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sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Gervásio Lima

Gervásio da Silva Lima  nasceu  na Praia da Vitória, 26 de Março de 1876 — e faleceu em  Angra do Heroísmo, 24 de Fevereiro de 1945 , mais conhecido por Gervásio Lima, foi um prolífico escritor açoriano com uma obra em prosa e em verso que inclui contos, teatro e ensaios nas áreas da etnografia e da história. No campo da história não foi um investigador preocupado com o rigor científico dos temas tratados, antes escrevendo obras de pendor romântico, reveladoras do seu patriotismo e amor à terra em que nasceu, nas quais deu alma e corpo a heróis terceirenses, transformando-os em verdadeiros mitos populares. A ele se deve a mistificação
em torno das heroínas Brianda Pereira e Violante do Canto e o alpendurar da batalha da Salga em evento de extraordinária heroicidade.
Gervásio Lima perdeu o pai aos 5 meses de idade. Em consequência viu-se forçado a ingressar cedo no mundo do trabalho, empregando-se imediatamente após a conclusão dos estudos primários. Foi assim essencialmente um autodidacta, desenvolvendo desde cedo, e sem frequentar qualquer escola, uma escrita cuidada e erudita e um notável acervo de conhecimentos sobre a historiografia local.

Residiu até 1914 na então vila da Praia da Vitória, ali fundando e dirigindo os periódicos o Cartão (1903), A Primavera (1905), e O Imparcial (1907-1913). Com a publicação destes jornais e com o início da sua produção escrita, foi ganhando notoriedade no meio intelectual da ilha, o que lhe valeu ser contratado para o lugar de ajudante de bibliotecário na Biblioteca Municipal de Angra.

Em consequência, fixou-se em Angra do Heroísmo e iniciou uma carreira de 31 anos de trabalho como bibliotecário adjunto (até 1917) e depois como bibliotecário (de 1917 a 1945), o que lhe permitiu acesso permanente aos arquivos municipais e às obras existentes na Biblioteca Municipal. Naquela biblioteca procedeu à catalogação e ao estudo das mais de 3 000 obras de temática açoriana oferecidas por Mendo Bem, um fundo que serviu de inspiração à sua obra posterior.

Mantendo a sua actividade de publicista, em Angra do Heroísmo, dirigiu os periódicos O Democrata (1914-1920), o ABC (1920) e Cantos & Contos (1935), o que não o coibiu de colaborar noutros periódicos angrenses e de outras localidades. Na sua acção como publicista, utilizou, entre outros, os pseudónimos João Azul, João das Ilhas, João do Outeiro e Tomé da Eira.

Na década de 1920, com o objectivo de facilitar a impressão dos seus periódicos, adquiriu a Tipografia Insulana Editora, sendo contudo obrigado a vendê-la pouco depois.

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