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sexta-feira, 30 de julho de 2021

Origem étnica Açoriana




Do ponto de vista genético, a população dos Açores é bastante semelhante à população de Portugal continental, de onde se originou a maior parte dos seus povoadores. Foram detectadas, de forma reduzida, influências de outras populações europeias (particularmente do Norte da Europa), de populações do Oriente Próximo, do Norte da África e da África subsariana. Analisando o DNA mitocondrial de açorianos oriundos de três regiões do arquipélago (oriental, ocidental e central), 81,3% apresentavam DNA mitocondrial de origem europeia, 11,3% de origem africana e 7,5% do Oriente Próximo ou de origem judaica. O grupo que mais apresentou contribuições não europeias foi o oriental (cerca de 25%), a maior parte africanas (18,2%). No grupo central, por outro lado, as contribuições não europeias ficaram em 15%, a maior parte judaica ou do Oriente Próximo (10%), enquanto a contribuição africana ficou em 5%. O grupo ocidental foi aquele que apresentou menor grau de ascendências não europeias (6,5%), a maior parte africanas. Em relação às linhagens masculinas, também houve uma predominância de contribuições europeias, porém mais uma vez foram detectadas contribuições africanas, do Oriente Próximo/judaica e até mesmo indiana (1,1%).


Os documentos históricos revelam que os Açores foram povoados sobretudo por portugueses, e as regiões do Algarve, Alentejo e Minho eram destacadas como fornecedoras de colonos. Também foi relatada a presença de povoadores oriundos do arquipélago da Madeira, assim como de indivíduos de origem judaica. A presença de pessoas oriundas de outros países da Europa também é relatada, com particular destaque para povoadores flamengos, que terão tido maior presença nas ilhas centrais, especialmente na Ilha do Faial. A presença de escravos (mouriscos e negros) também é amplamente documentada. As linhagens tipicamente africanas encontradas nos habitantes dos Açores, apesar da frequência reduzida, são as mais elevadas dentro da população portuguesa, o que denota uma possível maior integração dos escravos negros na população açoriana.


quarta-feira, 28 de julho de 2021

Solar Villa Maria, ilha terceira Açores

 

A Villa Maria localiza-se junto à orla costeira, anexa à Baía de Villa Maria, no concelho de Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, nos Açores.

Trata-se de uma propriedade da família Noronha, que foi residência de José Pimentel Homem de Noronha, casado com Maria Adelaide Barcelos Machado de Bettencourt, filha Francisco de Paula de Barcelos Machado de Bettencourt vogal da Comissão Distrital de Junta Geral do Distrito de Angra do Heroísmo, senhor e herdeiro da casa vincular e morgadio que os seus antepassados tinham instituído na ilha Terceira e foi baptizado na Igreja da Sé, freguesia da Sé, concelho de Angra do Heroísmo. Pessoa que esteve desde sempre ligado à aristocracia da ilha Terceira e que foi um grande latifundiário na mesma ilha com terras principalmente na zona dos Cinco Picos, incluindo a área geográfica onde se situa a Lagoa do Ginjal.


Nas suas terras, no cimo de uma elevação, ao norte da planície da Achada mandou construir a Ermida de Santo Antão,  que ficou concluída em 1897 que manteve à sua custa. Era dedicada a Santo Antão o protector dos animais e a Santo Isidro.


O José Pimentel Homem de Noronha foi pai de Alberto de Barcelos e Noronha casado com uma da mulheres mais ricas da ilha de São Jorge, Ambrosina Beatriz da Silveira Noronha,  e governador civil do Distrito de Angra do Heroísmo, no período de 1893 a 1895 e padrinho de baptismo do Régulo de Fumó,  Roberto Frederico Zichacha, filho Ngungunhane, último monarca da Dinastia Jamine e último imperador do Império de Gaza, no território que actualmente é Moçambique.

Do casamento acima referido viriam a nascer quatro filhos, sendo que somente dois chegaram á idade adulta, Carlos Alberto da Silveira Moniz do Canto e Noronha e José Orlando Moniz do Canto e Noronha.

Esta propriedade antes de ter sido a residência de José Pimentel foi a residência de seu pai o morgado João Inácio de Bettencourt Noronha, pelo período estimado de 1840 até 8 de Janeiro de 1908, data em que faleceu nesta mesma propriedade.

João Inácio de Bettencourt Noronha, nasceu na localidade do Topo, actual concelho da Calheta, ilha de São Jorge, em 9 de Fevereiro de 1820, desconhecendo-se a data exacta em que passou a viver definitivamente no solar, embora o tenha feito para os fins da sua vida, altura em que repartia o tempo entre a casa senhorial que possuía na Terra Chã, a Quinta de Santa Luzia, cuja data da primitiva construção recua a 1602 e esta propriedade que ocupava principalmente no Verão, dada a sua situação junto à costa.

Será da sua autoria a idealização do solar actualmente existente, e quem adquiriu os terrenos de uma propriedade datada da casa de 1502, que depois de adaptada daria origem à actualmente existente.

A propriedade inicia assim a sua história como tendo pertencido a um arcediago da cúria do Bispado da Diocese Angra do Heroísmo, até ser adquirida pelo referido João Inácio Bettencourt de Noronha.

Nela destaca-se o solar, que possui cinco séculos de história em sua parte mais antiga. São testemunhos deste período não apenas uma antiga iconografia onde se encontram figuradas a propriedade e a casa originais, mas também uma antiga epigrafia com a data de 1502, recuperada durante trabalhos de manutenção sobre a porta da actual adega que, à época, poderia ter assinalado a entrada principal.

O solar foi ampliado por volta de 1700, com o adquirir da propriedade ao seu antigo proprietário por João Inácio Noronha, descendente dos membros da família Noronha, família essa que chegou aos Açores na pessoa de D. Luísa de Noronha , filha de Pedro Ponce de Leão e de D. Helena de Noronha, no século XVI e casada com Heitor Homem da Costa, fidalgo da Casa Real, cavaleiro da Ordem de Cristo e senhor de uma tença anual de 20$000 R

eis, por mercê de Filipe II de Espanha datada de 1589, e herdeiro da casa e morgadio de seus pais e avós, e da de seu tio, João Homem da Costa . O seu bisavô foi Heitor Anes Homem, pai do 1º capitão donatário da vila da Praia, e fundador da vila de Angra, actual cidade de Angra do Heroísmo, Álvaro Martins Homem.



domingo, 25 de julho de 2021

José Armas Gomes da ilha das Flores Açores

 


José Armas Gomes, nasceu na ilha das   Flores em 1943.

 Dedicou-se profissionalmente à lavoura e à pesca.


 Em 1969 foi nomeado Regedor da Freguesia, cargo que manteve até à sua extinção em 1976. No mesmo ano, foi eleito Presidente da Direção da Cooperativa de Lacticínios da Fazenda.

Depois da Autonomia da Região colaborou na fundação da União das Cooperativas de Lacticínios da Ilha das Flores, onde a cooperativa da Fazenda ficou integrada.


 Em 1987 foi o Presidente da comissão instaladora da Associação Agrícola da Ilha das flores, tendo sido eleito para Presidente da Direcção durante 3 mandatos.

Foi igualmente Presidente da Federação Agrícola dos Açores, durante cerca de um mandato tendo pertencido à Direcção Nacional da Confederação Agrícola de Portugal.


 Exerceu funções como deputado na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, pelo Partido Social Democrata, entre Junho de 93 e Abril de 94.




sexta-feira, 23 de julho de 2021

Execução dos prisioneiros no ilhéu de Vila Franca em 1582




Confirmada a vitória pela retirada dos navios franceses, deu o marquês à vela para a ilha de S. Miguel, a mandar tratar dos feridos e fazer aguada; porém sobrevindo-lhe o vento contrário, não fundeou nela senão depois de quatro dias.

Primeiro que tudo dirigiu-se a Vila Franca, enchendo de terror toda aquela costa, cujos habitantes mandaram logo assegurar-lhe a sua obediência.

No dia 1 de Agosto desembarcou em terra o mestre de campo D. Francisco de Bobadilla com quatro companhias de soldados, levando no meio todos os prisioneiros franceses, aos quais em alta voz e em público cadafalso se lhes leu uma sentença que os condenava à morte, como perturbadores da paz entre França e Castela. A sentença, assinada por D. Álvaro de Bazán, mandava degolar os nobres e enforcar os outros, excepto os que não chegavam à idade de 18 anos.

E sem embargo de que esta sentença parecesse a todos mui cruel, e os mesmos soldados espanhóis assim o vozeassem com a maior liberdade, dando ocasião a que alguns principais capitães fossem pedir a derrogação dela ao marquês, nada se efectuou: porque ele dizia que só executava os mandatos de el-rei de França, que estando em paz com Castela não permitiria que súbditos seus agissem como corsários atacando a armada castelhana.


E assim se cumpriu a sentença, decapitando-se 28 cavalheiros franceses, e 50 de menor condição, enforcados além destes muitos centos de soldados e marinheiros. Estas execuções foram feitas com grande lentidão e crueza, prolongando-se por todo o dia, sendo os corpos decapitados amontoados sobre o adro da matriz de Vila Franca. Parte dos marinheiros foram enforcados no ilhéu de Vila Franca, ficando os corpos a apodrecer nas forcas como aviso aos restantes franceses que ainda andavam embarcados nas ilhas.

Quanto aos da terra, só a um fidalgo de Vila Franca, que servia de vereador da Câmara, mandou degolar, e a outras condenou em penas menores.

Em 5 de Agosto foi à mesma vila o bispo D. Pedro de Castilho, e passou a bordo da armada a visitar o marquês, que o recebeu com muitas honras militares, como pessoa que tantos serviços prestara a el-rei Católico, sendo parte principal da sua aclamação naquela ilha; e também pela conservação do castelo de São Brás, que ele com D. João de Castilho guardaram, recolhendo dentro nele a D. Lourenço de Conuera quando se retirava do combate na ocasião em que os franceses tomaram a ilha. No mesmo dia desembarcou o marquês em terra, onde foi aceite com grande pompa, e embarcando-se para a cidade de Ponta Delgada, nela foi recebido em triunfo.


terça-feira, 20 de julho de 2021

Cecilía Benevides de Carvalho Meireles é descendente de Açorianos


Poetisa, professora, pedagoga e jornalista, Cecília Meireles (Cecília Benevides de Carvalho Meireles) é descendente de açorianos naturais da ilha de S. Miguel – Açores. Nasceu na Tijuca, Rio de Janeiro - Brasil, no dia 7 de Novembro de 1901.

Foi criada pela avó materna, uma vez que ficou órfã muito cedo.

Aos nove anos, começou a escrever poesia. Frequentou a Escola Normal no Rio de Janeiro, entre 1913 e 1916 e estudou línguas, literatura, música, folclore e teoria educacional.

Cecilía Benevides de Carvalho Meireles com sangue Açoriano
Em 1919, publicou o seu primeiro livro de poesias, “espectros”, um conjunto de sonetos simbolistas. Embora, vivesse sob a influência do Modernismo, apresentava ainda, na sua obra, heranças do Simbolismo e técnicas do Classicismo, Gongorismo, Romantismo, Parnasianismo, Realismo e Surrealismo, razão pela qual a sua poesia é considerada atemporal.

Teve ainda uma importante actuação como jornalista, com publicações diárias sobre problemas na educação, área à qual se manteve ligada, tendo fundado, em 1934, a primeira biblioteca infantil do Brasil. Observa-se ainda o seu amplo reconhecimento na poesia infantil com textos como “Leilão de Jardim”, “O Cavalinho Branco”,

“Colar de Carolina”, “O mosquito escreve, Sonhos da menina”, “O menino azul” e “A pombinha da mata”, entre outros. Com eles traz para a poesia infantil a musicalidade característica de sua poesia, explorando versos regulares, a combinação de diferentes metros, o verso livre, a literataço, a assonância e a rima. Os seus poemas não se restringem apenas à faixa etária infantil, mas permitem diferentes níveis de leitura.

Em 1923, publicou “Nunca Mais…” e “Poema dos Poemas”, e, em 1925, “Baladas Para El-Rei”. Após um longo período, em 1939, publicou “Viagem”, livro com o qual ganhou o Prémio de Poesia da Academia Brasileira de Letras. Católica, escreveu textos em homenagem a santos, como “Pequeno Oratório de Santa Clara”, de 1955; “O Romance de Santa Cecília” e outros.

Em 1951, viajou pela Europa, Índia e Goa e visitou, pela primeira e única vez, os Açores, tendo contactado na ilha de S. Miguel o poeta Armando César Côrtes-Rodrigues, amigo e correspondente, desde a década de 1940.

Foi homenageada com o Prémio Machado de Assis (1965); Sócia Honorária do Real Gabinete Português de Leitura; Sócia Honorária do Instituto Vasco da Gama (Goa); Doutora “Honoris Causa”, pela Universidade de Delhi (Índia) e Oficial da Ordem de Mérito (Chile)

Nos Açores, de onde eram oriundos os seus pais, o nome de Cecília Meireles foi dado à escola básica da freguesia de Fajã de Cima, concelho de Ponta Delgada, terra de sua avó-materna, Jacinta Garcia Benevides, que a criou.

Após a sua morte (9-11-1964), foi homenageada, tendo-lhe sido atribuída uma cédula de cem cruzados novos. Este documento, com a efígie de Cecília Meireles, lançado pelo Banco Central do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1989, seria mudado para cem cruzeiros, aquando da mudança de moeda pelo governo de Fernando Collor.



domingo, 18 de julho de 2021

Mário de Azevedo Gomes

 

Mário de Azevedo Gomes  nasceu em Angra do Heroísmo a  22 de Dezembro de 1885  e faleceu em Lisboa a 12 de Dezembro de 1965.  Foi um silvicultor, botânico, professor universitário e político português. Entre outras funções de relevo foi responsável pelo ministério da Agricultura de 24 de Dezembro de 1923 a 28 de fevereiro de 1924.

Mário de Azevedo Gomes foi filho do comandante Manuel de Azevedo Gomes e de sua esposa Alice Hensler, a filha de Elise Hensler, a condessa de Edla.

Licenciou-se em Engenharia Agronómica em 1907, enveredando por uma carreira na área da silvicultura e da investigação e docência universitária.

Foi admitido como docente do Instituto Superior de Agronomia em 1914, exercendo funções docentes até 1946. Voltou à docência em 1951, jubilando-se em 1955.

Foi fundador e primeiro diretor da Estação Agrícola Nacional e dirigiu os programas de extensão rural, então designados por instrução agrícola, entre 1919 e 1925.

Entre Dezembro de 1923 e Fevereiro de 1924, foi ministro da Primeira República Portuguesa, integrando o executivo presidido por Álvaro de Castro.

Após o Golpe de 28 de Maio de 1926 aderiu à oposição democrática, sendo uma das figuras mais ilustres da oposição anti-salazarista.

Foi colaborador da Seara Nova e membro da Comissão Central do Movimento de Unidade Democrática (MUD), à qual presidiu. Em 1946, foi-lhe instaurado um processo disciplinar por ter redigido um manifesto crítico sobre o posicionamento de Portugal face à Organização das Nações Unidas (ONU), de que resultou a sua demissão do lugar de professor da Universidade Técnica de Lisboa. Foi readmitido em 1951, jubilando-se em 1955.

Em 1948, já depois da extinção do MUD, presidiu à comissão central da candidatura a Presidência da República o general Norton de Matos.

Foi o primeiro subscritor do Programa para a Democratização da República (1961), um manifesto da oposição democrática assinado por outras figuras de grande prestígio nacional, entre as quais Jaime Cortesão.

Na década de 1950 elaborou vários estudos sobre os solos, clima e aspetos florestais do Parque da Pena, em Sintra.

Casou em Sintra com Cristina Leopoldina Sousa de Menezes Marcellin Chambica (1891-1982), com quem teve 7 filhos.


A 30 de junho de 1980, foi agraciado, a título póstumo, com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade.




terça-feira, 13 de julho de 2021

Francisco Pereira de Macedo Barão e Visconde do Cerro Formoso Brasil





Francisco Pereira de Macedo, barão e visconde do Cerro Formoso, nasceu no Rio Pardo a 2 de Março de 1806  e faleceu  em Porto Alegre a 11 de Janeiro de 1888. Foi um nobre Brasileiro.


Filho de Manuel de Macedo Brum da Silveira e de Ana Maria da Assunção, naturais das Lajes ilha do Pico Arquipélago dos Açores. Casou-se com Francisca Joaquina de Sampaio filha de Francisco José de Sampaio e Ursula Maria das Dores.

Hospedou D. Pedro II e sua comitiva, em Lavras do Sul, no caminho de Uruguaiana, no início da Guerra do Paraguai. Na ocasião o imperador foi recebido por uma banda composta por 60 escravos, tocando o Hino Nacional, além disso Francisco Pereira Macedo alforrou 50 escravos para que fizessem parte do exército, além de quatro de seus filhos terem se engajado às tropas, tendo também fornecido grande quantidade de cavalos.

Amante da música contratou Tomás do Patrocínio, irmão de José do Patrocínio, para instruir seus músicos escravos. Em 1884 alforrou todos seus escravos, se antecipando à Lei Áurea o que influenciou os fazendeiros da região a fazerem o mesmo.


 Descendência: 1- Capitão Manuel de Macedo Neto 2- António Leal de Macedo 3- Major Francisco Pedro de Macedo Filho 4- Major José Pereira de Macedo 5- Ursula de Macedo 6- Amália de Macedo 7- Ana Assunção de Macedo


domingo, 11 de julho de 2021

Laurinda Andrade foi editora e directora da edição, semanal, do Jornal “Tribuna”, de Newark, em New Jersey

 


Laurinda Andrade (Laurinda C. Andrade) nasceu em 1899, na ilha Terceira-Açores.

Emigrou com 18 anos, para os Estados Unidos da América.


Formou-se na Pembroke College of Brown University, em Providence, Rhode Island.

Foi editora e directora da edição, semanal, do Jornal “Tribuna”, de Newark, em New Jersey.

Em 1942, regressou a New Bedford para introduzir o ensino da língua portuguesa na escola secundária da referida cidade. Lecionou inglês e francês e encontrou muita resistência à introdução da língua e cultura portuguesas. Após uma luta considerável, foi criado, em 1955, o primeiro departamento de língua portuguesa, no colégio da cidade de New Bedford.

Em 1944, com a colaboração do proprietário e director do “Diário de Noticias” fundou a Portuguese Educational Society, em New Bedford, para promover o intercâmbio cultural entre os EUA, Portugal e Brasil.

Em 1948, fez o mestrado, no departamento espanhol da Columbia University, em New York, concentrando-se no grande escritor brasileiro Luiz António Machado de Assis.

Em 1950, foi convidada a assistir ao primeiro Colóquio Luso-Brasileiro, realizado na biblioteca do Congresso.

Em 1966, apresentou a sua autobiografia, tendo a mesma sido publicada em 1968. Esta encontra-se entre as colecções da biblioteca do Congresso.

Em 1971, e após a aposentação de Laurinda Andrade, a língua portuguesa era leccionada em quatro escolas públicas de New Bedford. Cerca de 300 pessoas, com apelidos portugueses, frequentavam esta escola.


Faleceu em Setembro de 1980, com 80 anos de idade.




sexta-feira, 9 de julho de 2021

A Lenda das Varas do Espírito Santo é uma tradição oral da ilha de São Jorge Açores.

 

Há muitos séculos, a população da ilha tinha caído num grande desleixo para com o seu semelhante: havia desavenças por todo e qualquer motivo e todo o tipo de abusos. Nas igrejas os padres pregavam pedindo penitência e humildade e anunciavam castigos de Deus. Mas o povo não se emendava, continuava com os seus abusos e desavenças, maltratando-se uns aos outros.


No dia 1 de Maio de 1808 começaram a sentir-se grandes tremores de terra por toda a ilha, aconteceram grandes terramotos. Toda a ilha era abalada com violência. No cimo da serra central da ilha deu-se então uma grande erupção. Cinzas vulcânicas e lavas desceram das serras, aterrorizando as populações que nas partes baixas da ilha viam as lavas incandescentes a vir na sua direcção. O castigo para os pecados tinha chegado, gritavam os padres nos altares e as pessoas de boa alma nas ruas.


Segundo reza a lenda, a erupção aconteceu próximo da localidade de Santo António, nas imediações do Pico da Esperança. Foram atiradas pedras incandescentes até grandes alturas e a lava correu vulcão abaixo numa ribeira lenta, muito quente e caudalosa, em direcção ao mar.

Nas aldeias muitas pessoas choravam e rezavam, impotentes, perante a violência da natureza. Outras desorientadas, corriam de um lado para o outro numa tentativa vã de encontrar abrigo. Foi então que um padre franciscano, dotado pela população do epíteto de "o Malagueta", e que tinha o cargo de guardião do convento e dos demais padres seculares, teve a ideia de todos, cheios de fé saírem numa procissão fazendo preces a Deus para que parasse a erupção. Com eles levavam coroa do Espírito Santo de um dos Impérios da Vila das Velas e iam dentro de um quadro formado por varas do Espírito Santo.

Seguiram pelas ruas da localidade de Santo António, cujas casas se encontravam no caminho do rio de lava. Aproximaram-se o mais possível da lava que corria lenta e pastosa, e nesse local atiraram as varas do Espírito Santo para o chão, de forma a que formassem um traçado, um caminho que queriam que a lava tomasse, que a levasse ao mar.

Fizeram-no com tanta fé que pouco depois o rio de lava começou a mudar a sua trajectória, encaminhando-se para o mar, seguindo assim o caminho traçado pelas varas do Espírito Santo. A população ainda chorosa e atónita, estarrecida de medo e admiração, começou a agradecer ao Divino Espírito Santo. Fizeram-Lhe muitas promessas por os ter protegido da lava.


Foi então assim, reza a lenda, que se começaram a fazer outros impérios e a distribuir muitas esmolas aos mais pobres por ocasião das festas do Espírito Santo.




terça-feira, 6 de julho de 2021

O Açoriano que fundou a cidade de Vassouras no Brasil e ancestral da antiga família fluminense Rodrigues Alves Barbosa


Francisco Rodrigues Alves (Açores, 7 de Fevereiro de 1758 — Vassouras, 21 de Julho de 1846) foi um proprietário rural brasileiro, pioneiro do povoamento e um dos fundadores do município fluminense de Vassouras, e ancestral da antiga família fluminense Rodrigues Alves Barbosa.

Filho de Félix Rodrigues Alves e Teresa de Sousa Furtado, nasceu na freguesia de São Pedro da Ponta Delgada, ilha das Flores, Açores, Portugal. Emigrou para o Brasil ainda pequenino e junto de seus pais ficou estabelecido na região de Sacra Família do Tinguá, actualmente parte de município de Engenheiro Paulo de Frontin.

Em 5 de Outubro de 1782, ele e seu sócio Luís Homem de Azevedo receberam uma sesmaria descrita e localizada no "Sertão da Serra de Santana, Mato Dentro por detrás do Morro Azul". Posteriormente estas terras foram conhecidas como Vassouras, em razão de uma vegetação rasteira que era abundante na região.


Foi um dos primeiros que plantou o café no Vale do Rio Paraíba do Sul, pois em 1792 ele já cultivava "uma horta de cafezeiros, os quais produziam o fruto apenas indispensável para o uso da família" conforme o relato colhido em 1852 por Alexandre Joaquim de Siqueira, o primeiro historiador vassourense.


Nessas suas terras surgiu uma pequena povoação a qual foi erigida, pelo decreto de 15 de Janeiro de 1833, em vila de Nossa Senhora da Conceição de Vassouras. Portanto, é considerado o fundador da cidade de Vassouras.

Com sua mulher Antónia Barbosa de Sá, de antiga família carioca, foram pais de cinco filhos e origem de uma grande descendência que incluiu por nascimento ou casamento; os barões de Santa Justa, o barão de Ribeirão, o visconde de Cananéia, o barão de Avelar e Almeida, o barão de Maçambará, o visconde de Ibituruna, o barão de Santa Fé, o barão de Meneses, os políticos Maurício de Lacerda e Carlos Lacerda, o jurista Sebastião Lacerda, o escritor Aureliano Cândido Tavares Bastos, o ministro Raul Fernandes, o médico José Jerônimo de Azevedo Lima, o engenheiro Wilkie Moreira Barbosa  , o cantor Lobão, além de muitos outros.



domingo, 4 de julho de 2021

Solar de Santo António na ilha de São Jorge Açores

 

O Solar de Santo António é um solar português do século XIX localizado no caminho entre a freguesia da Calheta e a freguesia da Ribeira Seca no concelho da Calheta, ilha de São Jorge, Açores.


Apresenta-se como uma construção sólida dotada de excelente cantaria de basalto de cor negra que se podem ver tanto em redor das janelas e das portas, mas também das esquinas.


Sobre a porta principal do solar é possível ler a inscrição: MASS 1822, que será a data de edificação do solar.


Anexa a este solar encontra-se a Ermida de Santo António que foi construída em 1816.



quinta-feira, 1 de julho de 2021

João Inácio de Sousa

 

João Inácio de Sousa  nasceu em Santo Amaro  vila das Velas ilha de São Jorge e faleceu a 28 de Março de 1849  e faleceu em  Bakersfield (Califórnia) a  5 de Abril de 1925  foi um filantropo de origem açoriana.


Emigrante nos Estados Unidos onde fez fortuna, legou a sua enorme fortuna à Santa Casa da Misericórdia de Velas e ao Asilo de Mendicidade de São Jorge, hoje denominado Casa de Repouso João Inácio de Sousa.


Foi erguido um monumento em sua homenagem na praça principal da vila de Velas.