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terça-feira, 28 de setembro de 2021

Solar dos Tiagos na ilha de São Jorge Açores

 


O Solar dos Tiagos edificado na localidade de Vila do Topo, concelho da Calheta, ilha de São Jorge, arquipélago dos Açores, e trata-se de um imóvel oitocentista classificado como de interesse público.


Este solar foi um dos mais característicos exemplares da arquitectura senhorial da ilha de São Jorge. Segundo os historiadores este edifício foi construído pelo último capitão-mor do Topo, Tiago Gregório Homem da Costa Noronha parente próximo do 7.º Capitão Mór do Topo, António da Silveira Ávila, nos meados do século XVIII finais do século XIX.


Esta construção apresentava-se edificada em sólidas cantarias e era dotada, além da habitação propriamente dita, de uma quinta anexa e uma capela. Atualmente encontra-se em ruínas e a aguardar o respetivo restauro.

Na capela anexa ao solar e bastante mais antiga que este, encontra-se sepultado o aventuroso flamengo, Willem van der Haegen ou Willem De Kersemakere, que ficou conhecido na História dos Açores como Guilherme da Silveira, e que é hoje o tronco da numerosa família Silveira de São Jorge.


Tiago Gregório Homem da Costa Noronha, de seu nome completo,  nasceu na Sé, Angra do Heroísmo, ilha Terceira, 8 de Julho de 1799  e faleceu no  Topo, ilha de São Jorge, 20 de Fevereiro de 1885.  Foi um político e militar português provinha de antigas famílias com origem nobre da cidade de Angra do Heroísmo. Foi capitão do Exército português.

Foi filho de Pedro Homem Pimentel de Noronha casado com D. Ana Vitorina Narciso Machado e Ávila.

Casou com D. Rosa Vicência de Simas  ( 30 de Março de 1755 - 15 de Setembro de 1831) de quem teve:


José Augusto Homem de Noronha, (Topo, ilha de São Jorge, Açores, Portugal, 1827 – 8 de Março de 1893 Topo, ilha de São Jorge, Açores, Portugal) e que foi casado com D. Maria Josefa da Silveira Moniz.



domingo, 26 de setembro de 2021

O Ilhéu de São Lourenço, também conhecido como Ilhéu do Romeiro na ilha de Santa Maria Açores




O ilhéu encontra-se indicado no "Mapa dos Açores" (Luís Teixeira, c. 1584) como "Ysle de Martin Vaz".


Encontra-se referido por Gaspar Frutuoso, que registou:


"Chama-se o ilhéu e porto do Romeiro, porque em cima, nas terras feitas ao sul deles, morou um homem honrado e antigo, chamado Francisco Romeiro, muito abastado, cuja casa era de todos, e tinha  a graça de curar quaisquer feridas e desmanchos de braços e pernas, não somente de graça, mas pondo todo o necessário em qualquer cura, que fazia à sua custa, para ser  a  graça perfeita. Junto das quais casas, à borda da rocha, está uma fonte muito grande, que se chama a Fonte Clara. E da ponta de Álvaro Pires até este ilhéu será uma légua.

O qual ilhéu do Romeiro é de pedra, da feição de um coruchéu, e com vento Sul e outros ventos do mar tormentosos se acolhem a ele muitos navios, o qual terá em cima dez alqueires de terra de erva e alguma rama curta e pouca, onde se criam e tomam muitas cagarras que dão graxa e pena para cabeçais. E porque é este ilhéu dos comendadores, não podem ir a ele, nem aos outros, a fazer esta caça, sem sua licença ou dos feitores.



Tem este ilhéu uma furna tão comprida, que parece chegar donde começa a outra parte dele, mas não tem mais de uma boca, maior que um portal de qualquer igreja grande, cuja entrada é mais alta que três lanças. Tem esta furna muitos caminhos e furnas com retretes, e toda é de penedia mui áspera, que está como engessada ou grudada, de uma pedra de água, que faz das gotas de água que de cima está  estilando e se coalha como cera e congela como vidro e fica no ar dependurada, como regelo ou neve que cai, onde a há, das beiras dos telhados, ou como tochas e círios de cera derretida, que se vai pondo em camadas e coalhando; e assim são algumas tão compridas, que chegam abaixo, e outras ficam no ar dependuradas, mas pegadas em cima, fazendo-se brancas depois de coalhadas, como pedra de alabastro.


Na entrada desta furna está uma lagem, a logares não muito chã, que está alastrada da dita pedra de água, da mesma maneira da rinhoada   de um boi muito gordo e da própria cor sanguentada, que vê-la sem a tocar, não se julga por menos; aqui chega o Sol com seus raios alguma parte do dia, por onde parece que tem outra cor, diferente da de dentro, sombria. Parece casa de cirieiro, com as muitas tochas, círios, candeias, da cor da cera, não muito branca, algumas das quais estão pegadas no alto, dependuradas para baixo e as gotas de água na ponta. E onde cai aquela gota, na lagem, de baixo se faz e alevanta outra tocha ou candeia, como a de cima, ficando parecendo aquela furna uma grande e fera boca aberta de baleia, bem povoada de alvos dentes em ambos os queixos, debaixo e de cima; quebrando os quais dentes ou tochas e círios e candeias, lhe vêm as camadas de água coalhada, feita pedra, como as da cera de um círio.



Outros não são como tochas, círios, candeias, nem dentes, senão como pedaços de pau grosso; outros à feição de gamelas; outros, em lugares, feitos à maneira de oratórios, com seus círios postos e castiçais; em outras partes coscorões, mas são sobre o teso, que se não devem mastigar muito bem; em outra parte confeitos, feitos de gotas de água, que de cima cai, e depois se tornam pedras, que os parecem, e que à vista não diferem deles coisa alguma, se não que devem de trincar muito no dente, pois são tornados pedra, com que também fica parecendo aquela furna casa de confeiteiro.



sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Igreja da Misericórdia na cidade de Angra do Heroísmo




O primeiro capitão do donatário de Angra, João Vaz Corte-Real, e demais confrades da irmandade do Espírito Santo instituíram por compromisso, a 15 de Março de 1492, na então vila de Angra, o primeiro hospital dos Açores. Destinava-se não apenas ao tratamento dos pobres e desvalidos, mas também dos enfermos enfraquecidos pelas longas viagens marítimas.

Situava-se na Ermida de Santo Espírito, vizinha à atual Igreja da Misericórdia, junto aos portões do mar no Pátio da Alfândega, que comunicavam com o cais por uma pequena rampa.


Pouco depois, em 1498, a confraria foi absorvida pela Casa da Misericórdia que, no compromisso fundacional tinha tinha consignada a construção de uma pequena igreja, adaptada à morfologia das ruas Direita e de Santo Espírito. O templo assim erguido apresentava fachada de três portas, encimadas por um óculo, voltada para a rua Direita, numa orientação Ocidente-Oriente, com largura maior do que o comprimento. Comunicava-se com o hospital por um passadiço elevado sobre a rua de Santo Espírito, detalhes que podem ser confirmados pela observação da carta de Jan Huygen van Linschoten (1595).

O atual templo data do século XVIII, tendo a sua pedra fundamental sido lançada em 21 de Outubro de 1728, pelo Bispo de Angra, D. Manuel Álvares da Costa. As obras prolongaram-se por quase duas décadas, sendo consagrada em 4 de Junho de 1746, pelo Vigário-geral Manuel dos Santos Rolim (SANTOS, 1904).


No século XVIII esta igreja abrigava a Ordem de Nossa Senhora do Carmo, com a respectiva imagem, em virtude de contrato firmado em 22 de Fevereiro de 1766 com a Mesa da Misericórdia. A 17 de Março de 1804, esta foi transferida para a Igreja do Colégio de Angra, após despacho favorável da Junta da Fazenda, na pessoa do general conde de Almada, datado de 12 do mesmo mês, e concessão do bispo D. José Pegado de Azevedo (SANTOS, 1904).

No século XIX transferiu-se o hospital para o Convento das Concepcionistas, à Guarita.

O templo pertence atualmente à Santa Casa de Misericórdia de Angra do Heroísmo.



quinta-feira, 23 de setembro de 2021

A primeira assistência médica na ilha do Faial Açores foi no século XVI

 


A primeira assistência médica organizada da ilha Faial terá aparecido na primeira ou segunda década do século XVI com o estabelecimento da Santa Casa da Misericórdia na então Vila da Horta.


Desconhecido o registo documental da abertura do hospital, é suposto ter ocorrido após o ano de 1528, data da abertura ao culto da Igreja da Misericórdia, situada na atual rua D. Pedro IV, seguindo-se nas traseiras desta o edifício do hospital, do lado norte da atual travessa da Misericórdia até à rua Serpa Pinto.


A  Santa Casa da Mesiricordia  foi fundada no início do século XVI, poucas décadas depois do início do povoamento da ilha e da criação da vila da Horta. Na Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça (Horta) existe o arquivo histórico desta instituição, contendo documentos que remontam às primeiras décadas de Quinhentos e que são os mais antigos existentes na ilha.



terça-feira, 21 de setembro de 2021

O primeiro visconde de Agualva ilha Terceira Açores

 

Jacinto Carlos da Silva.  Nasceu  em Angra do Heroísmo, 16 de Setembro de 1872  e  faleceu em  Angra do Heroísmo em 28 de Janeiro de 19 , 1º visconde de Agualva, foi um grande comerciante, capitalista, político e fidalgo açoriano. Foi, entre outras funções, Governador-Civil do Distrito de Angra do Heroísmo e Presidente da Câmara Municipal daquela cidade. Era primo direito de Jacinto Cândido da Silva, um importante político dos anos finais da monarquia constitucional portuguesa.

Jacinto Carlos da Silva foi filho do comerciante e capitalista João Carlos da Silva e de sua mulher Francisca Amélia da Silva. João Carlos da Silva, de origens humildes, foi um dos mais ricos comerciantes angrenses, dono de um vasto empório que ia da agricultura ao agenciamento de navios, entre os quais os da linha de vapores portugueses para Nova Iorque e New Bedford, e aos negócios de importação e exportação. Ao enriquecer adquiriu o faustoso e prestigioso imóvel da Rua Direita de Angra, que antes fora de Aniceto António dos Santos e que albergara o conde de Vila Flor durante as Lutas Liberais. Na altura já se encontrava inserido na melhor sociedade angrense.

Num percurso de mobilidade social típico da época, estribando-se na ascensão social de seu pai, Jacinto Carlos da Silva casou com Margarida Sieuve de Menezes do Rego Botelho de Faria, o que o ligou às mais importantes e aristocráticas famílias da ilha, legitimando assim a ascensão social obtida pelo enriquecimento. A esposa era filha de umas das famílias da mais abastada fidalguia de Angra: o seu pai era então o mais rico proprietário da ilha Terceira, recentemente agraciado com o título de conde de Rego Botelho.




segunda-feira, 20 de setembro de 2021

O beato Açoriano que foi assassinado no Japão

 


João Baptista Machado, Angra, 1582 — Omura, Japão, 22 de maio de 1617. É um beato da Igreja Católica Romana, padroeiro principal da Diocese de Angra.  Ordenado sacerdote em Goa, foi um dos missionário da Companhia de Jesus enviados para o Japão, onde foi detido e executado durante a perseguição ao cristianismo desencadeada na década de 1610 naquele país. Foi beatificado pelo papa Pio IX em 1867, decorrendo actualmente o seu processo de canonização. Apesar do culto popular que existiu em torno da figura da venerável Margarida de Chaves, conhecida nos Açores como "santa" Margarida de Chaves, João Baptista Machado é até agora o único açoriano que mereceu as honras dos altares, embora apenas como beato.


Nasceu na cidade de Angra, numa casa situada nas imediações do actual Largo Prior do Crato (posteriormente incorporada no Colégio da Companhia de Jesus de Angra), filho de Cristóvão Vieira e de Maria Cota da Malha, uma família rica ligada à mais antiga e distinta aristocracia da ilha Terceira, descendendo da família dos Canto e Faria Maia. Foi baptizado na Sé de Angra, em 1580,  cuja escola frequentou até aos 15 anos, idade com que partiu para Lisboa, seguindo depois para Coimbra.

À morte do pai, desistiu de todos os seus bens em favor de sua mãe, fez legados pios e lembrou-se de amigos. Foi admitido no Colégio da Companhia de Jesus de Coimbra a 10 de Abril de 1597, contando então apenas 16 anos de idade, onde iniciou o noviciado. Concluídos os estudos e tendo ali professado, partiu para a Índia em 1601, com outros 15 companheiros jesuítas.

No Oriente continuou a frequentar os estudos dos colégios da Companhia, tendo estudado Filosofia em Goa e Teologia em Macau, sendo ordenado sacerdote em Goa. Depois de ordenado, autorizaram-no a ir para as missões do Japão.

Deixou Goa como missionário destinado ao Japão em 1609, quando já ordens do shōgun , ."comandante do exército") Tokugawa Ieyasu  , Tokugawa Ieyasu) determinavam que os missionários cristãos deveriam abandonar o território nipónico.


Resolveu permanecer no Japão após ter recebido em 1614 ordem imperial para abandonar as ilhas.  Passou, então, a missionar na clandestinidade, trabalhando, disfarçado, para acudir às necessidades espirituais das comunidades cristãs japonesas existentes no sul do arquipélago. Em abril de 1617 foi descoberto e detido quando confessava um grupo de cristãos.

Foi levado para a cidade de Omura, nos arredores de Nagasaki, e encarcerado na prisão de Cori (hoje Kori, norte de Omura),  onde partilhou o cárcere com o franciscano frei Pedro da Assunção, superior do Convento de Nagasaki. Foi executado por decapitação a 22 de maio de 1617, no monte Obituri, juntamente com cerca de 100 cristãos de várias congregações. Por coincidência, aquele dia era o Domingo da Santíssima Trindade, nos seus Açores Natais, dia do Segundo Bodo do ano de 1617. Com ele foi executado o franciscano português frei Pedro da Assunção. Rezam as crónicas que aceitou com serenidade a morte, considerando-a um martírio. Tinha então 37 anos de idade, estando há 20 anos na Companhia de Jesus, há 16 anos no Oriente e há 8 anos no Japão.



sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Carlos Nascimento da ilha do Corvo Açores foi o primeiro editor a trabalhar com o poeta chileno Pablo Neruda




Manuel Carlos George Nascimento (Carlos Nascimento) nasceu na ilha do Corvo no dia 18 de Abril de 1885. Depois de passar toda a infância na ilha, em 1905, com 20 anos de idade, mudou-se para o Chile para trabalhar com Juan Nascimento, seu tio, na sua livraria. Em 1917, após a morte de Juan Nascimento, recebeu como herança parte da livraria. Adquiriu as restantes partes do negócio e tornou-se no único proprietário da livraria. A impressão da segunda edição do livro “Geografia Elemental”, de Luís Caviedes, foi a primeiro trabalho que a Editorial Nascimento realizou. Em 1923 criou a sua própria editora.

Carlos Nascimento foi o primeiro editor a trabalhar com o poeta chileno Pablo Neruda, Nobel da Literatura em 1971, na sua obra “Crepusculário”, a primeira do poeta, em 1923.



A sua editora, extinta em 1986, publicou mais de 5 mil títulos, entre eles a série autobiográfica “Quién es Quién en las letras chilenas?”, um ciclo de conferencias realizadas pela “Agrupación de Amigos del Libro”, entre 1976 e 1985, onde cada um dos escritores convidados, grandes nomes da literatura chilena, realizava uma autobiografia.

Carlos Nascimento faleceu no dia 12 de Janeiro de 1966.



terça-feira, 14 de setembro de 2021

Quem partiu da ilha de S. Miguel Açores para a Argentina, Brasil e Estados Unidos da América em 1928

 


1-  José Bernardo de Sousa, 16 anos, Povoação. Para o Brasil


2-  Manuel de Melo, 23 anos, Povoação. Para o Brasil


3-  Luis Raposo Macedo, 23 anos, Povoação. Para Brasil


4-  Manuel Luis de Mendonça, 25 anos, Povoação. Para o Brasil



5-  José da Câmra, 43 anos, Povoação. Para a Argentina


6-  Manuel da Câmara Branco, 17 anos, Povoação. Para a Argentina


7-  Joaquim da Câmara Branco, 15 anos, Povoação. Para a Argentina


8-  João Raposo de Sousa, 50 anos, Nordeste. Para o Brasil


9-  Maria Pacheco de Melo, 58 anos anos, Nordeste. Para o Brasil


10-  Maria José de Sousa, 20 anos, Nordeste. Para o  Brasil


11-  Maria Júlia Raposo de Sousa, 13 anos, Nordeste. Para o Brasil


12-  Mariana Raposo de Sousa, 12 anos, Nordeste. Para o Brasil


13-  Daniel Raposo de Sousa, 10 anos, Nordeste. Para o Brasil


14-  josé da Costa Cardoso, 33 anos, Lagoa. Para a Argentina


15-  Manuel Faria, 21 anos, Ribeira Grande. Para a Argentina


16-  Maria dos Santos Andrade, 45 anos, Vila Franca. Para os Estados Unidos da América


17-  José da Costa Amaral, 32 anos, Vila Franca. Para os Estados Unidos da América


18-  António Soares do Rego, 27 anos, Ponta Delgada. Para o Brasil



domingo, 12 de setembro de 2021

Quem partiu da ilha Terceira Açores no ano de 1930 para a Argentina, Brasil e Estados Unidos da América

 


1-  António Pereira Dinis, 21 anos, Feteira. Para o Brasil


2-  Maria da Conceição Veiga, 48 anos, São Bartolomeu. Para o Brasil


3-  Mateus Simões, 28 anos, Fonte do Bastardo. Para o Brasil


4-  Eugénia da Luz, 23 anos, Luz ilha Graciosa. Para os Estados Unidos da América


5-  José de Sousa Tomé, 38 anos, Ribeirinha. Para os Estados Unidos da América


6-  Francisca Candida, 21 anos, Ribeirinha. Para os Estados Unidos da América



7-  José Tomé, 13 anos, Feteira. Para os Estados Unidos da América


8-  Nelson de Sousa Tomé, 12 anos, Feteira. Para os Estados Unidos da América


9-  António da Costa Correia, 53 anos, Santa Barbara. Para a Argentina


10-  Luís Gonçalves Ferreira, Doze Ribeiras. Para a Argentina


11-  Maria Adelaide Mendes da Costa, 22 anos, Feteira. Para os Estados Unidos da América


12-  Francisco de Sousa Teixeira Júnior, 23 anos, São Bartolomeu. Para o Brasil


13-  Francisco Ferreira Dias, 21 anos, Santa Luzia. Para o Brasil


14-  João Barcelos da Rocha, 30 anos, Santa Barbara. Para o Brasil


15-  Serafim Nunes Pires, 23 anos , Vila Nova. Para a Argentina


16-  Francisco Artur Freitas, 23 anos, Agualva. Para a Argentina


17-  Maria da Conceição Brasil de Lima, 50 anos, São Mateus. Para o Brasil


18-  Agostinho Luís da Costa, 23 anos, Ribeirinha. Para o Brasil


19-  Francisco Gonçalves Rodrigues, 21 anos, Ribeirinha. Para o Brasil


20-  António Pacheco Ferreira, 25 anos, Ribeirinha. Para o Brasil



21-  Joaquim de Matos Júnior

, 23 Calheta ilha de São Jorge. Para o Brasil


22-  Serafim Machado Coelho, Cinco Ribeiras.Para o Brasil


23-  Manuel Joaquim Monteiro, 29 anos, Santa Cruz Praia da Vitória. Para o Brasil


24-  Emilia da Conceição Rocha, 28 anos, São Bento. Para o Brasil


25-  Elias de Sousa da Rocha, 25 anos, Santa Barbara. Para a Argentina


26-  Francisco Amarante, 22 anos,  Santa Barbara. Para a Argentina


27-  Francisco Cota da Costa, 20 anos, Doze Ribeiras. Para a Argentina



sábado, 11 de setembro de 2021

O Solar dos Noronhas ilha de S. Jorge Açores

 

O Solar dos Noronhas é um solar português localizado na freguesia da Ribeira Seca ao concelho da Calheta, ilha de São Jorge, arquipélago dos Açores.


O Solar dos Noronhas apresenta-se como uma imponente construção cuja fundação data do Século XVIII, mais precisamente de 1781. É este solar dotado de uma ermida anexa, a Ermida de Nossa Senhora dos Milagres, que foi edificada na mesma época, é um dos expoentes máximos do barroco na arquitectura civil da ilha de São Jorge.

Trata-se de um solar urbano que apresenta uma grande desenvoltura arquitectural e é pertença de uma das mais abastadas e influentes famílias da ilha de São Jorge do século XVIII.




quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Manuel de Azevedo Gomes

 

Manuel de Azevedo Gomes nasceu na freguesia   de Santo Amaro da ilha do Pico, filho de António de Ávila Gomes e de sua mulher Maria José de Azevedo e Castro. Foi irmão de Amaro de Azevedo Gomes, ministro do Governo Provisório da República Portuguesa. Foi pai do silvicultor, botânico e professor universitário Mário de Azevedo Gomes (1885-1965).

Azevedo Gomes destacou-se pelo seu brio enquanto oficial naval. O seu prestígio foi reforçado quando em 1862, em plena Guerra Civil Americana, como jovem tenente ao comando da corveta D. Estefânia obrigou a corveta USS Kearsarge, dos Estados Unidos da América, a respeitar a neutralidade portuguesa não atacando o navio corsário dos Estados Confederados CSS Alabama quando este se encontrava fundeado na Baía de Angra, nos Açores.

Foi chefe de gabinete do ministro Jacinto Cândido da Silva, ele também açoriano, no período em que aquele ministro liderou o programa de construções navais de 1896, o maior investimento em material naval feito pelo Estado português nos séculos XIX e XX.

Chefiou a missão da Armada Portuguesa que recebeu nos estaleiros do Havre os cruzadores São Gabriel e São Rafael, construídos no âmbito do plano de construções navais de 1896. Foi ajudante honorário do rei D. Carlos I de Portugal quando em 1901 aquele monarca visitou os Açores.


Comandou o Cruzador São Gabriel e, no final da sua carreira, o Cruzador D. Carlos I, então a mais prestigiosa unidade naval portuguesa.

Terminou a sua carreira naval no posto de capitão-de-mar-e-guerra chefiando a Divisão Naval do Oceano Índico  em 1902.

Foi casado com Alice Hensler, filha de Elise Hensler, a condessa de Edla, que entretanto casara com o rei D. Fernando II de Portugal.


Foi condecorado com o grau de comendador da Ordem da Torre e Espada e grande oficial da Ordem de São Bento de Avis. Recebeu também diversas condecorações estrangeiras, entra as quais a da Ordem do Elefante Branco, do Reino do Sião. Conhece-se uma colaboração póstuma da sua autoria no semanário Academia Portuguesa  em 1933.




segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Ana Maria de Jesus Ribeiro com origens nos Açores e foi a companheira do revolucionário Giuseppe Garibaldi



Ana Maria de Jesus Ribeiro, mais conhecida como Anita Garibaldi  nasceu em Laguna, 30 de Agosto de 1821  e faleceu em  Mandriole, Itália a  4 de Agosto de 1849 . Foi a companheira do revolucionário Giuseppe Garibaldi,  conhecida como a "Heroína dos Dois Mundos".


Alguns estudiosos alegam que Anita Garibaldi teria nascido em Lages, que na cúria metropolitana daquela cidade estaria o registo dos irmãos mais velho e mais novo dela, e que teria sido retirada do livro a folha do registo de Ana Maria de Jesus Ribeiro. Em 1998, entidades representativas da sociedade civil de Laguna promoveram uma acção judicial para obter o registo de nascimento tardio de Anita Garibaldi. A acção terminou na primeira vara da comarca de Laguna, sendo instruída com diversos documentos que comprovariam que Anita nasceu no município de Laguna. Assim, em 5 de 

Dezembro de 1998, proferiu-se:


Anita Garibaldi, descendente de portugueses imigrados dos Açores à província de Santa Catarina no século XVIII, provinha de uma família modesta.2 O pai Bento era comerciante em Lages e casou-se com Maria Antónia de Jesus. Anita era a terceira de 10 filhos (6 meninas e 4 meninos).

Após a morte do pai e o casamento da irmã mais velha, Anita cedo teve que ajudar no sustento familiar e, por insistência materna, casou-se, em 30 de Agosto de 1835, aos 14 anos, com Manuel Duarte de Aguiar, na Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos da Laguna. Depois de somente três anos de matrimonio, o marido alistou-se no exército imperial, abandonando a jovem esposa.
Durante a Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos, o guerrilheiro italiano Giuseppe Garibaldi, a serviço da República Rio-Grandense, participa da tomada do porto de Laguna, na então província de Santa Catarina, onde conheceu Anita, que se apaixonou e decidiu lutar pela independência gaúcha e de outros territórios. Eles ficaram juntos pelo resto da vida de Anita, que seguiu Garibaldi em seus combates em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Uruguai (Montevidéu) e Itália. Eles tiveram quatro filhos .

Em 12 de Janeiro de 1840, Anita participou da batalha de Curitibanos, na qual foi feita prisioneira.  Durante a batalha, Anita provia o abastecimento de munições aos soldados. O comandante do exército imperial, admirado de seu temperamento indómito, deixou-se convencer a deixá-la procurar o cadáver do marido, supostamente morto na batalha. Em um instante de distracção dos guardas, tomou um cavalo e fugiu. Após atravessar a nado com o cavalo o rio Canoas,  chegou ao Rio Grande do Sul, e encontrou-se com Garibaldi em Vacaria, oito dias depois.


Em 16 de Setembro de 1840, nasceu no estado do Rio Grande do Sul, na então vila e actual cidade de Mostardas o primeiro filho do casal, que recebeu o nome de Menotti Garibaldi, em homenagem ao patriota italiano Ciro Menotti. Doze dias depois, o exército imperial, comandado por Francisco Pedro de Abreu, cercou a casa para prender o casal, e Anita fugiu a cavalo com o recém-nascido nos braços e alcançou um bosque aos arredores da cidade, onde ficou escondido por quatro dias, até que Garibaldi a encontrou.