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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Margarida de Chaves


Era filha de Afonso Anes de Chaves, natural de Chaves, e de sua mulher Madalena Fernandes. Nasceu no local onde hoje existe a Casa Bensaúde, no centro de Ponta Delgada. Casou em 1544 com António Jorge Correia, natural da cidade do Porto, tendo deste casamento resultado três filhos e uma filha, todos eles inclinados para a vida religiosa: um filho faleceu enquanto estudante da Universidade de Coimbra; outro foi formado em Cânones por aquela Universidade e foi assassinado quando era abade de Nossa Senhora da Atalaia, em Pinhel; o outro, de seu nome Gonçalo Correia de Sousa, também formado em Cânones por Coimbra, foi cónego em Santarém e defensor da causa da canonização de sua mãe em Roma; a filha professou no Convento de Santo André de Ponta Delgada.
Margarida de Chaves desde cedo mostrou grande inclinação para a vida religiosa, passando longas horas em contemplação na igreja e seguindo uma vida austera e pautada por rigorosa observância religiosa. Com isto foi ganhando fama de santidade, a qual foi crescendo em resultado da sua doença e da morte ter sido rodeada de grande aparato religioso. Em pouco tempo foram atribuídos diversos milagres à sua intercessão, tendo o bispo de Angra D. Pedro de Castilho mandado fazer um investigação do caso, de que resultou um sumário, datado de 27 de Março de 1586, enviado a Roma com vista à sua canonização.
A sua sepultura foi aberta e dela foram retiradas relíquias a que se atribuíram múltiplos milagres, a maior parte envolvendo curas inexplicadas através da ingestão de água que contactara com a relíquia. Ainda assim, depois de declarada venerável e apesar dos esforços da família, o processo de canonização não foi concluído. Neste processo, ficou célebre a persistência do seu filho Gonçalo Correia de Sousa, de quem D. Francisco Manuel de Melo, no capítulo dedicado a Remoques perigosos e impertinências da sua Carta de Guia de Casados, conta que agia com exquesita importunação junto do cardeal a quem o papa Paulo V tinha encarregue do caso da venerável Margarida de Chaves. Depois de muito pressionado, e não conseguindo evitar novo encontro com o requerente, o cardeal terá exclamado em exasperação: Senhor, não nos cansemos em provas de santidade de vossa mãe; provai somente que vos sofreu, que o papa a declarará logo por santa.

Margarida de Chaves teve Gaspar Frutuoso por confessor, que lhe dedicou o Capítulo XCV do Livro IV das Saudades da Terra. A informação nele contida foi reproduzida, com variantes, por quase todos os historiadores açorianos. Para além disso, foi escrita uma obra apologética da santidade de Margarida de Chaves, provavelmente da autoria de seu filho Gonçalo Correia de Sousa, intitulada Breve Compêndio da Santa Vida da Venerável Matrona Margarida de Chaves de Gloriosa Memória, que teve edições em castelhano e em italiano, esta última impressa no ano de 1620, em Roma, na oficina de Bartolomeo Zanneti. Para além desta obra, muitos outros hagiógrafos a referem.
Contudo, a sua biografia mais completa é a obra intitulada A Margarita Animada, da autoria de Francisco Afonso de Chaves e Melo, descendente de uma sua irmã. Essa obra, escrita por volta de 1720 e editada em Lisboa no ano de 1723, compila os sumários existentes, então na posse da família do autor, e historia o desenvolvimento do culto nos anos imediatos à morte da venerável. Uma reedição da obra, promovida em 1994 pelo Instituto Cultural de Ponta Delgada, incluiu um apêndice documental, extensas notas e uma resenha genealógica da família de Margarida de Chaves.
Em antecipação da sua canonização, foi construída em Ponta Delgada uma ermida, hoje desaparecida, provisoriamente dedicada a Santa Margarida Mártir, onde se pretendia manter o seu culto. Na Canada dos Prestes, arredores de Ponta Delgada, ainda subsiste uma pequena ermida, intitulada de Santa Margarida de Chaves, mandada construir em finais do século XVII por Francisco Afonso de Chaves.













segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

OS IRMÃOS MELLOS DE ITU


Pouco se tem falado da importância dos Açores na colonização de São Paulo. Este arquipélago do Oceano Atlântico foi descoberto (ou redescoberto) por Frei GonçaloVelho, e por séculos grande parte de sua população passou para o nosso país, povoando-o de norte a sul. Muitos partiram em busca de maior espaço no novo continente, outros assustados e temerosos de continuarem numa região que, de quando em quando sofria as ações dos terremotos e maremotos, outros ainda pelos constantes ataques de piratas muçulmanos e ingleses. Há quase trezentos anos, três irmãos Mellos, João de Mello do Rego, Matias de Mello do Rego e Pedro de Mello e Souza, das melhores famílias da Ilha de São Miguel, a maior  ilha dos Açores, partem provavelmente da cidade de Ponta Delgada com destino à então vila de Itu, que se igualava a São Paulo em termos de importância. Lá chegando,se uniram com gente da mesma qualidade, pois os dois mais velhos  casaram com duas irmãs, filhas do também açoriano Sebastião de Arruda Botelho, e o mais novo dos três casou-se com uma neta do mesmo Sebastião.


 É certo que o velho açoriano, um dos troncos da família Arruda Botelho no Brasil, conhecesse, e bem, a nobreza dos Mellos, já que eramoriundos do mesmo distrito de Ponta Delgada, muito embora de concelhos diferentes. A ascendência deles consta de instrumentos passados no ano de 1704, um em Lagoa, e outro na cidade de Ponta Delgada, ambos na Ilha de São Miguel, a favor do tio deles, o Capitão Manoel do Rego de Souza, que "em 1704 justificou judicialmente a sua ascendência paterna para mostrar que era nobre e de sangue limpo, porque um João do Amaral, dos Fenais  da Luz, que fora preso no Castelo de Ponta Delgada, por ordem deste Manoel do Rego de Souza, que era capitão de ordenanças, quando foi solto  chamou o  mulato; ajustificação foi sentenciada a 22 de outubro de 1704, em Ponta Delgada, sendo o réu João de Amaral condenado a pena pecuniária." Os irmãos Mellos arquivaram um traslado destesinstrumentos na Câmara de Itu, conforme nos ensina Silva Leme , informação esta talvez passada por Pedro de Mello e Souza, bisneto de um dos troncos, colaborador de Silva Leme para a sua "Genealogia Paulistana". O amigo, primo e genealogista Celso Maria de Mello Pupo, bisneto deste Pedro de Mello e Souza, nos diz que quando  o seu bisavô era consultado por noivos para saberem se haveria ou não um parentesco dentro de grau proibido, deixava vazar grandes conhecimentos das famílias antigas de Itu, e,elogiado, dizia que ele pouco sabia, e o pouco que sabia tinha  aprendido de seu pai Balduíno de Mello Castanho e Sampaio, e este sim é que era profundo conhecedor do assunto.

sábado, 27 de dezembro de 2014

Carlos Alberto Nóia Rafael da ilha do Corvo


Nasceu na freguesia e concelho do Corvo, em 29 de Junho de 1952, filho de José Inácio Rafael e de Filomena Isabel Nóia Rafael, ele agricultor e ela doméstica.
Depois de ter concretizado com excelente aproveitamento a Instrução Primária na sua terra natal, aos 15 anos de idade emigrou com os pais para os Estados Unidos da América, tendo-se instalado em New Bedford, Massachusetts.
Embora tivesse passado pela escola americana de New Bedford, onde a família se instalara, aí apenas esteve alguns dias para aprender minimamente o inglês. Esta língua fazia-lhe falta para o adequado entendimento com jovens americanas do seu tempo.
Assim, cedo deu início ao trabalho, tendo começado por uma indústria de linguiça de origem portuguesa, onde permaneceu por pouco tempo. Passou depois por uma fábrica de tecidos, mas atraíam-no os dólares que o pai e outros recebiam nos trabalhos da pesca nos cais da cidade. Pouco tempo depois mudou-se para uma fábrica de descarga e venda de peixe fresco e congelado. Tratava-se de uma grande empresa que comprava e preparava o peixe para vender a consumidores e revendedores, onde entre eles, o maior comprador eram as Forças Armadas Americanas. Entretanto, muda-se para trabalho semelhante da cidade de Boston, onde permanece cerca de três anos.
Volta depois para New Bedford, para a empresa onde estivera anteriormente. Aí, em 1977 já era encarregado de cerca de 60 trabalhadores, que trabalhavam sob a sua orientação ou gestão.
Pouco depois, em 1978, estabeleceu-se, em sociedade, com um italiano e um descendente de portugueses. Essa sociedade viria a fracassar algum tempo depois, por falta de credibilidade associativa.


Deste modo, em 1980, servindo-se de dinheiros emprestados, formou a sua própria empresa. Como obteve sucesso rápido e sólido, foi investindo também em navios de pesca. Neste momento a sua empresa é possuidora de 41 navios de pesca, 12 dos quais se dedicam ao marisco. Emprega cerca de 316 trabalhadores.
Com vista ao futuro, pretende constituir a sua sociedade por quotas ou acções, admitindo a hipótese que um dia possa ter interesse em registá-la num mercado de acções onde estão as maiores e mais credíveis empresas do país.
 Entretanto, em 1977 casou com Conceição Caldas, de origem africana, natural de Cabo Verde, da ilha Brava, de cujo casamento nasceram cinco filhos: Benvindo, Elizabeth, Ivonilde, Stephenie e Sasha. Alguns dos filhos frequentaram estudos universitários, enquanto que outros preferiram dedicar-se, depois do ensino secundário, ao trabalho, alguns deles na própria empresa do pai.
Neste momento Carlos Rafael reside com a família em North Dartmouth, nas proximidades de New Bedford, Massachusetts e é um emigrante de sucesso, graças à sua inteligência, mas também ao trabalho e ao risco dos seus negócios. Fazemos votos para que as suas embarcações de pesca e a sua empresa não tenha sido afectada com o acidente da plataforma petrolífera que recentemente rebentou nas constas marítimas dos Estados Unidos da América.
A família Rafael visita com alguma frequência a ilha do Corvo, onde possui duas casas de habitação, e onde toda a família aprecia fazer as suas férias. Carlos Rafael diz, com certo orgulho, que já encheu com a família um avião “Dornier” da SATA em viagem para o Corvo.
Os filhos, que nasceram todos nos E.U.A., falam três línguas, diz Carlos Rafael com perceptível vaidade: inglês, português e “crioulo”. Todos eles adoram visitar a ilha do Corvo, tal como devem gostar de visitar Cabo Verde, apesar de estarem habituados aos grandes convívios e confortos da América.


sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Francisco de Meneses Meireles do Canto e Castro

Francisco de Meneses Meireles do Canto e Castro (Angra do Heroísmo, 21 de Novembro de 1850 — Da fundo, 7 de Março de 1915), 1.º visconde de Meireles, foi um alto funcionário das alfândegas portuguesas, diplomata e político. Foi também jornalista de mérito, distinguindo-se como crítico literário.
Foi filho de Ana de Meneses de Lemos e Carvalho e de André Francisco Meireles de Távora do Canto e Castro, alto funcionário administrativo, jornalista e político. Os pais pertenciam à melhor aristocracia da cidade de Angra do Heroísmo, com ligações familiares às personalidades dominantes da política local. O pai foi tesoureiro da Alfândega de Angra do Heroísmo até 1882, ano em que se transferiu para o lugar de chefe de secção do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria em Lisboa.

Francisco de Meneses Meireles do Canto e Castro, depois de concluir os estudos preparatórios em Angra do Heroísmo, matriculou-se na Escola Politécnica de Lisboa, preparando-se para seguir uma de carreira de funcionário aduaneiro.

Ainda durante os seus tempos de estudante dedicou-se ao jornalismo, com destaque para a crítica literária, publicando importantes artigos no periódico lisboeta Jornal da Noite.

Em 1875, com 25 anos de idade, casou e ingressou na administração colonial portuguesa. Partiu nesse mesmo ano com a jovem esposa para Moçambique, onde se instalou na ilha de Moçambique trabalhando como técnico superior da Fazenda. A sua ascensão na carreira foi rápida, pois pouco depois foi nomeado director da Alfândega de Moçambique, membro da Junta de Justiça e vogal do Conselho de Província

Durante a sua permanência na ilha de Moçambique, onde nasceu a primeira filha do casal, fundou uma Escola de Ofícios e destacou-se pelo acerto das suas medidas administrativas, granjeando o respeito dos governadores-gerais com quem serviu. Em 1878 já residia em Lourenço Marques, onde nasceu o segundo filho do casal.

Em 1879 foi assinado um tratado aduaneiro entre Portugal e o Reino Unido relativo ao funcionamento das alfândegas na Índia Portuguesa. O plenipotenciário escolhido foi o conselheiro António Augusto de Aguiar, o qual tomou Francisco de Meneses Meireles do Canto e Castro por adjunto, dada a sua experiência aduaneira e de relacionamento com a estrutura colonial britânica que adquirira em Moçambique. Transferiu-se então para Goa, onde passou a exercer funções de ligação entre as alfândegas da Índia portuguesa e britânica, tarefa na qual demonstrou grande capacidade diplomática. Neste período foi administrador-geral das alfândegas do Estado Português da Índia, tendo ainda a sue cargo a direcção da alfândega de Macau.

Após a criação de um consulado de Portugal em Bombaim, concorreu para o lugar, sendo nomeado cônsul-geral de Portugal em Bombaim (Índia Britânica) por carta de 2 de Outubro de 1882. Durante o período em que exerceu funções em Bombaim teve de lidar com a contestação britânica ao Padroado do Oriente, tendo-se havido com grande tacto, o que lhe mereceu o reconhecimento por parte do Governo português.

Em 1891 foi nomeado cônsul-geral de Portugal em Bremen e Stettin (Alemanha) e cônsul de 1.ª classe e agente comercial português junto da embaixada portuguesa em Berlim.

Quando em 1892 foi fundada a Companhia de Moçambique, foi nomeado, a 20 de Maio de 1892, secretário-geral em Lisboa daquela empresa.

Em 1894 regressou a Moçambique como governador dos territórios da Manica e Sofala, então sob administração da Companhia de Moçambique. Sedeado na Beira, desenvolveu aí uma importante acção de fomento. Em 1895 visitou as colónias britânicas sob administração da British South Africa Company, tendo estado em Umtali, Salisbúria e Bulawayo. Regressou nesse ano a Lisboa.

Regressou a Moçambique no ano seguinte, tomando novamente posse do cargo de Governador de Manica e Sofala a 15 de Janeiro de 1897. As razões deste regresso prendem-se com o aumento da tensão internacional que se vivia na região, que viria a resultar na Segunda Guerra Anglo-Boer (1899-1902). A posição portuguesa em relação ao conflito emergente era difícil, já que a opinião pública era esmagadormente contra qualquer colaboração com os britânicos após o insulto do ultimato britânico de 1890, não havendo contudo forma de resistir ao seu poderio e influência.

Mantendo a política de conciliação pró-britânica que as condições obrigavam, e na sequência do que já havia feito na Índia, durante a permanência de Francisco de Meireles do Canto e Castro os britânicos utilizaram o porto da Beira como o principal ponto de desembarque de tropas e material de guerra. Foi pela Beira que entraram no teatro de guerra os contingentes canadiano e australiano comandados pelo general Frederick Carrington, numa manobra decisiva para a vitória britânica no conflito. Permaneceu no posto até ao fim da guerra, tendo a sua colaboração merecido grande elogio por parte dos britânicos, incluindo a inclusão de menção honrosa na ordem-do-dia do Exército Britânico e a concessão do grau de cavaleiro comendador da Ordem de São Miguel e São Jorge do Reino Unido, com o tratamento de Sir, por diploma assinado pelo rei Eduardo VII em 10 de Novembro de 1902.

Regressado a Lisboa, reingressou no serviço diplomático, sendo nomeado a 9 de Maio de 1902 para o lugar de adido comercial especial na Legação de Portugal em Berlim. No ano seguinte foi nomeado ministro plenipotenciário em Buenos Aires e em Montevideu. Reformou-se em 1908, nos Balcãs, onde era ministro acreditado junto das três cortes balcânicas: Bucareste, Sófia e Belgrado.

Foi jornalista de mérito, distinguindo-se como crítico literário no Jornal da Noite, de Lisboa, no qual colaborou com António Augusto Teixeira de Vasconcelos.

Interessado por assuntos coloniais, quando regressou a Portugal, vindo de África, fez reaparecer o Jornal das Colónias, que havia sido propriedade de seu pai André Francisco Meireles de Távora do Canto e Castro. Foi vice-presidente da Comissão Africana da Sociedade de Geografia de Lisboa.

Foi feito fidalgo do Conselho de Sua Majestade Fidelíssima (1896), fidalgo cavaleiro da Casa Real por sucessão (9 de Maio de 1900) e elevado a visconde de Meireles por Decreto de 9 de Maio de 1902 do rei D. Carlos I de Portugal.




 Foi comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (1883), oficial da Ordem de Sant'Iago da Espada (1894), cavaleiro e comendador da Ordem de São Miguel e São Jorge do Reino Unido, com o tratamento de Sir, por diploma assinado pelo rei Eduardo VII do Reino Unido em 10 de Novembro de 1902, e comendador da Ordem da Coroa da Prússia (Kronenorden (Preußen)) por carta de 8 de Novembro de 1907.

Casou em Lisboa, a 3 de Março de 1875, com Maria Carlota da Costa Freitas (nascida a 9 de Abril de 1856) de quem teve cinco filhos:

Maria Ana Carlota Francisca de Freitas de Meirelles do Canto e Castro (27 de Fevereiro de 1876) casou por duas vezes, a primeira com Pedro Maria Bessone Basto, e a segunda com Luís Pimentel Pinto;
Francisco de Freitas de Meirelles do Canto e Castro, que foi o 2.º visconde de Meirelles. Casou com Sofia Henrieta Bleck;
Maria Luísa de Freitas de Meirelles do Canto e Castro (20 de Fevereiro de 1880) casou com Pedro Tovar de Lemos, que foi o 2.º conde de Tovar;
Maria das Dores de Freitas de Meirelles do Canto e Castro (2 de Dezembro de 1882) casou por duas vezes, a primeira com Hugh Edwin Hamilton Gordon e a segunda com João António Bianchi.

Pedro de Meirelles do Canto e Castro (4 de Dezembro de 1896) casou com Maria dos Prazeres Thomaz da Costa.




terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Jesus


A Genealogia de Jesus está relatada em dois dos quatro Evangelhos, Mateus e Lucas.1 2 Estes relatos são substancialmente diferentes.3 Várias explicações têm sido sugeridas e tornou-se tradicional desde, pelo menos, 1490 pressupor que a genealogia dada por Lucas foi traçada através de Maria e que a Mateus o faz através de José.4Acadêmicos modernos geralmente vêem as genealogias como construções teológicas.5 Mais especificamente, sugere-se que as genealogias foram criadas com o

objetivo de justificar o nascimento de uma criança com linhagem real.6 7 8
Mateus menciona sinteticamente um total de 46 antepassados que teriam vivido até uns dois mil anos antes de Jesus, começando por Abraão. Em seu relato, o apóstolo cita não somente heróis da fé, mas também menciona os nomes das mulheres estrangeiras que fizeram parte da genealogia tanto de Jesus quanto de Davi, que no caso foram Rute, Raabe eTamar. Também não omite os nomes dos perversos Manassés e Abias, ou de pessoas que não alcançaram destaque nas Escrituras judaicas.9 10 Divide então a genealogia de Jesus em três grupos de catorze gerações: de Abraão até Davi, de Davi até o cativeiro babilônico, ocorrido em 586 a.C., e do exílio judaico até Jesus.
Lucas, por sua vez, aborda a genealogia de Jesus retrocedendo continuamente até Adão, talvez com o objetivo de mostrar o lado humano de Jesus. E, superando Mateus, Lucas fornece um número maior de antepassados de Jesus.11 Esta genealogia é considerada por alguns autores como sendo a genealogia da Virgem Maria, a genealogia materna de Jesus, o que explicaria parte das diferenças entre esta e a genealogia apresentada por Mateus.12
Segundo Mateus
Narrativa Os Evangelhos foram escritos com uma finalidade teológica e, portanto, não podem ser considerados, em hipótese alguma, como livros históricos. Não era a intenção desses escribas fazer história, mas de alentar as comunidades cristãs nascentes e de consolidar a nova mensagem que distinguia dos judeus, mas sem romper com a tradição judaica, e distinguia-os dos outros povos, chamados "pagãos".
A genealogia de Jesus, conforme descritas nos evangelhos, tem o intento de dar legitimidade à sua pessoa e aos seus ensinamentos, proclamando que Jesus era aquele esperado e anunciado no AT e fruto da intervenção celestial. Portanto, trata-se de uma mensagem teológica e não histórica que os evangelhos querem passar.
1. Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.
2. Abraão gerou a Isaque; Isaque gerou a Jacó; Jacó gerou a Judá e a seus irmãos;
3. Judá gerou de Tamar a Perez e a Zara; Perez gerou a Esrom; Esrom gerou a Arão;
4. Arão gerou a Aminadabe; Aminadabe gerou a Naassom; Naassom gerou a Salmom;
5. Salmom gerou de Raabe a Boaz; Boaz gerou de Rute a Obede; Obede gerou a Jessé,
6. Jessé gerou ao rei David. David gerou a Salomão daquela que fora mulher de Urias;
7. Salomão gerou a Roboão; Roboão gerou a Abias; Abias gerou a Asa;
8. Asa gerou a Josafá; Josafá gerou a Jorão; Jorão gerou a Uzias;
9. Uzias gerou a Jotão; Jotão gerou a Acaz; Acaz gerou a Ezequias
10. Ezequias gerou a Manassés; Manassés gerou a Amom; Amom gerou a Josias,
11. e Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos no tempo do exílio em Babilônia.
12. Depois do exílio em Babilônia, Jeconias gerou a Salatiel; Salatiel gerou a Zorobabel;
13. Zorobabel gerou a Abiúde; Abiúde gerou a Eliaquim; Eliaquim gerou a Azor;
14. Azor gerou a Sadoque; Sadoque gerou a Aquim; Aquim gerou a Eliúde;
15. Eliúde gerou a Eleazar; Eleazar gerou a Matã; Matã gerou a Jacó,
16. e Jacó gerou a José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo.
17. Assim todas as gerações desde Abraão até Davi são catorze gerações; também desde David até o exílio em Babilônia, catorze gerações; e desde o exílio em Babilônia até o Cristo, catorze gerações.

Narrativa
«Ora o mesmo Jesus, ao começar o seu ministério, tinha cerca de trinta anos, sendo filho (como se julgava) de José, filho de Heli, filho de Matã, filho de Levi, filho de Melqui, filho de Janai, filho de José, filho de Matatias, filho de Amós, filho de Naum, filho de Esli, filho de Nagai, filho de Máate, filho de Matatias, filho de Semei, filho de José, filho de Jodá, filho de Joanã, filho de Resá, filho de Zorobabel, filho de Salatiel, filho de Neri, filho de Melqui, filho de Adi, filho de Cosã, filho de Elmadã, filho de Er, filho de Josué, filho de Eliézer, filho de Jorim, filho de Matã, filho de Levi, filho de Simeão, filho de Judá, filho de José, filho de Jonã, filho de Eliaquim, filho de Meleá, filho de Mená, filho de Matatá, filho de Natã, filho de Davi, filho de Jessé, filho de Obede, filho de Boaz, filho de Salá, filho de Naassom, filho de Aminadabe, filho de Admim, filho de Arni, filho de Esrom, filho de Farés, filho de Judá, filho de Jacó, filho de Isaque, filho de Abraão, filho de Terá, filho de Nacor, filho de Serugue, filho de Ragaú, filho de Faleque, filho de Éber, filho de Salá, filho de Cainã, filho de Arfaxade, filho de Sem, filho de Noé, filho de Lameque, filho de Matusalém, filho de Enoque, filho de Jarete, filho de Maleleel, filho de Cainã, filho de Enos, filho de Sete, filho de Adão, filho de Deus.» (Lucas 3:23-3




segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Judeus


Cristãos-Novos açorianos e madeirenses no Brasil





Eram numerosos os cristãos-novos portugueses que se movimentavam da Metrópole para as colónias, mercadejando ou simplesmente imigrando para lugares mais seguros para as suas famílias, e as ilhas atlânticas não foram excepções. Os judeus portugueses estiveram, como já disseram alguns historiadores, em todos os poros da colonização portuguesa. Eu diria que eles trilharam por todos os cantos do planeta, e ainda hoje são encontrados seus vestígios nos mais distantes ou diferentes países. Sem contar as colónias do Caribe, as Índias de Castela, a América do Norte e as colónias africanas. Os próprios judeus açorianos estão presentes em todo lado. Vem para o Brasil no final do século XVII o cristão-novo Pedro Fernandes de Mello, comerciante da Ilha de São Miguel. Com o perdão de 1605, muitos se aproveitam para saírem de Portugal, indo muitos para a Holanda. Entretanto em 16l8, chega à Ilha Terceira um barco com 40 judeus portugueses provenientes da Holanda, entre eles António Rodrigues Pardo. De São Miguel, chega ao Rio de Janeiro o mercador judeu Manuel Homem de Carvalho, da família Homem de Almeida que teve como mártir em Coimbra o Dr. António Homem, líder religioso dos judaizantes. Manuel confessou ter retornado ao Judaísmo na Holanda onde havia estado. Um pouco antes de 1600, vêm para a Bahia os cristãos-novos terceirenses António Rodrigues Pardo e Pero Garcia. Em 1592, o Pe. Jerônimo Teixeira Cabral, comissário da Inquisição nos Açores, denuncia a infiltração de cristãos-novos na Igreja como clérigos. Muitos partidários de D. António Prior do Crato, pretendente ao trono português, e de etnia hebraica, são expulsos da Ilha por Filipe II da Espanha, então detentor das duas coroas Ibéricas, que fugiram para os Países Baixos e para o Brasil. Entre eles, Manuel Serrão Botelho, que chega ao Brasil logo após 1582. Um contratador dos Açores foi o cristão-novo Miguel Gomes Bravo, natural do Porto que nomeou como arrendatário o cristão-novo Francisco Bocarro. Miguel veio para o Brasil em 1585, e em 16l0 vai morar no Rio de Janeiro. Era casado com Isabel Pedrosa de Gouveia, tendo grande descendência. Álvaro Fernandes Teixeira, natural da Ilha Terceira, cristão-novo casado com Maria de Azevedo, filha do cristão-novo Diogo Cristóvão, do Porto, e seus parentes vieram residir no Rio de Janeiro no século XVII. Da ilha de São Miguel, vem residir na mesma cidade o cristão-novo Pedro Fernandes de Mello, casado com a congénere Ana Garcia de origem espanhola. Diogo Teixeira de Azevedo, cristão-novo nascido no Rio de Janeiro e filho do casal da Ilha Terceira, Álvaro Fernandes Teixeira e Maria de Azevedo, foi preso pela Inquisição e saiu em Auto-de-Fé em Lisboa em 5 de Abril de 1620, condenado a hábito penitencial e cárcere a arbítrio terminou solto em Junho daquele mesmo ano .

CRISTÃOS-NOVOS NOS AÇORES


Nos primórdios da colonização

O Arquipélago dos Açores formado pelas nove ilhas, São Miguel, Terceira, Faial, São Jorge, Santa Maria, Pico, Flores, Graciosa e Corvo, descoberto pelo navegador Diogo de Silves em 1427, e depois povoado pelo frei Gonçalo Velho Cabral com portugueses do continente, seguidos por famílias flamengas (belgas e holandesas), francesas, inglesas e de outras minorias étnicas, foi abrigo, também, dos cristãos-novos fugitivos da Inquisição. A presença judaica nos Açores é anotada pelo grande historiador, de origem judaica, Alexandre Herculano, em sua monumental obra "História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal" à página 80 do volume I, como fato ocorrido em 1501: "uma caravela lotada de cristãos-novos, que saíra de Portugal para a África, batida pelos temporais arribou aos Açores, e os infelizes passageiros, presos aí e condenados depois a serem escravos, foram dados de presente por El Rey a Vasqueanes Corte-Real". O historiador Alfredo da Silva Sampaio também cita o mesmo naufrágio na Ilha Terceira, diz ele: "em 1501 aportaram a Ilha Terceira náufragos hebraicos fugindo à perseguição". Em Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, há uma freguesia denominada Porto Judeu, cujo nome é explicado pelos moradores que, em épocas passadas, o mar estava bravio e então, passaram a chamar o lugar de "judeu". Mas esta explicação e este significado, embora usado por pescadores de origem açoriana em Santa Catarina, não convence. Aquela localidade pode ter sido o local onde tantos cristãos-novos desembarcaram como náufragos ou não. O navio citado por Herculano e Sampaio não é o único citado em documentação. Outro barco é mencionado na "Carta de Gaspar Dias de Landim, a El Rey, sobre a prisão de indivíduos que fugiam à Inquisição, de 19 de Novembro de 1548", onde descreve: "Senhor – Eu tenho escrito a V.A. como há muitos dias estou neste porto esperando Pero Vaz de Sequeira, pêra me passar aos lugares a fazer os pagamentos, como me V.A. manda," e em seguida cita "...a dez de Novembro tomou a justiça desta vila ( Santa Maria) na barra embarcados em hua nao, dezanove omens em que yão molheres e moços, os quais yãm na via de Veneza; acharão-lhe pouquo dinheiro, comtia de dozentos cruzados e algum fato (roupa);são de Lixboa, çapateiros, e tudo um casal de filhos e gemros, ficam presos por parte da santa Imquisição. O Senhor Deos acrecente a vida e real estado de V.A.; do porto de Santa Maria ( Açores) a XIX ( 19) de Novembro de 548 (1548) – Gaspar Dias de Landim – sobre scripto – A elrey nosso senhor". (Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Corpo Cronológico, Parte 1ª, maço 81 n° 85).



O mesmo Sampaio, já mencionado, diz que, em 1558, a comunidade cristã-nova dos Açores pagou 150.000 cruzeiros exigido pela rainha regente Dona Catarina para prover as armadas da Índia. Em troca, D. Catarina prorrogou a pena de confisco de bens aos cristãos-novos por dez anos.
A ação inquisitorial nos Açores
Em 1592, o Inquisidor nos Açores Pe. Jerónimo Teixeira Cabral, denuncia a infiltração de cristãos-novos na Igreja como clérigos. A primeira ação inquisitorial nos Açores foi em 1555, quando o bispo de Angra, D. Frei Jorge de Santiago mandou verificar vários casos de Judaísmo, mandando prender alguns homens e enviá-los para Lisboa. Dois anos após foram enviadas para Lisboa 22 pessoas acusadas de práticas judaicas. São elas: Ana Lopes; André Moniz; António Fernandes; Branca Dias, Cecília Rodrigues, Diogo Lopes; Fernão Lobo; Francisco Lopes; Mestre Gabriel; Gabriel de Andrade; Henrique Ribeiro; Inês Dias; Isabel Mendes; Isabel Moniz; Isabel Pinta; João Tomás; Jorge Álvares; Manuel Álvares; Rui Dias; Rui Fernandes e Violante Henriques. Logo seguiram para a capital da Metrópole: Pero Galvão; Antonio Carvalhais; Jácome Gonçalves e Maria Dias. Já em 1608 começava a ser montada a rede de funcionários inquisitoriais. Iniciando pelos Comissários do Santo Ofício, e logo em 1612 a dos Familiares (os esbirros mais infames). Entretanto, desde 1597, já actuava como Comissário da Inquisição em Ponta Delgada o pe. Luís Pinheiro, reitor da residência da Companhia de Jesus e, como primeiro Familiar, o tanoeiro Pero Fernandes, residente em Ponta Delgada. E, em Angra, actuava como Comissário o Pe. Francisco Valente, reitor do Colégio Jesuíta. Para a Ilha do Faial, somente em 1749 foi nomeado Comissário o frei José de Santo António de Pádua. Existiram comissários do Santo Ofício no arquipélago açoriano até 1806 quando, então, perseguiam os franco-maçons. Outros burocratas da Inquisição eram os Notários, os Qualificadores e os Visitadores das Naus. Havia também o trabalho de redução de estrangeiros, que procuravam converter para o catolicismo como foi o caso da família inglesa Fisher, residente no arquipélago. A primeira Visitação ao arquipélago foi a de D. Marcos Teixeira entre 1575-1576, o mesmo que esteve no Nordeste do Brasil. Ele visitou as ilhas de São Miguel, Terceira e Faial. A segunda foi em 1592, feita por D. Jerônimo Teixeira Cabral, tendo visitado as ilhas Terceira e São Miguel. Já a terceira e derradeira visita, foi realizada entre 1619-1620, por D. Francisco Cardoso do Torneio, que esteve nas ilhas de São Miguel e Terceira. Do total de 354 pessoas denunciadas, 172 foram por Judaísmo que, somadas às 27 prisões de 1555-1557, totalizam 199 cristãos-novos denunciados nos Açores. Foram gerados 114 processos entre 1557 e 1802, envolvendo 112 pessoas, sendo apenas 26 pela "heresia judaica". E, destes, somente 10 foram enviados a Lisboa, e apenas três condenados à morte na fogueira. Os condenados à pena capital foram: Leonor Marques, em 1584; Antonio Borges, em 1559 e Maria Lopes, em 1576.


A produção maior do arquipélago açoriano nessa época era o trigo, o linho, o vinho a urzela, uma tintura de cor castanha e o pastel, tintura em tom de azul, largamente utilizadas nas indústrias têxteis de Flandres para onde eram exportadas. Este comércio chamava a atenção de cristãos-novos como Duarte da Silva, rico comerciante de Lisboa. Ele mantinha nos Açores os agentes: Simão Lopes, na ilha do Faial, João de Fonseca Chacon e ilha Terceira Pero Martins Negrão, todos da grei judaica. O comércio do ouro, da prata das Índias de Castela e o açúcar da Madeira despertam o interesse dos judeus portugueses de Amsterdã, Londres, Bordéus, Hamburgo e também seus parentes residentes em Portugal colónias. Era o começo do século XVII e os mercadores Belchior Gomes de Leão e Diogo Lopes de Andrade agem neste contexto principalmente na Madeira. De Rouen, França, o judeu Simão Lopes Maciel, de família cristã-nova fugitiva da Inquisição portuguesa, desenvolveu uma rede de comércio internacional colocando na Madeira como representantes seus os congéneres Bento de Matos Coutinho e Diogo Fernandes Branco. Na Ilha Terceira mantinha os cristãos-novos António Dias Homem e Bento Fernandes Homem. Para o Brasil designou o correligionário Belchior Rodrigues Ribeiro. Viviam como judeus em Amesterdão os madeirenses Jerónimo de Andrade e Manuel Cardoso ambos com suas famílias. Outro comerciante judeu português que comerciava com os Açores a partir de Amesterdão foi Jerónimo Doria de Andrade conforme registros no Arquivo Municipal daquela capital holandesa em 18 de março de 1627. Em Cabo Verde era fornecedor de "peças", isto é escravos negros africanos, o cristão-novo Manuel Caldeira juntamente com seu congénere  Luiz de Carvalhal que actuava também em todo Golfo e rios da Guiné. Negociavam, juntamente com João Soeiro da Madeira, escravos para as Antilhas e outros países. Com negócios de ouro e prata e dono do navio "São Mateus" passa pelo Rio de Janeiro e vai ao Prata, o mercador judeu português Bartolomeu Rodrigues, em 1609. Em Buenos Aires desde o início da colonização, mas principalmente em 1618, quando chega ali chega uma embarcação lotada de cristãos-novos proveniente da Bahia, a população local é considerada de maioria portuguesa e judaica. Fato que alarmou os clérigos da cidade que solicitaram providências às autoridades da Inquisição espanhola. A explicação para a fuga de cristãos-novos brasileiros para o Prata era a de que se alarmaram com a notícia vinda de Lisboa dizendo que nova Visitação do Santo Ofício estava programada para o Brasil naquela época. Com a quantidade de judeus portugueses em Buenos Aires o termo português tornou-se sinonimo de judeu em toda a América espanhola.




sábado, 20 de dezembro de 2014

Judeus na ilha Terceira


A Sinagoga Ets Haim (possível tradução: "Árvore da Vida") localizava-se no centro histórico de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, nos Açores.
Fundada na segunda metade do século XIX, a sua história está ligada à vida e obra do comerciante judeu Mimom ben Abraham Abohbot, que foi seu fundador, nela tendo exercido as funções de oficiante e mestre de religião. Foi instalada na sua residência, inaugurada quando este obteve emprestada uma torah pertencente ao rabino Judah Azagury, que saiu dos Açores para ir viver em Lisboa.

Em consequência das difusão das ideias liberais em Portugal, diversas famílias hebraicas que viviam no Marrocos, muitas de ascendência portuguesa (sefardita), passaram a dirigir-se a Portugal, nomeadamente para o Algarve e os Açores, onde se instalaram a partir da década de 1820. Esta vaga migratória era constituída por indivíduos que se assumiam como cidadãos britânicos embora, mais tarde, tomasse a nacionalidade portuguesa.

A monarquia liberal portuguesa permitiu em sua Constituição a existência de cultos religiosos diversos, embora mantendo o catolicismo como religião oficial do Estado. Isso levou, por exemplo, a que as sinagogas não tivessem autorização para comunicar directamente com a via pública, devendo existir um pátio ou zona intermediária de ligação.

Entre os sobre nomes representativos das famílias judaicas em Angra do Heroísmo, incluem-se:

Abohbot
Athias
Baroche
Benarus
Ben Ayon
Benithé (ou Benitarre)
Benjamim
Ben-Sabat (ou Bensabat)
Benzaquim
Bozaglo
Cohen
Hanon
Levy
Sabag
Seriqui
Zagori

Mimom Abohbot era um judeu sefardita nascido no Mogador. Era filho de Abraham Abohbot e Raquel Abohbot e foi educado nos estudos e teologia hebraicos. Não se sabe a data de sua chegada aos Açores ou a Angra, mas o historiador Pedro de Merelim, a primeira referência a seu respeito data de 5 de Março de 1827, no Livro da Porta da Capitania Geral dos Açores.

Desposou, em 1833, em Londres, Elisabeth Davis Abohbot, por contrato hebraico, em língua hebraica, o qual está no livro de registos da sinagoga "Porta do Céu".

Em 1835, aproveitou a venda em hasta pública de bens nacionais dos conventos extintos em 1834, e adquiriu o imóvel do antigo Convento da Esperança, à esquina da rua da Sé com a rua da Esperança, onde actualmente se encontram as instalações do RIAC e a loja da TAP. Remodelou e reconstituiu este antigo edifício, dando-lhe o aspecto que hoje conserva, e onde fixou residência. Posteriormente, em 1857, adquiriu uma quinta na Canada dos Folhadais.

Na Terceira tornou-se comerciante de projecção, com estabelecimentos em Angra, vendendo a crédito e emprestando dinheiro a juros. Exportou ainda laranjas para a Grã-Bretanha. Os periódicos da época e as referências públicas mostram-no como uma figura socialmente respeitável, não apenas entre a comunidade judaica, mas em toda a cidade.

Faleceu em Angra do Heroísmo a 21 de Julho de 1875, "rezando psalmos de David", sendo sepultado no Campo da Igualdade, no Caminho Novo, na mesma cidade.





sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

São Nicolau


Nicolau, filho de cristãos abastados, nasceu na segunda metade do século III, em Patara, uma cidade portuária muito movimentada.
Conta-se que foi desde muito cedo que Nicolau se mostrou generoso. Uma das histórias mais conhecidas relata a de um comerciante falido que tinha três filhas e que, perante a sua precária situação, não tendo dote para casar bem as suas filhas, estava tentado a prostituí-las. Quando Nicolau soube disso, passou junto da casa do comerciante e atirou um saco de ouro e prata pela janela aberta, que caiu junto da lareira, perto de umas meias que estavam a secar. Assim, o comerciante pôde preparar o enxoval da filha mais velha e casá-la. Nicolau fez o mesmo para as outras duas filhas do comerciante, assim que estas atingiram a maturidade.
Quando os pais de Nicolau morreram, o tio aconselhou-o a viajar até à Terra Santa. Durante a viagem, deu-se uma violenta tempestade que acalmou rapidamente assim que Nicolau começou a rezar (foi por isso que tornou também o padroeiro dos marinheiros e dos mercadores). Ao voltar de viagem, decidiu ir morar para Myra (sudoeste da Ásia menor), doando todos os seus bens e vivendo na pobreza.
Quando o bispo de Myra da altura morreu, os anciões da cidade não sabiam quem nomear para bispo, colocando a decisão na vontade de Deus. Na noite seguinte, o ancião mais velho sonhou com Deus que lhe disse que o primeiro homem a entrar na igreja no dia seguinte, seria o novo bispo de Myra. Nicolau costumava levantar-se cedo para lá rezar e foi assim que, sendo o primeiro homem a entrar na igreja naquele dia, se tornou bispo de Myra.
S. Nicolau faleceu a 6 de Dezembro de 342 (meados do século IV) e os seus restos mortais foram levados, em 1807, para a cidade de Bari, em Itália. É actualmente um dos santos mais populares entre os cristãos.


S. Nicolau tornou-se numa tradição em toda a Europa. É conhecido como figura lendária que distribui prendas na época do Natal. Originalmente, a festa de S. Nicolau era celebrada a 6 de Dezembro, com a entrega de presentes. Quando a tradição de S. Nicolau prevaleceu, apesar de ser retirada pela igreja católica do calendário oficial em 1969, ficou associado pelos cristãos ao dia de Natal (25 de DezembroA imagem que temos, hoje em dia, do Pai Natal é a de um homem velhinho e simpático, de aspecto gorducho, barba branca e vestido de vermelho, que conduz um trenó puxado por renas, que esta carregado de prendas e voa, através dos céus, na véspera de Natal, para distribuir as prendas de natal. O Pai Natal passa por cada uma das casas de todas as crianças bem comportadas, entrando pela chaminé, e depositando os presentes nas árvores de Natal ou meias penduradas na lareira. Esta imagem, tal como hoje a vemos, teve origem num poema de Clement Clark More, um ministro episcopal, intitulado de “Um relato da visita de S. Nicolau”, que este escreveu para as suas filhas. Este poema foi publicado por uma senhora chamada Harriet Butler, que tomou conhecimento do poema através dos filhos de More e o levou ao editor do Jornal Troy Sentinel, em Nova Iorque, publicando-o no Natal de 1823, sem fazer referência ao seu autor. Só em 1844 é que Clement C. More reclamou a autoria desse poema.
Hoje em dia, na época do Natal, é costume as crianças, de vários pontos do mundo, escreverem uma carta ao S. Nicolau, agora conhecido como Pai natal, onde registam as suas prendas preferidas. Nesta época, também se decora a árvore de Natal e se enfeita a casa com outras decorações natalícias. Também são enviados postais desejando Boas Festas aos amigos e familiares.



quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Luís Pedroso


Luís Pedroso, de 54 anos é o presidente e fundador da empresa Accutronics e um dos dois filantropos que permitiu a criação de um centro de estudos portugueses na Universidade de Massachusetts em Lowell.

O empresário disse à agência Lusa que a distinção "é um grande honra e uma enorme surpresa, porque a instituição tinha muitas pessoas que podia ter escolhido para dar o primeiro prémio."

Pedroso é original da Ribeira da Areia, na ilha de São Jorge, nos Açores. Veio para os Estados Unidos com nove anos, acompanhado dos pais e três irmãos.

"Lembro-me de ser criança e ver muitas pessoas partir para os Estados Unidos. Quando os meus pais disseram que também íamos, esse foi o meu primeiro sonho americano. Pensei:

 Somos os próximos. Partir para a América era um pensamento quase mágico", diz.
A família instalou-se na Califórnia, mas pouco tempo depois foi diagnosticado uma leucemia ao pai, que acabou por morrer. A família mudou-se então para Massachusetts e foi nessa altura que recorreu aos serviços do International Institute of New England.


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Ana Maria de Jesus Ribeiro com origens nos Açores


Ana Maria de Jesus Ribeiro, mais conhecida como Anita Garibaldi (Laguna, 30 de agosto de 1821 — Mandriole, Itália, 4 de Agosto de 1849) foi a companheira do revolucionário Giuseppe Garibaldi,  conhecida como a "Heroína dos Dois Mundos".

Alguns estudiosos alegam que Anita Garibaldi teria nascido em Lages, que na cúria metropolitana daquela cidade estaria o registo dos irmãos mais velho e mais novo dela, e que teria sido retirada do livro a folha do registo de Ana Maria de Jesus Ribeiro. Em 1998, entidades representativas da sociedade civil de Laguna promoveram uma ação judicial para obter o registo de nascimento tardio de Anita Garibaldi. A acção terminou na primeira vara da comarca de Laguna, sendo instruída com diversos documentos que comprovariam que Anita nasceu no município de Laguna. Assim, em 5 de Dezembro de 1998, proferiu-se:
Anita Garibaldi, descendente de portugueses imigrados dos Açores à província de Santa Catarina no século XVIII, provinha de uma família modesta.2 O pai Bento era comerciante em Lages e casou-se com Maria Antónia de Jesus. Anita era a terceira de 10 filhos (6 meninas e 4 meninos).

Após a morte do pai e o casamento da irmã mais velha, Anita cedo teve que ajudar no sustento familiar e, por insistência materna, casou-se, em 30 de Agosto de 1835, aos 14 anos, com Manuel Duarte de Aguiar, na Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos da Laguna. Depois de somente três anos de matrimonio, o marido alistou-se no exército imperial, abandonando a jovem esposa.
Durante a Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos, o guerrilheiro italiano Giuseppe Garibaldi, a serviço da República Rio-Grandense, participa da tomada do porto de Laguna, na então província de Santa Catarina, onde conheceu Anita, que se apaixonou e decidiu lutar pela independência gaúcha e de outros territórios. Eles ficaram juntos pelo resto da vida de Anita, que seguiu Garibaldi em seus combates em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Uruguai (Montevidéu) e Itália. Eles tiveram quatro filhos .

Em 12 de Janeiro de 1840, Anita participou da batalha de Curitibanos, na qual foi feita prisioneira.  Durante a batalha, Anita provia o abastecimento de munições aos soldados. O comandante do exército imperial, admirado de seu temperamento indómito, deixou-se convencer a deixá-la procurar o cadáver do marido, supostamente morto na batalha. Em um instante de distracção dos guardas, tomou um cavalo e fugiu. Após atravessar a nado com o cavalo o rio Canoas,  chegou ao Rio Grande do Sul, e encontrou-se com Garibaldi em Vacaria, oito dias depois.

Em 16 de Setembro de 1840, nasceu no estado do Rio Grande do Sul, na então vila e actual cidade de Mostardas o primeiro filho do casal, que recebeu o nome de Menotti Garibaldi, em homenagem ao patriota italiano Ciro Menotti. Doze dias depois, o exército imperial, comandado por Francisco Pedro de Abreu, cercou a casa para prender o casal, e Anita fugiu a cavalo com o recém-nascido nos braços e alcançou um bosque aos arredores da cidade, onde ficou escondido por quatro dias, até que Garibaldi a encontrou.




segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Getúlio Dornelles Vargas com sangue Açoriano


Getúlio Dornelles Vargas  (São Borja, 19 de Abril de 1882 — Rio de Janeiro, 24 de Agosto de 1954) foi um advogado e político brasileiro, líder civil da Revolução de 1930, que pôs fim à República Velha, depondo seu 13º e último presidente, Washington Luís, e, impedindo a posse do presidente eleito em 1 de Março de 1930, Júlio Prestes.
Foi presidente do Brasil em dois períodos. O primeiro período foi de 15 anos ininterruptos, de 1930 até 1945, e dividiu-se em 3 fases: de 1930 a 1934, como chefe do "Governo Provisório"; de 1934 até 1937 como presidente da república do Governo Constitucional, tendo sido eleito presidente da república pela Assembleia Nacional Constituinte de 1934; e, de 1937 a 1945, como presidente-ditador, durante o Estado Novo nota  implantado após um golpe de estado.
No segundo período, em que foi eleito por voto directo, Getúlio governou o Brasil como presidente da república, por 3 anos e meio: de 31 de Janeiro de 1951 até 24 de Agosto de 1954, quando suicidou.

Nasceu em 19 de Abril de 1882, no interior do Rio Grande do Sul, no município de São Borja (fronteira com a Argentina), filho de Manuel do Nascimento Vargas e de Cândida Francisca Dornelles Vargas. Na juventude, alterou alguns documentos, para fazer constar o ano de nascimento como 1883. Este fato somente foi descoberto nas comemorações do centenário de nascimento, quando, verificando-se os livros de registos de baptismos da Paróquia de São Francisco de Borja, descobriu-se que Getúlio nasceu em 1882, constando no seu assento de baptismo. A Revista do Globo, que fez uma série de entrevistas com Getúlio, em 1950, antes da campanha eleitoral, contou que Getúlio corrigiu os repórteres dizendo que nasceu em 1883.
Getúlio Vargas provém de uma tradicional família da zona rural da fronteira com a Argentina. Os Vargas são originários da ilha do Faial no Arquipélago dos Açores como a maioria das famílias povoadoras do Rio Grande do Sul que emigraram para o Brasil em busca de melhores condições de vida. Uma genealogia detalhada de Getúlio Vargas foi escrita pelo genealogista Aurélio Porto, Getúlio Vargas à luz da Genealogia, publicada pelo Instituto Genealógico Brasileiro em 1943.


domingo, 14 de dezembro de 2014

Manuel Machado Dias


Manuel Machado Dias nasceu a 26 de Setembro de 1906, na Freguesia de Santa Bárbara. Manuel Dias, como melhor era conhecido por toda a comunidade Barbarense, foi no seu tempo, um dos grandes empresários de Santa Bárbara,  criando muitos postos de trabalho na Freguesia. Proprietário de uma serração de madeiras, também foi ele que iniciou,  na Freguesia a debulha mecânica do trigo, percorrendo a ilha e levando sempre trabalhadores da freguesia. Chegou também a deslocar-se pela altura das debulhas a outras ilhas para o mesmo fim, nomeadamente a São Jorge. Foi membro
da Filarmónica Recreio de Santa Bárbara, como musico e depois como presidente da direcção.  Toda esta proximidade de relacionamento com a população da freguesia levá-lo-ia a ser presidente da junta de freguesia de 1955 a 1959, tendo feito  neste seu mandato alguns melhoramentos no centro da freguesia. Durante toda a sua vida foi um homem respeitado acarinhado pelo povo de  Santa Bárbara, ficando agora como testemunho da sua passagem e do seu trabalho, a sua fotografia exposta na sala nobre desta junta.

Manuel Machado Dias faleceu a 28 de Novembro de 1980.

( Cortesia a junta e ao senhor Norberto Messias)



sábado, 13 de dezembro de 2014

Tom Hanks


Hanks nasceu em Concord, na Califórnia. Seu pai, Amos Mefford Hanks, era um chefe de cozinha. Sua mãe, Janet Marylyn, era enfermeira em um hospital. Eles se divorciaram em 1960.2 A sua mãe tinha ascendência Açoriana.
Começou a atuar no teatro na Universidade de Sacramento, na Califórnia. Mudou-se para Nova Iorque, onde conheceu sua futura esposa, a atriz teatral Samantha Lewes, que era a atriz principal da companhia. Tiveram o primeiro filho, Colin Hanks antes do casamento, que ocorreu um ano após o nascimento do menino, em 1978. Quatro anos mais tarde tiveram uma filha, Elizabeth Hanks. Porém, a personalidade extrovertida de Hanks começou a se diferenciar da pessoa tímida que era Samantha Lewes e, em 1987, quando Hanks começava a ganhar fama, os dois divorciaram-se. Em 2001 foi diagnosticado um câncer em Samantha, e ela morreu em Março de 2002.
Em 1988 casou com Rita Wilson, uma atriz que ele havia conhecido num episódio de Bosom Buddies, e que reencontrou nas filmagens de Volunteers. Com Rita, Hanks teve mais dois filhos.
Em Agosto de 2009 foi eleito vice-presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, entidade responsável pela entrega do Oscar.


Natal


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Maria Manuela Freitas Bairos

A diplomata Maria Manuela Freitas Bairos, de 52 anos de idade, foi nomeada cônsul-geral de Portugal em Nova Iorque. A indicação para aquele que é o 3.º posto diplomático mais importante nos EUA, a seguir à embaixada em Washington, DC e à missão permanente junto da ONU, foi oficializada dia 1 de Dezembro do Diário da República – em decreto do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Bairros, natural de Vila Porto, ilha de Santa Maria, Açores, é ministra plenipotenciária de 2ª classe, já ocupou funções idênticas em Boston (onde desempenhou um papel dinâmico junto das comunidades) e foi número 2 na embaixada em Paris, quando à cabeça da mesma esteve Seixas da Costa.

O consulado de Portugal em Nova Iorque, que passou a escritório consular no âmbito de uma reestruturação diplomática operada pelo actual governo, mantém-se em funcionamento sem cônsul geral desde a saída do embaixador Alexandre de Almeida Fernandes, em Setembro de 2008; a sua condução está a cargo da chefe de chancelaria Teresa Costa .

Após ter ocupado espaço durante alguns anos no 590 da 5ª Avenida, o consulado está agora no 2 da Hammarskjold Plaza, entre as ruas 47 e 48, na Segunda Avenida.

A nova cônsul geral fez os seus estudos secundários na Horta, Açores, frequentou o Lycée Camille Guérin, em França, e licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, entre 2007 e 2008. Obteve mais tarde um mestrado em Administração Pública na Kennedy School of Government da Harvard University, em Boston, entre 2003 e 2004.

Depois de ter sido advogada estagiária, interrompeu a actividade para se juntar em 1987 aos quadros diplomáticos do MNE.

Enquanto cônsul-geral em Boston, Manuela Bairos desencadeou o Boston Portuguese Festival, uma montra anual do país nas suas mais variadas vertentes.
 A diplomata é casada e mãe de duas filhas.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Lília Cabral Bertolli Figueiredo

Lília Cabral Bertolli Figueiredo (São Paulo, 13 de Julho de 1957) é uma actriz brasileira, duas vezes indicada ao Prêmio Emmy Internacional.
Lília é brasileira, filha de pai italiano (Gino Bertolli) e mãe portuguesa (Almedina Cabral, natural da São Miguel, Arquipélago dos Açores). Sua mãe faleceu quando Lília tinha por volta dos 20 anos de idade, antes de ela começar a actuar na TV, fato que lamenta bastante, já que esta nunca teve a oportunidade de vê-la trabalhar como actriz.  É paulistana do bairro da Lapa,  mas vive no Rio de Janeiro há mais de vinte anos.


O seu primeiro casamento, ainda muito jovem, foi com o cineasta João Henrique Jardim, mas este matrimonio durou pouco tempo. É casada desde 1994 com o economista Iwan Figueiredo, pai de sua única filha, Giulia, que nasceu quando Lília tinha 38 anos. A gravidez não foi planeada já que, pouco tempo antes de engravidar, Lília tinha sofrido três abortos espontâneos.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Brasil


A Imigração Açoriana no Brasil foi estimulada pelo interesse de Portugal em povoar o território do Brasil colónia, alternativa empregada para impedir a exploração das novas terras portuguesas por outras nacionalidades.

A vinda de imigrantes açorianos está muito ligada à imigração de portugueses no Brasil. Após a posse das terras no Novo Mundo que pertenciam a Portugal, este não demonstrou interesse imediato em explorar o local. O fato de não se ter encontrado metais preciosos nos primeiros anos de colonização do Brasil e também os lucros mais interessantes provenientes das especiarias no Oriente foi importante para determinar o comportamento de Portugal em relação ao Brasil. Somente quando outras nacionalidades, como os franceses, ameaçaram explorar o território é que os portugueses atentaram para a importância de colonizar as novas terras para impedir investidas de outros povos.
Para ocupar o território do Brasil pertencente a Portugal, os açorianos receberam vantagens. A primeira leva de casais açorianos chegou ao Brasil em 1617 e então o fluxo migratório mantivesse até o século XX. As capitanias de Santa Catarina e Rio Grande do Sul foram os destinos principais da imigração açoriana no Brasil, as duas regiões eram tomadas como importantes para colonização, medida que asseguraria a presença dos portugueses e garantiria a posse das terras. A população de Santa Catarina, especificamente, mais que dobrou por conta da presença dos açorianos.


Os habitantes do arquipélago dos Açores tinham, além dos incentivos oferecidos pela Coroa Portuguesa, muitos outros motivos para emigrar. Por conta do fraco desenvolvimento das ilhas, que baseavam sua economia no trigo e no pastel, os nativos passaram a viver em difíceis condições. Soma-se ao elemento econômico a questão do crescimento demográfico que aumentou mais ainda a disputa pelo acesso a boas condições de vida nos Açores. No século XVIII, os produtos que marcavam especialmente a economia do arquipélago já não garantiam mais o retorno comercial necessário. Mediante tal cenário, os açorianos optaram pela emigração para o Brasil.
É no próprio século XVIII que a corrente migratória de açorianos para o Brasil ganha proporções notáveis, impulsionada pelos fatores anteriormente apresentadas. Mesmo a introdução de novas culturas na economia açoriana não foi capaz de melhorar as condições, como o Brasil já abrigava açorianos há bastante tempo, a melhor saída para os nativos foi mesmo emigrar.
Já no decorrer do século XVIII e principalmente no século XIX, quando os números da corrente imigratória são maiores, o destino dos açorianos no Brasil é muito mais diversificado. A ocupação de tal povo nas capitanias de Santa Catarina e Rio Grande do Sul que ocorreu outrora por conta do risco de invasões de outros povos já havia sido alterada, o destino tornara-se livre. Os açorianos distribuíram-se por Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Amazonas, Pará e Paraíba também. Essas regiões possuem colônias açorianas que mantém antigos costumes e a cultura de seu local de origem.



Atenção


segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Louis Ferreira

Louis Ferreira (também conhecido como Luís Ferreira ou Justin Louis, por vezes grafada como Justin Lewis) é um actor canadense nascido-Português. Ferreira é mais conhecido por seus papéis em stargate universe como Coronel Everett Jovem, serial killer Ray Prager no primeira temporada de Durham county,  Assistant Director do FBI John Pollock em faltante  , e vazio da arte em Saw IV.  Ele está atualmente estrelando na série CTV Motive  como detetive de homicídios de Oscar Vega.
Ferreira nasceu em 20 de Fevereiro de 1967, na Terceira , Açores , e emigrou com seus pais para o Canadá no início de sua vida. Ele cresceu na Jane and Finch bairro em North Yorq , Ontario.

O actor foi pelo nome artístico de Justin Louis por 25 anos até que sua mãe nasceu-Português morreu em 2008, depois que ele decidiu usar seu nome de família e "Louis", uma aproximação do seu nome de baptismo, "Luis".
Currículo de Ferreira inclui mais de 100 diferentes créditos na tela, como ele já apareceu em uma ampla gama de programas de televisão, incluindo papéis principais em Hidden Hills , Durham County , Urban Angel , e ausente . Ele também tem papéis recorrentes ou convidado em vários programas de TV, incluindoNCIS ,  CSI: Crime Scene Investigation ,  e Criminal Minds .  Ele também recebeu as Cartas série de televisão a Deus.

Em 2009, Ferreira foi caracterizado como David Maysles nas HBO premiado filme Grey Gardens  opostos Jessica Lange e Drew Barrymore . Outros créditos no cinema incluem retratando Sarah Polley marido em Dawn of the Dead  , bem como papéis em Shooter  e The Lazarus Criança . Ferreira também apareceu no filme de 1995 Blood and Donuts eo filme de 2007 Saw IV . Outros créditos incluem A Marsh ,  Boozecan,  e The Big Slice,.
Em 2011, ele se tornou conhecido como "A Voz da Mazda", expressando uma série de comerciais para a sua campanha nacional de dois anos ..Outro trabalho de narração inclui Polícia Vince  na série de TV The Dating Guy  e Chet no episódio "Hyde and Go Guincho" em série de desenho animado infantil Tales from the Cryptkeeper.

Ferreira retratado Donald Trump no Trump Unauthorized  e foi um chumbo na minissérie The Andromeda Strain . Ele ganhou o prêmio de Melhor Ator por sua interpretação de Robert (Duke) Romano em arcos caídos no Chicago Alt.Film Fest em 1999.  Em 2008, ele ganhou o Prêmio Gêmeos de Melhor Performance por um actor em um dramático Continuando Liderando Role por seu trabalho retratando o serial killer Ray Prager em Durham County .  Ele foi indicado para o mesmo prémio em 2010, para o papel do Coronel Everett Jovem na série de televisão Stargate Universe . Depois de jogar o recorrente papéis de Declan na quinta temporada da série de TV Breaking Bad  e do coronel Henderson Municipal  em Primeval: New World .  Ele atualmente estrela na série CTV Motive  como detective de homicídios de Oscar Vega. Ele ganhou o Prémio Leo de Melhor Performance de chumbo por um Homem em uma série dramática em 2014.

domingo, 7 de dezembro de 2014

A familia


John Philip Sousa 


John Philip Sousa (Washington, 6 de Novembro de 1854— reading, 6 de Março de 1932) foi um compositor e maestro de banda norte americano, do romantismo tardio, popularmente conhecido como O Rei das Marchas, como The Stars and Stripes Forever, marcha oficial dos Estados Unidos. A sua produção musical inclui cerca de 15 operetas e várias canções. Conhecido por ter idealizado e dado nome ao saxofone .

John Philip Sousa nasceu nos Estados Unidos da América, terceiro de dez filhos e filhas de pai Português de origem Açoriana e mãe bávara, de nome: João António de Sousa (John Anthony Sousa) (Sevilha, 22 de Setembro de 1824 - 27 de Abril de 1892) e Maria Elisabeth Trinkhaus (Darmamstadt, 20 de Maio de 1826 - 25 de Agosto de 1908). Os seus pais eram descendentes de portugueses, Espanhoís e Hessianos (Alemães); seus avós paternos eram português e espanhola  refugiados. Sousa iniciou a sua educação musical, tocando violino, como pupilo de João Esputa e G.F. Benkert de harmonia e composição musical com seis anos.

Com a sua própria banda, entre 1892-1931, realizou 15623 concertos..2 Em 1900, a sua banda representa os Estados Unidos na Exposição Universal de Paris (1900).

Morreu de insuficiência cardíaca com 78 anos em 6 de Março de 1932, no seu quarto no Hotel Abraham Lincoln, em Reading, Pensilvânia. Ele tinha conduzido um ensaio de "Stars and Stripes Forever". Ele encontra-se enterrado em Washington, DC no Cemitério do Congresso.

sábado, 6 de dezembro de 2014

Hélio Costa


O popular Hélio Costa, taxista de profissão e escritor de temas populares para as Danças de Pandeiro e bailinhos já escreveu 19 enredos para diferentes comunidades imigrantes de Terceirenses residentes na América do Norte. Nos últimos anos, as comunidades imigradas na Califórnia tem demonstrado um interesse crescente pela organização do Entrudo Tradicional da Ilha Terceira pelo que tem aumentado o número de grupos que se organizam.

Exemplo desta dinâmica é o facto de Hélio Costa ter escrito a maioria dos textos para grupos sediados na costa Oeste, que nos últimos cinco anos tem sofrido um significativo aumento.

A Califórnia é uma das zonas de fixação de grande número de imigrantes oriundos da ilha Terceira e, também, uma das comunidades imigrantes mais bem sucedidas das diversas comunidades portuguesas residentes no estrangeiro.

De forma espontânea, como tem sido o Carnaval originário na ilha Terceira, este tipo de manifestação tem vindo a aumentar e a tendência é um crescimento que poderá ultrapassar o número de grupos que desfilam nos palcos da ilha Terceira durante os três dias de Carnaval.

Naturalmente que este fenómeno poderá não se desenvolver muito mais devido à diminuição da emigração dos Açores, particularmente da ilha Terceira, para a América do Norte.