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quarta-feira, 10 de maio de 2017

Violante do Canto


Violante do Canto (Angra, Agosto de 1556 — Lisboa, 17 de Novembro de 1599) foi uma aristocrata açoriana.
Era filha de João da Silva do Canto e de sua esposa, Isabel Correia, neta pelo lado paterno de Pero Anes do Canto, 1º Provedor das Armadas, e de sua esposa, Violante da Silva; e pelo lado materno de Jácome Dias Correia e de Brites (Beatriz) Rodrigues Raposo, da Ilha de São Miguel. Em seu assento de nascimento, lavrado em 1556.
Criada com grande desvelo no seio de uma das mais ricas famílias insulares, sabe-se, pelos testamentos de seus pais, que foi entregue, desde um ano de idade e na casa paterna, à criação e ao ensino de Simoa Monteira, que se acredita ter sido mãe de uma sua meia-irmã. Foi esta ama que a ensinou a ler, escrever, rezar, coser e todos os demais requisitos à formação de uma jovem da sua condição sócio-económica.
Muito jovem e ainda solteira tornou-se herdeira de grande fortuna, resultante da terça de sua mãe, composta por bens móveis e imóveis na ilha de São Miguel. Aos 21 anos de idade, por tutores e curadores, a saber, Aires Jácome Correia (primo) e Gonçalo Vaz de Sousa (padrinho), sucedeu a seu pai na administração de todos os bens e do vínculo instituído por seu avô, Pero Anes do Canto. Esta situação fez dela a mais rica aristocrata açoriana de sua época e um dos mais desejados partidos do arquipélago.

No contexto da crise de sucessão de 1580, distinguiu-se entre os principais apoiantes de António I de Portugal na luta contra Filipe II de Espanha. Recorrendo à sua grande fortuna e prestígio social, financiou o partido Antonino em Angra, proporcionando-lhe os recursos e a credibilidade necessários para o manter dominante na fase mais adversa da resistência angrense à união com a Espanha.
A aura de romantismo e nacionalismo de que a sua figura foi cercada, nomeadamente pelas obras de divulgação historiográfica de Gervásio Lima, transformaram-na em uma das personagens míticas da história dos Açores, personificando a heroína patriota e desinteressada que tudo sacrifica pela independência nacional. Essa imagem mítica de Violante do Canto foi fortemente explorada pela propaganda do Estado Novo, alçando-a a símbolo do portuguesismo açoriano.

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