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quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Crónicas da Província de S. João Evangelista das Ilhas dos Açores

 

As Crónicas da Província de S. João Evangelista das Ilhas dos Açores, são uma obra de natureza histórica, de autoria do frei Agostinho de Monte Alverne .


O manuscrito, redigido até 1695, encontra-se depositado em nossos dias na Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada.



Inédito por quase três séculos, a primeira edição da obra, em três volumes, ocorreu de 1960 a 1962.


Nesta obra, diferentemente de Gaspar Frutuoso que nas "Saudades da Terra" aborda aspectos naturais (geológicos, topográficos, orográficos, fauna e flora), históricos e humanos (demografia, património, cultura) da Macaronésia, Monte Alverne restringe-se aos Açores, abandonando a perspectiva ultramarina e centrando-se na temática eclesiástica e religiosa, colorindo-a com traços miraculosos.




quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Os filhos de Willem van der Haegen no Arquipélago dos Açores

 


Casou com Margarida de Zabuya ou Margarida de Saboia  , filha de Amadeu VIII de Saboia  , em 1454 em Bruges, Flandres, Bélgica, nascida em 1439, em Bruges, Flandres, Bélgica.

Filhos de Wilhelm van der Haegen e Margarida de Zabuya:

1- Luzia da Silveira, nasceu em 1464 em Bruges, Flandres, Bélgica; morreu em 1548; casou com André Fernandes Villalobos em 1485 na Vila do Topo, Ilha de São Jorge, Açores. Nascido em 1490; e morto em 1548.

2- João da Silveira, nasceu em 1456 em Bruges, Flandres, Bélgica; morreu em 1481; casou com Guiomar Borges Abarca na Ilha Terceira, Açores, Portugal.


3- Jorge da Silveira (Jorge da Silveira ou Joz, ou Josse, ou José, nasceu cerca 1458, destino ignorado.) em Bruges, Flandres, Bélgica.


4- Margarida da Silveira, nasceu em 1460 em Bruges, Flandres, Bélgica; morreu nos Flamengos, Ilha do Faial, Açores. Casou com Joss van Aard ou Jorge da Terra, “o velho” van Aertrijcke em 1540 nos Flamengos, Ilha do Faial, Açores. Nascido nos Flamengos, Ilha do Faial, Açores.


5 - Ana da Silveira, nasceu em 1466 em Bruges, Flandres, Bélgica; casou com Tristão Martins Pereira em 1485 em Goa, Índia Portuguesa. nascido em 1452 em Pombal, Portugal continental. Morreu em 1529 na Índia.

6- Maria da Silveira, nasceu em 1468 em Bruges, Flandres, Bélgica; morreu em 14 de Agosto de 1545; Casou com João Pires de Matos em 1497 na Ilha do Faial, Açores.



7- Catarina da Silveira, casou com o capitão-mor Jorge Gomes de Ávila em 1484 na Ilha Graciosa, Açores. Nascido em 1453 na Ilha Graciosa, Açores.


8- Francisco da Silveira, nasceu em 1499 na Ilha do Faial, Açores. Morreu em 1595 na Ilha do Faial, Açores. Casou com Isabel d'Útra de Macedo em 1524 na Ilha do Faial, Açores.


Alguns dos seus descendentes emigraram para o sul de África e integraram-se com os colonos holandeses.




terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Quinta da Boa Hora ilha Terceira Açores

 


A Quinta da Boa Hora é composta por uma propriedade agrícola e por um solar que foi pertença da família Barcelos. Localiza-se esta quinta na ilha   Terceira,  concelho de Angra do Heroísmo, freguesia da Terra Chã.

Foi durante séculos residência da família Barcelos, tendo nele vivido Isidro Barcelos Bettencourt, político português, partidário do Partido Nacional Republicano em Angra do Heroísmo e funcionário do governo português..

O solar de que a quinta está dotada apresenta-se com apreciáveis dimensões. Tem um pátio voltado a nascente com jardim onde de destacam plantas exóticas de grande dimensão dada a sua avançada idade. É de mencionar também a capela.

Destaca-se este edifício pelo seu aspecto senhorial de austera fachada e pelo portão em cantaria trabalhada dotado de pináculos e encimado por um arremate igualmente em pedra trabalhada.




sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Farol da Ponta da Serreta ilha Terceira Açores

 

O Farol da Ponta da Serreta, localiza-se no alto de uma falésia, a ponta do Queimado, freguesia da Serreta, na costa norte da Ilha Terceira Açores.

O «Plano Geral d'Alumiamento e Balizagem das Costas e Portos Marítimos do Continente do Reino e Ilhas Adjacentes», apresentado em 1883, pela Comissão de Faróis e Balizas criada, em 1881, para estudar a farolização das costas e portos, já incluía a construção de um farol na Ponta da Serreta.  Este documento, cuja tabela resumo foi publicada em anexo à referida Lei de 20 de Março de 1883, previa para aquele local a construção de um farol de 4.ª ordem com caracteres distintivos 1B1V (luz distribuída em grupos de dois clarões, dos quais um é vermelho), sector iluminado de 240º, com 17,5 mn de alcance em estado de tempo médio e 8,5 mn em estado brumoso.


A proposta para instalação de um farol na Ponta do Queimado (nome pelo qual a Ponta da Serreta era mais conhecida), o extremo oeste da ilha Terceira, foi secundada pelo comandante José de Almeida de Ávila, faialense, que defendeu, em artigo publicado em 1891, intitulado «Uma opinião sobre a iluminação do arquipélago dos Açores», que fosse instalado na Ponta da Serreta um farolim visível em tempo regular a 10 a 12 milhas de distância.

O plano de farolização publicado por aquele oficial da Armada, um contributo pioneiro e bem fundamentado sobre a farolização das costas dos Açores, recebeu apoios vários, entre os quais os de especialistas como Domingos Tasso de Figueiredo e Augusto Eduardo Neuparth, e foi determinante para a operacionalização da componente açoriana do «Plano Geral d'Alumiamento e Balizagem das Costas e Portos Marítimos do Continente do Reino e Ilhas Adjacentes» que fora apresentado em 1883.

A construção do farol foi iniciada em 1907, segundo um projecto elaborado pelo engenheiro Jules Dourot. A obra foi executa pelos mestres Augusto Alves, pedreiro, e Jacinto Ferreira, carpinteiro, tendo o Farol da Serreta entrado em funcionamento no dia 4 de Novembro de 1908. Ficou localizado na Ponta do Queimado, ou Ponta da Serreta, com o plano focal a 96 m de altitude acima do nível médio do mar, na posição 38º 45,85’ N e 27º 22,44’ W (WGS 84).




quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

A lenda do Cavaleiro da ilha do Corvo Açores




A Lenda do Cavaleiro da ilha do Corvo é uma tradição oral da ilha do Corvo, nos Açores. Liga-se à descoberta dos Açores com base nos mitos que envolviam as ilhas do Grande Mar Ocidental e a época dos descobrimentos portugueses.



A lenda iniciou-se após 1452, quando os primeiros navegadores que navegavam para Ocidente a partir de Portugal continental avistaram aquela que veio a ser chamada de Ilha do Corvo. Afirma que, ao aproximarem-se da nova terra avistada, os navegadores viram sobre a parte mais alta de um monte uma estátua equestre.


O alazão apoiado nas patas traseiras, com as patas dianteiras levantadas no ar a apontar para o noroeste, apontava para a frente, para mostrar o caminho do Novo Mundo. O cavaleiro empunhava uma espada num braço erguido. Ambos tinham sido esculpidos no basalto negro vulcânico, pedra mãe do substrato da ilha do Corvo.



Esta estátua teria sido mandada retirar por Manuel I de Portugal para ser levada à sua Corte. No entanto, ao ser transportada numa nau, a estátua naufragou junto com a embarcação que a transportava. Dela apenas restam lendas, histórias e registos nas Crónicas de João III de Portugal e de Damião de Góis.


quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Memórias! Sismo 1 de Janeiro de 1980 ilha Terceira Açores





O sismo dos Açores de 1980, ou sismo d'oitenta, foi um sismo que ocorreu às 15h42 (hora local) do dia 1 de Janeiro de 1980, no qual entre seis a sete dezenas de pessoas faleceram e mais de 400 ficaram feridas, causando sérios danos na Ilha Terceira e afectando Graciosa e São Jorge. Com uma magnitude de 7.2 na escala de Richter, também se fez sentir nas ilhas Pico e Faial, resultando numa fractura de deslize, algo típico no historial de sismos do Arquipélago dos Açores.


Depois do sismo, o então Presidente da República Portuguesa António Ramalho Eanes anunciou três dias de luto nacional, enquanto os esforços de ajuda humanitária, iniciados pela Força Aérea Portuguesa, foram rapidamente enviados ao local por agências governamentais.
O sismo ocorreu às 15h42 (hora local) do dia 1 de Janeiro de 1980, foi de magnitude 7.2 na escala de Richter e deu-se a cerca de 35 quilómetros a su-sudoeste de Angra do Heroísmo.  Isso causou danos consideráveis em três ilhas: Terceira, São Jorge e Graciosa,  destruindo vários edifícios.


De acordo com os relatórios locais, cerca de 70% das casas da Ilha Terceira foram demolidas, incluindo o bairro histórico da capital da ilha, Angra do Heroísmo.  Em termos gerais, os edifícios públicos como as sedes governamentais e as igrejas permaneceram intactas, enquanto outros edifícios cederam.  Serviços essenciais, como a electricidade e a água, ficaram cortadas em várias áreas.

Inicialmente, o numero de mortes foi fixado em 52,  mas posteriormente contabilizou-se 61 e, mais tarde ainda, 73.  Além disso, foram contabilizadas cerca de 300 pessoas feridas, embora posteriormente o número tenha ultrapassado as 400. Pelo menos vinte mil pessoas ficaram desalojadas, e danos menores foram registados nas ilhas do Pico e do Faial. Na Base aérea das Lajes, onde se encontra colocada a Força Aérea Portuguesa, um destacamento da Força Aérea dos Estados Unidos e, na época, um destacamento da Marinha dos Estados Unidos, não houve nenhuma baixa e os danos foram mínimos.



A Força Aérea Portuguesa, a Marinha dos Estados Unidos e a Força Aérea dos Estados Unidos, estacionados na base das Lajes, trabalharam em ajuda às populações locais,  abrigando mais de 150 famílias;  a Força Aérea Portuguesa levaram mantimentos e bens essenciais às vítimas do sismo, enquanto a corveta João Coutinho da Marinha Portuguesa levou médicos para o local. O Presidente da República, Ramalho Eanes, voou num avião até ao local, acompanhado por pessoal médico e suprimentos.


Os funcionários locais, incluindo a PSP, GNR e os bombeiros, abriram caminhos e limparam vias de circulação para a passagem de meios de transporte com suprimentos e pessoal médico. Em resposta ao sismo, estes funcionários públicos também estiveram envolvidos na busca de sobreviventes nos escombros.  Imediatamente após o desastre, foram instaladas tendas para substituir temporariamente as casas destruídas para aproximadamente 200 famílias. Casas portáteis também foram construídas pelo projecto People and Prople International, o que resultou em mais 100 abrigos.


Três dias de luto nacional foram declarados por Ramalho Eanes.  Depois dos esforços de socorro às populações, dezanove estações sismográficas foram instaladas pela região para monitorizas as actividades sísmicas. Onze destas instalações foram usadas para monitorizar a actividade sísmica, enquanto as outras oito também serviam para a recolha de informações sobre as áreas geotérmicas.  O sismo ajudou a que centenas de pessoas das ilhas decidissem emigrar para os Estados Unidos.