sábado, 27 de novembro de 2021
Igreja de São Sebastião na cidade de Ponta Delgada ilha de São Miguel Açores
sexta-feira, 26 de novembro de 2021
Forte da Barra ilha da Graciosa Açores
O Forte da Barra, também referido como Bateria da Barra, localiza-se a um quilómetro a oeste do centro histórico da vila e freguesia de Santa Cruz, concelho de Santa Cruz da Graciosa, na ilha Graciosa, nos Açores.
Em posição dominante sobre a baía da Barra, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.
Foi erguido em algum momento entre os séculos XV e XVII.
Embora não se encontre referido especificamente na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710", pode ser um dos dois fortes referidos na vila de Santa Cruz em 1738:
"(...) ajunto do porto barra aonde entram navios pequenos e fora da barra podem emquorar os navios que quizerem de alto bordo e 30 e 40 brasas de fundo, tem dois fortes com artilharia nas duas pontas do dito porto da barra e perto do portam [da vila] tem artilharia que se fecha o dito portam no veram (...)."
SOUSA (1995), em 1822, ao descrever o porto de Santa Cruz refere: "(...) O seu Porto é perigoso e sofrivelmente defendido por um pequeno castelo, guarnecido por um Batalhão de Milícias Nacional, que toma o nome da ilha.".
A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862, assinala que "Tem uma caza arruinada." e indica que se encontra entre os fortes na ilha "Incapazes desde muitos annos."
Encontra-se relacionado no "Catálogo provisório" em 1884.
A Resolução nº 194/1990 de 26 de dezembro do Governo Regional dos Açores declarou a utilidade pública urgente da expropriação dos prédios que constituem o Forte da Barra, em Santa Cruz da Graciosa.
Subsistem dois panos de muralhas em pedra argamassada e parcialmente rebocada, que formam um ângulo obtuso entre si. No pano virado a norte rasgam-se quatro canhoneiras muito espaçadas, e o pano virado a leste três canhoneiras, mais estreitas e mais juntas.
terça-feira, 23 de novembro de 2021
Maria Luísa Soares de Albergaria de Ataíde da Costa Gomes foi uma pintora e intelectual açoriana
Maria Luísa Soares de Albergaria de Ataíde da Costa Gomes nasceu em Ponta Delgada a 6 de Fevereiro de 1911 e faleceu em Ponta Delgada A 8 de Julho de 1991. Mais conhecida por Maria Luísa Ataíde, foi uma pintora e intelectual açoriana, ligada ao mundo das artes e ao Museu Carlos Machado, do qual foi directora da Secção de Arte (1955 a 1974), tendo iniciado as salas dedicadas ao brinquedo e à criança, inauguradas em 1963. Dinamizou o projecto de criação de um Museu da Criança, nunca concretizado. Foi mãe da escultora Luísa Constantina.
Nasceu em Ponta Delgada, filha de Luís Bernardo Leite de Ataíde, historiador de arte e etnógrafo, director do Museu Carlos Machado e principal obreiro das colecções de arte e etnografia daquela instituição.
Teve uma apurada formação artística, cursando pintura e desenho durante três anos sob a direcção de Domingos Rebelo. Estudou técnicas de retrato com Eduardo Malta, noções de aguarela com Berta Borges, aprendeu a trabalhar a lápis e a tinta-da-china com José Contente e a técnica de pintar flores com Eduarda Lapa.
A partir de 1955, após o falecimento de seu pai, dirigiu a Secção de Arte e Etnografia do Museu Carlos Machado, cargo que manteve ininterruptamente por quase 20 anos, retirando-se em 1974. Na sua acção esteve atenta às mudanças da museologia da sua época e foi influenciada pelo trabalho de João Couto, então director do Museu Nacional de Arte Antiga, de Lisboa, que afirmava O museu não deve ser um simples aglomerado de obras de arte de todos os tempos, mas sim, um espaço onde se deve desenvolver uma intensa actividade cultural variada. Os museus devem ser organismos vivos centros de divulgação cultural, modernos criteriosos e com mecanismos capazes de atrair novos públicos e exercer sobre eles uma acção pedagógica.
Também partilhava das preocupações e princípios pedagógicas da época, ligados ao ideal do desenvolvimento integral da criança. Guiada por esses objectivos, liderou o projecto de criação de um Museu para os mais novos, começando por criar uma colecção de brinquedos, para a qual contou com o apoio e a generosidade de muitos voluntários que ofereceram um interessante espólio. Desse esforço resultou a criação de uma nova secção infantil de Bonecas e Brinquedos, hoje parte relevante das colecções do Museu Carlos Machado.
Também se interessou pelo estudo do folclore e pelos trajes tradicionais dos Açores, organizando e enriquecendo a a Secção de Trajes do Museu. Inspirada nessa colecção, concebeu em 1955 o
Para além do seu trabalho no Museu, dedicou-se à educação artística, desenvolvendo um importante trabalho de divulgação da pintura e das artes, que incluiu a organização em 1966 de exposição de pintura na biblioteca do Liceu Antero de Quental de Ponta Delgada, incluindo uma grande variedade de trabalhos realizados com intuito pedagógico. Dessa exposição resultou a formação de um Núcleo da Artes Plásticas onde leccionou gratuitamente.
Em colaboração com Rui Galvão de Carvalho produziu uma colecção de ilustrações inspiradas nos sonetos de Antero de Quental, que que em 1988 no Museu Carlos Machado.
Exigente e criteriosa no seu trabalho como pintora, inicialmente seguiu uma fase figurativa, onde as flores assumem um fulgor notável, evoluindo para o abstraccionismo e depois para o simbolismo. Contudo, a parte mais importante da obra pictórica de Maria Luísa Ataíde mescla o abstraccionismo e o simbolismo, em especial na abstracção da paisagem açoriana. Na sua obra não pinta imagens da realidade objectiva, pinta antes imagens do seu mundo.
A sua obra foi exposta individualmente e integrada em exposições conjuntas, com destaque para as exposições realizadas em 1971 e 1972 na Galeria 2 da cidade do Porto, consideradas pela crítica como uma obra plena de modernidade. Realizou em 1973 no Hotel Lisboa, em Macau, uma importante exposição conjunta com a escultora Luísa Constantina, sua filha.
Em meados da década de 1970 partiu para os Estados Unidos da América, onde leccionou e onde continuou a sua actividade como pintora, realizando diversas exposições, com destaque para as realizadas em 1977 no Bristol Art Museum, de Massachusetts e em 1979 na Washington World Gallery.
domingo, 21 de novembro de 2021
Piratas e o Sargento-mor Amaro Soares de Sousa na ilha de São Jorge Açores
sexta-feira, 19 de novembro de 2021
Acontecimentos históricos da freguesia da Terra chã ilha terceira Açores
Dois acontecimentos históricos estão na origem dos nomes de dois locais da freguesia: Lugar das Casas Queimadas e Lugar das das Guerrilhas. O primeiro provém do incêndio lançado a uma casa de moradia situada numa quinta no Caminho dos Regatos , então pertencentes a André Machado Lemos, que ali vivia com a sua família. Era o ano de 1828.
Os miguelistas lutavam contra os constitucionais, apoiantes do Duque de Bragança. Ao dirigir-se para as Doze Ribeiras, um emissário liberal foi atacado por um guerrilheiro que se apoderou da mensagem que aquele levava, vindo a refugiar-se na casa de André Lemos. Sabendo do acontecimento, os anti-miguelistas, de espirito revoltado e sem apurar culpas, incendiaram aquela casa com todo o recheio e os próprios ocupantes. Mas, num rebate de consciência acabaram por salvar a família Machado Lemos.
A sua casa ficou então conhecida por "Casa Queimada", e daí o nome ao lugar. O segundo local está na origem das guerrilhas que ocorreram na Ilha Terceira, exactamente na Terra Chã, durante a emigração liberal.
Foi praticada por miguelistas que semearam a intranquilidade e a perturbação nas fileiras inimigas. Ficaram célebres dois guerrilheiros naturais da Terra Chã, "Boi Negro" e o "Rasgado". O Dr. Valadão Júnior chamou à Terra Chã na sequência de tais acontecimentos, o "alfobre de guerrilhas". Por isso, um dos seus lugares tomou o nome de Guerrilhas.
( Cortesia a freguesia da Terra chã )
quarta-feira, 17 de novembro de 2021
A erupção do Pico Vermelho e do Chama na ilha Terceira Açores em 1761
No dia 21 de Abril de 1761, quando a erupção do Pico Queimado caminhava para o seu termo, nova erupção surgiu cerca de 5 km a les-nordeste do foco eruptivo inicial, num local chamado Chama ou Mistério Velho. Esta segunda erupção teve carácter marcadamente
fissural, produzindo numa primeira fase um monte de bagacina com cerca de 70 metros de altura em relação aos terrenos vizinhos, do qual eram projectadas grandes pedras e areias basálticas (cinzas) que, conforme a direcção do vento, caíam sobre quase toda a ilha.
Depois desta fase inicial, começou a ser libertado lava basáltica muito quente e fluída, que formou um pequeno lago de lava com cerca de 500 m de comprido, a partir do qual se formaram três escoadas: uma com cerca de 250 m de comprido e 75 m de largura, que se dirigiu para leste parando no lugar do Chama, por encontrar terreno mais elevado, uma segunda dirigiu-se para noroeste, percorrendo cerca de 2,5 km, com uma largura aproximada de 75 m, formando o mistério do Tamujal, hoje uma língua de terreno florestado; e uma longa No dia 21 de Abril de 1761, quando a erupção do Pico Queimado caminhava para o seu termo, nova erupção surgiu cerca de 5 km a les-nordeste do foco eruptivo inicial, num local chamado Chama ou Mistério Velho. Esta segunda erupção teve carácter marcadamente fissural, produzindo numa primeira fase um monte de bagacina com cerca de 70 metros de altura em relação aos terrenos vizinhos, do qual eram projectadas grandes pedras e areias basálticas (cinzas) que, conforme a direcção do vento, caíam sobre quase toda a ilha.
Depois desta fase inicial, começou a ser libertado lava basáltica muito quente e fluída, que formou um pequeno lago de lava com cerca de 500 m de comprido, a partir do qual se formaram três escoadas: uma com cerca de 250 m de comprido e 75 m de largura, que se dirigiu para leste parando no lugar do Chama, por encontrar terreno mais elevado, uma segunda dirigiu-se para noroeste, percorrendo cerca de 2,5 km, com uma largura aproximada de 75 m, formando o mistério do Tamujal, hoje uma língua de terreno florestado; e uma longa escoada que dirigindo-se para norte, em direcção à freguesia dos Biscoitos, percorreu quase 6 km ao longo de terreno muito declivoso, atingindo nalguns lugares mais de 1500 m de largura. Esta escoada dividiu-se em dois ramos, um dos quais destruiu 27 casas na freguesia dos Biscoitos, terminando junto à igreja de São Pedro no lugar denominado Juncalinho. O outro ramo correu até ao lugar do Vimeiro, formado aí um extenso mistério.
A lava emitida desta erupção era tão fluída que corria como água, formando nas zonas mais declivosas camadas com pouco mais de 1 m de espessura. A fluidez da lava permitia que as pessoas se aproximassem, havendo histórias de procissões feitas nos Biscoitos em que os fiéis acendiam archotes na lava incandescente.
O cone formada era assimétrico, tendo uma cratera alongada assente sobre a fissura onde se instalou aberta a norte. O cone maior era de bagacina de cor vermelho vivo, daí o nome de Pico Vermelho, estando neste momento totalmente desmantelado devido à extracção de inertes. Os restantes pequenos cones, formados sobre a fissura, são de bagacina preta, estando também muito desmantelados pela extracção.
Os terrenos cobertos pela escoada estão hoje cobertos por matas e por alguns pomares na zona de mais baixa altitude (Juncalinho e Bairro de São Pedro, na freguesia dos Biscoitos). que dirigindo-se para norte, em direcção à freguesia dos Biscoitos, percorreu quase 6 km ao longo de terreno muito declivoso, atingindo nalguns lugares mais de 1500 m de largura. Esta escoada dividiu-se em dois ramos, um dos quais destruiu 27 casas na freguesia dos Biscoitos, terminando junto à igreja de São Pedro no lugar denominado Juncalinho. O outro ramo correu até ao lugar do Vimeiro, formado aí um extenso mistério.
A lava emitida desta erupção era tão fluída que corria como água, formando nas zonas mais declivosas camadas com pouco mais de 1 m de espessura. A fluidez da lava permitia que as pessoas se aproximassem, havendo histórias de procissões feitas nos Biscoitos em que os fiéis acendiam archotes na lava incandescente.
O cone formada era assimétrico, tendo uma cratera alongada assente sobre a fissura onde se instalou aberta a norte. O cone maior era de bagacina de cor vermelho vivo, daí o nome de Pico Vermelho, estando neste momento totalmente desmantelado devido à extracção de inertes. Os restantes pequenos cones, formados sobre a fissura, são de bagacina preta, estando também muito desmantelados pela extracção.
Os terrenos cobertos pela escoada estão hoje cobertos por matas e por alguns pomares na zona de mais baixa altitude (Juncalinho e Bairro de São Pedro, na freguesia dos Biscoitos).
terça-feira, 16 de novembro de 2021
Portas da Cidade de Ponta Delgada ilha de São Miguel Açores
domingo, 14 de novembro de 2021
Quinta de Nossa Senhora do Rosário na ilha Terceira Açores
A Quinta de Nossa Senhora do Rosário é composta por uma propriedade agrícola e por um solar que é pertença da família Barcelos. Localiza-se esta quinta na ilha açoriana da Terceira, concelho de Angra do Heroísmo, freguesia da Terra Chã.
Tem sido durante séculos residência da família Barcelos, tendo sido sujeita a alguns restauros devido aos estragos causado pelo terramoto ocorrido em 1 de Janeiro de 1980.
O solar de que a quinta está dotada apresenta-se com apreciáveis dimensões. Tem um pátio voltado a nascente com jardim onde de destacam plantas exóticas de grande dimensão dada a sua avançada idade. É de mencionar também a capela dedicada a Nossa Senhora do Rosário.
Destaca-se este edifício pelo seu aspecto senhorial de austera fachada e pela implantação da edificação no terreno, aproveitando o espaço disponível.
sexta-feira, 12 de novembro de 2021
Maria da Luz Gomes, a primeira mulher a usar calças na ilha das Flores Açores
quinta-feira, 11 de novembro de 2021
quarta-feira, 10 de novembro de 2021
Hospital Militar da Terra Chã na ilha Terceira Açores
O Hospital Militar da Terra Chã (1943-1975) foi uma unidade de saúde militar, inicialmente dependente do Exército Português e depois da Força Aérea Portuguesa. Estava situada na Terra Chã, arredores da cidade de Angra do Heroísmo, nos Açores
A instituição começou a funcionar a 6 de Outubro de 1943, numa estrutura construída frente à igreja paroquial da Terra Chã, destinada a apoiar os militares do Corpo Expedicionário português então estacionados na ilha Terceira e os militares ingleses que então ali desembarcaram. Esse apoio foi estendido aos militares norte-americanos enquanto não dispuseram de instalações sanitárias próprias na Base das Lajes.
Em 1946, com a partida da Força Expedicionária portuguesa e das forças britânicas estacionadas nas Lajes, estas substituídas pelas forças norte-americanas ainda hoje presentes na Base das Lajes, o Hospital Militar da Terra Chã foi transferido para a tutela da Base Aérea n.º 4, recebendo a 9 de Setembro de 1946 a designação de Hospital Militar da BA4 (Terra-Chã), nome que manteve até 13 de Agosto de 1972, quando por força do Decreto-Lei n.º 296/72, de 14 de Agosto, que reorganizou o Serviço de Saúde da Força Aérea Portuguesa e determinou várias outras providências respeitantes àquele ramo das forças armadas, passou a designar‑se por Núcleo Hospitalar Especializado da Força Aérea n.º 2 (NHEFA2).
Foi único hospital da Força Aérea Portuguesa no período de 1946 até 1975, ano em que foi extinto pelo Decreto-Lei n.º 525/75, de 25 de Setembro, e desactivado na sequência da concentração dos serviços de saúde da Força Aérea Portuguesa no Lumiar, Lisboa, onde subsequentemente deram origem ao Hospital da Força Aérea. A partir de meados da década de 1960 o Hospital da Terra-Chã foi utilizado para os militares feridos evacuados dos teatros de operações da Guerra Colonial Portuguesa em África. Passaram pela instituição largas centenas de militares, cuja presença na Terra Chã foi importante na alteração da estrutura social da freguesia.
Pelo seu quadro passaram médicos ilustres que colaboraram também no Hospital de Angra. Entre esses médicos destacou-se o médico militar Dr. Viriato Garrett, chegado à Terceira em 1941 como alferes miliciano do Exército Português, trabalhou quase em permanência no Hospital desde a sua fundação. A sua actividade como cirurgião foi particularmente intensa a partir de 1957, ano em que ingressou no quadro permanente da FAP, foi promovido a capitão-médico e colocado na BA4, onde permaneceu até ao encerramento da estrutura, da qual foi director a partir de 1966.
Após o fim da actividade hospitalar, o edifício do Hospital Militar serviu de abrigo para refugiados provenientes das colónias portuguesas em África (os retornados), sendo em 1976 entregue ao então recém-fundado Instituto Universitário dos Açores, que ali instalou o seu Departamento de Ciências Agrárias. Com a transformação do Instituto em Universidade dos Açores, o imóvel passou a albergar o Campus de Angra do Heroísmo daquela instituição, situação que se mantém na actualidade, pese embora a mudança progressiva da actividade universitária para o novo campus do Pico da Urze a partir de 2004. O imóvel parece destinado a ser transformado em parque tecnológico associado à Universidade.