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sábado, 31 de outubro de 2020

Pão-por-Deus

 

O peditório do pão-por-Deus está associado ao antigo costume que se tinha de oferecer pão, bolos, vinho e outros alimentos aos defuntos. Era costume "durante o ano, nos domingos e dias festivos se oferecerem por devoção picheis, ou frascos de vinho, e certos pães, que põe em uma toalha estendida sobre a sepultura do defunto, e uma vela acesa." Também se colocava pão, vinho e dinheiro no caixão do defunto para a viagem.  No canon LXIX do II Concilio de Braga do ano 572, proibia-se que se levassem alimentos à tumba. Os peditórios para as almas realizam-se ao longo do ano, em Janeiro pelos caretos  , durante a quaresma canta-se às almas santas   e faz-se um peditório (pedir as janeirinhas, pedir as maias, pedir os reizinhos  são peditórios que tal como os dos caretos se inserem no ciclo dos peditórios rituais que têm lugar ao longo do ano)  como o do de "andador de almas", que pedia esmolas pelas almas.  Nos Açores, acreditava-se que uma alma podia azedar o pão. Para que tal não acontecesse, o pão da primeira fornada, "o pão das almas", era colocado numa cadeira na rua à porta de casa, coberto por um pano, para que a primeira pessoa que passasse o levasse para si ou desse a alguém necessitado.

Em Portugal Continental  no dia 1 de Novembro, Dia de Todos-os-Santos as crianças saem à rua e juntam-se em pequenos bandos para pedir o Pão-por-Deus (ou o bolinho) de porta em porta. O dia de pão-por-Deus, ou dia de todos os fieis defuntos, era o dia em que se repartia muito pão cozido pelos pobres.

Registado no século XV como o dia em que também se pagava um determinado foro:"Pagardes o dito foro em cada um ano em dia de pão por Deus".O dia primeiro ou da festa de Todos-os-Santos era denominado nos documentos jurídicos do século XV Dia de pão por Deus.

É também costume em algumas regiões os padrinhos oferecerem um bolo, o santoro. O santoro é uma espécie de pão bento, um bolo comprido, que se dá em dia de Finados ou de Todos-os-Santos e que é do feitio de uma tíbia.  Já pedir o "santorinho", que começava nos últimos dias do mês de Outubro, era o nome que se dava à tradição em que crianças sozinhas, ou em grupo, de saco na mão iam de porta em porta para ganhar doces.  Em Trás-os-Montes pede-se o “pão das almas”.

As crianças quando pedem o pão-por-deus recitam versos e recebem como oferenda: pão, broas, bolos, romãs e frutos secos, nozes, tremoços amêndoas,ou castanhas que colocam dentro dos seus sacos de pano, de retalhos ou de borlas. Em algumas povoações da zona centro e estremadura chama-se a este dia o ‘Dia dos Bolinhos’ ou ‘Dia do Bolinho’. Os bolinhos típicos são especialmente confecionados para este dia, sendo à base de farinha e erva doce com mel (noutros locais leva batata doce e abóbora) e frutos secos como passas e nozes.

Com o passar do tempo, o Pão-por-Deus sofreu algumas alterações, os meninos que batem de porta em porta podem receber dinheiro, rebuçados ou chocolates. Esta atividade é também realizada nos arredores de Lisboa. Antigamente relembrava a algumas pessoas o que aconteceu no dia 1 de Novembro de 1755, aquando do terramoto de Lisboa, em que as pessoas que viram todos os seus bens serem destruídos na catástrofe, tiveram que pedir "pão-por-Deus" nas localidades que não tinham sofrido danos.


Pão por Deus

Que Deus me deu

 Uma esmolinha

  Por alma dos seus





quarta-feira, 28 de outubro de 2020

O fotógrafo Açoriano que recebeu uma medalha de ouro

 

Cristiano Júnior, nome pelo qual ficou conhecido, nasceu em Santa Cruz das Flores em 21 de Julho de 1832, filho de José Cristiano de Freitas Henriques e de Ana Henriqueta Henriques . Em 1862 já estava no Brasil exercendo a profissão de fotógrafo em Maceió, Alagoas. Logo a seguir transferiu-se para a capital do Império e assim que chegou ao Rio de Janeiro fez uma série de anúncios propondo-se "a tirar retratos por qualquer sistema fotográfico onde for chamado, seja qual for a distância". Neste primeiro momento ainda não se encontrava estabelecido e solicitava aos eventuais fregueses que o chamassem "por escrito no hotel Brisson, Rua da Ajuda 57B". Além de retratos o anunciante aceitava pedidos de encomenda e "quadros e cestas de flores e frutas de cera".


No ano de 1864 associou-se a Fernando António de Miranda (Cristiano Jr. & Miranda ou Cristiano Jr. & Fernando); a sociedade, que recebeu o nome de Photographia do Commercio, parece ter acabado no fim do mesmo ano.


No princípio de 1865 Cristiano Jr. anunciava-se só e informava a clientela de sua transferência para a Rua da Quitanda, 45.  Posteriormente Cristiano Jr. associou-se a Bernardo José Pacheco, com quem manteve o negócio até 1875.

Apesar de manter o estúdio do Rio de Janeiro, Cristiano Júnior, desde o ano de 1867, buscava expandir as suas actividades na Argentina. Em 1871 recebeu a medalha de ouro na Primeira Exposição Nacional daquele país com a série de fotos Vistas y costumbres de la Republica Argentina. Em 1876 alcançou novamente o grande prémio

na segunda exposição anual da Sociedade Científica Argentina com uma colecção de Retratos y vistas de costumbres y paysages. Apesar desse sucesso, faleceu pobre e quase cego, em Assunção, no Paraguai, onde passou seus últimos anos.



sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Escravos que nasceram nos Açores

 

Na civilização ocidental, os portugueses são geralmente creditados por ser os maiores esclavagistas. Considerando o número de africanos transportados para as Américas, não contabilizado, mas avaliado, será porventura verdade. O Infante Dom Henrique, que era sobretudo um comerciante de visão global, negociava escravos. Mas também é verdade que todos os países europeus os tinham para as tarefas consideradas menores. Nunca foram tantos como nas Américas ou África, porque a economia europeia não precisava tanto ao trabalho agrícola intensivo, do tipo que se praticava noutros continentes.

Calcula-se que entre 1618 e 1620 os portugueses tenham exportado cinquenta mil escravos

 Os portugueses proibiram o tráfico em 1781, por decreto de Pombal, mas não proibiram a escravatura em si, que só terminou efectivamente em 1869.

A região Autónoma dos Açores também teve escravos ao serviço dos seus senhores em praticamente todas as nove ilhas.

Grande parte deles tiveram descendência nas ilhas e deixaram gerações até aos nossos dias.

A final quem eram eles? Vou lhes deixar aqui o nome de alguns para a nossa memória colectiva.

Ana filha de Domingas do Rosário, escrava preta de de Domingos Duarte Bicho e de pai não sabido. Nasceu a 23.07.1767 em Vila Franca do Campo.


António filho de de Maria, escrava preta de Francisco Borges e de pai não sabido. Nasceu a 18.06.1662 no Nordeste.


Ana, escrava de de Barbara Medeiros e de pai não sabido. Nasceu a 05.05.1669 em Vila Franca do Campo.


Barbara, filha de Simoa, escrava de Cosmo Lopes e de pai não sabido. Nasceu a 03.01.1648  em Vila Franca do Campo.


Bernardo , filho de Maria escrava preta de de Maria jácomo Raposo e de pai não sabido. Nasceu a 29.08.1666 no Nordeste.

Catarina, escrava preta de de Francisco Costa de Sousa . Nasceu a 21.03.1651 em Vila Franca do Campo.


Catarina, filha de Isabel escrava preta de de Barbara Revoredo e de pai não sabido. Nasceu a 06.05.1647 em Vila Franca do Campo.


Clara, filha de Mécia escrava de Francisco da Costa Arruda. Nasceu a 17.06.1644 no Nordeste.


Domingos, filho de Maria escrava de Francisco Borges e de pai não sabido. Nasceu a 01.02.1660 Vila Franca do Campo.

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Francisco, filho de Ana Maria escrava preta do Capitão António Pacheco de Medeiros e de pai não sabido. Nasceu a 04.10.1772 em Vila Franca do Campo.


Francisco, de Grácia escrava de Gregório da Ponte e de pai não sabido. Nasceu a 06.03.1744 no Nordeste.


Francisco , filho de de Maria escrava de de Maria de Teive . Nasceu a 06.05.1652 em Vila Franca do Campo.


Germana, filha de Maria de Jesus escrava preta do Reverendo Henrique  Botelho Figueira e de pai não sabido. Nasceu a 14.02.1769 em Vila Franca do Campo.


Isabel, filha de Catarina escrava de Ana de Resendes e de pai não não sabido. Nasceu a 01.07.1648 em Vila Franca do Campo.


João, filho de Maria escrava de Pedro de Melo e de pai não sabido. Nasceu a 20.08.1765 na Ribeira Grande.

João, adulto escravo preto do Capitão Manuel Furtado da Costa. Foi baptizado a 03.10.1732 em Rabo de Peixe.


José, filho de Isabel escrava preta de Barbara Revoredo e de pai não sabido. Nasceu a 18.05.1742 

Maria, preta adulta natural da Costa das Minas com 14 anos pouco mais ou menos, escrava de do Alferez Manuel Vieira da Mota. Foi baptizada a 05.03.1765 em Porto Formoso.


Maria, filha de Francisca escrava preta do Capitão Manuel Tavares e de pai não sabido. Nasceu a 17.03.1765 no Nordeste.


Maria, filha de Maria escrava de Francisco Borges . Nasceu a 01.12.1669 no Nordeste.

Maria, filha de Guiomar escrava preta de Manuel Dias Cordeiro e de pai não sabido. Nasceu a 15.05.1653 em Rabo de Peixe.


Maria, filha de Maria Ferreira escrava preta de José Ferreira. Nasceu a 19.041776 em Vila Franca do Campo.


Maria, adulta Etíope escrava do Capitão Tenente Caetano do Rego da Ribeira Grande e de pai não sabido. Foi baptizada a com 23 anos um pouco mais ou menos a 04.05.1750 em Rabo de Peixe.


Manuel, filho de Clara escrava preta de Manuel da Costa de Arruda. Nasceu a 04.04.1668 no Nordeste.


Miguel, filho de Úrsula escrava preta de de Manuel da Ponte Leitão e de pai não sabido. Nasceu a 04.10.1659 em Vila Franca do Campo.


Miguel, filho de Isabel escrava preta do Capitão António de Medeiros. Nasceu a 14.11.1704 em Vila Franca do Campo.


Nicolau, filho de Maria do Espírito Santo preta escrava do Reverendo Henrique Botelho Figueira e de pai não sabido. Nasceu a 04.12.1766 em Vila Franca do Campo.


Plácido, filho de  Maria do Santo Cristo preta do padre Nicolau Francisco e de pai não sabido. Nasceu a 18.02.1765.


Rita da Conceição, Etíope escrava preta do Reverendo Manuel Lopes de Almeida  e de pai não sabido. Tinha 14 anos um pouco mais ou menos. Foi baptizada a 0812.1650 em Rabo de Peixe.


Rita, adulta Etíope e escrava do Capitão de Vila Franca do Campo Manuel de Sousa Correia Estrela. Foi baptizada a a 13.02.1750 em Rabo de Peixe .


Sebastiana, filha de Guiomar escrava preta de Maria de Sousa Vieira e de pai não sabido. Nasceu a 23.01.1665.



sábado, 17 de outubro de 2020

Capitão Frederico Coelho de Melo pioneiro da aviação militar no país

 

Frederico Coelho de Melo  nasceu nos Altares a 25 de Abril de 1895 e  faleceu nos Altares a 6 de Outubro de 1971 . Foi um militar e pioneiro da aviação militar em Portugal.

Militar do Exército Português foi, na companhia de Salvador Alberto du Courtiils Cifka Duarte e outros, pioneiro da aviação militar no país, lutando pela autonomização da aeronáutica militar como ramo independente das Forças Armadas.

Com a patente de capitão, exercia o cargo de professor na Escola Militar de Aviação em Sintra, quando recebeu o convite para pilotar o voo inaugural do mono motor biplano Avro 504K, baptizado como "Açor", a partir do Campo da Achada, na ilha Terceira, no arquipélago dos Açores.


Desse modo, a 4 de Outubro de 1930, efectuou a primeira descolagem de um avião em terra nos Açores, assinalando a inauguração oficial do aeródromo da Aviação Militar Portuguesa na Achada, na zona planáltica do interior da Terceira.

Afastado da capital da República, manteve-se na Terceira, continuando a voar com o "Açor".


Exerceu o cargo de comandante da Polícia em Angra do Heroísmo em finais da década de 1940, vindo a falecer em sua residência.



terça-feira, 13 de outubro de 2020

Descoberta e povoamento da ilha do Corvo Açores


Nos mapas genoveses do século XIV, nomeadamente o Portulano Mediceo Laurenziano (1351), é mencionada a "Insula Corvi Marini" (Ilha do Corvo Marinho) entre as sete ilhas que compunham o arquipélago, embora seja improvável que essa designação se refira especificamente à atual ilha do Corvo, ainda que possa ter sido a origem do seu nome. É possível que fosse uma designação para ambas as ilhas do atual Grupo Ocidental do Arquipélago dos Açores – Flores e Corvo –, como parece ser o caso no chamado Atlas Catalão, (c. 1375).

Na fase de exploração portuguesa do Atlântico sabe-se que foi Diogo de Teive quem achou as ilhas do Grupo Ocidental, no regresso da sua segunda viagem de exploração à Terra Nova, em 1452. Terão sido descobertas em simultâneo, já que ambas se avistam mutuamente. A sua designação henriquina foi ilha de Santa Iria, mas também foi chamada de ilhéu das Flores, ilha da Estátua, ilha do Farol, ilha de São Tomás e ainda de ilha do Marco, tendo este nome persistido durante alguns séculos em razão de o monte do Caldeirão ser utilizado como uma referência geográfica para os marinheiros ou, e mais provavelmente, pelo facto de existir um pequeno promontório a que foi dado o nome de Ponta do Marco, local onde possivelmente terá sido erguido um padrão como era hábito então fazer-se nas novas terras descobertas.

Apesar da incerteza quanto à data precisa do achamento português da ilha, é seguramente anterior a 20 de janeiro de 1453, data em que Afonso V de Portugal fez doação de ambas as ilhas a seu tio, Afonso I, Duque de Bragança.

A primeira tentativa de povoamento do Corvo foi empreendida no início do século XVI por um grupo de 30 pessoas, lideradas por Antão Vaz de Azevedo, natural da ilha Terceira, que entretanto culminou com o seu abandono.  O mesmo sucedeu com um grupo de povoadores, também oriundos da Terceira, liderados pelos irmãos Barcelos. Mais tarde, em meados do século, a 12 de novembro de 1548, Gonçalo de Sousa, capitão do donatário das ilhas das Flores e do Corvo, foi autorizado a mandar para ilha escravos – provavelmente mulatos, oriundos da ilha de Santo Antão, arquipélago de Cabo Verde – de sua confiança como agricultores e criadores de gado.

Em 1570 foi construída a primitiva igreja. Por volta de 1580, colonos das Flores fixam-se no Corvo, que, a partir de então passou a ser permanentemente habitada, dedicando-se a população à agricultura, à pastorícia e à pesca.


quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Descoberta e povoamento da ilha das Flores Açores


As ilhas do Grupo Ocidental do arquipélago dos Açores - Flores e Corvo - foram encontradas em 1452, quando do retorno da viagem de exploração de Diogo de Teive e seu filho, João de Teive, à Terra Nova. No início do ano seguinte, a 20 de janeiro de 1453, Afonso V de Portugal fez a doação das ilhas de "Corvo Marini" ao seu tio, Afonso I, Duque de Bragança. Nesse documento de doação não é mencionada a ilha das Flores, uma vez que, à época, não tinha um nome. Entretanto era esta a ilha doada, uma vez que a do Corvo era, à época, considerada apenas um ilhéu anexo à primeira. As ilhas seriam posteriormente doadas ao Infante D. Henrique, Mestre da Ordem de Cristo, que, em seu testamento, as nomeia como ilha de São Tomás e ilha de Santa Iria. Com a morte deste passam para o Infante D. Fernando, Duque de Viseu.

A actual toponímia "Flores", em uso desde em 1474 ou 1475, deve-se à abundância de flores de cor amarela, os "cubres" ("Solidago sempervirens") que recobriam a costa da ilha, cujas sementes possivelmente foram trazidas por aves migratórias desde a península da Flórida, na América do Norte.


O primeiro capitão do donatário destas ilhas foi Diogo de Teive, passando a capitania a seu filho, João de Teive. Este cedeu-a a Fernão Teles de Meneses a 20 de janeiro de 1475. Com a morte acidental de Teles de Meneses, a viúva deste, D. Maria Vilhena, que as administrava em nome do seu jovem filho, Rui Teles, negociou estes direitos com Willem van der Haegen. Desse modo, este nobre flamengo que por volta de 1470 havia chegado com avultada comitiva à ilha do Faial, de onde passara à ilha Terceira, passa para as Flores por volta de 1480, pagando à viúva apenas direitos de capitão do donatário, e iniciando-lhe o povoamento. Fixou-se junto à foz da Ribeira de Santa Cruz (ainda actualmente conhecida por Ribeira dos Barqueiros), nos arredores de Santa Cruz das Flores, próximo da Fajã do Conde, cuja povoação começou a se formar, iniciando o cultivo do pastel, planta tintureira em cuja cultura era experimentado. Aí permaneceu durante cerca de dez anos, findo os quais resolveu deixar a ilha, motivado pelo isolamento e pela dificuldade de comunicações da mesma, indo fixar-se na ilha de São Jorge.

Mais tarde, Manuel I de Portugal faz a doação da capitania-donatária a João da Fonseca, a 1 de Março de 1504, que retoma o povoamento com elementos vindos da Terceira e da ilha da Madeira, aos quais se somou, por volta de em 1510, nova leva de indivíduos de várias regiões de Portugal, com predomínio dos do norte do país. Este povoamento distribuiu-se ao longo da costa da ilha, com cada família ou grupos afins ocupando a data ou sesmaria que lhes coubera, com base na cultura de trigo, cevada, milho, legumes e na exploração da urzela e do pastel. Desse modo, ainda no século XVI recebem carta de foral as povoações de Lajes das Flores (1515) e de Santa Cruz das Flores, assim elevadas a vila. Data de 6 de Agosto de 1528, a confirmação régia da posse da Capitania a Pedro da Fonseca, filho de João da Fonseca. Com o falecimento de Pedro da Fonseca, e do seu filho mais velho, João de Sousa, João III de Portugal, faz a doação da capitania-donataria da ilha a Gonçalo de Sousa (12 de Janeiro de 1548).

Nos séculos seguintes, os poucos habitantes manter-se-iam isolados em várias partes da ilha, recebendo raras visitas das autoridades régias, e de embarcações de comércio das ilhas do Faial e Terceira em busca em busca de azeite de cachalote, mel, madeira de cedro, manteiga, limões e laranjas, carnes fumadas e, por vezes, louça (deixando panos de lã e linho e outros artigos manufaturados) e outras que ali faziam aguada e adquiriam víveres.