quinta-feira, 22 de maio de 2025
Gruta da Enxaréus ilha das Flores Açores
Esta formação geológica tem uma curiosa história que se inicia com o povoamento dos Açores, com as rotas comercias que passavam por estes mares ocidentais do arquipélago à socapa das naus da Carreira da Índia.
Foi assim durante séculos usada como esconderijo de piratas, corsários e contrabandistas, e é hoje uma das grandes atracções da ilha das Flores.
Faz parte dos roteiros turísticos da ilha, sendo possível lá chegar por barco.
Deve ter-se em atenção que por esta altura muitos dos homens da ilha do Corvo, ali mesmo ao lado, iam buscar parte dos seus rendimentos ao trabalho que faziam nas embarcações piratas e que certamente eram conhecedores das costas das ilhas.
quarta-feira, 21 de maio de 2025
Caveira ilha das Flores Açores
A primeira colónia que se conhece ter-se fixado na ilha das Flores foi constituída por um pequeno grupo de flamengos, capitaneado por Willem van der Hagen, que terá escolhido o vale da Ribeira da Cruz, hoje em território da freguesia da caveira, como local de residência. Terão chegado à ilha em finais do século XV, com a esperança que a ilha fosse rica em minérios, aparentemente com a ideia de que a ilha das Flores era uma das míticas ilhas Cassitérides. Instalaram-se em pequenas grutas, escavadas nas falésias das margens da Ribeira, mas quando descobriram que afinal a ilha não tinha estanho ou metais preciosos, abandonaram a colónia e foram-se fixar na atual Vila do Topo, na ilha de São Jorge.
Falhada esta tentativa de colonização, o lugar ficou novamente desabitado, assim permanecendo por muitas décadas. Escrevendo em finais do século XVI, o historiador Gaspar Frutuoso já aponta e existência do topónimo Caveira, descrevendo-o como uma pequena ponta que corre ao mar, não sendo, contudo, claro que o lugar fosse então povoado. A primeira referência à povoação aparece na obra do padre António Cordeiro, publicada em 1717, que a aponta como um pequeno lugarete.
Foi a partir daquele lugarete que a Caveira se foi lentamente desenvolvendo, ficando a primitiva comunidade dependente administrativa e religiosamente da vila de Santa Cruz, a cuja paróquia pertencia o lugar. Contudo, dada a distância e a dificuldade em atravessar o escarpado vale da Ribeira da Cruz, o vigário da Matriz de Santa Cruz, padre Agostinho Pereira de Lacerda, responsável pela pequena e isolada comunidade, pediu em 1757 ao bispo de Angra, na altura D. frei Valério do Sacramento, que a Caveira fosse antes anexada à paróquia de São Caetano da Lomba, apesar de ser uma localidade pertencente ao vizinho concelho das Lajes das Flores.
Atentas as dificuldades de comunicação, por alvará de 7 de Julho de 1757, aquele bispo determinou a anexação da Caveira à paróquia da Lomba, situação que desagradou ao respetivo pároco, incomodado pela necessidade de atravessar os barrancos da Ribeira da Silva, que em breve começou a solicitar a separação do lugar. Tendo em conta essas dificuldades e o desejo de ver resolvida a assistência religiosa da isolada comunidade, em 1767, por iniciativa de José António de Sousa Bettencourt, um proprietário oriundo da ilha Graciosa que se havia fixado no lugar, começou a ser construída um pequena igreja, no local hoje ocupado pelo cemitério da freguesia.
A igreja tinha a invocação de Benditas Almas, sendo um pequeno templo de 12 metros de comprimento por apenas 4,2 m de largura. Com a ermida construída, o pároco da Lomba, então o padre José Joaquim de Almeida, apressa-se a solicitar ao rei a mercê de erigir a ermida das Benditas Almas em paroquial. A solicitada mercê chegou sob a forma de um alvará de D. João VI de Portugal, datado de 19 de Dezembro de 1823.
sábado, 17 de maio de 2025
Lagar de Diogo Fernandes Faleiro na ilha de Santa Maria Açores
O Lagar de Diogo Fernandes Faleiro localiza-se na foz da Ribeira do Aveiro, no lugar da Maia, freguesia do Santo Espírito, concelho da Vila do Porto, na ilha de Santa Maria, nos Açores.
Construído anteriormente a 1579 por Diogo Fernandes Faleiro, aqui eram produzidas anualmente vinte pipas de vinho. Este proprietário liga-se à colonização açoriana do Brasil, uma vez que, de acordo com o cronista:
"O mesmo Diogo Fernandes Faleiro tem na sua vinha, no meio da rocha feito, um lagar de uma só pedra, muito bem feito, em que faz todo o seu vinho, e o mesmo, no ano de mil e quinhentos e setenta e nove (porque não é bem passar com silêncio uma obra de tanto louvor), sendo de muita esterilidade, como haviam sido já outros atrás, de que ficaram os moradores da ilha tão atribulados e pobres, que não se podiam manter nela, vendo ele alguns parentes seus em semelhante aflição, os persuadiu que se quisessem sair daquela miséria e se fossem para o Brasil, para o que gastou com eles, provendo-os de todo o necessário para a sua embarcação, duzentos mil réis, e mais não sendo ele tão rico, que pudesse fazer tão grossa esmola, sem notável trabalho seu e despesa de sua fazenda, ajudando-os, e, além da dita despesa, com diligências e ocupações de sua pessoa e dos seus, de sua casa, a embarcar, animando-os com grande fervor e caridade."
A mais antiga notícia que nos fala da saída de alguns casais para o Brasil é- -nos fornecida por Gaspar Furtuoso, primeiro historiador micaelense (1522-1591), que escreveu as suas crônicas no terceiro quartel do século XVI. Escreve o cronista a dado passo que “… no ano de mil quinhentos e setenta e nove, sendo de muita esterilidade, como haviam sido muitos atrás desse, ficaram os moradores da ilha tão atribulados e pobres, que não se podiam manter nela, vendo ele [Diogo Fernandes Faleiro] alguns parentes seus em semelhante aflição, os persuadiu que se quisessem sair daquela miséria e se fossem para o Brasil, para o que gastou com eles, provendo-os de todo o necessário para sua embarcação, duzentos mil reis…”
quarta-feira, 14 de maio de 2025
Palácio dos Capitães-Generais na cidade de Angra do Heroísmo ilha Terceira Açores
O Palácio dos Capitães-Generais, também designado por Colégio de Santo Inácio e Colégio da Companhia de Jesus, localiza-se na freguesia da Sé, no centro histórico da cidade e município de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, nos Açores.
Trata-se de um conjunto edificado de apreciáveis dimensões onde primitivamente esteve instalado o Colégio da Companhia de Jesus que, em 1595, foi crismado com o nome de "Colégio da Ascensão". Nesta época era constituído não apenas pelo atual edifício, mas também pelo do Colégio própriamente dito, o chamado "Pátio dos Estudos" (hoje desaparecido), o do chamado "Colégio Novo" (onde atualmente se encontra instalada a Direção Regional das Comunidades), e pela Igreja de Santo Inácio.
Enquanto a Fortaleza de São João Baptista personificou o poder militar, o Palácio dos Capitães-Generais personificou o poder civil no arquipélago. Ao longo de sua história, com mais de quatro séculos, serviu como sede do primeiro governo unificado do arquipélago (período da Capitania Geral dos Açores), como Palácio Real de Pedro IV de Portugal e de Carlos I de Portugal, como sede do Governo Militar dos Açores, e como sede da Presidência do Governo dos Açores e local de reunião do Conselho do Governo da Ilha Terceira, quando passa à posse da Região após a constitucionalização da autonomia política e administrativa dos Açores na sequência da Revolução dos Cravos no país. Entre as suas funções, na atualidade, é uma das sedes da Presidência do Governo Regional.
O Palácio dos Capitães-Generais está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1980.
O estabelecimento dos Jesuítas nos Açores e na Madeira remonta a 1569, quando o regente D. Henrique instituiu dois colégios, custeados pelo erário real, em Angra e no Funchal.
O Colégio dos Jesuítas de Angra foi mandado erguer por Alvará de D. Sebastião datado de 19 de fevereiro de 1570, sendo a partida dos religiosos assim registada, no início do mesmo ano:
"Estes dias passados se partieron de aquí tres Padres y nueve Hermanos que van para la Isla de Madera a fundar el collegio (...). Cedo partirán otros tantos para la Isla de Angra y por ventura que algunos Hermanos más; partirán a quinze de Março poco más o menos"
Desse modo, a 1 de junho de 1570, após uma viagem tormentosa, o grupo de doze religiosos entrou solenemente em Angra, sob a liderança daquele provincial. No grupo destacavam-se ainda os nomes de Luís de Vasconcelos (reitor e mestre - ou leitor - dos casos de consciência), Pêro Gomes e Baltasar Barreiros.
José da Silva do Canto, que fundara na rua da Rocha (posteriormente rua de Jesus, em homenagem à Companhia) o Recolhimento e Ermida de Nossa Senhora das Neves, disponibilizou-lhes essas facilidades para nelas se instalarem. Sendo essas acomodações reduzidas, buscaram-se novas instalações, que foram encontradas numa casa no local do atual palácio, que se tornou a segunda casa da Companhia em Angra. Por Alvará passado em Almeirim a 20 de março de 1572, D. Sebastião concedeu as licenças necessárias para a construção de uma nova edificação, com traça do jesuíta Tinoco, e atribuiu 600$00 reis anuais para o estabelecimento e sustento dos padres da Companhia, pagos a partir desse ano pelo Provedor da Fazenda Real na Terceira, através dos rendimentos da Coroa naquela ilha As obras foram dirigidas pelo jesuíta Francisco Dias, com recurso das esmolas das principais famílias da ilha.
Na mesma época, em Ponta Delgada, João Lopes, um cristão-novo oriundo do Porto que enriquecera no comércio, legou em testamento o rendimento de trinta moios de trigo à Companhia, com a condição de também ser aberto um Colégio naquela cidade, o que aconteceria em 1592.
quarta-feira, 7 de maio de 2025
Castelo Branco ilha de São Miguel Açores
Castelo Branco localiza-se na freguesia de Ponta Garça, no concelho de Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel, nos Açores.
Foi erguida em época indeterminada por particulares. Em posição dominante no topo de uma elevação, teria a função de controle dos terrenos adjacentes por parte dos seus antigos senhores.
Atualmente é utilizado como miradouro ("Miradouro do Castelo Branco"), de onde os visitantes podem descortinar uma ampla paisagem com destaque para o vale e a Lagoa das Furnas de um lado e a Vila Franca do Campo de outro.
Trata-se de uma torre de pequenas dimensões, com o formato de uma "Domus Fortis" medieval. Divide-se internamente em dois pavimentos e é coroada por ameias.
domingo, 4 de maio de 2025
Nascimentos e baptismos de escravos na Sé Catedral dos Açores ilha Terceira
Na civilização ocidental, os portugueses são geralmente creditados por ser os maiores esclavagistas. Considerando o número de africanos transportados para as Américas, não contabilizado, mas avaliado, será porventura verdade. O Infante Dom Henrique, que era sobretudo um comerciante de visão global, negociava escravos. Mas também é verdade que todos os países europeus os tinham para as tarefas consideradas menores. Nunca foram tantos como nas Américas ou África, porque a economia europeia não precisava tanto ao trabalho agrícola intensivo, do tipo que se praticava noutros continentes.
Calcula-se que entre 1618 e 1620 os portugueses tenham exportado cinquenta mil escravos
Os portugueses proibiram o tráfico em 1781, por decreto de Pombal, mas não proibiram a escravatura em si, que só terminou efectivamente em 1869.
A região Autónoma dos Açores também teve escravos ao serviço dos seus senhores em praticamente todas as nove ilhas.
Grande parte deles tiveram descendência nas ilhas e deixaram gerações até aos nossos dias.
A final quem eram eles? Vou lhes deixar aqui o nome de alguns para a nossa memória colectiva.
1 - José Maria, Indio de 15 amos. Foi comprado na ilha de São Domingos por Founier Leclair. Baptismo : 08.08.1790
2 - João e Paulo, filho de Guiomar da Conceição escrava do alferes António Rodrigues. Baptismo: 1775
3 - Manuel filho de Isabel mulata, escrava de José Carlos. Nasceu a 25.11.1778
4 - Pedro filho de Mariana escrava preta de José Gambier, Cirurgião. Nasceu a 25.11.1778
5 - Francisca filha de Maria Inácia escrava de Manuel da Rocha. Nasceu a 4.10.1763
6 - Manuel, escravo adulto de Manuel Leal da Fonseca. Baptismo: 08.07.1764
7 - Maria, escrava adulta de Josefa de Jesus. Baptismo: 10.02.1765
8 - João filho de Mariana, escrava de Ricardo Moles. Baptismo: 23.06.1765
9 - Jacinto filho de Cecília Rosa, escrava de Filipe Cardoso de Lima. Baptismo: 27.01.1766
10 - Caetano, escravo adulto de Diogo Ferraz. Baptismo: 08.02.1766
11 - Genoveva filha de Maria da Conceição, escrava de Inácia Francisca Xavier viúva do alferes Manuel da Rocha Velho. Nasceu a 12.09.1766
12 - José filho de Paula da Trindade, escrava preta do padre Francisco Martins. Nasceu a 28.10.1766
13 - Maria filha de Joana, escrava de Vicente Caetano da Silva. Nasceu a 12.06.1767
14 - Francisca filha de Rita Angélica, escrava do capitão Manuel da Silveira. Nasceu a 24.01.1768
15 - Antónia filha de Mariana, escrava de Manuel Lopes Pinheiro. Nasceu a 10.05.1769
João, escravo adulto de Francisco Duarte. Baptismo: 25.05.1770
16 - Margarida filha de Maria, escrava de João do Canto e castro. Nasceu a 14.02.1756
17 - Joaquim filho de Maria, escrava do Dr. José Francisco Jorge. Nasceu a 6.12.1756
18 - António filho de Engrácia de São José, escrava de João António da Cunha. Nasceu a 14.01.1757
19 - Domingos, escravo adulto do Governador do do Castelo São João Baptista. Baptismo : 14.02.1757
20 - Clara, escrava adulta preta de José Francisco de Vasconcelos. Baptismo: 29.03.1757
21 - Josefa, escrava do padre António Carvalho de Sousa. Nasceu a 28.03.1758
22 - Isidro filho de Maria Ambrósia, escrava de Da. Francisca Joaquina de Bettencourt filha do Dr. Francisco de Lemos Machado. Nasceu a 01.04.1762
quinta-feira, 1 de maio de 2025
Há 154 anos, é fundada a primeira Biblioteca Pública nos Açores, no Clube Popular Angrense na Ilha Terceira.
A Ilha Terceira foi a primeira terra dos Açores que fundou uma biblioteca pública – 1.º de Dezembro de 1871 – ao ter conhecimento da instituição das bibliotecas populares do continente.
O governo da metrópole, convidado a contribuir com o seu auxílio para este empreendimento educativo e patriótico, enviou 358 volumes, alguns habitantes da ilha contribuíram com várias obras, de forma que a biblioteca contava, no primeiro aniversário da sua inauguração, cerca de dois mil volumes, entre os quais se encontravam os mais apreciáveis monumentos da nossa literatura.
O iniciador desta grande obra educativa foi um homem que deixou um nome glorioso nesta terra, que adotou por pátria, Mateus Augusto, que, falando na abertura da biblioteca, em sessão solene, disse: «Abençoada instituição! No nosso país plantou-se a voz do dedicado apóstolo da instrução para todos, o Senhor D. António da Costa e o seu nome, como aconteceu, devia vincular-se à primeira biblioteca popular dos Açores.
Aos esforços do incansável obreiro para tudo quanto é útil e civilizador, que são os desejos e a vontade da sua alma por quanto contribuiu afirmar em sólidas bases a grande ideia democrática, e tal que há-de perpetuar-se pela educação e pelo ensino, pelo amor e pela virtude, sem os horrores do sangue nem a carnificina de irmãos devem os terceirenses a sua biblioteca popular».
O Clube Popular Angrense foi também a primeira sociedade que instituiu uma escola noturna gratuita.
Pormenor da estante oferecida por Almeida Garrett à primeira Biblioteca Publica nos Açores.
Atualmente na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo
In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 360, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.
Lagar de Diogo Fernandes Faleiro na ilha de Santa Maria Açores
O Lagar de Diogo Fernandes Faleiro localiza-se na foz da Ribeira do Aveiro, no lugar da Maia, freguesia do Santo Espírito, concelho da Vila do Porto, na ilha de Santa Maria, nos Açores.
Construído anteriormente a 1579 por Diogo Fernandes Faleiro, aqui eram produzidas anualmente vinte pipas de vinho. Este proprietário liga-se à colonização açoriana do Brasil, uma vez que, de acordo com o cronista:
"O mesmo Diogo Fernandes Faleiro tem na sua vinha, no meio da rocha feito, um lagar de uma só pedra, muito bem feito, em que faz todo o seu vinho, e o mesmo, no ano de mil e quinhentos e setenta e nove (porque não é bem passar com silêncio uma obra de tanto louvor), sendo de muita esterilidade, como haviam sido já outros atrás, de que ficaram os moradores da ilha tão atribulados e pobres, que não se podiam manter nela, vendo ele alguns parentes seus em semelhante aflição, os persuadiu que se quisessem sair daquela miséria e se fossem para o Brasil, para o que gastou com eles, provendo-os de todo o necessário para a sua embarcação, duzentos mil réis, e mais não sendo ele tão rico, que pudesse fazer tão grossa esmola, sem notável trabalho seu e despesa de sua fazenda, ajudando-os, e, além da dita despesa, com diligências e ocupações de sua pessoa e dos seus, de sua casa, a embarcar, animando-os com grande fervor e caridade."
A mais antiga notícia que nos fala da saída de alguns casais para o Brasil é- -nos fornecida por Gaspar Furtuoso, primeiro historiador micaelense (1522-1591), que escreveu as suas crônicas no terceiro quartel do século XVI. Escreve o cronista a dado passo que “… no ano de mil quinhentos e setenta e nove, sendo de muita esterilidade, como haviam sido muitos atrás desse, ficaram os moradores da ilha tão atribulados e pobres, que não se podiam manter nela, vendo ele [Diogo Fernandes Faleiro] alguns parentes seus em semelhante aflição, os persuadiu que se quisessem sair daquela miséria e se fossem para o Brasil, para o que gastou com eles, provendo-os de todo o necessário para sua embarcação, duzentos mil reis…”