quarta-feira, 30 de novembro de 2016
terça-feira, 29 de novembro de 2016
Quem é Terry Costa
Terry Costa nasceu em Oakville, Canadá mas cresceu na ilha do Pico, Açores, onde frequentou o Externato da Madalena por vários anos. Voltou ao Canadá na sua adolescência e frequentou o Liceu Loyola Secondary School. Depois de terminar os cursos profissionais de Teatro no Colégio Sheridan, e a Licenciatura na Universidade de Toronto, iniciou carreira como encenador, produtor e criador de eventos ao vivo desde o teatro, dança, música e eventos especiais como concursos e festivais.
Sua carreira artística começou como actor em mais de 50 peças de teatro. De destaque ficou mais de uma centena de actuações
como Puck (Shakespeare) e mais de duas centenas de actuações como Icarus (a personagem mítica grega) que o levou em digressão pelo território americano.
Costa encenou mais de 30 peças de teatro de originais colectivos a clássicos, assim como grandes espectáculos An Evening of Fado, Circus Musicale, Latin Vox, e Madonna in My Mind (video). A sua própria peça de teatro solo 69 Moments of Life (+info) esteve em digressão por 22 cidades norte americanas. Costa criou o concurso-espectáculo Gay Top Model que foi um fenómeno apresentando quatro temporadas no Canadá, sendo que a primeira edição em Vancouver virou programa televisivo, e a última em 2011 foi apresentada na sala de teatro nobre do River Rock Casino em Richmond.
O seu nome não é apenas referência para produtores e agentes culturais no Canadá que procuram um cheirinho da cultura portuguesa, como ele próprio iniciou protocolos com festivais e apresentou artistas como Sara Tavares, Yamandu Costa, Stockholm Lisboa Project, Sara Marreiros, Quarteto Helena Lavouras, Pe de Cana, Suzana da Cãmara e participou nas primeiras apresentações oficiais no Canadá de Mariza, Seu Jorge, Ana Moura e na última digressão de Cesária Évora, entre muitos outros.
Em 2002, Costa fundou Mirateca Arts que apresentou mais de 700 projectos de entretenimento e cultura no Canadá e EUA. Um dos objectivos de Terry Costa sempre foi de promover artistas portugueses para serem apresentados em espaços por todos os cantos do planeta, enquanto incentiva estrangeiros a visitar Portugal. Assim, sua mudança para as ilhas dos Açores aconteceu como um ponto de mudança a meia-carreira.
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
Tiago Bettencourt é filho de um Açoriano
Tiago de Albergaria Pinheiro Goulart de Bettencourt (Coimbra, Santa Cruz, 16 de Setembro de 1979), é um cantor e compositor português.
Tiago Bettencourt nasceu em Coimbra e, mais tarde, mudou-se para Lisboa. Seu pai, João Amândio Teixeira Goulart de Bettencourt (Velas, Velas, 28 de Dezembro de 1945), nasceu na Ilha de São Jorge, Açores, e é Advogado; sua mãe, Maria José de Vasconcelos de Albergaria Pinheiro (Coimbra, Santo António dos Olivais, 19 de Setembro de 1943), foi professora de Português na Escola Salesiana do Estoril. e é irmã da 3.ª Viscondessa de Degracias. Frequentou com seu irmão João Maria de Albergaria Pinheiro Goulart de Bettencourt (Coimbra, Santa Cruz, 3 de Abril de 1978) o Colégio D. Luísa Sigea no Estoril.
Bettencourt foi o vocalista da banda Toranja. Em 2003, eles lançaram seu álbum de estréia Esquissos, que vendeu mais de 60.000 cópias. No entanto, a banda anunciou um hiato indefinido em 2006.
domingo, 27 de novembro de 2016
Congressista David Valadão é neto duma personalidade muito conhecida em Angra do Heroísmo, o José Grande da Ribeirinha
David Gonçalves Valadão (nascido em 14 de Abril de 1977) é um americano político que tem sido um membro da casa de Estados Unidos de representantes , representando distrito congressional 21 da Califórnia , desde 2013. Antes disso, ele serviu um termo na Assembleia do Estado da Califórnia , representando o distrito de 30º . Ele é membro do Partido Republicano . No Congresso, Valadão ganhou uma reputação como um dos principais defensores da reforma abrangente da imigração do Partido Republicano
Valadão nasceu e cresceu em Hanford, Califórnia . Seus pais são portugueses imigrantes. O pai do novo congressista é das Fontinhas e a mãe da Ribeirinha, freguesias da ilha Terceira.
David Valadão é neto duma personalidade muito conhecida em Angra do Heroísmo, o José Grande da Ribeirinha - José Gonçalves Margarida -, assim chamado pela sua grande altura.
Ele formou se em Hanford High School de , em 1995, e frequentou o Colégio das Sequoias em Visalia . Ele atualmente serve como o sócio-gerente da Valadão
Dairy, que ele possui com seus irmãos. Ele também foi membro do Conselho California Milk Consultivo , Western States Dairy Trade Association, e Presidente do Conselho Regional de Liderança para Land O 'Lakes .
Valadão nasceu e cresceu em Hanford, Califórnia . Seus pais são portugueses imigrantes. O pai do novo congressista é das Fontinhas e a mãe da Ribeirinha, freguesias da ilha Terceira.
David Valadão é neto duma personalidade muito conhecida em Angra do Heroísmo, o José Grande da Ribeirinha - José Gonçalves Margarida -, assim chamado pela sua grande altura.
Ele formou se em Hanford High School de , em 1995, e frequentou o Colégio das Sequoias em Visalia . Ele atualmente serve como o sócio-gerente da Valadão
Dairy, que ele possui com seus irmãos. Ele também foi membro do Conselho California Milk Consultivo , Western States Dairy Trade Association, e Presidente do Conselho Regional de Liderança para Land O 'Lakes .
sábado, 26 de novembro de 2016
Pete Souza fotografo oficial da Casa Branca
Pete Souza nasceu no dia 31 de Dezembro de 1954, em New Bedford, Massachusetts - EUA. É de descendência açoriana. Os seus avós são oriundos da ilha de S. Miguel – Açores.
Tirou um bacharelato em Comunicação Pública, na Boston University, e um mestrado em Jornalismo e Comunicação, na Kansas State University.
É professor assistente de foto jornalismo na Ohio University´s School of Communication Visual, encontrando-se de licença por tempo indeterminado.
Acumula uma experiência invejável a qualquer fotojornalista. Foi fotógrafo oficial do ex-presidente Ronald Reagan e, desde 2005, trabalha para Barack Obama, actual presidente dos Estados Unidos da América, na qualidade de fotógrafo oficial e director do Gabinete de Fotografia da Casa Branca.
Trabalhou ainda para as revistas "National Geographic" e "Life" e para o jornal "Chicago Tribune". Após os atentados de 11 de Setembro, foi um dos primeiros fotógrafos a chegar a Cabul para registar a guerra no Afeganistão.
Publicou vários livros, destacando-se o “The Rise Of Barack Obama”, que esteve na lista dos bestsellers do New York Times, e ganhou vários prémios de fotojornalismo, nomeadamente, “Pictures of the Year Annual Competition”, “The NPPA's Best of Photojournalism”, e “White House News Photographers Association's”.
Fez exposições individuais das suas fotografias, bem como colectivas
no Arquivo Nacional, Museu Smithsonian de História Americana, Corcoran Gallery of Art, o Newseum, e a 92ª. Rua Y, na cidade de Nova Iorque.
Tirou um bacharelato em Comunicação Pública, na Boston University, e um mestrado em Jornalismo e Comunicação, na Kansas State University.
É professor assistente de foto jornalismo na Ohio University´s School of Communication Visual, encontrando-se de licença por tempo indeterminado.
Acumula uma experiência invejável a qualquer fotojornalista. Foi fotógrafo oficial do ex-presidente Ronald Reagan e, desde 2005, trabalha para Barack Obama, actual presidente dos Estados Unidos da América, na qualidade de fotógrafo oficial e director do Gabinete de Fotografia da Casa Branca.
Trabalhou ainda para as revistas "National Geographic" e "Life" e para o jornal "Chicago Tribune". Após os atentados de 11 de Setembro, foi um dos primeiros fotógrafos a chegar a Cabul para registar a guerra no Afeganistão.
Publicou vários livros, destacando-se o “The Rise Of Barack Obama”, que esteve na lista dos bestsellers do New York Times, e ganhou vários prémios de fotojornalismo, nomeadamente, “Pictures of the Year Annual Competition”, “The NPPA's Best of Photojournalism”, e “White House News Photographers Association's”.
Fez exposições individuais das suas fotografias, bem como colectivas
no Arquivo Nacional, Museu Smithsonian de História Americana, Corcoran Gallery of Art, o Newseum, e a 92ª. Rua Y, na cidade de Nova Iorque.
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
Susana Campos oriunda de famílias da ilha de São Miguel Açores
Susana Campos, oriunda de famílias de S.
Miguel, é docente da Harvard Medical School.
Tirou o seu MD na Georgetown University.Entre 1995/1998 foi bolseira, na área de hemato-oncologia, no hospital de Brigham,em Boston. Em 2000, recebeu o MPH da Universidade de Medicina de Harvard. É investigadora no Dana-Farber Institute, Massachusetts, e colabora com a sociedade de médicos oncologistas, na rede nacional de cancro ginecológico e neoplasia mamária. É credenciada em medicina interna, oncologia e hematologia e integra equipas internacionais de investigação.
Miguel, é docente da Harvard Medical School.
Tirou o seu MD na Georgetown University.Entre 1995/1998 foi bolseira, na área de hemato-oncologia, no hospital de Brigham,em Boston. Em 2000, recebeu o MPH da Universidade de Medicina de Harvard. É investigadora no Dana-Farber Institute, Massachusetts, e colabora com a sociedade de médicos oncologistas, na rede nacional de cancro ginecológico e neoplasia mamária. É credenciada em medicina interna, oncologia e hematologia e integra equipas internacionais de investigação.
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
Maria Teresa Paiva Weed
Neta de emigrantes oriundos da ilha de S. Miguel – Açores, Maria Teresa Paiva- Weed nasceu a 5 de Novembro de 1959, na cidade de Newport, no Estado de Rhode Island – EUA.
Frequentou o Rogers High School em Newport e obteve o bacharelato em artes no Providence College, em Providence. Na Catholic University Law School, em Washington DC, licenciou-se em direito.Exerceu a sua actividade no escritório de advogados “Moore, Virgadamo & Lynch Ltd”, até ao ano de 2009.
Foi eleita, pela primeira vez, para o Senado de Rhode Island em Janeiro de 1992, um dos estados norte americanos com maior presença de portugueses.
Em 2009, entrou para a história política daquele estado, por ter sido a primeira mulher a presidir ao Senado local, representando o Distrito 13, que compreende as cidades de Jamestown e Newport, a parte mais turística de RI. Já em 2004, fez história por ser a primeira mulher a liderar a maioria naquele organismo legislativo.
Foi a primeira mulher a ocupar o cargo de Presidente da Comissão do Poder Judiciário - 1997/2000. A sua acção foi fundamental na aprovação da legislação para a selecção dos juízes, através de um processo de mérito.
De 2000 a 2002, foi Vice-Presidente da Subcomissão das Finanças para a Segurança Pública e o Ambiente e, entre 2002 e 2004, foi Vice-Presidente da Comissão de Finanças, envolvendo-se em sensíveis negociações do orçamento do Estado e alteração de legislação vária, nomeadamente, o ato de Independência da Família e a legislação e reestruturação dos Fundos de Compensação da vítima.
Anteriormente à sua eleição para o Senado, foi presidente da Comissão de Habitação, em Newport.
É membro do Comité do Partido Democrata da cidade de Newport desde 1988.
A partir do segundo mandato, integrou a Comissão sobre a Selecção Judicial do Senado, a Comissão de Derrames de Óleo do Senado, a Comissão de Investimentos de Rhode Island, a “Blue Ribbon Task Force”, de RI, a Comissão Judicial de Mandatos e Disciplina de RI, a Comissão Examinatória, que foi criada para avaliar o Tribunal de Julgamento Administrativo, a Comissão de Justiça Juvenil do Governador e a Comissão Seleccionadora do Senado sobre Agências “Quasi” Públicas.
Como Presidente do Senado foi reconhecida pelo Conselho do Governador sobre Deficiências, Conselho do Governador sobre o Turismo, a Associação Nacional de Trabalhadores Sociais, o Centro Para a Política e Advocacia Latino-Americanos, a Associação Nacional Para o Avanço das Pessoas de Cor (NACCP) do Newport County, United Way, Conselho da Comunidade Mental e Centros de Saúde de Rhode Island, o Embaixador do Turismo e Hospitalidade de Rhode Island, o Club de Mulheres Profissionais e de Negócios de Jamestown e Newport.
Em Junho de 2011, foi condecorada pelo Presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva, com o Grau de Comendador da Ordem de Mérito.
Residente em Newport, foi reeleita a 6 de Novembro
de 2012, para Presidente do Senado.
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
O Herói da fronteira de Wyoming nasceu na ilha do Pico Açores
John Phillips – também conhecido por Portuguese Phillips ou ainda, de acordo com a oralidade da época, Portugee Phillips – nasceu no lugar de Terras, Lajes do Pico, a 28 de Abril de 1832, com o nome de Manuel Filipe Cardoso.
No livro "The John ‘Portugee’ Phillips Legends", o investigador norte-americano Robert A. Murray dá uma ideia da dimensão a que chegou a sua "canonização pagã": "À medida em que o processo de ficcionalização continuou, Phillips transcendeu o carácter de pioneiro determinado e atingiu a mesma categoria mítica, impossível, a que os escritores guindaram Daniel Boone, David Crockett, Kit Carson ou muitas outras figuras da fronteira."
Batalha de Fetterman (21.12.1866)
John Phillips, um simples guia ao serviço do exército sediado no recém-estabelecido Fort Phil Kearny, no então Território do Dakota (hoje no Nebraska), realizou um único grande feito na vida, mas foi o suficiente para a sua lenda durar até aos dias de hoje.
Ainda hoje não se sabe com total precisão o que é realidade e o que é mito. Mas, de noite, sob um forte nevão e perante temperaturas abaixo de zero, Phillips terá cavalgado na companhia de Daniel Dixon cerca de 190 milhas (300 quilómetros) ao longo do Trilho de Bozeman até Horseshoe Station, aí chegando na manhã de Natal.
Expediu um telegrama para Fort Laramie, em Horse Creek (Wyoming), a pedir ajuda, e, como se não bastasse, descansou algumas horas e dirigiu-se ele próprio para o forte, ao longo de mais 40 milhas (65 quilómetros), para certificar-se que era enviado socorro para o Fort Phil Kearny. Com isso, salvou a vida de mais de 90 pessoas. O seu cavalo, hoje mítico, chamava-se Dandy.
No livro "The John ‘Portugee’ Phillips Legends", o investigador norte-americano Robert A. Murray dá uma ideia da dimensão a que chegou a sua "canonização pagã": "À medida em que o processo de ficcionalização continuou, Phillips transcendeu o carácter de pioneiro determinado e atingiu a mesma categoria mítica, impossível, a que os escritores guindaram Daniel Boone, David Crockett, Kit Carson ou muitas outras figuras da fronteira."
Batalha de Fetterman (21.12.1866)
John Phillips, um simples guia ao serviço do exército sediado no recém-estabelecido Fort Phil Kearny, no então Território do Dakota (hoje no Nebraska), realizou um único grande feito na vida, mas foi o suficiente para a sua lenda durar até aos dias de hoje.
Ainda hoje não se sabe com total precisão o que é realidade e o que é mito. Mas, de noite, sob um forte nevão e perante temperaturas abaixo de zero, Phillips terá cavalgado na companhia de Daniel Dixon cerca de 190 milhas (300 quilómetros) ao longo do Trilho de Bozeman até Horseshoe Station, aí chegando na manhã de Natal.
Expediu um telegrama para Fort Laramie, em Horse Creek (Wyoming), a pedir ajuda, e, como se não bastasse, descansou algumas horas e dirigiu-se ele próprio para o forte, ao longo de mais 40 milhas (65 quilómetros), para certificar-se que era enviado socorro para o Fort Phil Kearny. Com isso, salvou a vida de mais de 90 pessoas. O seu cavalo, hoje mítico, chamava-se Dandy.
terça-feira, 22 de novembro de 2016
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
O primeiro registo conhecido da realização de uma tourada à corda na ilha Terceira data de 1622
O primeiro registo conhecido da realização de uma tourada à corda data de 1622, ano em que a Câmara de Angra organizou um daqueles eventos, enquadrado nas celebrações da canonização de São Francisco Xavier e de Santo Inácio de Loiola. Contudo, presume-se que as corridas de touros à corda nos folguedos populares já ocorressem há muito, o que justifica a inclusão daquele evento numa festividade oficial.
Tourada à corda, toirada à corda ou corrida de touros à corda, é um divertimento tauromáquico tradicional nos Açores, com particular expressão na ilha Terceira, acreditando-se ser a mais antiga tradição de folguedo popular do arquipélago.
A modalidade tauromáquica é específica dos Açores e caracteriza-se pela corrida de 4 touros adultos da raça brava da ilha Terceira ao longo de um arraial montado numa rua ou estrada, num percurso máximo que regra geral é de 500 m. O animal é controlado por uma corda atada ao seu pescoço (daí a designação do tipo de tourada) e segura por 6 homens (os pastores) que conduzem a lide e impedem a sua saída para além do troço de via estipulado. A lide é conduzida por membros do público, em geral rapazes, embora seja admissível a presença de capinhas contratados. Após a lide, os animais são devolvidos às pastagens sendo repetidamente utilizados, embora com um período de descanso mínimo de 8 dias.
A realização de corridas de touros à corda foi adquirindo ao longo dos tempos um conjunto de características, fixadas por normas e regras de cariz popular que hoje se encontram legalmente codificadas. Aquelas normas estabelecem os procedimentos de saúde e bem-estar animal a seguir em relação aos touros, os sinais correspondentes aos limites do arraial (riscos no chão), os sinais a utilizar na largada e recolha do touro (foguetes). Para protecção dos espectadores os touros não estão "em pontas", isto é, têm sempre a ponta dos chifres cobertas por algo que proporcione a protecção do espectador, as regras a seguir na armação dos palanques e na protecção dos espectadores e ainda a actuação dos capinhas (toureiros improvisados que executam sortes recorrendo a um guarda-sol, uma varinha, um bordão enconteirado ou uma samarra).
Tourada à corda, toirada à corda ou corrida de touros à corda, é um divertimento tauromáquico tradicional nos Açores, com particular expressão na ilha Terceira, acreditando-se ser a mais antiga tradição de folguedo popular do arquipélago.
A modalidade tauromáquica é específica dos Açores e caracteriza-se pela corrida de 4 touros adultos da raça brava da ilha Terceira ao longo de um arraial montado numa rua ou estrada, num percurso máximo que regra geral é de 500 m. O animal é controlado por uma corda atada ao seu pescoço (daí a designação do tipo de tourada) e segura por 6 homens (os pastores) que conduzem a lide e impedem a sua saída para além do troço de via estipulado. A lide é conduzida por membros do público, em geral rapazes, embora seja admissível a presença de capinhas contratados. Após a lide, os animais são devolvidos às pastagens sendo repetidamente utilizados, embora com um período de descanso mínimo de 8 dias.
A realização de corridas de touros à corda foi adquirindo ao longo dos tempos um conjunto de características, fixadas por normas e regras de cariz popular que hoje se encontram legalmente codificadas. Aquelas normas estabelecem os procedimentos de saúde e bem-estar animal a seguir em relação aos touros, os sinais correspondentes aos limites do arraial (riscos no chão), os sinais a utilizar na largada e recolha do touro (foguetes). Para protecção dos espectadores os touros não estão "em pontas", isto é, têm sempre a ponta dos chifres cobertas por algo que proporcione a protecção do espectador, as regras a seguir na armação dos palanques e na protecção dos espectadores e ainda a actuação dos capinhas (toureiros improvisados que executam sortes recorrendo a um guarda-sol, uma varinha, um bordão enconteirado ou uma samarra).
domingo, 20 de novembro de 2016
António Frias empresário da ilha de Santa Maria Açores
António Frias nasceu há 65 anos em Santa Maria, Açores.
Originário da ilha de Santa Maria, Frias chegou aos Estados Unidos em 1955 e começou por trabalhar numa fábrica de sapatos, numa padaria e na construção civil.
Dez anos depois, em 1965, criou a própria empresa, com apenas três funcionários, que começaram por construir passeios, sobrados de casas e valetas de cimento.
Hoje está envolvido em cerca de 60 obras nos estados de Massachusetts, New Hampshire, Connecticut e Rhode Island, destacando-se esta nova torre pela dimensão e desafio.
Num processo que envolve 500 trabalhadores, a torre está a crescer dois andares por semana.
"Nunca ninguém na cidade fez algo assim de forma tão rápida", disse o presidente da empresa responsável pelo consórcio, Angus Leary.
Ao contrário de outros prédios em que toda a estrutura é feita em ferro, nesta torre é o cimento de António Frias, transportado em canos dezenas de metros desde o solo, que forma a estrutura.
Ainda com o cimento fresco, são introduzidas vergas de ferro e feitos cerca de 500 furos e fossos onde mais tarde são instalados a água, luz, gás e outros.
Os trabalhadores da S&F Concrete usam tecnologia de ponta, com GPS, para ter a certeza de que cada perfuração é feita no local exacto.
Nas últimas décadas, a empresa de Frias esteve envolvida, por exemplo, na construção do pavilhão dos Celtics, dos Patriots e dezenas de centros comerciais, escolas, hotéis e prédios residenciais.
Em 2011, António Frias recebeu o prémio de empreendedorismo da COTEC.
Originário da ilha de Santa Maria, Frias chegou aos Estados Unidos em 1955 e começou por trabalhar numa fábrica de sapatos, numa padaria e na construção civil.
Dez anos depois, em 1965, criou a própria empresa, com apenas três funcionários, que começaram por construir passeios, sobrados de casas e valetas de cimento.
Hoje está envolvido em cerca de 60 obras nos estados de Massachusetts, New Hampshire, Connecticut e Rhode Island, destacando-se esta nova torre pela dimensão e desafio.
Num processo que envolve 500 trabalhadores, a torre está a crescer dois andares por semana.
"Nunca ninguém na cidade fez algo assim de forma tão rápida", disse o presidente da empresa responsável pelo consórcio, Angus Leary.
Ao contrário de outros prédios em que toda a estrutura é feita em ferro, nesta torre é o cimento de António Frias, transportado em canos dezenas de metros desde o solo, que forma a estrutura.
Ainda com o cimento fresco, são introduzidas vergas de ferro e feitos cerca de 500 furos e fossos onde mais tarde são instalados a água, luz, gás e outros.
Os trabalhadores da S&F Concrete usam tecnologia de ponta, com GPS, para ter a certeza de que cada perfuração é feita no local exacto.
Nas últimas décadas, a empresa de Frias esteve envolvida, por exemplo, na construção do pavilhão dos Celtics, dos Patriots e dezenas de centros comerciais, escolas, hotéis e prédios residenciais.
Em 2011, António Frias recebeu o prémio de empreendedorismo da COTEC.
sexta-feira, 18 de novembro de 2016
Nomes de alguns Judeus que fugiram dos Açores para o Brasil
Eram numerosos os cristãos-novos portugueses que se movimentavam da Metrópole para as colónias, mercadejando ou simplesmente imigrando para lugares mais seguros para as suas famílias, e as ilhas atlânticas não foram exceções. Os judeus portugueses estiveram, como já disseram alguns historiadores, em todos os poros da colonização portuguesa. Eu diria que eles trilharam por todos os cantos do planeta, e ainda hoje são encontrados seus vestígios nos mais distantes ou diferentes países. Sem contar as colónias do Caribe, as Índias de Castela, a América do Norte e as colónias africanas. Os próprios judeus açorianos estão presentes em todo lado.
Vem para o Brasil no final do século XVII o cristão-novo Pedro Fernandes de Mello, comerciante da Ilha de São Miguel. Com o perdão de 1605, muitos se aproveitam para saírem de Portugal, indo muitos para a Holanda. Entretanto em 16l8, chega à Ilha Terceira um barco com 40 judeus portugueses provenientes da Holanda, entre eles António Rodrigues Pardo. De São Miguel, chega ao Rio de Janeiro o mercador judeu Manuel Homem de Carvalho, da família Homem de Almeida que teve como mártir em Coimbra o Dr. António Homem, líder religioso dos judaizantes. Manuel confessou ter retornado ao Judaísmo na Holanda onde havia estado.
Um pouco antes de 1600, vêm para a Bahia os cristãos-novos terceirenses António Rodrigues Pardo e Pero Garcia. Em 1592, o Pe. Jerônimo Teixeira Cabral, comissário da Inquisição nos Açores, denuncia a infiltração de cristãos-novos na Igreja como clérigos. Muitos partidários de D. António Prior do Crato, pretendente ao trono português, e de etnia hebraica, são expulsos da Ilha por Felipe II da Espanha, então detentor das duas coroas Ibéricas, que fugiram para os Países Baixos e para o Brasil. Entre eles, Manuel Serrão Botelho, que chega ao Brasil logo após 1582. Um contratador dos Açores foi o cristão-novo Miguel Gomes Bravo, natural do Porto que nomeou como arrendatário o cristão-novo Francisco Bocarro.
Miguel veio para o Brasil em 1585, e em 16l0 vai morar no Rio de Janeiro. Era casado com Isabel Pedrosa de Gouveia, tendo grande descendência. Álvaro Fernandes Teixeira, natural da Ilha Terceira, cristão-novo casado com Maria de Azevedo, filha do cristão-novo Diogo Cristóvão, do Porto, e seus parentes vieram residir no Rio de Janeiro no século XVII. Da ilha de São Miguel, vem residir na mesma cidade o cristão-novo Pedro Fernandes de Mello, casado com a congénere Ana Garcia de origem espanhola. Diogo Teixeira de Azevedo, cristão-novo nascido no Rio de Janeiro e filho do casal da Ilha Terceira, Álvaro Fernandes Teixeira e Maria de Azevedo, foi preso pela Inquisição e saiu em Auto-de-Fé em Lisboa em 5 de Abril
de 1620, condenado a hábito penitencial e cárcere a arbítrio terminou solto em junho daquele mesmo ano .
Vem para o Brasil no final do século XVII o cristão-novo Pedro Fernandes de Mello, comerciante da Ilha de São Miguel. Com o perdão de 1605, muitos se aproveitam para saírem de Portugal, indo muitos para a Holanda. Entretanto em 16l8, chega à Ilha Terceira um barco com 40 judeus portugueses provenientes da Holanda, entre eles António Rodrigues Pardo. De São Miguel, chega ao Rio de Janeiro o mercador judeu Manuel Homem de Carvalho, da família Homem de Almeida que teve como mártir em Coimbra o Dr. António Homem, líder religioso dos judaizantes. Manuel confessou ter retornado ao Judaísmo na Holanda onde havia estado.
Um pouco antes de 1600, vêm para a Bahia os cristãos-novos terceirenses António Rodrigues Pardo e Pero Garcia. Em 1592, o Pe. Jerônimo Teixeira Cabral, comissário da Inquisição nos Açores, denuncia a infiltração de cristãos-novos na Igreja como clérigos. Muitos partidários de D. António Prior do Crato, pretendente ao trono português, e de etnia hebraica, são expulsos da Ilha por Felipe II da Espanha, então detentor das duas coroas Ibéricas, que fugiram para os Países Baixos e para o Brasil. Entre eles, Manuel Serrão Botelho, que chega ao Brasil logo após 1582. Um contratador dos Açores foi o cristão-novo Miguel Gomes Bravo, natural do Porto que nomeou como arrendatário o cristão-novo Francisco Bocarro.
Miguel veio para o Brasil em 1585, e em 16l0 vai morar no Rio de Janeiro. Era casado com Isabel Pedrosa de Gouveia, tendo grande descendência. Álvaro Fernandes Teixeira, natural da Ilha Terceira, cristão-novo casado com Maria de Azevedo, filha do cristão-novo Diogo Cristóvão, do Porto, e seus parentes vieram residir no Rio de Janeiro no século XVII. Da ilha de São Miguel, vem residir na mesma cidade o cristão-novo Pedro Fernandes de Mello, casado com a congénere Ana Garcia de origem espanhola. Diogo Teixeira de Azevedo, cristão-novo nascido no Rio de Janeiro e filho do casal da Ilha Terceira, Álvaro Fernandes Teixeira e Maria de Azevedo, foi preso pela Inquisição e saiu em Auto-de-Fé em Lisboa em 5 de Abril
de 1620, condenado a hábito penitencial e cárcere a arbítrio terminou solto em junho daquele mesmo ano .
quinta-feira, 17 de novembro de 2016
Desta Igreja na Urzelina ilha de São Jorge Açores só sobrou a torre
Um dos acontecimentos mais marcantes para a história da Urzelina aconteceu no dia 1 de Maio de 1808 a quando de uma erupção vulcânica de grandes dimensões que destruiu grande parte da povoação e causou o medo e o pânico entre as suas gentes, este acontecimento que ficou conhecida pelo Vulcão da Urzelina, casou grandes estragos por toda a ilha e provocou grande fome entre as populações.
Da igreja que na altura a localidade possuía, aos nossos dias só chegou a torre da mesma, encastrada na rocha basáltica do mistério então formado, todo o resto do edifício ficou soterrado pelos materiais vulcânicos. O actual templo paroquial foi construído em 1822. A torre da antiga igreja paroquial ainda se encontra visível.
A actual freguesia da Urzelina foi lugar da freguesia das Manadas que foi elevado a paróquia por volta de 1647, localiza-se a dez quilómetros da vila das Velas e a 6 do Aeródromo de São Jorge. É uma freguesia bastante antiga dado que foi fundada em no século XV, data da chegada dos primeiros povoadores ao local.
situa-se na costa voltada ao sul, oferecendo uma vista sobre a Ilha do Pico a 15 quilómetros de distância e da Ilha do Faial logo a seguir.
Foi edificada junto à costa, em terreno baixo, mesmo no sopé das montanhas centrais da ilha de São Jorge, encontra-se repleta de verde desde a orla costeira até ao cimo das serras.
É possuidora de pomares de laranja, famosos vinhedos e de um dos melhores portos de São Jorge.
Como referido o nome Urzelina é de origem botânica e no início da sua fundação chamava-se Urzelinha. Este nome, derivado da planta tintureira Urzela, planta que no passado foi muito exportada para a Flandres e para Inglaterra.
Da igreja que na altura a localidade possuía, aos nossos dias só chegou a torre da mesma, encastrada na rocha basáltica do mistério então formado, todo o resto do edifício ficou soterrado pelos materiais vulcânicos. O actual templo paroquial foi construído em 1822. A torre da antiga igreja paroquial ainda se encontra visível.
A actual freguesia da Urzelina foi lugar da freguesia das Manadas que foi elevado a paróquia por volta de 1647, localiza-se a dez quilómetros da vila das Velas e a 6 do Aeródromo de São Jorge. É uma freguesia bastante antiga dado que foi fundada em no século XV, data da chegada dos primeiros povoadores ao local.
situa-se na costa voltada ao sul, oferecendo uma vista sobre a Ilha do Pico a 15 quilómetros de distância e da Ilha do Faial logo a seguir.
Foi edificada junto à costa, em terreno baixo, mesmo no sopé das montanhas centrais da ilha de São Jorge, encontra-se repleta de verde desde a orla costeira até ao cimo das serras.
É possuidora de pomares de laranja, famosos vinhedos e de um dos melhores portos de São Jorge.
Como referido o nome Urzelina é de origem botânica e no início da sua fundação chamava-se Urzelinha. Este nome, derivado da planta tintureira Urzela, planta que no passado foi muito exportada para a Flandres e para Inglaterra.
quarta-feira, 16 de novembro de 2016
Quem foi João Vaz Corte- Real
João Vaz Corte-Real (c. 1420 em Faro † 1496 em Angra do Heroísmo) era um navegador português do século XV ligado ao descobrimento da Terra Nova. Foi enviado em 1473 do rei Afonso de Portugal a Dinamarca, para participar numa expedição, encabeçada do navegador alemão Didrik Pining, para estabelecer e renovar antigas ligações da Dinamarca com Gronelândia. Corte-Real organizou ainda outras viagens que o terão levado até à costa da América do Norte, explorando desde as margens do Rio Hudson e São Lourenço até ao Canadá e Península do Labrador.
Se for verdade, Corte-Real teria desembarcado cerca de dezanove anos antes de Colombo nas costas da América do Norte.
Em 1474 foi nomeado capitão-donatário de Angra e a partir de 1483, também da Ilha de S. Jorge. Os seus três filhos, todos navegadores audaciosos, Gaspar Corte-Real, Miguel Corte-Real e Vasco Anes Corte-Real, continuaram o espírito de aventura de seu pai tendo os dois primeiros desaparecido depois de expedições marítimas, em 1501 e 1502 respectivamente. Vasco Anes quis ir em busca de seus irmãos mas o Rei não lhe concedeu autorização, tendo sucedido a seu pai como Capitão-Donatário.
À volta de 1418 o Infante D. Henrique deu vida e alento ao grande desejo dos Portugueses de procurarem fama e fortuna, descobrindo terras novas num mundo que era então vasta mente
desconhecido.
As outras nações, que mais tarde competiram com os portugueses na colonização, encontravam-se por essa altura ocupadas com graves problemas internos. Tomando vantagem dessa distracção, e em grande segredo, um enorme esforço foi desenvolvido que resultou na descoberta da maioria das terras do mundo pelos navegadores portugueses.
Por causa desse grande segredo necessário nessa altura, hoje a História tem lacunas, que muitos pesquisadores procuram diligentemente preencher. Umas destas é: Quem foi o primeiro Navegador a descobrir o Canadá? E a América?
Hoje aceita-se que João Vaz Corte-Real possa ser considerado como um dos primeiros europeus que chegou à costa Americana, pelo menos, mais de dezanove anos antes de Cristóvão Colombo.
Se for verdade, Corte-Real teria desembarcado cerca de dezanove anos antes de Colombo nas costas da América do Norte.
Em 1474 foi nomeado capitão-donatário de Angra e a partir de 1483, também da Ilha de S. Jorge. Os seus três filhos, todos navegadores audaciosos, Gaspar Corte-Real, Miguel Corte-Real e Vasco Anes Corte-Real, continuaram o espírito de aventura de seu pai tendo os dois primeiros desaparecido depois de expedições marítimas, em 1501 e 1502 respectivamente. Vasco Anes quis ir em busca de seus irmãos mas o Rei não lhe concedeu autorização, tendo sucedido a seu pai como Capitão-Donatário.
À volta de 1418 o Infante D. Henrique deu vida e alento ao grande desejo dos Portugueses de procurarem fama e fortuna, descobrindo terras novas num mundo que era então vasta mente
desconhecido.
As outras nações, que mais tarde competiram com os portugueses na colonização, encontravam-se por essa altura ocupadas com graves problemas internos. Tomando vantagem dessa distracção, e em grande segredo, um enorme esforço foi desenvolvido que resultou na descoberta da maioria das terras do mundo pelos navegadores portugueses.
Por causa desse grande segredo necessário nessa altura, hoje a História tem lacunas, que muitos pesquisadores procuram diligentemente preencher. Umas destas é: Quem foi o primeiro Navegador a descobrir o Canadá? E a América?
Hoje aceita-se que João Vaz Corte-Real possa ser considerado como um dos primeiros europeus que chegou à costa Americana, pelo menos, mais de dezanove anos antes de Cristóvão Colombo.
terça-feira, 15 de novembro de 2016
domingo, 13 de novembro de 2016
A Casa do Castelhano ou Casa do Espanhol na ilha Terceira Açores
A Casa do Castelhano ou Casa do Espanhol como também é conhecida é uma casa histórica portuguesa que foi edificada junto ao mar no local denominado Caldeira das Lajes, freguesia das Lajes, concelho da Praia da Vitória, nos princípios do Século XVI. Faz parte da Lista de património edificado nos Açores e da Lista dos imóveis classificados no concelho da Praia da Vitória por Resolução nº 140/2001, de 4 de Outubro do Governo Regional dos Açores.
Trata-se de um edifício único pelas suas características especificas a nível dos sistemas construtivos tendo em atenção a data da sua edificação e também pela própria paisagem ambiente que o envolve. Trata-se de uma casa ensolarada, nobre, construída com belas cantarias de grande porte, edificada sobre colunas e arcos no piso térreo, denunciando uma arquitectura e gosto mourisco.
Na parte da frente da casa eleva-se uma escadaria em pedra basáltica de boa qualidade que dá acesso a uma varanda aberta e sustentada por uma galeria formada por arcos de volta perfeita dispostos em duas direcções. A ela liga-se o corpo do edifício de planta quadrada com dois alinhamentos de quatro arcos cada um, dispostos em cruz. Esta varanda estende-se ao longo de todo o andar superior dando assim aceso à parte nobre da moradia.
É esta casa ainda detentora de uma cisterna e de um forno de grande dimensão para cosedura de pão, que além dessa função era no mundo rural utilizado para a secagem de cereais, particularmente de milho. Sendo que um forno e uma cisterna eram considerados indispensáveis numa habitação do mundo rural do Século XVII.
A forma, dimensão e apresentação dos arcos dá-nos uma espessura das paredes, de um côvado (0,66 m), e são semelhantes aos de restantes elementos estruturais dessa época, existentes na cidade de Angra do Heroísmo a mais de 25 quilometros de distância.
A simetria e volumétrica longitudinal só é quebrada pela presença do maciço forno que se encontra agregado à cozinha de cunho quase medieval.
No andar superior a varanda é larga e dá acesso a dois de quatro compartimentos, todos iguais e dispostos em cruz com chão em estrutura de madeira com traves apoiadas em cachorros. Os tectos são em caixotão.
O trabalho aplicado às cantarias, vãos, cimalhas e restantes elementos estruturais são determinantes para fixar a época da construção no Século XVII.
Os vãos interiores apresentam-se com vergas de pedra, ligeiramente sutadas e arredondadas na concordância com as ombreiras, tendo um rasgo em bico em toda a espessura, a meio vão, que constitui um remanescente decorativo dos bicos dos arcos em querena, comuns no estilo gótico. Estas peças de arquitectura são iguais a outras peças que se encontram no Solar do Provedor das Armadas.
Outros dos vãos são sutados nas esquinas das ombreiras, os cachorros de apoio das traves e a consola dupla em gomo que sustenta a soleira do lar do forno, são dispositivos construtivos comuns nas raras obras sobreviventes executadas anteriormente ao Século XVIII.
As particularidades estruturais mais relevantes mostram-se em projecção isométrica aplicada na escala de 1:100.
Sendo que ainda existem peças raras actualmente, como são o caso de um o talhão da água, uma maçaria de pedra, um canal de despejo, o forno na cozinha e a moenda manual. Sendo que é também de grande importância não apenas decorativas mas de raridade arquitectónica os tectos de caixotão das copeiras e dos pavimentos tradicionais.
Foi esta casa detentora de uma capela dedicada a Nossa Senhora da Luz de que só restam vestígios não se sabendo qual a razão do seu desaparecimento sendo que a casa resistiu a dois grandes terramotos ocorridos nos anos de 1841 e 1980.
Esta casa foi moradia do Capitão Pedro de Mendonça que foi o comandante de uma companhia militar na então ainda Vila da Praia e actual cidade da Praia da Vitória durante as lutas da Restauração de 1641.
Estas informações chegaram ao presente graças ao historiador ao açoriano Francisco Ferreira Drumond que nos seus escritos "Apontamentos para a História dos Açores" nos relata da seguinte forma: "Há nesta freguesia vinhas plantadas em biscoito (terra queimada) que veio do interior da ilha, sendo o melhor vinho do sítio chamado a Caldeira junto ao mar, onde está um antiquíssimo edifício ou casa nobre estribada sobre colunas e arcos, demonstrando uma arquitectura e gosto mourisco; parece que foi habitação do capitão Pedro de Mendonça, reedificada à custa de bens da instituição de seu neto o rico padre Mateus de Mendonça que hoje se acham no domínio da fazenda nacional. Ali mesmo se observam ainda vestígios da pequena capela de Nossa Senhora da Luz."
Trata-se de um edifício único pelas suas características especificas a nível dos sistemas construtivos tendo em atenção a data da sua edificação e também pela própria paisagem ambiente que o envolve. Trata-se de uma casa ensolarada, nobre, construída com belas cantarias de grande porte, edificada sobre colunas e arcos no piso térreo, denunciando uma arquitectura e gosto mourisco.
Na parte da frente da casa eleva-se uma escadaria em pedra basáltica de boa qualidade que dá acesso a uma varanda aberta e sustentada por uma galeria formada por arcos de volta perfeita dispostos em duas direcções. A ela liga-se o corpo do edifício de planta quadrada com dois alinhamentos de quatro arcos cada um, dispostos em cruz. Esta varanda estende-se ao longo de todo o andar superior dando assim aceso à parte nobre da moradia.
É esta casa ainda detentora de uma cisterna e de um forno de grande dimensão para cosedura de pão, que além dessa função era no mundo rural utilizado para a secagem de cereais, particularmente de milho. Sendo que um forno e uma cisterna eram considerados indispensáveis numa habitação do mundo rural do Século XVII.
A forma, dimensão e apresentação dos arcos dá-nos uma espessura das paredes, de um côvado (0,66 m), e são semelhantes aos de restantes elementos estruturais dessa época, existentes na cidade de Angra do Heroísmo a mais de 25 quilometros de distância.
A simetria e volumétrica longitudinal só é quebrada pela presença do maciço forno que se encontra agregado à cozinha de cunho quase medieval.
No andar superior a varanda é larga e dá acesso a dois de quatro compartimentos, todos iguais e dispostos em cruz com chão em estrutura de madeira com traves apoiadas em cachorros. Os tectos são em caixotão.
O trabalho aplicado às cantarias, vãos, cimalhas e restantes elementos estruturais são determinantes para fixar a época da construção no Século XVII.
Os vãos interiores apresentam-se com vergas de pedra, ligeiramente sutadas e arredondadas na concordância com as ombreiras, tendo um rasgo em bico em toda a espessura, a meio vão, que constitui um remanescente decorativo dos bicos dos arcos em querena, comuns no estilo gótico. Estas peças de arquitectura são iguais a outras peças que se encontram no Solar do Provedor das Armadas.
Outros dos vãos são sutados nas esquinas das ombreiras, os cachorros de apoio das traves e a consola dupla em gomo que sustenta a soleira do lar do forno, são dispositivos construtivos comuns nas raras obras sobreviventes executadas anteriormente ao Século XVIII.
As particularidades estruturais mais relevantes mostram-se em projecção isométrica aplicada na escala de 1:100.
Sendo que ainda existem peças raras actualmente, como são o caso de um o talhão da água, uma maçaria de pedra, um canal de despejo, o forno na cozinha e a moenda manual. Sendo que é também de grande importância não apenas decorativas mas de raridade arquitectónica os tectos de caixotão das copeiras e dos pavimentos tradicionais.
Foi esta casa detentora de uma capela dedicada a Nossa Senhora da Luz de que só restam vestígios não se sabendo qual a razão do seu desaparecimento sendo que a casa resistiu a dois grandes terramotos ocorridos nos anos de 1841 e 1980.
Esta casa foi moradia do Capitão Pedro de Mendonça que foi o comandante de uma companhia militar na então ainda Vila da Praia e actual cidade da Praia da Vitória durante as lutas da Restauração de 1641.
Estas informações chegaram ao presente graças ao historiador ao açoriano Francisco Ferreira Drumond que nos seus escritos "Apontamentos para a História dos Açores" nos relata da seguinte forma: "Há nesta freguesia vinhas plantadas em biscoito (terra queimada) que veio do interior da ilha, sendo o melhor vinho do sítio chamado a Caldeira junto ao mar, onde está um antiquíssimo edifício ou casa nobre estribada sobre colunas e arcos, demonstrando uma arquitectura e gosto mourisco; parece que foi habitação do capitão Pedro de Mendonça, reedificada à custa de bens da instituição de seu neto o rico padre Mateus de Mendonça que hoje se acham no domínio da fazenda nacional. Ali mesmo se observam ainda vestígios da pequena capela de Nossa Senhora da Luz."
sexta-feira, 11 de novembro de 2016
Sabrina a décima ilha do Arquipélago dos Açores
A ilha Sabrina foi uma pequena ilha formada em Junho e Julho de 1811 por uma erupção vulcânica submarina que ocorreu ao largo da Ponta da Ferraria, na ilha de São Miguel, Açores. A ilha foi primeiro abordada pelo capitão James Tillard, comandante do navio de guerra britânico HMS Sabrina, que lá hasteou a bandeira britânica e a reclamou como território de Sua Majestade Britânica. A ilha desapareceu no decurso daquele ano.
Durante os meses de Janeiro e Fevereiro de 1811 verificou-se uma prolongada crise sísmica que afectou as povoações sitas no extremo sudoeste da ilha de São Miguel, com destaque para a freguesia dos Ginetes. Nesses meses verificou-se que haveria emissão de gases no mar, frente à Ponta da Ferraria, mas em final de Fevereiro, a actividade tinha cessado.
Em Maio e Junho daquele mesmo ano, a actividade sísmica recrudesceu na zona, fazendo ruir rochedos e arruinando muitas casas. A 10 de Junho de 1811, num local sito cerca de 3 milhas náuticas da zona onde se verificara a erupção de Janeiro e a cerca de 2 km da costa, desencadeou-se uma poderosa erupção submarina que em poucos dias criou uma nova ilha ao largo da Ponta da Ferraria, matando muito peixe.
A erupção, ou antes as erupções, de 1811 foram apenas mais um dos múltiplos eventos eruptivos que têm marcado as faldas do maciço do vulcão das Sete Cidades. Apenas nos cerca de 600 anos decorridos desde o povoamento da ilha de São Miguel verificaram-se erupções submarinas a sudoeste e oeste daquele maciço pelo menos nos anos de 1638, 1682, 1811 e 1981.
A ilhota era de forma circular e tinha cerca de 2 km de perímetro e por volta dos 90 m de altitude máxima, configurando-se, muito à semelhança do ilhéu de Vila Franca, como um anel rebaixado para noroeste, em direcção à vizinha costa da ilha de São Miguel. No interior do anel existia uma laguna de água em ebulição, da qual nascia uma torrente que corria para o mar.
Entretanto, a 12 de Junho, a erupção fora avistada pelo HMS Sabrina, uma chalupa britânica construída em 1806, armada com 20 peças, que se encontrava em cruzeiro na zona dos Açores com a missão de vigiar eventuais movimentações de forças francesas em torno daquele arquipélago. O comandante do navio, o capitão James Tillard, julgando tratar-se de fumo proveniente de um combate naval, dirigiu-se para o local, encontrando um cenário bem diferente de uma batalha naval. A erupção foi por ele descrita, num artigo publicado no volume das Philosophical Transactions of the Royal Society de 1812, como produzindo uma imensa coluna de fumo subindo do oceano que, quando não se verificavam explosões, tinha o aspecto de uma imensa nuvem circular, que se elevava em revolutas irregulares a partir do mar. Essa nuvem subia muito acima do ponto de máxima altura de projecção das cinzas vulcânicas, expandindo-se gradualmente na direcção para onde soprava o vento, de forma quase horizontal, gerando relâmpagos e trombas de água.
Na manhã do dia 13 de Junho a HMS Sabrina arribou a Ponta Delgada, tendo o capitão James Tillard desembarcado para visitar o cônsul inglês William Harding Read, sendo então informado dos sismos sentidos na ilha, especialmente na região sudoeste das Sete Cidades, da erupção do ano anterior e das fendas abertas na zona dos Mosteiros, fenómenos que tinham causado pânico na ilha e eram então objecto longas rezas e promessas.
Não existindo condições de vento que permitissem velejar com segurança até à zona da erupção, no dia 14 de Junho o capitão James Tillard desembarcou novamente, arranjou cavalos e partiu para os Ginetes, onde observou o fenómeno a partir da costa fronteira ao centro eruptivo. Diz-se que enquanto almoçava junto à costa dos Ginetes, aconteceu um abalo tão violento que derrubou uma parte importante da falésia que lhe estava próxima.
Tendo o vento melhorado, a 15 de Junho a HMS Sabrina levantou ferro e foi, ainda de noite, observar o vulcão, não se podendo contudo aproximar por falta de vento.
A 18 de Junho a HMS Sabrina fez nova tentativa de se aproximar da ilha e, numa zona onde as cartas antes assinalavam 40 braças de profundidade, avistaram o topo da cratera à superfície da água. Na altura puderam testemunhar a emissão de grandes blocos de pedra e de muitas cinzas e vapor. Estimaram que em três horas a altura da ilhota que então se formava, e que o capitão James Tillard baptizou com o nome de ilha Sabrina, se tivesse elevado cerca de 10 m acima do nível do mar. No dia seguinte, a ilha Sabrina já tinha cerca de 20 m de altura e cerca de um quilómetro de diâmetro. Apesar do navio se encontrar a mais de 5 km de distância, os aguaceiros que eram gerados pela nuvem formada pela erupção recobriram o navio com uma espessa camada de fina areia negra.
Não existindo condições de vento que permitissem uma melhor aproximação à ilha, a HMS Sabrina foi fundear no porto de Ponta Delgada, aguardando o desenrolar dos acontecimentos, mas ao que parece planeando, em conjunto com o cônsul, uma expedição que permitisse reclamar soberania britânica sobre a nova ilha.
Finalmente, quando a 4 de Julho a erupção parou subitamente e cessou o tremor contínuo e pouco acelerado que havia nos Ginetes desde inícios de Junho. Com tempo favorável, a HMS Sabrina pôde finalmente aproximar-se da ilha, tendo o capitão James Tillard e o cônsul William Read desembarcado, hasteado a bandeira britânica e tomado posse formal da ilha em nome de Sua Majestade Britânica.
O conflito diplomático desencadeado em torno da soberania sobre ilha foi de curta duração pois o governo português, então refugiado no Rio de Janeiro e totalmente dependente dos britânicos na sua luta contra os franceses, não estava em condições de apresentar grandes reclamações.
Felizmente para a parte portuguesa, o assunto acabou por se extinguir naturalmente, pois as ilhas e os ilhéus resultantes da actividade vulcânica submarina têm frequentemente uma existência efémera, uma vez que são destruídas pela acção erosiva do mar, especialmente quando são formadas por níveis incoerentes, não compactados, de tefra.
Tal foi o caso da ilha Sabrina: formada por escórias basálticas, a ilha apesar de ter atingido cerca de 100 metros de altura, foi rapidamente destruída pela erosão marinha, de modo que, em Outubro de 1811, só restava um baixio na zona onde antes estivera o cone. Não havendo território, não podia existir disputa territorial, e assim ficou encerrado o incidente.
A ilha foi desenhada a 19 de Junho de 1811 pelo tenente John William Miles, da guarnição do HMS Sabrina, cuja obra está disponível no National Maritime Museum, em Greenwich, arredores de Londres. O evento também despertou grande interesse na comunidade científica, tendo sido objecto de várias comunicações e comentários. Charles Darwin escreveu uma carta sobre o assunto.
Uma história muito semelhante ocorreria em 1831, quando nas águas do Mediterrâneo, a sul da Sicília, uma erupção levou à formação da ilha Ferdinandea, ela também centro de um conflito diplomático que terminou com o desaparecimento da ilha alguns meses depois.
A zona onde ocorreu a erupção tem hoje fundos a cerca de 75 m de profundidade, formando uma elevação que se destaca num talude submarino inclinado para sudoeste, que na zona circundante tem cerca de 350 m de profundidade. A zona continua a libertar um grande volume de gases, visíveis a subir pela coluna de água.
Durante os meses de Janeiro e Fevereiro de 1811 verificou-se uma prolongada crise sísmica que afectou as povoações sitas no extremo sudoeste da ilha de São Miguel, com destaque para a freguesia dos Ginetes. Nesses meses verificou-se que haveria emissão de gases no mar, frente à Ponta da Ferraria, mas em final de Fevereiro, a actividade tinha cessado.
Em Maio e Junho daquele mesmo ano, a actividade sísmica recrudesceu na zona, fazendo ruir rochedos e arruinando muitas casas. A 10 de Junho de 1811, num local sito cerca de 3 milhas náuticas da zona onde se verificara a erupção de Janeiro e a cerca de 2 km da costa, desencadeou-se uma poderosa erupção submarina que em poucos dias criou uma nova ilha ao largo da Ponta da Ferraria, matando muito peixe.
A erupção, ou antes as erupções, de 1811 foram apenas mais um dos múltiplos eventos eruptivos que têm marcado as faldas do maciço do vulcão das Sete Cidades. Apenas nos cerca de 600 anos decorridos desde o povoamento da ilha de São Miguel verificaram-se erupções submarinas a sudoeste e oeste daquele maciço pelo menos nos anos de 1638, 1682, 1811 e 1981.
A ilhota era de forma circular e tinha cerca de 2 km de perímetro e por volta dos 90 m de altitude máxima, configurando-se, muito à semelhança do ilhéu de Vila Franca, como um anel rebaixado para noroeste, em direcção à vizinha costa da ilha de São Miguel. No interior do anel existia uma laguna de água em ebulição, da qual nascia uma torrente que corria para o mar.
Entretanto, a 12 de Junho, a erupção fora avistada pelo HMS Sabrina, uma chalupa britânica construída em 1806, armada com 20 peças, que se encontrava em cruzeiro na zona dos Açores com a missão de vigiar eventuais movimentações de forças francesas em torno daquele arquipélago. O comandante do navio, o capitão James Tillard, julgando tratar-se de fumo proveniente de um combate naval, dirigiu-se para o local, encontrando um cenário bem diferente de uma batalha naval. A erupção foi por ele descrita, num artigo publicado no volume das Philosophical Transactions of the Royal Society de 1812, como produzindo uma imensa coluna de fumo subindo do oceano que, quando não se verificavam explosões, tinha o aspecto de uma imensa nuvem circular, que se elevava em revolutas irregulares a partir do mar. Essa nuvem subia muito acima do ponto de máxima altura de projecção das cinzas vulcânicas, expandindo-se gradualmente na direcção para onde soprava o vento, de forma quase horizontal, gerando relâmpagos e trombas de água.
Na manhã do dia 13 de Junho a HMS Sabrina arribou a Ponta Delgada, tendo o capitão James Tillard desembarcado para visitar o cônsul inglês William Harding Read, sendo então informado dos sismos sentidos na ilha, especialmente na região sudoeste das Sete Cidades, da erupção do ano anterior e das fendas abertas na zona dos Mosteiros, fenómenos que tinham causado pânico na ilha e eram então objecto longas rezas e promessas.
Não existindo condições de vento que permitissem velejar com segurança até à zona da erupção, no dia 14 de Junho o capitão James Tillard desembarcou novamente, arranjou cavalos e partiu para os Ginetes, onde observou o fenómeno a partir da costa fronteira ao centro eruptivo. Diz-se que enquanto almoçava junto à costa dos Ginetes, aconteceu um abalo tão violento que derrubou uma parte importante da falésia que lhe estava próxima.
Tendo o vento melhorado, a 15 de Junho a HMS Sabrina levantou ferro e foi, ainda de noite, observar o vulcão, não se podendo contudo aproximar por falta de vento.
A 18 de Junho a HMS Sabrina fez nova tentativa de se aproximar da ilha e, numa zona onde as cartas antes assinalavam 40 braças de profundidade, avistaram o topo da cratera à superfície da água. Na altura puderam testemunhar a emissão de grandes blocos de pedra e de muitas cinzas e vapor. Estimaram que em três horas a altura da ilhota que então se formava, e que o capitão James Tillard baptizou com o nome de ilha Sabrina, se tivesse elevado cerca de 10 m acima do nível do mar. No dia seguinte, a ilha Sabrina já tinha cerca de 20 m de altura e cerca de um quilómetro de diâmetro. Apesar do navio se encontrar a mais de 5 km de distância, os aguaceiros que eram gerados pela nuvem formada pela erupção recobriram o navio com uma espessa camada de fina areia negra.
Não existindo condições de vento que permitissem uma melhor aproximação à ilha, a HMS Sabrina foi fundear no porto de Ponta Delgada, aguardando o desenrolar dos acontecimentos, mas ao que parece planeando, em conjunto com o cônsul, uma expedição que permitisse reclamar soberania britânica sobre a nova ilha.
Finalmente, quando a 4 de Julho a erupção parou subitamente e cessou o tremor contínuo e pouco acelerado que havia nos Ginetes desde inícios de Junho. Com tempo favorável, a HMS Sabrina pôde finalmente aproximar-se da ilha, tendo o capitão James Tillard e o cônsul William Read desembarcado, hasteado a bandeira britânica e tomado posse formal da ilha em nome de Sua Majestade Britânica.
O conflito diplomático desencadeado em torno da soberania sobre ilha foi de curta duração pois o governo português, então refugiado no Rio de Janeiro e totalmente dependente dos britânicos na sua luta contra os franceses, não estava em condições de apresentar grandes reclamações.
Felizmente para a parte portuguesa, o assunto acabou por se extinguir naturalmente, pois as ilhas e os ilhéus resultantes da actividade vulcânica submarina têm frequentemente uma existência efémera, uma vez que são destruídas pela acção erosiva do mar, especialmente quando são formadas por níveis incoerentes, não compactados, de tefra.
Tal foi o caso da ilha Sabrina: formada por escórias basálticas, a ilha apesar de ter atingido cerca de 100 metros de altura, foi rapidamente destruída pela erosão marinha, de modo que, em Outubro de 1811, só restava um baixio na zona onde antes estivera o cone. Não havendo território, não podia existir disputa territorial, e assim ficou encerrado o incidente.
A ilha foi desenhada a 19 de Junho de 1811 pelo tenente John William Miles, da guarnição do HMS Sabrina, cuja obra está disponível no National Maritime Museum, em Greenwich, arredores de Londres. O evento também despertou grande interesse na comunidade científica, tendo sido objecto de várias comunicações e comentários. Charles Darwin escreveu uma carta sobre o assunto.
Uma história muito semelhante ocorreria em 1831, quando nas águas do Mediterrâneo, a sul da Sicília, uma erupção levou à formação da ilha Ferdinandea, ela também centro de um conflito diplomático que terminou com o desaparecimento da ilha alguns meses depois.
A zona onde ocorreu a erupção tem hoje fundos a cerca de 75 m de profundidade, formando uma elevação que se destaca num talude submarino inclinado para sudoeste, que na zona circundante tem cerca de 350 m de profundidade. A zona continua a libertar um grande volume de gases, visíveis a subir pela coluna de água.
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