



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