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sábado, 19 de abril de 2025

Largo da Matriz ilha de São Miguel Açores


 

Fontinhas ilha Terceira Açores

 

A criação desta freguesia, com independência administrativa e eclesiástica, ocorreu durante o século XV. Os registos civis mais antigos datam de 1571, mas determinados documentos anteriores terão desaparecido. A primitiva igreja paroquial era anterior a 1500.


Neste mesmo século XVI, Gaspar Frutuoso caracterizava a freguesia da seguinte forma: "Indo da Vila da Praia, a oeste -noroeste uma légua da dita vila, está um lugar que se chama as Fontinhas, por ter muitas fontes de pouca água, que corre para este lugar pela falda desta serra. Tem Igreja paroquial da invocação da igreja da Nossa Senhora da Pena, onde há vigário somente, com quarenta moradores e alguns deles lavradores ricos, porque as terras são ricas.



Ao pé desta serra, da banda do norte, como disse, há muitos e frescos pomares, jardins de muitas e diversas frutas, e formosos rozales, em tanta quantidade que as levam em carros, em bestas, a vender à cidade de Angra, como fazem os de Agualva. Em um desses pomares, que se diz de Pero Leal e Agora é um Gaspar de Freitas da Maia, está um pereiro antigo, e é coisa tão notável, que muitos ilustres homens o vão ver, como foi Fernando de Pina e outros, que é tão grande, que lhe procedem do pé treze ramos com que uma excessiva copa e sombra e dá tanta fruta, que se faz cada ano cinco e seis mil reis nela, dando dois e três peros ao real e no mesmo lugar, das Fontinhas, em outro pomar, de Lisarte Godinho, que está perto deste, há muitos soutais de castanheiros, entre os quais está um antigo tão grande, que o tronco dele tem um circuito sete varas de medir que são trinta e cinco palmos, e dá infinidade de castanhas".



A actual igreja paroquial, a que actual igreja paroquial, a que acima se aludiu, data de 1925. A anterior foi derrubada nesse mesmo ano, depois de um ciclone de enormes proporções. No altar-mor, encontram-se algumas imagens de grande interesse, entre as quais as de Nossa Senhora da Pena, São José e São Sebastião. Os painéis em mosaico na ábside, adquiridos em 1969, aludem à Apresentação de Jesus no Templo e Purificação da Virgem Maria e à Crucificação e Morte do Divino Mestre nos braços de Sua Mãe".



segunda-feira, 14 de abril de 2025

Linha do Porto de Ponta Delgada ilha de São Miguel Açores

 

A linha foi construída ao mesmo tempo que o molhe do porto, em 1861. Nesse mesmo ano, para auxilio à construção do quebra-mar do porto, foi importado diverso equipamento de Holyhead, País de Gales, outrora utilizado na construção do quebra-mar do porto local .




Não servia de transporte público, sendo apenas usada para a construção e manutenção do molhe. Para tal, havia três locomotivas a vapor e 39 vagões para trazer pedra de uma pedreira próxima até ao porto. A locomotiva a vapor N.º 1, construída em 1861 pela casa Neilson & Co. (N.º 697), foi a última das três que tinha vindo em segunda mão para os Açores e tinha sido antes usada para o mesmo fim em Holyhead, no País de Gales. A N.º 2 foi construída pela Black & Hawthorn (N.º 766) entre 1880 e 1885, e a N.º 3 pela Falcon (N.º 165) em 1888.



A linha só funcionava se necessário, para a manutenção do molhe. A última vez de que há registos de actividade foi em 1973.


Pelo menos duas das locomotivas, que estiveram durante muitos anos expostas nos jardins do Museu Carlos Machado em Ponta Delgada, estão armazenadas atualmente nas oficinas da Junta Autónoma dos Portos de Ponta Delgada.



domingo, 13 de abril de 2025

Gerações!!


 

Açorianos na guerra do Vietname

 

A guerra do Vietname,   foi uma guerra em especial entre o Vietname do Norte e o Vietname do Sul, sendo o do Norte apoiado por países como a URSS, China, Coreia do Norte e o do Sul apoiado por EUA, Coreia do Sul, Austrália.



Muitos açorianos serviram nesta guerra .   Muitos açorianos que tinha emigrado para os EUA serviram na guerra do Vietname! Homens como Dinis Oliveira, Henry Mello, Horácio Manuel de Sousa Almeida, José Urbano Almeida, José Valadão Sousa, Lúcio Serpa, Manuel Botelho Tavares, Manuel Bráulio da Costa Fontes, Victor do Couto. 



segunda-feira, 7 de abril de 2025

Origens

 


Maria Vieira

 


“A 4 de Junho de 1940, o povo da primitiva vila de S. Sebastião, ilha Terceira, Açores, foi sobressaltado com a notícia de que Maria Vieira da Silva, de 13 anos, natural da mesma vila, chegara a casa lavada em sangue, quase moribunda, com a cabeça retalhada de profundos golpes”, assim aponta um dos registos recolhidos pela obra de António Neves Leal.


“Num momento de reanimação, a menina balbuciou o nome do assassino — “mas que não lhe tinha raiva” — disse. E voltou ao estado de coma. Conduzida ao hospital de Angra e preparada para uma operação imediata, ainda pronunciou o nome do criminoso. — “e não lhe façam mal” acrescentou. Recebeu os Sacramentos da Santa Igreja e no dia seguinte morria na paz e alegria das Virgens e mártires da pureza”.



Reza a história que o crime ocorreu quando a jovem de 13 anos, num local isolado, entre matos, do Pico Ruivo, na companhia de uma irmã sua, com pouco mais de quatro anos, ia levar o almoço ao pai que trabalhava perto.

O atacante, de nome José Quinteiro, um homem de cinquenta anos, reconheceu posteriormente que perante a resistência à tentativa de violação acaba por agredir repetidamente Maria Vieira com uma enxada na cabeça, tentando posteriormente esconder o cadáver debaixo de uma moita.

O criminoso José Quinteiro foi julgado e condenado a 28 anos de prisão, tendo apenas cumprido 16 anos, devido a bom comportamento.

Nascida em lar de poucos recursos, a 11 de Novembro de 1926 Maria Vieira, era tida como muito reservada, silenciosa, pacata. Frequentara a catequese paroquial, sendo da cruzada eucarística.



“Com dificuldade foi levada a exame da 4ª classe, pois a julgavam mal preparada, mas foi a única das colegas a ficar distinta. Deu então provas da sua clara inteligência, como também quando resistiu firmemente a quem pretendeu forçá-la ao mal, e ainda quando indicou quem lhe fizera a tortura, dizendo que lhe perdoava — “e não lhe façam mal”. Foi este um gesto bem cristão, a denunciar a formação recebida na catequese e que a levou a perdoar”, refere nota de Aurélio, Bispo de Angra, a 1 de Janeiro de 1994.


“ Através do Processo de julgamento no Tribunal de Angra do Heroísmo — até 14 de Dezembro de 1940, verifica-se que a pequena mártir teve realmente consciência da tentativa da sua violação pelas maneiras indecorosas como foi tratada, e resistiu, preferindo ser ferida mortalmente.


Assim, Maria Vieira, jovem açoriana violentamente martirizada por defender o seu pudor e a sua virgindade, é o modelo dos jovens que querem ser puros. A sua atitude é mensagem para esta hora, que para tantos é de libertinagem”, acrescenta.


Em Maria Vieira, aponta “brilhou a virtude dos fracos, a força dos desprotegidos, a fé dos martirizados, a esperança dos que lutam contra toda a esperança. Na pobreza, seu espírito se prepara para a luta e na tentação provou saber lutar e vencer até dar a vida”.


O Bispo referiu que a mártir “merece ser conhecida e muitos serão os que terão gosto em imitar sua virtude e em recorrer à sua intercessão junto de Deus”.




terça-feira, 1 de abril de 2025

Forte de Santo António Vila do Porto Judeu ilha Terceira

 

Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (outubro de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566):



"Não havia naquele tempo [Crise de sucessão de 1580] em toda a costa da ilha Terceira alguma fortaleza, excepto aquela de S. Sebastião, posto que em todas as cortinas do sul se tivessem feito alguns redutos e estâncias, nos lugares mais susceptíveis de desembarque inimigo, conforme a indicação e plano do engenheiro Tomás Benedito, que nesta diligência andou desde o ano de 1567, depois que, no antecedente de 1566, os franceses, comandados pelo terrível pirata Caldeira, barbaramente haviam saqueado a ilha da Madeira, e intentado fazer o mesmo nesta ilha, donde parece que foram repelidos à força das nossas armas." 




A seu respeito, DRUMMOND registou: "Continuou-se o forte de Santo António no porto do Porto Judeu; (...)." E em nota, complementa: "Edificou-se este forte, que é um dos mais defensáveis, na propriedade do capitão do André Gato, e se lhe deu o nome do orago da freguesia."

No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de Santo António." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710".

Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767:

"3° - Forte de Santo António de Porto Judeu. Precisa de porta nova, e a muralha principal que olha ao nascente, precisa ser feita de novo, porque se acha de pedra em secco, a qual he muito util para a sua defensa, tem tres peças de ferro capazes com os seus reparos bons e precisa mais hua, com o seu reparo. Precisa para se guarnecer quatro artilheiros e dezeseis auxiliares."




Encontra-se referido como "2. Forte de S.to Ant.º de Porto Judeu" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe relata a ruína:


"Hade mister a caza da guarda feita de novo, o torrião, guarita, a muralha da parte do porto, hú tilheiro p.ª se recolher a Artelharia, e todo elle deve ser rachado, guarnecido, e rebocado, e o seu portão novo."


No contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834) voltou a revestir-se de importância estratégica, constando o seu alçado e planta na "Colecção de Plantas e Alçados de 32 Fortalezas dos Açores, por Joze Rodrigo d'Almeida em 1830", atualmente no Gabinete de Estudos de Arquitetura e Engenharia Militar, em Lisboa.


A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 informa que "As muralhas e alojamentos carecem de pequenos consertos."


Quando do Tombo de 1881, foi encontrado abandonado, em relativo bom estado.


Ao final do século XX, com base em antigas plantas, a Junta de Freguesia projetava proceder à sua reconstrução e requalificação.[carece de fontes]


O forte situa-se junto do porto de pesca e ainda existem ruínas da muralha do lado sul.



Açorianos


 

A lenda da Borboleta na ilha do Pico Açores

 


Era uma vez uma borboleta enorme, com asas muito coloridas em forma de coração. Tinha um feitio atrevido, curioso e era muito veloz.

Certo dia, ouviu dizer que dentro da montanha da ilha do Pico, havia um Reino de Fantasia. Decidiu investigar e encontrou uma de 3 passagens para lá entrar Escolheu a primeira, ou seja, a passagem aérea, acessível a partir do cume do Piquinho da imponente montanha. Mas havia ainda havia uma passagem terrestre a partir das Grutas das Torres e uma outra - aquática - situada no Porto da Madalena.



Quando entrou dentro da Montanha, a Borboleta Gigante de imediato se transformou numa bela princesa e, impedida de voar, caiu em cima de algas fofinhas.

Como era muito habilidosa e vaidosa também, decidiu com as algas tricotar um lindo vestido.

Assim vestida, encontrou, algum tempo depois, um belo Príncipe que se apaixonou por ela de imediato. Mas, como era muito tímido, não teve coragem de se declarar pessoalmente, mandando-lhe entregar um bilhete onde perguntava se ela queria casar com ele.

A Princesa Borboleta disse que sim.


Casaram, fizeram uma festa e tiveram cinco filhos: um cagarro, um cachalote, um milhafre, uma vaca e um golfinho - que por sua vez cresceram, fizeram as suas famílias e continuam a viver não apenas na ilha do Pico mas também em todas as outras ilhas dos Açores.



terça-feira, 25 de março de 2025

Base Francesa na ilha das Flores Açores

 

A Estação de Telemedidas das Flores, melhor conhecida como Base Francesa das Flores, localizava-se na freguesia de Ponta Delgada, concelho de Santa Cruz das Flores, na Ilha das Flores, Região Autónoma dos Açores, em Portugal.

A notícia de que seria instalada uma base francesa na ilha das Flores para rastreio de mísseis balísticos, foi anunciada publicamente por Franco Nogueira, então Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, numa conferência de imprensa em 1964. Um observador à época considerou que este "surpreendente anúncio apanhou a audiência desprevenida, produziu o máximo impacto, e reforçou dramaticamente a imagem pública de um Portugal aproximando-se cada vez mais de aliados importantes". À época, face ao crescente isolamento provocado pela não aceitação pelos aliados ocidentais da ditadura de António de Oliveira Salazar e pela nascente guerra colonial, esta imagem de aproximação era importante para o regime.



O acordo que permitiu a instalação da Base, geralmente denominado por Acordo Luso-Francês de 1964, foi assinado a 7 de Abril de 1964. Uma equipa avançada de franceses chegou às Flores em 1965, sob o comando do major Barthélemy, com a missão de instalação de antenas. O estabelecimento da estação e o início das atividades teve lugar em outubro de 1966. O hotel-messe para apoio começou a ser explorado no início de 1967, concessionado ao grupo açoriano Bensaúde, que o explorou por seis anos.

A partir de 1968 a operação da base passou a ser apoiada pelo navio de ensaios "Henri Poincaré"

A Base Francesa das Flores esteve em operação até 1993, um ano após ter entrado em serviço o navio de seguimento de trajectórias balísticas "Monje", que a tornou obsoleta.



Genealogias dos Açores


 

sexta-feira, 21 de março de 2025

São Mateus ilha do Pico Açores

 

A freguesia de São Mateus é a mais antiga freguesia do concelho da Madalena do Pico, tendo a data de chegadas dos primeiros povoadores ocorrido em 1482. A sua posição geográfica, na costa Sul da ilha, leva-a a confinar a oeste com a freguesia da Candelária e a leste com a de São Caetano.

A sua igreja paroquial, dedicada à evocação de São Mateus, foi consagrada ao mesmo santo padroeiro, tendo a sua construção sido iniciada apenas em 1838. Acredita-se que no primitivo templo que houve nesta freguesia de São Mateus deva ter sido coevo da fundação da respectiva paróquia, embora se ignore a data da sua construção, existem documentos que a referem como existente já em 1542.



Esta Igreja de São Mateus apresenta-se como uma das mais ricas e majestosas da ilha do Pico.

Trata-se de uma das mais imponentes igrejas de toda a ilha do Pico. Apresenta uma nave central com grande envergadura e rodeada por colunas. O templo encontra-se dividido por três naves, com duas séries de seis arcos.

Este templo corria o dia 1 de julho de 1962 foi elevado à categoria de Santuário Diocesano por decreto do então 36.º Bispo de Angra, Dom Manuel Afonso de Carvalho.



Ermida de Santa Rita de Cássia ilha de São Jorge Açores

 

A Ermida de Santa Rita de Cássia é uma ermida açoriana localizada no lugar pitoresco dos Terreiros, na freguesia das Manadas, concelho de Velas, na Ilha de São Jorge.


Pouco se conhece da sua história. A sua edificação decorreu nos meados do século XVIII, mas precisamente nos anos de 1757 e 1758, facto que se demonstra por modo notório pelo seu traçado, sobretudo pela cimalha superior do seu frontispício.


Encontra-se este pequeno templo construído precisamente no sítio designado Cruz de Henriques Nunes e foi fundado, segundo Silveira Avelar, pelo Capitão Antão de Ávila Pereira, conforme consta do seu testamento de 8 de Junho de 1757, e que faleceu em 15 de Dezembro de 1758.


O lugar dos Terreiros onde está edificada esta ermida foi outrora muito importante pela qualidade superior do vinho que produzia, e que era exportado como os demais da ilha.


Neste mesmo lugar dos Terreiros, tiveram noutros tempos os frades de São Francisco uma pequena casa destinada sobretudo a guardar o vinho que os mesmos recolhiam nos peditórios que ali faziam. Segundo o mesmo Silveira Avelar, as ruínas dessa adega ainda existiam nos fins do século XIX.


Esta ermida, cuja invocação é da Santa Rita de Cássia, a avaliar pela sua porta principal, deve ter sofrido algumas transformações de monte em 1949, ano em que lhe foram feitas obras de manutenção. No entanto, no seu interior ainda há pouco tempo se poderiam contemplar alguns curiosos motivos arquitetónicos, próprios do século XVIII, e merecedores da atenção do visitante.




sexta-feira, 14 de março de 2025

Forte da Urzelina ilha de São Jorge Açores Remonta ao século XVI

 


Remonta possivelmente à primeira metade do século XVI.

No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte do Porto da Urzelina." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710".

Desde 1808 é o único baluarte sobre o porto, após o outro ter sido destruído pela erupção vulcânica desse ano.

Durante a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834) abrigou em suas dependências um destacamento militar.



A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 informa que "Tem uma pequena caza de guarda arruinada", e que se encontrava em grande ruína e abandonado desde longos anos.

Encontra-se referido no Tombo de 1883.

No contexto da Segunda Guerra Mundial, em 1941 o imóvel foi entregue em péssimo estado ao Ministério das Finanças.

Ao final do século XX, o forte foi recuperado graças à iniciativa da Junta de Freguesia da Urzelina, constituindo-se em um exemplo de recuperação de património histórico-militar a nível local.

Atualmente em bom estado, ornado com uma antiga peça de artilharia, nele se encontra instalada a sede do Clube Naval da Urzelina.




Fábrica de laticínios de Santa Bárbara ilha Terceira Açores


 

quinta-feira, 6 de março de 2025

Duarte Correia da Cunha

 

Duarte Correia da Cunha  nasceu no Porto Santo . Filho secundogénito de Pedro Correia da Cunha, capitão do donatário na ilha Graciosa e de sua mulher Izeu Perestrelo. Sucedeu a seu pai na capitania da ilha Graciosa por ter falecido em 1495 o seu irmão primogénito Jorge Correia da Cunha. Governou a ilha entre 1499 e 1507.

Segundo capitão-do-donatário da Graciosa, foi filho segundo do 1.º capitão, Pedro Correia da Cunha. Sucedeu ao pai devido à morte do irmão primogénito em 1495, ainda em vida daquele. Não se conhece também a carta de confirmação deste 2.º capitão do donatário da Graciosa.


Apesar de ter casado duas vezes, primeiro com Leonor de Melo e depois com Catarina de Ornelas da Câmara, não teve filhos, razão pela qual por sua morte ficou vaga a capitania da ilha, a qual o rei D. Manuel I doou em 1507 ao marechal D. Fernando Coutinho,  um parente de Pedro Correia da Cunha.


Duarte Correia da Cunha foi o último capitão do donatário residente na Graciosa, já que a partir dele o cargo passou a ser exercido por membros da alta nobreza residentes em Lisboa, representados na ilha pelos seus ouvidores. O crgo passou assim a ser uma rendosa sinecura dada pela Coroa como fonte de rendimento a membros da aristocracia.




Os nossos antepassados


 

quarta-feira, 5 de março de 2025

Forte da Laginha na ilha Terceira Açores

 

A sua construção remontará ao contexto da crise de sucessão de 1580, entre 1579 e 1581, por determinação do então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos conforme o plano de defesa da ilha elaborado pelo arquiteto militar italiano Tommaso Benedetto.


No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Reduto das Laginhas na costa." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710".


"1º - Forte da Laginha. Este forte carece a porta concertada e as suas muralhas precisam ser encascadas e rebuçadas e da parte do nascente precisa ser mociçada a sapata e guarnecida de cantaria. O seu quartel precisa a porta e a tarimba concertada. Tem quatro peças de ferro boas e os reparos de duas precisam ser concertados. Precisa para se guarnecer quatro artilheiros e dezasseis auxiliares."

Encontra-se referido como "Forte da Laginha" no relatório "Revista dos fortes e redutos da ilha Terceira", do capitão de Infantaria Francisco Xavier Machado (1772).


Encontra-se referido como "1. Forte da Laginha da Ponta da Feteira" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe relata a ruína:


"Este Forte careçe das suas muralhas e parapeitos por dentro, e por fora, rachado, guarnecido, e rebocado; a caza da guarda de uma verga, e o portão de outra; o torrião aonde se fas sentinellas hade mister feito de novo, e nelle hua guarita; tambem perciza hú tilheiro p.ª recolher a Artelharia no Inverno, e a tropa que guarnecer o dito Forte."

Em 1778 continuava bastante deteriorado, conservando as quatro peças. Considerando-se que a artilharia então existente na Terceira ainda era a da época da Dinastia Filipina, conforme informara Júdice em 1767, deduz-se que as peças na Laginha remontavam ao período da edificação do forte.


Foram tenentes-comandantes deste forte Manuel de Barcelos Machado Evangelho (por nomeação de 10 de maio de 1794) e José de Barcelos Machado Evangelho.