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sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Nomes de alguns Judeus que fugiram dos Açores para o Brasil

 


Eram numerosos os cristãos-novos portugueses que se movimentavam da Metrópole para as colónias, mercadejando ou simplesmente imigrando para lugares mais seguros para as suas famílias, e as ilhas atlânticas não foram exceções. Os judeus portugueses estiveram, como já disseram alguns historiadores, em todos os poros da colonização portuguesa. Eu diria que eles trilharam por todos os cantos do planeta, e ainda hoje são encontrados seus vestígios nos mais distantes ou diferentes países. Sem contar as colónias do Caribe, as Índias de Castela, a América do Norte e as colónias africanas. Os próprios judeus açorianos estão presentes em todo lado.



Vem para o Brasil no final do século XVII o cristão-novo Pedro Fernandes de Mello, comerciante da Ilha de São Miguel. Com o perdão de 1605, muitos se aproveitam para saírem de Portugal, indo muitos para a Holanda. Entretanto em 16l8, chega à Ilha Terceira um barco com 40 judeus portugueses provenientes da Holanda, entre eles António Rodrigues Pardo. De São Miguel, chega ao Rio de Janeiro o mercador judeu Manuel Homem de Carvalho, da família Homem de Almeida que teve como mártir em Coimbra o Dr. António Homem, líder religioso dos judaizantes. Manuel confessou ter retornado ao Judaísmo na Holanda onde havia estado.


Um pouco antes de 1600, vêm para a Bahia os cristãos-novos terceirenses António Rodrigues Pardo e Pero Garcia. Em 1592, o Pe. Jerônimo Teixeira Cabral, comissário da Inquisição nos Açores, denuncia a infiltração de cristãos-novos na Igreja como clérigos. Muitos partidários de D. António Prior do Crato, pretendente ao trono português, e de etnia hebraica, são expulsos da Ilha por Felipe II da Espanha, então detentor das duas coroas Ibéricas, que fugiram para os Países Baixos e para o Brasil. Entre eles, Manuel Serrão Botelho, que chega ao Brasil logo após 1582. Um contratador dos Açores foi o cristão-novo Miguel Gomes Bravo, natural do Porto que nomeou como arrendatário o cristão-novo Francisco Bocarro.



Miguel veio para o Brasil em 1585, e em 16l0 vai morar no Rio de Janeiro. Era casado com Isabel Pedrosa de Gouveia, tendo grande descendência. Álvaro Fernandes Teixeira, natural da Ilha Terceira, cristão-novo casado com Maria de Azevedo, filha do cristão-novo Diogo Cristóvão, do Porto, e seus parentes vieram residir no Rio de Janeiro no século XVII. Da ilha de São Miguel, vem residir na mesma cidade o cristão-novo Pedro Fernandes de Mello, casado com a congénere Ana Garcia de origem espanhola. Diogo Teixeira de Azevedo, cristão-novo nascido no Rio de Janeiro e filho do casal da Ilha Terceira, Álvaro Fernandes Teixeira e Maria de Azevedo, foi preso pela Inquisição e saiu em Auto-de-Fé em Lisboa em 5 de Abril de 1620, condenado a hábito penitencial e cárcere a arbítrio terminou solto em Junho daquele mesmo ano .



quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Lista de Emigrantes que partiram para o Brasil da Vila do Porto ilha de Santa Maria Açores

 


1.  Antónia Margarida de Menezes (São Pedro, Ilha Terceira, Ilha de Santa Maria, Açores, Portugal, 29 de Junho de 1740 - Rio Pardo, Rio Grande do Sul, 16 de Março de 1807) casada com António José de Menezes e Moura.


2.  António Francisco de Menezes (Santa Bárbara , Vila do Porto, Ilha de Santa Maria, Açores, Portugal, 7 de Outubro de 1727 - Brasil, 1 de Novembro de 1791) casado com Rosa dos Anjos de Moura e Anna Joaquina.


3.  António José de Menezes e Moura (Vila do Porto, Ilha de Santa Maria, Açores, Portugal, ? - Rio Grande, Rio Grande do Sul, 18 de Fevereiro de 1760) casado com Antónia Margarida de Menezes.


4.  António Soares de Menezes, Capitão (Fajã de São Lourenço, Santa Bárbara, Vila do Porto, Ilha de Santa Maria, Açores, Portugal, c. 1697 - Brasil, c. 1805) casado com Barbara Encarnação de Sousa de Menezes.


5.  Barbara Encarnação de Sousa de Menezes (Lugar de Flor da Rosa, São Pedro, Vila do Porto, Ilha de Santa Maria, Açores, Portugal, c. 1707 - Brasil, c. 1805) casada com António Soares de Menezes, Capitão.


6.  Clara Maria de Sousa (Nossa Senhora do Rosário, Vila do Porto, Ilha de Santa Maria, Açores, Portugal, ? - Brasil, ?) casada com André da Costa Leite.


7.  Catharina de Menezes (São Pedro, Vila do Porto, Ilha de Santa Maria , Açores, Portugal, 22 de Abril de 1730 - Brasil, ?) filha de António Soares de Menezes, Capitão e Barbara Encarnação de Sousa de Menezes.


8.  Francisca Quitéria de Menezes (São Pedro, Vila do Porto, Ilha de Santa Maria, Açores, Portugal, 15 de Janeiro de 1738 - Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 22 de Setembro de 1797) casada com Manuel de Medeiros e Mello.


9.  Francisco da Costa Leite (Vila do Porto, Ilha de S. Maria, Açores, Portugal, c. 1723 - Taquari, Rio Grande do Sul, 14 de Setembro de 1813) casado com Rita Maria da Conceição.


10.  Helena do Espírito Santo de Menezes (São Pedro, Vila do Porto, Ilha de Santa Maria, Açores, Portugal, 25 de Abril de 1735 - Brasil, c. 1805) casada com António dos Santos Saloyo e José Luiz de Serqueira.



11.  Inácio da Costa Leite (Vila do Porto, Ilha de S. Maria, Açores, Portugal, c. 1734 - Brasil, ?) casado com Antónia Maria.


12.  João Francisco de Resende (Vila do Porto, Ilha de S. Maria, Açores, Portugal, ? - Brasil, c. 1858) casado com Felícia Francisca Rosa Teixeira.


13.  Joaquim Soares de Menezes (São Pedro, Vila do Porto, Ilha de Santa Maria, Açores, Portugal, c. 1748 - Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2 de Janeiro de 1805) casado com Maria Santa de Belém.


14.  João de Resende Costa (Ilha de Santa Maria, Vila do Porto, Açores, Portugal - 02 de Novembro de 1695 - Prados, Minas Gerais, 08 de Março de 1758) casado, em 3 de Outubro de 1726, com Helena Maria de Jesus Gonçalves, uma das 3 ilhoas.


15.  Manuel José de Menezes (São Pedro, Vila do Porto, Ilha de Santa Maria, Açores, Portugal, 11 de Dezembro de 1732 - Brasil, c. 1772) casado com Marianna dos Anjos.


16.  Manuel Mendes Lourenço (Vila do Porto, Ilha de Santa Maria, Açores, Portugal, ? - Brasil, ?) casado com Clara Maria Assumpção e Sá.



17.  Manuel de Sousa Leite (Vila do Porto, Ilha de S. Maria, Açores, Portugal, c. 1724 - Brasil, ?) casado com Margarida dos Anjos.


18.  Margarida dos Anjos (Vila do Porto, Ilha de S. Maria, Açores, Portugal, ? - Brasil, ?) casada com Manuel de Sousa Leite.


19.  Pascoal Leite da Silva Furtado (Vila do Porto, Ilha de S. Maria, Açores, Portugal, c. 1559 - Brasil, c. 1614) casado com Isabel Domingues do Prado.



quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Os que foram degolados no ilhéu de Vila Franca na ilha de S. Miguel Açores em 1582







Confirmada a vitória pela retirada dos navios franceses, deu o marquês à vela para a ilha de S. Miguel, a mandar tratar dos feridos e fazer aguada; porém sobrevindo-lhe o vento contrário, não fundeou nela senão depois de quatro dias.


Primeiro que tudo dirigiu-se a Vila Franca, enchendo de terror toda aquela costa, cujos habitantes mandaram logo assegurar-lhe a sua obediência.
No dia 1 de Agosto desembarcou em terra o mestre de campo D. Francisco de Bobadilla com quatro companhias de soldados, levando no meio todos os prisioneiros franceses, aos quais em alta voz e em público cadafalso se lhes leu uma sentença que os condenava à morte, como perturbadores da paz entre França e Castela. A sentença, assinada por D. Álvaro de Bazán, mandava degolar os nobres e enforcar os outros, excepto os que não chegavam à idade de 18 anos.


E sem embargo de que esta sentença parecesse a todos mui cruel, e os mesmos soldados espanhóis assim o vozeassem com a maior liberdade, dando ocasião a que alguns principais capitães fossem pedir a derrogação dela ao marquês, nada se efectuou: porque ele dizia que só executava os mandatos de el-rei de França, que estando em paz com Castela não permitiria que súbditos seus agissem como corsários atacando a armada castelhana.


E assim se cumpriu a sentença, decapitando-se 28 cavalheiros franceses, e 50 de menor condição, enforcados além destes muitos centos de soldados e marinheiros. Estas execuções foram feitas com grande lentidão e crueza, prolongando-se por todo o dia, sendo os corpos decapitados amontoados sobre o adro da matriz de Vila Franca. Parte dos marinheiros foram enforcados no ilhéu de Vila Franca, ficando os corpos a apodrecer nas forcas como aviso aos restantes franceses que ainda andavam embarcados nas ilhas.
Quanto aos da terra, só a um fidalgo de Vila Franca, que servia de vereador da Câmara, mandou degolar, e a outras condenou em penas menores.



Em 5 de Agosto foi à mesma vila o bispo D. Pedro de Castilho, e passou a bordo da armada a visitar o marquês, que o recebeu com muitas honras militares, como pessoa que tantos serviços prestara a el-rei Católico, sendo parte principal da sua aclamação naquela ilha; e também pela conservação do castelo de São Brás, que ele com D. João de Castilho guardaram, recolhendo dentro nele a D. Lourenço de Conuera quando se retirava do combate na ocasião em que os franceses tomaram a ilha. No mesmo dia desembarcou o marquês em terra, onde foi aceite com grande pompa, e embarcando-se para a cidade de Ponta Delgada, nela foi recebido em triunfo.


quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Furna do Frei Matias na ilha do Pico Açores


 A Furna do Frei Matias é uma gruta portuguesa localizada na freguesia da Criação Velha, concelho da Madalena do Pico, ilha do Pico, arquipélago dos Açores.

Esta cavidade apresenta uma geomorfologia de origem vulcânica em forma de tubo de lava em campo de lava. Apresenta um comprimento de 1040 m. por uma largura máxima de 14.2 m. e uma altura também máxima de 7.2 m.

Esta formação está integrada na Reserva Natural da Montanha do Pico, situando-se na vertente oeste da Montanha do Pico. Em alguns locais este túnel de lava sofreu abatimentos do tecto o que leva a existência de poços de luz, facto que permite a vida de várias plantas.


Envolto em lendas, conta-se que neste local viveu um eremita que aqui se terá refugiado e vivido em solidão.



segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Emigrantes que partiram para o Brasil da cidade da Praia da Vitória ilha Terceira Açores


1.  Águeda Maria Simões (Ilha Terceira, Praia da Vitória, Açores, Portugal, 19 de Agosto de 1731 - Rio Pardo, Rio Grande do Sul, 19 de Novembro de 1820) casada com Manuel Gonçalves, Mancebo.


2..  Antão Lourenço Rebolo (Quatro Ribeiras, Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores, Portugal, ? - Brasil, 26 de Julho de 1810) casado com Rosa da Conceição. O casal já havia emigrado para Desterro, estabelecendo-se no alto de um morro à Oeste da Ilha, de onde se avistava mar e continente a perder de vista. Quando o açoriano faleceu a história de seu primeiro habitante já havia baptizado aquele lugar: era o morro do Antão, actual Morro da Cruz.


3.  António Mendes Borges (Ilha Terceira, Lajes, Praia da Vitória, Açores, Portugal, ? - Brasil, ?) casado com Francisca Josefa e Maria de São José.


4.  Catarina dos Anjos (Fontinhas, Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores, Portugal, ? - Brasil, ?) casada com Bernardo Rodrigues de Souto.


5.  Isabel Inácia do Espírito Santo (Lajes, Praia da Vitória, Ilha Terceira, Portugal, 11 de Outubro de 1740 - Rio Grande, Rio Grande do Sul, 31 de Março de 1816) marido de Manuel Lucas.


6.  João do Couto Machado (Biscoitos, Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores, Portugal, ? - Taquari, Rio Grande do Sul, 16 de Junho de 1781) casado com Taquari, Rio Grande do Sul.



7.  José Francisco Lourenço (Quatro Ribeiras, Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores, Portugal, ? - Brasil, ?) casado com Joana Bernarda.


8.  José Martins Faleiro (Lajes, Praia da Vitória, Terceira, Açores, Portugal, 4 de Fevereiro de 1716 - Brasil, 15 de Março de 1783) casado com Jacinta Rosa Coelho.


9.  Manuel Gonçalves Dias (Lajes, Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores, Portugal, ? - Rio Pardo, Rio Grande do Sul, 7 de Fevereiro de 1789) casado com Cecília Maria dos Anjos.


10.  Manuel Luís (N.Sa. de Guadalupe de Agualva, Ilha Terceira, 13 de Março de 1712 - Brasil, ?) casado com Mariana Tomásia.


11.  Manuel Lucas (São Pedro de Biscoitos, Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores, Portugal, 7 de Setembro de 1731 - Rio Grande, Rio Grande do Sul, 24 de Junho de 1802) casado com Isabel Inácia Do Espírito Santo.


12.  Maria Francisca da Conceição de Melo (Biscoitos, Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores, Portugal, c. 1702 - Santo Amaro do Sul, General Câmara, Rio Grande do Sul, 28 de Junho de 1792) casada com António Nunes Corvelo.


13.  Maria de Jesus (São Pedro dos Biscoitos, Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores, Portugal, ? - Brasil, ?) casada com Thomé Machado Ourique.


14.  Maria do Nascimento (Praia da Vitória, Terceira, Açores, Portugal, ? - Brasil, ?) casada com Manuel de Freitas Teixeira.


15.  Maria de São Mateus (Fontinhas, Praia da Vitória, Terceira, Açores, Portugal, c. 1734 - Brasil, ?) casada com João Rodrigues Evangelho.


16.  Maria Silveira (Lajes, Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores, Portugal, c. 1710 - Taquari, Rio Grande do Sul, 23 de Junho de 1781) casada com Manuel da Silveira Golarte.


17.  Mariana Tomásia (S. Miguel Arcanjo das Lajes, Ilha Terceira, 18 de Outubro de 1710 -Brasil, ?) casada com Manuel Luís.


18.  Mateus Lourenço Coelho (Quatro Ribeiras, Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores, Portugal, ? - Brasil, ?) casado com Ana Maurícia Rosa.


19.  Thomé Machado Ourique (São Pedro dos Biscoitos, Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores, Portugal, c. 1710 - Brasil, ?) casado com Maria de Jesus.



domingo, 18 de setembro de 2022

Igreja de Santa Bárbara nas Manadas ilha de São Jorge Açores

 

A atual igreja foi erguida em 1770, sobre os restos de um antigo templo no local, também sob a invocação de Santa Bárbara e que remontava a 1485. Dele ainda existem vestígios que, atualmente, se resumem à sacristia.

De acordo com a tradição local, tanto o primitivo templo, quanto o atual foram erguidos com pedra oriunda de uma pedreira que se encontra a alguma distância e daí trazidas pelo Caminho da Pedreira, Caminho da Ermida e Caminho da Igreja até à beira-mar, numa distância respeitável.


O documento mais antigo de que há conhecimento e que se refere à primitiva igreja é uma Carta Régia de Sebastião I de Portugal, passada na vila de Sintra, com data de 30 de junho de 1568. Nela são estabelecidas novas côngruas para os parcos desta igreja, ficando então nesta altura o pároco de Santa Bárbara das Manadas a receber 20 mil réis anuais.

Encontra-se classificada como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 37 728, de 5 de Janeiro de 1950.




sábado, 17 de setembro de 2022

Velas ilha de São Jorge Açores



A origem do nome desta localidade nunca foi esclarecida pelos historiadores. Pode no entanto, segundo esses mesmos historiadores poder remeter-nos para as "velas" das embarcações, para vigias ou para o termo velar, para o nome de povoações com o mesmo nome no continente português, para o termo "velhas" ou mesmo para a palavra "belas". É, no entanto, mais provável que o nome provenha dos termos “velas de embarcação”, ou dos termos velar/vigília. Tendo em atenção as embarcações usadas no tempo da sua fundação e a outra, tendo em atenção as forças telúricas que se movimentam nestas ilhas e que muitas vezes obrigavam as populações a ficar a velar ou de vigília durante as crises vulcânicas para poderem dar o alerta em caso de necessidade.



Esta vila encontra-se entre os povoados mais antigos da ilha de São Jorge. E foi edificada em consequência do testamento do Infante D. Henrique datado de 1460, feito numa igreja debaixo da invocação de São Jorge. O município de Velas foi criado por volta de 1490 ou mesmo antes, sendo que a elevação da povoação à categoria de vila terá ocorrido por volta de ano de 1500, por carta de D. Manuel I de Portugal.  Esta localidade já surge como vila num mapa de 1507. No ano de 1570 as Velas teriam cerca de 1000 habitantes e 2000 habitantes no fim do século XVII, número que aumentaria para 4200 no ano de 1822, e que mais tarde diminuiu devido à emigração.

No dia 19 de Setembro de 1708 uma esquadra naval, comandada pelo pirata Francês René Duguay-Trouin constituída por 8 naus de linha e 3 navios Corsários de grossa artilharia, atacam a vila das Velas, não tendo no entanto conseguido entrar no Porto de Velas.
Ao primeiro ataque os habitantes da vila, comandados pelo Sargento Mor Amaro Teixeira de Sousa, conseguem impedir o desembarque tentado a 19 de Setembro. No dia 20 deu-se novo ataque e os habitantes não conseguiram opor-se com êxito a esta tentativa. Pelas 9 horas da manhã em que, dividindo as suas forças em duas colunas, enviara, uma para as portas das Velas (6 barcos) e outra, mais forte (10 barcos), para os lados do Morro das Velas e, desembarcando junto ao Arco, lançaram em terra mais de 500 homens, com morte d'alguns dos sitiados.

Os franceses permaneceram nesta vila 5 dias em que saquearam completamente as igrejas e casas abastadas. Em local sobranceiro ao sitio onde se efectuou o desembarque, foi construído o Forte de Nossa Senhora do Pilar, também conhecido por Castelo da Eira.!


sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Casa do Castelhano ilha Terceira Açores


Esta casa foi moradia do Capitão Pedro de Mendonça que foi o comandante de uma companhia militar na então ainda Vila da Praia e actual cidade da Praia da Vitória durante as lutas da Restauração de 1641.

A Casa do Castelhano ou Casa do Espanhol como também é conhecida é uma casa histórica

portuguesa que foi edificada junto ao mar no local denominado Caldeira das Lajes, freguesia das Lajes, concelho da Praia da Vitória, nos princípios do Século XVI. Faz parte da Lista de património edificado nos Açores e da Lista dos imóveis classificados no concelho da Praia da Vitória por Resolução nº 140/2001, de 4 de Outubro do Governo Regional dos Açores.

Trata-se de um edifício único pelas suas características especificas a nível dos sistemas construtivos tendo em atenção a data da sua edificação e também pela própria paisagem ambiente que o envolve. Trata-se de uma casa ensolarada, nobre, construída com belas cantarias de grande porte, edificada sobre colunas e arcos no piso térreo, denunciando uma arquitectura e gosto mourisco.

Na parte da frente da casa eleva-se uma escadaria em pedra basáltica de boa qualidade que dá acesso a uma varanda aberta e sustentada por uma galeria formada por arcos de volta perfeita dispostos em duas direcções. A ela liga-se o corpo do edifício de planta quadrada com dois alinhamentos de quatro arcos cada um, dispostos em cruz. Esta varanda estende-se ao longo de todo o andar superior dando assim aceso à parte nobre da moradia.

É esta casa ainda detentora de uma cisterna e de um forno de grande dimensão para cosedura de pão, que além dessa função era no mundo rural utilizado para a secagem de cereais, particularmente de milho. Sendo que um forno e uma cisterna eram considerados indispensáveis numa habitação do mundo rural do Século XVII.

A forma, dimensão e apresentação dos arcos dá-nos uma espessura das paredes, de um côvado (0,66 m), e são semelhantes aos de restantes elementos estruturais dessa época, existentes na cidade de Angra do Heroísmo a mais de 25 quilómetros de distância.

A simetria e volumétrica longitudinal só é quebrada pela presença do maciço forno que se encontra agregado à cozinha de cunho quase medieval.

No andar superior a varanda é larga e dá acesso a dois de quatro compartimentos, todos iguais e dispostos em cruz com chão em estrutura de madeira com traves apoiadas em cachorros. Os tectos são em caixotão.


O trabalho aplicado às cantarias, vãos, cimalhas e restantes elementos estruturais são determinantes para fixar a época da construção no Século XVII.

Os vãos interiores apresentam-se com vergas de pedra, ligeiramente sutadas e arredondadas na concordância com as ombreiras, tendo um rasgo em bico em toda a espessura, a meio vão, que constitui um remanescente decorativo dos bicos dos arcos em querena, comuns no estilo gótico. Estas peças de arquitectura são iguais a outras peças que se encontram no Solar do Provedor das Armadas.

Outros dos vãos são sutados nas esquinas das ombreiras, os cachorros de apoio das traves e a consola dupla em gomo que sustenta a soleira do lar do forno, são dispositivos construtivos comuns nas raras obras sobreviventes executadas anteriormente ao Século XVIII.


As particularidades estruturais mais relevantes mostram-se em projecção isométrica aplicada na escala de 1:100.

Sendo que ainda existem peças raras actualmente, como são o caso de um o talhão da água, uma maçaria de pedra, um canal de despejo, o forno na cozinha e a moenda manual. Sendo que é também de grande importância não apenas decorativas mas de raridade arquitectónica os tectos de caixotão das copeiras e dos pavimentos tradicionais.

Foi esta casa detentora de uma capela dedicada a Nossa Senhora da Luz de que só restam vestígios não se sabendo qual a razão do seu desaparecimento sendo que a casa resistiu a dois grandes terramotos ocorridos nos anos de 1841 e 1980.



quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Solar de Santo António na ilha de São Jorge Açores

 


O Solar de Santo António é um solar português do século XIX localizado no caminho entre a freguesia da Calheta e a freguesia da Ribeira Seca no concelho da Calheta, ilha de São Jorge, Açores.



Apresenta-se como uma construção sólida dotada de excelente cantaria de basalto de cor negra que se podem ver tanto em redor das janelas e das portas, mas também das esquinas.

Sobre a porta principal do solar é possível ler a inscrição: MASS 1822, que será a data de edificação do solar.




quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Às Igrejinhas onde se iniciou o povoamento da localidade que deu origem à actual freguesia dos Biscoitos ilha Terceira Açores

 


Às Igrejinhas é um local histórico localizado na freguesia dos Biscoitos, concelho da Praia da Vitória, Açores. Este local está entre os primeiros locais onde se iniciou o povoamento da localidade que deu origem à actual freguesia dos Biscoitos. Foi também o lugar onde se construiu a primeira igreja do lugar.

Tratava-se de um lugar alto e algo afastado do mar (contrário ao que era mais comum) visto facilitar, por ser alto, a visualização de embarcações ao largo da costa e dar tempo às populações de se certificarem se eram barcos amigos ou se se tratavam de piratas ou corsários que por essas alturas era comum infestarem as águas dos mares açorianos.


As populações em caso de serem piratas muitas vezes pouco mais podiam fazer do que fugir para o interior da ilha quase sempre abandonado à sua sorte os seus bens e muitas vezes os doentes acamados que não podiam transportar.


No local é ainda possível ver-se os vestígios das antigas edificações, principalmente as da igreja, bem como ossadas dos cadáveres que ali foram sepultados.


O lugar é bastante montanhoso, e actualmente está coberto por pastagens. Segundo contam ainda as lendas populares esta zona foi vítima de frios muito intensos, e por esse motivo os habitantes viram-se na necessidade de se deslocarem para uma região mais baixa e próxima do mar. Para isso também terá contribuído, (segundo a mesma lenda) uma voz que se vazia ouvir de noite e de dia e que dizia às pessoas: "Mais para baixo". Esta voz acreditavam os crentes era uma intervenção divina.




terça-feira, 13 de setembro de 2022

Fernão Álvares Evangelho e o seu cão foram os primeiros povoadores da ilha do Pico Açores

 


O Povoamento da Ilha do Pico teve início no espaço territorial que séculos mais tarde viria a dar origem a este concelho das Lajes, facto que também contribuiu para que este seja o concelho mais antigo da ilha.


O primeiro povoador foi somente um homem e o seu cão que viveram sozinhos durante algum tempo, reza a história que cerca de um ano. A história não regista o nome do cão, mas sabe-se que o homem se chamava Fernão Álvares Evangelho.

Este exílio não foi voluntário, mas esteve relacionado com o facto de a quando da preparação do desembarque do referido homem e mais algumas pessoas, se ter levantado uma tempestade que levou para o mar alto as caravelas.


Fernão Álvares fixou a sua residência no local que passou a denominar-se Penedo Negro, na Enseada do Castelete, local ao Sul da actual vila das Lajes, cerca de 1460.


Por evidente necessidade de abastecimento de água construiu uma casa junto à ribeira existente à saída da vila das Lajes que durante muitos anos foi conhecida por Ribeira de Fernando Álvares.


Junto a esta ribeira ainda hoje  se conservam as ruínas da casa que então lá construiu, provavelmente não a original, mas a que mandou fazer quando a vida melhorou com a chegada de novos povoadores alguns anos depois.

Quando, pelo menos um ano depois os companheiros de viagem de Fernando Álvares regressaram ao Pico, desembarcaram no local que passou a denominar-se Santa Cruz das Ribeiras, local da actual freguesia das Ribeiras. Desses povoadores alguns fixaram a residência neste local, como foi o caso de Jordão Álvares Caralta. Outros desses marinheiros de antanho partiram para o sítio que passou a denominar-se como Maré, muito próximo ao local do primeiro desembarque.


Como era hábito quase em simultâneo com a construção das próprias habitações, procederam à edificaram de um templo religioso, nesta caso uma ermida, a Ermida de São Pedro, templo este que teve como primeiro pároco, não só da ermida, mas da própria ilha, Frei Pedro Gigante, que é considerado pelos historiadores como tendo sido o introdutor da casta Verdelho na ilha.


Mais tarde chegarem aqui outros povoadores, estes vindos da ilha Terceira, geograficamente próxima. Igualmente chagaram também povoadores vindos do Portugal continental, mais precisamente do norte do país, com especial ênfase para a cidade do Porto.


Com o passar do tempo e com a organização social, Álvaro de Ornelas foi feito por ordem real o primeiro Capitão do donatário nomeado para a ilha do Pico, embora nunca tenha chegado a tomar posse do cargo. Foi assim o nobre de origem flamenga, de seu nome Joss van Hurtere, também grafado como Jôs d’Utra ou Jobst de Van Huertere], já então Capitão-Donatário na ilha do Faial, que tomou o mesmo cargo na ilha do Pico 1482 e cujo nome estará na origem do nome da cidade da Horta (Hurtere - Horta).

Com o passar dos séculos o então povoado das Lajes e apesar de não ter foral desenvolve-se rapidamente. Assim em 1500 é criada a Câmara Municipal das Lajes do Pico, na altura com jurisdição sobre toda a ilha do Pico. Esta câmara constituía a sua primeira vereação pelos “homens bons" do novo concelho.


No dia 14 de Maio de 1501 é dado o primeiro alvará nesta câmara, foi emitido pelo Capitão-donatário Jôs d’Utra que conferiu poder e autoridade a Fernando Álvares para que este pudesse dar licenças diversas aos povoadores, conforme as necessidades destes.


Assim, este primeiro concelho da ilha, exerceu durante 42 anos o seu domínio sobre toda a ilha, já que em 1542, foi criado pelo rei D. João III de Portugal o Concelho de São Roque do Pico.


O edifício dos Paços do Concelho das Lajes do Pico, localizado na praça onde se encontra a Igreja Matriz das Lajes, a Igreja da Santíssima Trindade, templo construído no século XIX e que cresceu sobre o templo de 1503.


Cálculos feitos pelo historiador Francisco Soares de Lacerda Machado, tendo por base o Espelho Cristalino escrito por Frei Diogo das Chagas, entre entre 1646 e 1654, aponta para que no concelho das Lajes em 1506 existissem cerca de 250 habitantes, deve-se ter em atenção que nesta altura abrangia toda a ilha.