Páginas

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Norberto Ávila é um dramaturgo, romancista, contista e poeta Açoriano

Norberto Ávila (Angra do Heroísmo, Açores, a 9 de Setembro de 1936) é um dramaturgo, romancista, contista e poeta Português.
De 1963 a 1965 frequentou, em Paris, a Universidade do Teatro das Nações (Université du Théâtre des Nations / Institut International du Théâtre).
Criou e dirigiu a revista Teatro em Movimento (Lisboa, 1973-1975), que, entre variada colaboração, publicou textos dramáticos integrais de Jacques Audiberti, Henry de Montherlant, Pirandello, Miguel Barbosa, Tankred Dorst e Strindberg.
Chefiou, durante quatro anos, a Divisão de Teatro da Secretaria de Estado da Cultura. Abandonou o cargo em 1978, a fim de dedicar-se mais intensamente ao seu trabalho de escritor, de que resultou a escrita de três dezenas de peças teatrais, três romances (dois deles ainda inéditos) e um livro de poemas.
Traduziu obras de Jan Kott, William Shakespeare, Tennessee Williams, Arthur Miller, Jacques Audiberti, Friedrich Schiller, Junji Kinoshita, Ramón María del Valle-Inclán, Rainer Werner Fassbinder, Eduardo Blanco Amor, José Zorrilla e Liliane Wouters. Adaptou à cena o romance O Bobo de Alexandre Herculano e, para marionetas, a obra D. Quixote e Sancho Pança de António José da Silva.

Dirigiu para a RTP (1.º Canal), a partir de Novembro de 1981, uma série de programas quinzenais
dedicados à actividade teatral portuguesa, com o título de Fila
As obras dramáticas de Norberto Ávila, em grande maioria publicadas, têm sido representadas em teatros profissionais portugueses como o Teatro Monumental e Teatro da Trindade (Lisboa), Marionetas de Lisboa, Teatro Experimental de Cascais, Teatro Animação de Setúbal, Teatro Experimental do Porto, Teatro de Portalegre, Teatro A Oficina (Guimarães) e Centro Dramático de Évora, por exemplo, além de muitos grupos de teatro amador. As suas obras foram ainda encenadas em teatros da Alemanha, Áustria, Bélgica, Coreia do Sul, Croácia, Eslovénia, Espanha, França, Holanda, Itália, República Checa, Roménia, Sérvia e Suíça.
Em 2009, a Imprensa Nacional - Casa da Moeda publicou a colectânea Algum Teatro (20 peças de Norberto Ávila, em 4 volumes), cuja ordenação cronológica permite avaliar facilmente a evolução temática e estética do autor, umas vezes interessado em ficções dramáticas de fundo histórico, outras, na recriação dos grandes mitos (sejam eles da Grécia clássica ou da literatura ibérica), na elaboração de um teatro de inspiração popular ou de crítica social ou empenhamento político, ou mesmo de incitamento à evasão e à fantasia.


No dizer de Luiz Francisco Rebello (sem dúvida o mais autorizado especialista do teatro português): "Pela diversidade e riqueza dos temas dramatizados, pela variedade e adequação dos modelos estruturantes, pelo saber oficinal, pela capacidade inventiva do jogo cénico, pela sábia dosagem do real e do fantástico, do humor e da emoção, do erudito e do popular, e pela articulação perfeita de tudo isto, a obra de Norberto Ávila, já internacionalmente consagrada, ocupa um lugar ímpar no quadro da dramaturgia portuguesa contemporânea."

Embora outras peças do autor (como A Ilha do Rei Sono e O Marido Ausente)  tenham tido oportunidade cénica em vários países, é incontestável que As Histórias de Hakim, cujo número de encenações rondará a centena, continua a ocupar um lugar de privilégio na audiência nacional e internacional. Já em Agosto de 1978, sendo promissora a carreira de As Histórias de Hakim, a prestigiada revista mensal Theater Heute (de Hanôver) dedicava-lhe, e ao seu autor, grande parte de um dos seus números: reedição integral do texto dramático, complementada com artigos sobre encenações da obra em países de língua alemã, entrevista com o escritor, com dados bibliográficos e imagens de montagens em diversos teatros.
Em 2008, a Sociedade Portuguesa de Autores prestou-lhe homenagem com a sua Medalha de Honra. Em 2010, ano em que se completaram os 50 anos da estreia de Norberto Ávila como dramaturgo representado, a Assembleia Legislativa dos Açores decidiu atribuir-lhe, nas celebrações do Dia dos Açores, a Insígnia Autonómica de Reconhecimento.


sábado, 24 de setembro de 2016

video de José da Lata - "O sol "

José Martins Pereira (Cinco Ribeiras, 6 de Janeiro de 1898 — Terra Chã, 10 de Fevereiro de 1965), mais conhecido por José da Lata, foi um pastor de gado bravo, manobrador de touros nas corridas à corda, que se notabilizou como cantador e improvisador popular. Uma das personalidades que mais marcaram a cultura popular da ilha Terceira no século XX, era um extraordinário animador de festas populares, particularmente como cantador de Reises e do Rancho de matança, peças típicas do folclore terceirense, e como tocador de viola-da-terra.

José da Lata foi uma figura típica da freguesia da Terra Chã, pois apesar de nascido na freguesia de Nossa Senhora do Pilar, viveu a maior parte da sua vida naquela freguesia, no Caminho para Belém, em frente da Canada dos Folhadais.
José da Lata trabalhou como pastor de gado bravo, profissão de que surgiu a sua alcunha, como resultado de uma aposta com rapazes da sua idade, quando apostou que amarraria uma lata nas hastes de um touro bravo. Ganha a aposta, perante o grande feito, ficou conhecido como o "José da Lata". Ganhou tal mestria na manobra dos toiros na típica toirada à corda que era apontado como o melhor pastor entre os pastores e um verdadeiro mestre na arte de produzir uma boa toirada.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Natália de Oliveira Correia

Intelectual, poetisa e activista social, autora de extensa e variada obra publicada, com predominância para a poesia, Natália Correia (Natália de Oliveira Correia) nasceu a 13 de Setembro de 1923, na Fajã de Baixo, ilha de S. Miguel –Açores. Após a emigração do pai para o Brasil (1929), a mãe decide fixar residência em Lisboa, pedindo a transferência dos estudos das duas filhas para o Liceu D. Filipa de Lencastre e, em 1938, funda um colégio particular na Rua Moraes Soares, onde passa a residir com as filhas.
Natália Correia iniciou-se na literatura com a publicação de uma obra destinada ao público juvenil, mas rapidamente se afirmou como poetisa.
Notabilizada através de diversas vertentes da escrita, já que foi poetisa, dramaturga, romancista, ensaísta, tradutora, jornalista, guionista e editora, tornou-se conhecida na imprensa escrita e, sobretudo, na televisão, com o programa “Mátria”, onde advogou uma forma especial de feminismo (afastado do conceito politicamente correto do movimento), o matricismo, identificador da mulher como arquétipo da liberdade erótica e passional e fonte matricial da humanidade; mais tarde, à noção de Pátria e de Mátria acrescenta a de Frátria.
Dotada de invulgar talento oratório e de grande coragem combativa, tomou parte activa nos movimentos de oposição, tendo participado no MUD (Movimento de Unidade Democrática) em 1945, no apoio às candidaturas para a Presidência da República do general Norton de Matos (1949) e de Humberto Delgado (1958) e na CEUD (Comissão Eleitoral de Unidade Democrática, 1969). Foi condenada a três anos de prisão, com pena suspensa, pela publicação da Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e Satírica, considerada ofensiva dos costumes, (1966) e processada pela responsabilidade editorial das Novas Cartas Portuguesas de Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta. Foi responsável pela coordenação da editora Arcádia, uma das maiores na altura.

Deputada à Assembleia da República (1980-1991), interveio politicamente ao nível da cultura e do património, na defesa dos direitos humanos e dos direitos das mulheres. É autora da letra do Hino dos Açores. Juntamente com José Saramago (Prémio Nobel de Literatura, 1998), Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, foi fundadora da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC).
A obra de Natália Correia estende-se por géneros variados, desde a poesia ao romance, teatro e ensaio. Colaborou, com frequência, em diversas publicações portuguesas e estrangeiras. Foi uma figura ,importante, das tertúlias que reuniam em Lisboa nomes centrais da cultura e da literatura portuguesas nas décadas de 1950 e 1960. Ficou conhecida pela sua personalidade livre de convenções sociais, vigorosa e polémica, que se reflecte na sua escrita. A sua obra está traduzida em várias línguas.
Fundou em 1971, com Isabel Meireles, Júlia Marenha e Helena Roseta, o bar “Botequim”, onde durante as décadas de 1970 e 1980 se reuniu grande parte da intelectualidade portuguesa. Foi uma grande entusiasta e impulsionadora do “café-concerto” em Portugal. Na sua casa foi anfitriã de escritores famosos como Henry Miller, Graham Greene ou Ionesco.
Recebeu, em 1991, o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores pelo livro “Sonetos Românticos”. No mesmo ano, foi-lhe atribuída a Ordem da Liberdade; era já detentora da Ordem de Santiago (1971).

Faleceu, subitamente, em sua casa, na madrugada de 16 de Março
de 1993,vítima de ataque cardíaco. A sua morte precoce deixou um vazio na cultura portuguesa muito difícil de preencher. Legou a maioria dos seus bens à Região Autónoma dos Açores, que lhe dedicou uma exposição permanente na nova Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, instituição que tem à sua guarda parte do seu espólio literário (que partilha com a Biblioteca Nacional de Lisboa) do qual constam volumes éditos, inéditos, documentos biográficos, iconografia e correspondência, incluindo múltiplas obras de arte e a biblioteca privada.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Danny Fernandes

Danny Fernandes (Daniel Bosco Fernandes) nasceu a 16 de Setembro de 1985, na cidade de Toronto, província do Ontário, Canadá. Os seus pais são naturais dos Açores. Tal como o seu irmão, Shawn Desman, Daniel é um cantor famoso de POP e R&B.
Aos 16 anos, arrecadou dois prémios no Rising Star Awards, concurso anual de dança da CNE, realizado na Cherrytree Public School, em Ottawa tornando-se, assim, o membro mais novo do grupo de dança “Toronto Raptors”.
Começou por fazer pequenas atuações em diversos clubes por toda a Europa, nomeadamente, Alemanha, Suíça, Áustria. Fez uma “tournée” integrando a banda de abertura do grupo feminino Girlicious.
Mais tarde, assinou o primeiro contrato com a agência canadiana “CP Records”, tendo apresentado o álbum “Intro”. Lançou também quatro “singles” do seu trabalho de estreia, incluindo “Curious”, “Private Dancer”, “Never Again”, e “Fantasy”.

Participou, como membro do painel de juízes na T.V. Karaoke Star Jr., ao lado de Tara Oram. Até hoje, já participou em quatro “tournées”, 2008/2009 como membro da banda de abertura em Girlicious Tour, Fantasy Tour e em The R.O.O.T.S. Tour. No ano seguinte, participou em SodaPOP: Emily Osment Tour.
Foi distinguido com diversos prémios ao longo da sua carreira. Em Abril de 2009, foi nomeado, pelo público, para a categoria de grupo Novo Artista Canadiano Favorito. A 21 de Junho de 2009, ganhou o prémio na categoria de Melhor Vídeo Pop Canadiano, na gala 2009 Much Music Video Awards. No mesmo ano, o seu single “Fantasy” foi eleito na categoria de Melhor Vídeo Canadiano.
Danny foi nomeado, igualmente, para o prémio Juno na categoria de Melhor Artista Jovem Canadiano, em Juno Awards 2010. No mesmo ano, recebeu o prémio de Melhor Artista Pop Canadiano, no evento "Canadian Indian Awards".

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Villa Maria

A Villa Maria localiza-se junto à orla costeira, anexa à Baía de Villa Maria, no concelho de Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, nos Açores.
Trata-se de uma propriedade da família Noronha, que foi residência de José Pimentel Homem de Noronha, casado com Maria Adelaide Barcelos Machado de Bettencourt, filha Francisco de Paula de Barcelos Machado de Bettencourt vogal da Comissão Distrital de Junta Geral do Distrito de Angra do Heroísmo, senhor e herdeiro da casa vincular e morgadio que os seus antepassados tinham instituído na ilha Terceira e foi baptizado na Igreja da Sé, freguesia da Sé, concelho de Angra do Heroísmo. Pessoa que esteve desde sempre ligado à aristocracia da ilha Terceira e que foi um grande latifundiário na mesma ilha com terras principalmente na zona dos Cinco Picos, incluindo a área geográfica onde se situa a Lagoa do Ginjal.
Nas suas terras, no cimo de uma elevação, ao norte da planície da Achada mandou construir a Ermida de Santo Antão,  que ficou concluída em 1897 que manteve à sua custa. Era dedicada a Santo Antão o protector dos animais e a Santo Isidro.

O José Pimentel Homem de Noronha foi pai de Alberto de Barcelos e Noronha casado com uma da mulheres mais ricas da ilha de São Jorge, Ambrosina Beatriz da Silveira Noronha,  e governador civil do Distrito de Angra do Heroísmo, no período de 1893 a 1895 e padrinho de baptismo do Régulo de Fumó,  Roberto Frederico Zichacha, filho Ngungunhane, último monarca da Dinastia Jamine e último imperador do Império de Gaza, no território que actualmente é Moçambique.
Do casamento acima referido viriam a nascer quatro filhos, sendo que somente dois chegaram á idade adulta, Carlos Alberto da Silveira Moniz do Canto e Noronha e José Orlando Moniz do Canto e Noronha.
Esta propriedade antes de ter sido a residência de José Pimentel foi a residência de seu pai o morgado João Inácio de Bettencourt Noronha, pelo período estimado de 1840 até 8 de Janeiro de 1908, data em que faleceu nesta mesma propriedade.
João Inácio de Bettencourt Noronha, nasceu na localidade do Topo, actual concelho da Calheta, ilha de São Jorge, em 9 de Fevereiro de 1820, desconhecendo-se a data exacta em que passou a viver definitivamente no solar, embora o tenha feito para os fins da sua vida, altura em que repartia o tempo entre a casa senhorial que possuía na Terra Chã, a Quinta de Santa Luzia, cuja data da primitiva construção recua a 1602 e esta propriedade que ocupava principalmente no Verão, dada a sua situação junto à costa.

Será da sua autoria a idealização do solar actualmente existente, e quem adquiriu os terrenos de uma propriedade datada da casa de 1502, que depois de adaptada daria origem à actualmente existente.
A propriedade inicia assim a sua história como tendo pertencido a um arcediago da cúria do Bispado da Diocese Angra do Heroísmo, até ser adquirida pelo referido João Inácio Bettencourt de Noronha.
Nela destaca-se o solar, que possui cinco séculos de história em sua parte mais antiga. São testemunhos deste período não apenas uma antiga iconografia onde se encontram figuradas a propriedade e a casa originais, mas também uma antiga epigrafia com a data de 1502, recuperada durante trabalhos de manutenção sobre a porta da actual adega que, à época, poderia ter assinalado a entrada principal.
O solar foi ampliado por volta de 1700, com o adquirir da propriedade ao seu antigo proprietário por João Inácio Noronha, descendente dos membros da família Noronha, família essa que chegou aos Açores na pessoa de D. Luísa de Noronha , filha de Pedro Ponce de Leão e de D. Helena de Noronha, no século XVI e casada com Heitor Homem da Costa, fidalgo da Casa Real, cavaleiro da Ordem de Cristo e senhor de uma tença anual de 20$000 R
eis, por mercê de Filipe II de Espanha datada de 1589, e herdeiro da casa e morgadio de seus pais e avós, e da de seu tio, João Homem da Costa . O seu bisavô foi Heitor Anes Homem, pai do 1º capitão donatário da vila da Praia, e fundador da vila de Angra, actual cidade de Angra do Heroísmo, Álvaro Martins Homem.


quarta-feira, 14 de setembro de 2016

D. Arquimínio Rodrigues da Costa


Arquimínio Rodrigues da Costa nasceu na freguesia de São Mateus, no concelho de Madalena, na Ilha do Pico, (Açores), no dia 8 de Julho de 1924. Em 1938, foi levado para Macau, que naquela época era uma colónia portuguesa no sul da China, onde ingressou no Seminário de São José, no âmbito do Padroado Português do Oriente.
Em Junho de 1949, completou finalmente o curso de teologia no Seminário de São José e recebeu a sua ordenação presbiteral no dia 6 de Outubro do mesmo ano. Entre 1949 e 1953, foi prefeito de disciplina do Seminário e, entre 1955 e 1956, foi reitor interino deste estabelecimento de ensino.
Visitou a sua terra natal no ano de 1956, e pouco tempo depois, em 1957, inscreveu-se no curso de direito canónico na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, concluindo a respectiva licenciatura em 1959. De novo em Macau, foi nomeado professor e prefeito de disciplina do Seminário de São José. Em Novembro de 1961, foi elevado a reitor efectivo do Seminário.
Foi nomeado Governador do Bispado, em 1963 e novamente em 1965, devido à ausência do então Bispo de Macau, D. Paulo José Tavares, por causa da sua participação no Concílio Vaticano II (1962-1965). Posteriormente, entre 1968 e 1969, ensinou as disciplinas de Filosofia e Latim no Seminário de Aberdeen, em Hong Kong. Ali, exerceu também as funções de prefeito de Estudos do Curso Filosófico.
No dia 14 de Junho de 1973, foi eleito pelo Cabido da Sé de Macau para o cargo de Vigário capitular da Diocese de Macau.

No dia 20 de Janeiro de 1976, o Papa Paulo VI nomeou-o Bispo de Macau, sucedendo ao também açoriano D. Paulo José Tavares. Foi sagrado bispo na Sé Catedral no dia 25 de Março daquele ano. No governo da diocese, ele realizou diversas contribuições importantes: resolveu vários problemas financeiros e administrativos da diocese; fundou cinco novos centros pastorais; criou em 1974, ainda como vigário capitular, o Centro Diocesano dos Meios de Comunicação Social (CDMCS); e organizou a Associação das Escolas Católicas de Macau e a Associação das Religiosas de Macau.
No Verão de 1983, visitou novamente a sua terra natal, e, em vez de descansar e gozar as suas férias, começou logo a trabalhar, contactando com o povo açoriano, principalmente com os residentes da freguesia de São Mateus, e participando nas maiores manifestações de fé do Pico e do Faial.
Em 1987, indicou Domingos Lam Ka-tseung para bispo-coadjutor de Macau e seu futuro sucessor. No dia 6 de Outubro de 1988, a Santa Sé aceitou o pedido de resignação feito por D. Arquimínio.
A partir de Janeiro de 1989, já como bispo-emérito de Macau, fixou novamente residência na sua terra natal, na freguesia açoriana de São Mateus. Ocupou-se, em parte, na recuperação da quinta que pertencera ao seu pai.
Em 12 de Setembro de 2016, aos 92 anos de idade, D. Arquimínio Rodrigues da Costa faleceu na Ilha do Pico, Açores, Portugal.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Manuel Luís Maldonado 1644

Manuel Luís Maldonado (S.J.) (Angra do Heroísmo, 8 de Setembro de 1644 — Angra do Heroísmo, 24 de Outubro de 1711) foi um historiador, genealogista, sacerdote católico e militar português.
Foi Condestável, capelão e encarregado do hospital militar da Fortaleza de São João Baptista da Ilha Terceira, nos Açores. É autor da obra "Fenix Angrence", uma das obras de referência da historiografia em História dos Açores.
Nasceu um ano após a rendição da guarnição Espanhola na chamada Guerra do Castelo (27 de Março de 1641 - 4 de Março de 1642), na freguesia da Sé, filho de Amaro Luís, Condestável
da Fortaleza de São João Baptista, e de sua esposa, Isabel Gonçalves.
Desde jovem se interessou por temas de história, já que ele próprio afirma que, em 1669, com apenas 24 anos de idade, quando da chegada à Terceira de Afonso VI de Portugal, desterrado para a Fortaleza do Monte Brasil, estava "(…) apto com todas as diligências necessárias para o sacerdócio, e já no entretenimento das averiguações antigas a título de curioso, sem que nestas totalmente me fossem de impedimento as ciências, ou estudos, de Moral e Especulativo em que lidava com pouco fruto." (Fenix Angrence)
O seu pai faleceu a 27 de Fevereiro de 1670, sendo Manuel Luís Maldonado nomeado para o cargo de Condestável da Artilharia da Fortaleza de São João Baptista, que o pai ocupava, na data de 1 de Março de 1670.

A 2 de Setembro de 1674 tomou ordens de Epístola, a 8 do mesmo mês de Evangelho, e a 9 de Missa, sendo nomeado, a 23 de Novembro desse ano, capelão-menor da Fortaleza de São João Baptista, altura em que frequentava o nono ano das Escolas Gerais do Colégio da Companhia de Jesus em Angra. Pregou o seu primeiro sermão a 15 de Setembro de 1680.
Por patente de 25 de Julho de 1689, foi nomeado capelão-mor da Fortaleza e administrador do Hospital Militar da Boa Nova, que lhe ficava anexo.
Ao falecer, Manuel Luís Maldonado deixou como legado a um sobrinho o manuscrito da "Fenix Angrence", fruto da sua vida de investigação histórica e uma das fontes essenciais para o estudo da história açoriana. Encontra-se sepultado na Ermida da Boa Nova em Angra do Heroísmo.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Brás Soares de Sousa na ilha de Santa Maria Açores

Brás Soares de Sousa (c. 1570 — Capitania de Pernambuco, 1634) foi o 6.º capitão do donatário na ilha de Santa Maria, nos Açores.
Nascido Brás Soares de Albuquerque, ao suceder ao pai no morgadio teve que assumir o sobrenome deste (Sousa). No contexto da Dinastia Filipina, foi confirmado no cargo de capitão da ilha de Santa Maria a 16 de Julho de 1594, sucedendo a Jerónimo Coutinho.
Serviu na Praça-forte de Ceuta de 1613 a 1615, e esteve embarcado na Armada das ilhas de 1615, 1617, 1618 e 1621, vindo a ser recompensado por esses serviços com a Comenda da Ilha de Santa Maria da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo, começando a gozar os seus proventos a partir de 24 de Junho de 1623. Entretanto, tendo os recursos anteriores desta comenda sido consumidos no Real serviço, o soberano impunha a Brás Soares de Sousa a obrigação de doar, por cinco anos a partir de então, os rendimentos da dita comenda para a fortificação que o soberano ia ordenar para a dita ilha. Nesse período não os poderia receber e cobraria ao Provedor da Fazenda das Ilhas Terceiras, que conservaria esses montantes em arca separada e fechada os recursos para se despender na obra da fortificação, por ordem do Conselho de Fazenda. Concluída a fortificação, no período aprazado, aquele rendimento deveria ser aplicado aos reparos das igrejas conforme o necessário, a ser estipulado pela Mesa da Consciência e Ordens.

Terá combatido na Praça-forte de Mazagão, assim como os corsários ingleses da armada do conde de Cumberland e piratas da Barbária  que assaltaram Vila do Porto respectivamente em 1589 e 1616.
Na Biblioteca Nacional da Ajuda em Lisboa, conserva-se cópia de carta de Filipe III de Portugal (1621-1640) a Brás Soares de Sousa, datada de 7 de Setembro de 1628 sobre uma queixa deste último, na qualidade de procurador de seu pai enquanto capitão do donatário da ilha de Santa Maria, sobre Simão Goardes Peixoto.
Numa viagem que fez a Lisboa, adoeceu e foi tratado na casa de uma fidalga, Maria da Câmara, viúve de João Nunes Velho, que era filha de um sobrinho de Gonçalo Velho. Tendo ali sendo muito bem tratado, e como esta parenta era pobre, Brás Soares desposou uma filha dela, D. Dorotea da Câmara, demonstrando assim a sua gratidão.
Voltou para Santa Maria acompanhado da esposa, com quem teve três filhos: Pero Soares, Manuel de Sousa e António Soares, e mais algumas filhas, duas das quais professaram como freiras no Convento da Esperança, em Ponta Delgada.

Durante a primeira das invasões holandesas do Brasil (1624-1625), tomou parte da chamada "Jornada dos Vassalos", a poderosa esquadra que libertou Salvador em 1625.  No seu regresso, foi agraciado com a Comenda de Nossa Senhora da Assunção.

Quando da segunda invasão (1630-1654), pereceu em combate na capitania de Pernambuco, em 1634.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Baltasar Gonçalves Carvão na ilha Terceira Açores

Baltazar Gonçalves Carvão (século XVI – Ilha Terceira, Açores) esteve entre os primeiros povoadores que aportaram à ilha Terceira.
Têm o seu solar na freguesia de São Mateus da Calheta, junto à Baía de Villa Maria, numa antiga casa denominada Quinta de São Tomás da Vila Nova, com capela sob a invocação do referido Santo.
Brasão das famílias Fonseca e Ornelas que se encontra no Solar de São Tomás de Vila Nova, ilha Terceira, Açores, Portugal.
Na cidade de Angra do Heroísmo também esta família teve casa de habitação na rua do Duque de Palmela, contígua à capela de Nossa Senhora da Natividade, e que outrora foi cabeça do 3.° morgado instituído por Pedro Anes do Canto, 1.° do nome.
Baltazar Gonçalves Carvão, foi casado com D. Catarina Nunes, de quem teve:
1 - Manuel Gonçalves Carvão, casou com D. Maria da Fonseca, filha de Bartolomeu Gomes de Oeiras, Alcaide-mor de Angra do Heroísmo.
2 - António de São Tiago foi frade religioso franciscano.

sábado, 3 de setembro de 2016

João Falcão de Sousa na ilha de Santa Maria Açores

João Falcão de Sousa (século XVII - Vila do Porto, 12 de Dezembro de 1657) foi o 10º capitão do donatário na ilha de Santa Maria, nos Açores.
No contexto da Restauração da Independência, serviu como voluntário no cerco à Fortaleza de São João Baptista da Ilha Terceira (1641-1642),[1] tendo sido louvado por seus feitos militares.[carece de fontes]

Governou a ilha de Santa Maria na menoridade de Brás Soares de Sousa na qualidade de Capitão-mor conforme Alvará Real passado em 1654,[2] até à sua morte, em 12 de Dezembro de 1657.
Exerceu o cargo de Superintendente das Obras de Fortificação da ilha, no contexto da Primeira Guerra Anglo-Holandesa, ascendendo as armadas de cada um dos lados a mais de uma centena de navios de guerra e receando-se um possível ataque à ilha.  Nessa função, diligenciou completar a defesa da ilha, não apenas em Vila do Porto, como em todos os pontos do litoral por onde havia facilidade em um inimigo entrar. Para concluir as obras empreendidas, chegou mesmo a empenhar os seus bens pessoais. À data de sua morte, Sua Majestade devia-lhe um conto e novecentos mil réis, montante que ele, e sua mãe, Dona. Margarida de Sousa, tinham adiantado para as obras de fortificação, e que mais tarde, com muita dificuldade, esta senhora cobrou.
Juntamente com a sua mãe, Margarida de Sousa, foi responsável pela edificação da Ermida de Nossa Senhora da Boa Nova em Vila do Porto. O seu nome também está ligado à edificação da primitiva Ermida de Nossa Senhora da Saúde.

Foi sepultado na capela-mor da Igreja de Nossa Senhora da Vitória, em Vila do Porto.