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sábado, 18 de março de 2017

Luís da Silva Ribeiro foi um dos fundadores do Instituto Histórico da Ilha Terceira


Luís da Silva Ribeiro (Angra do Heroísmo, 4 de Dezembro de 1882 — Angra do Heroísmo, 24 de Fevereiro de 1955) foi um jurista, intelectual e político açoriano que se distinguiu como etnógrafo e animador do movimento cultural que levou à criação do Instituto Histórico da Ilha Terceira e das instituições equivalentes nos restantes antigos distritos dos Açores. Bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra, regressou a Angra do Heroísmo, cidade onde residiu toda a sua vida e onde exerceu diversas cargos administrativos e políticos, pese embora a sua mal-disfarçada oposição ao Estado Novo e a suspeição com que sempre foi visto pelos poderes instalados após o Golpe de 28 de Maio de 1926. É autor de uma extensa obra publicada, compreendendo mais de 180 trabalhos, a maior parte no Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, mas com muitos trabalhos dispersos por periódicos lusófonos. Vitorino Nemésio dedicou-lhe a sua obra Corsário das Ilhas com a seguintes palavras, bem demonstrativas da consideração em que o tinha: "Ao Dr. Luís Ribeiro, alma e consciência da nossa ilha e dos Açores"
Luís da Silva Ribeiro nasceu na freguesia da Sé da cidade de Angra do Heroísmo, na actual Rua do Salinas, filho de João da Rocha Ribeiro e de Emília de Carvalho da Rocha Ribeiro.
Completou os seus estudos primários e liceais na sua cidade natal, partindo depois, com a família, para Coimbra. Naquela cidade, Luís da Silva Ribeiro matriculou-se na Universidade de Coimbra, obtendo o bacharelato em Direito a 20 de Julho de 1907.

Acabado bacharelato, recusou continuar os estudos, regressando a Angra do Heroísmo, cidade onde residiria toda a sua vida e onde exerceu diversas cargos administrativos e políticos, pese embora a sua mal-disfarçada oposição ao Estado Novo e a suspeição com que sempre foi visto pelos poderes instalados após o Golpe de 28 de Maio de 1926.
Iniciou funções como delegado do Procurador da Coroa no Tribunal da Relação dos Açores em 1908. Durante um breve período, de 4 de Julho a 2 de Setembro de 1910, foi Administrador do Concelho e Comissário da Polícia de Angra do Heroísmo.
Após a proclamação da República Portuguesa, por alvará de 19 de Dezembro de 1910 foi nomeado juiz auditor administrativo, iniciando uma carreira administrativa que manteria até atingir os 70 anos, então o limite de idade. Foi sucessivamente conservador do Registo Civil de Angra do Heroísmo, cargo que exerceu de 24 de Março de 1911 a 16 de Dezembro de 1924 e chefe da secretaria da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, cargo que exerceu de 2 de Abril de 1925 a 4 de Dezembro de 1952, dia em que atingiu o limite de idade. Esta sua longa carreira como chefe de secretaria foi contudo interrompida em 1931, ano em que foi demitido do cargo por suspeita de envolvimento na chamada Revolta das Ilhas, de Abril de 1931, o último dos grandes movimentos armados do reviralhismo anti-salazarista. Apesar de António de Oliveira Salazar ter inicialmente recusado rever o processo, por considerar inoportuno e inútil rever factos há tanto tempo ocorridos, acabou por ser readmitido e manteve a sua posição até ao limite de idade. Católico convicto, seria adepto do socialismo não-marxista.
Em 1938 recebeu em sua casa Marcelo Caetano, que então vinha aos Açores com a missão de estudar a reforma do Estatuto dos Distritos Autónomos das Ilhas Adjacentes, tendo a sua posição pró-autonomista sido influente na solução encontrada.
No campo político, foi Presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, de 4 de Janeiro a 24 de Outubro de 1911; Presidente da Junta Geral do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo, de 2 de Janeiro de 1914 a 11 de Maio de 1915 e, novamente, de Janeiro a Julho de 1926; e Governador Civil do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo, nomeado por Decreto de 18 de Janeiro de 1913.

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