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sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Sociedade Filarmónica Lira da ilha do Corvo

 

A Sociedade Filarmónica Lira Corvense, é a única filarmónica que existe no Corvo, foi constituída a 4 de Novembro de 1938, começando a sua actividade a partir de Setembro do ano seguinte, 1939, a fazer actuações fora da Ilha, com deslocações frequentes principalmente à ilha das Flores, sua vizinha.


Esta filarmónica deste que foi constituída teve vários momentos de dificuldade na sua história, chegando mesmo a ver a sua actividade suspensa principalmente durante a década de 1950 a 1960 devido ao enorme surto de emigração que aconteceu para os Estados Unidos e para o Canadá, aliado o um Serviço Militar Obrigatório, imposto pela ditadura de Oliveira Salazar durante a Guerra Colonial Portuguesa, que levava para combater nas colónias grandes parte da juventude portuguesa, que afastava assim da ilha grande parte da juventude da ilha.


O grande impulso de desenvolvimento desta filarmónica aconteceu com a Autonomia do arquipélago dos Açores quando muitos benefícios económicos foram dados às filarmónicas por diferentes ilhas como forma de apoiar a cultura.


Assim os corvinos agarraram a oportunidade e não só reconstituíram a filarmónica, como criaram uma escola de música e deram início à compra de novos instrumentos.


Foi em 1991 que se deu a grande reactivação da “Filarmónica Lira Corvense”. Foi neste ano que se criaram os estatutos próprios e se fez a eleição de uma Direcção.


Para este “ressurgir” da Filarmónica Lira Corvense muito também contribuiu a própria Câmara Municipal de Vila do Corvo com a sua colaboração quer a nível financeiro como logístico que chegou mesmo à cedência de uma sede.



quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

João da Castanheira um dos primeiros povoadores da ilha de Santa Maria Açores

 


João da Castanheira (século XV) foi um fidalgo português, povoador da ilha de Santa Maria e, posteriormente, da ilha de São Miguel, nos Açores.


Foi escudeiro-fidalgo do donatário da ilha, o então 5.° Duque de Viseu e 4.° Duque de Beja, Manuel I de Portugal (1495–1521).


Chegou à ilha de Santa Maria anteriormente a 1472, à época do 2.º capitão do donatário, João Soares de Albergaria. Recebeu sesmaria a oeste e próxima a Vila do Porto, que começou a cultivar e posteriormente vendeu, passando-se para a ilha de São Miguel, onde se fixou e deixou descendência. Estas terras foram mais tarde de Heitor Gonçalves Minhoto, intitulando-se Cabeçadas de João da Castanheira.


Foi lugar-tenente do capitão João Soares de Albergaria em Santa Maria, encontrando-se no desempenho destas funções, quando da passagem de Cristóvão Colombo (de 18 a 28 de Fevereiro de 1493), no seu retorno da descoberta das Antilhas. As tratativas com Colombo na ocasião encontram-se registadas no "Diário" de navegação deste, na obra de frei Bartolomé de las Casas e na de Fernando Colombo, filho do navegador.


O exercício desta função é confirmado por uma escritura de venda de seis moios de terra de semeadura, dada em sesmaria por João Soares de Albergaria a João da Maia e sua esposa, Guilhelma Fernandes de Alpoim, com data de 7 de Maio de 1492, onde se refere João da Castanheira como capitão na ausência de João Soares de Albergaria.  É coerente ainda com o contrato de casamento de João Soares de Albergaria com a sua segunda esposa, D. Branca de Sousa, celebrado em Lisboa em 1492.


João da Castanheira teve uma filha, Margarida de Matos, que se casou com Fernão do Quental, escudeiro-fidalgo que também foi povoador da ilha de Santa Maria, onde teve dadas, de acordo com a crónica de Gaspar Frutuoso. Indo com o sogro para São Miguel, lá se fixou, vindo a ser nomeado Ouvidor do capitão donatário, Rui Gonçalves da Câmara.



A respeito de ambos, Frutuoso refere ainda:


"Fernão do Quental e João da Castanheira, homens mui nobres e honrados, que vieram de Portugal e começaram a povoar a ilha, na Vila do Porto, e tiveram dadas nela, e, depois de descoberta esta ilha de São Miguel, vendendo o que tinham na de Santa Maria por pouco preço, se passaram a morar nela, e moraram na Ponta Delgada, acima da qual teve um deles uma serra, que do seu nome se chamou o Pico de João de Castanheira, dos quais direi adiante, quando tratar da mesma ilha."




terça-feira, 21 de janeiro de 2025

A lenda de Angra do Heroísmo ilha Terceira Açores

 

Segundo a tradição, o príncipe dos mares vivia apaixonado por uma linda princesa de cabelos louros que vivia próximo aos seus domínios. A princesa, entretanto, não correspondia aos seus amores por já se encontrar apaixonada por outro príncipe. O senhor dos mares vivia consumido por ciúmes que muitas vezes o levavam à violência, e decidiu chamar uma fada ao seu reino marinho, com o objectivo de mudar o rumo aos acontecimentos.


A fada veio e tentou durante bastante tempo que a princesa desistisse do seu amor e se apaixonasse pelo Senhor do Mar. Fez magias e quebrantos e exerceu todas as suas influências, mas sem nada conseguir devido ao profundo amor da princesa pelo seu príncipe. Furioso, o senhor dos mares acabou por expulsar a fada dos seus domínios.


Um dia, os dois apaixonados, que até ali tinham vivido só da troca de olhares e de suaves devaneios, trocaram o primeiro beijo. Foi um beijo rápido, mas o sussurro dos apaixonados foi escutado pelo senhor e príncipe dos mares, que acordou do leito de rocha de basalto negro e areia vulcânica onde dormia.

A fada também ouviu e atravessou apressadamente os céus em direcção ao reino do príncipe dos mares, pois via a oportunidade de se vingar do príncipe, por quem entretanto se tinha apaixonado, e da princesa que lhe roubava a felicidade.



Quando chegou perto do Senhor do Mar, viu-o furioso a bater-se contra a terra com furiosas e encapeladas ondas cobertas de espuma branca e disse-lhe baixinho: "Príncipe do mar, chegou a hora da vossa vingança. Aqui estou para fazer o que mandardes." Cego pelo ciúme e pela raiva, este ordenou-lhe em tom de ódio: "Correi, fada, fulminai o príncipe que roubou minha amada. Mas... lembrai-vos, só a ele!"

Aceitando o desafio com a cabeça e convidando o Senhor do Mar a assistir à vingança que ia preparar, a fada levou-o pela mão em direcção à praia onde estavam os dois apaixonados. Lá foram encontrar a princesa de cabelos soltos, dourados ao sol poente, levemente reclinada sobre o seu apaixonado.



Rapidamente, a fada soltou a mão do Senhor do Mar e se precipitou sobre o par enamorado, fazendo um encanto: o príncipe ficou transformado num grande monte (o Monte Brasil) coberto de denso arvoredo, levantando-se altivo de frente para o mar. A princesa recusou-se a abandonar o seu apaixonado e ficou para sempre reclinada na posição em que se encontrava. Com o passar os milénios, transformou-se na baía e na cidade de Angra do Heroísmo. Encontram-se os dois unidos e embalados para sempre pelas noites e pelos dias, pelo eterno soluçar angustiado do Atlântico, príncipe e senhor dos mares.



segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Os primeiros imigrantes que vieram das regiões da Holanda e Bélgica para os Açores

 


Govaert Lodwijk que deu origem aos nomes Gularte, Goulart e Luis.


Leon de Hurtere, cujos filhos emigraram para os açores, entre eles Joz van Hurtere que originou

Dultra, Dutra e Horta.


Jacob van Brugge, fundador da Vila da Praia na Ilha Terceira, em janeiro de 1451, com muitos descendentes, incluindo a família "de Bruges" local.



Willem de Kersemakere, que deu origem a Casamaca e Silveira este por sua esposa Margarida de


Sabuya possivelmente seu sobrenome original seria van der Haagen, de onde vem também Vandraga.


Willem van der Bruyn ou Guilherme de Brum.


Joz van Aertrycke que originou o sobrenome da Terra.


Pieter van de Roos, de originou os sobrenome da Rosa


Van de Olm - Fernão Dulmo, que fundou Quatro Ribeiras na Terceira.


van den Berghe (Berge)


Bettencourt

Bormans (Bermans)


Bulscamp (Bulcão)


Van Can (Cao),


Verstraeten (Estrada)


Fabritius Timmermans (Fabrício)


Van der Goes (Gois)


De Groot (Grotas)


Hustaerdt (Hustarte)


Lem, (Leme)



Van der Linden, Verlinden (Linde)


De Lis (Lis, Liz),


de Looze (Luis, Luiz)


Van Praet (Praet)


De Rouze (Rosa)


Silvester (Silvestre),




Van Rossem (Rossem)


Teeuwen, Teewen (Teves)


E os franceses:


French Bouillion (Bulhões)


Dumas (Dumas)


Jacques, Jacobs (Jacques)


Le Merchier (Lemerchier)


Pegas (Pegues, Piques)


Pernet


De Ponte, Dupont (Ponte)





sábado, 18 de janeiro de 2025

Foi há 76 anos o fatídico acidente aéreo no Pico da Vara Açores

 


Foi a 28 de outubro de 1949.


Por volta das quatro horas de uma madrugada de nevoeiro, depois de duas falhadas tentativas para aterrar no aeroporto da ilha de Santa Maria, um avião Lockheed Constellation da Air France, que fazia a ligação Paris-New York, esmagou-se no Pico da Vara (1.105 metros), concelho do Nordeste.


O enorme estrondo acordou os moradores das freguesias de Santo António Nordestinho, Algarvia e Santana, onde ainda há quem recorde essa noite e os agitados dias que se seguiram.


Muitos populares subiram a serra a pé, pelos estreitos trilhos, até ao local do acidente. Não sobreviveu nenhum dos 48 ocupantes do avião.


Havia corpos por todo o lado e a desgraça foi aproveitada por alguns. Constou na altura que o avião transportava muitos relógios de pulso e haverá pessoas que ainda conservam alguns desses relógios.



Houve também quem cortasse dedos das vítimas para se apoderar de anéis, pilhagem que levou as autoridades francesas a apelidarem os habitantes da ilha de “piratas de pé descalço” e originou um incidente diplomático entre a França e Portugal, motivando a deslocação de polícias franceses aos Açores para revistarem casas e fazerem apreensões.


Mas a grande maioria das pessoas subiu ao Pico da Vara por razões humanitárias. Populares e soldados idos de Ponta Delgada carregaram os cadáveres em panos de tenda até ao adro da igreja na Algarvia, onde foram metidos nos caixões para o regresso a França.


As vítimas eram sobretudo anónimos homens de negócios, mas a bordo seguiam três celebridades: o pugilista Marcel Cerdan, 33 anos, a violinista Ginette Nevau, 30 anos, e o irmão pianista, Jean Paul Nevau, e o pintor Bernard Boulet de Monvel.


A revelação do rolo de uma fotográfica encontrada entre os despojos mostrou uma fotografia tirada durante o voo por Cerdan, Jean Paul e Ginette abraçada ao seu Stradivarius, mas do violino apenas foi encontrado o arco.


Marcel Cerdan, ex-campeão mundial dos médios, dirigia-se a New York para se encontrar com a amante, a cantora Edith Piaf, e treinar para um combate desforra com o americano Jack LaMotta, que teria lugar no Madison Square Garden.


As vidas do pugilista e da maior cantora francesa de todos os tempos tinham-se cruzado num restaurante francês de New York em 28 de março de 1947 depois de Cerdan ter conquistado o título mundial dos médios ao vencer Harold Granger por KO técnico no Madison Square Garden e foi uma paixão fulminante apesar dele ser casado e ter três filhos.


Edith Giovanna Gassion, era este o verdadeiro nome de Piaf, contava ao tempo 32 anos de idade e estava no auge de uma fabulosa carreira e de uma vida singularmente trágica.


Nasceu a 19 de dezembro de 1915 numa rua de Paris, filha de uma cantora e um acrobata que atuavam pelas ruas e ambos alcoólicos.


 Foi criada pela avó paterna que tinha um prostíbulo e eram as prostitutas que cuidavam dela.


Tornou-se cantora como a mãe e cresceu a atuar com o pai pelas ruas. Em 1938, estreou-se num cabaret de Paris e triunfou de imediato.


Cantava e escrevia, e o primeiro grande sucesso de Piaf foi La Vie en Rose com letra de sua autoria e música de Louiguy, gravada em 1946. Foi gravada por inúmeros artistas nos EUA, entre outros por Bing Crosby, Tony Martin, Paul Weston, Dean Martin, Tony Bennett e Louis Armstrong.



O sucesso de La Vie en Rose trouxe Piaf a New York pela primeira vez em 1947 para atuar num night club da Rua 42, em Manhattan, chamado precisamente La Vie en Rose e onde Amália se apresentou pela primeira vez nos EUA em 1952, durante 14 semanas.


O romance de Piaf e Cerdan escandalizou muitos franceses, ela era a voz e ele os punhos da França do pós guerra.


Piaf já tivera (e viria a ter) uns quantos “queridos” célebres, entre outros Yves Montand, Charles Aznavour, Gilbert Becaud, George Moustaki, Eddie Constantine e até um jovem ator chamado Marlon Brando.  Mas Cerdan foi o seu grande amor e, em outubro de 1949, Piaf telefonou ao amado para que a viesse ver e Cerdan partiu para a morte nos Açores.  Piaf recebeu a notícia do desastre horas antes de atuar. Não cancelou o espectáculo, mas no final da quinta canção desmaiou no palco.  Nessa noite, em homenagem a Cerdan, Piaf dedicou-lhe uma das suas mais belas canções, Hymne à L’Amour, que ela compusera com Marguerite Monnot e que cantara pela primeira vez no La Vie en Rose.  A canção ficou como um momento sublime da paixão vivida pela cantora e o pugilista e, até à sua morte, a 10 de outubro de 1963, com 47 anos, sempre que cantou Hymne à L’Amour em público, Edith Piaf dedicava a canção a Marcel.



por Eurico Mendes, nos EUA *






( Cortesia ao Diário dos Açores  )


terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Fernando Machado Soares e o fado de Coimbra




Fernando Machado Soares  nasceu em São Roque da ilha do Pico Açores a  3 de Setembro de 1930  e faleceu em  Almada a 7 de Dezembro de 2014. Foi um poeta, cantor, intérprete e compositor no âmbito da Canção de Coimbra, jurista e juiz jubilado, mais conhecido pela sua Balada da Despedida do 6.º ano Médico (1958), intitulada "Coimbra tem mais encanto".

Era descendente do último Capitão-Mor das Lajes do Pico. Licenciou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, nos anos 50.
Participou no filme Rapsódia Portuguesa.


Após ter concluído o curso superior, suspendeu durante alguns anos a sua actividade artística. Porém, acompanhou o Orfeão Académico de Coimbra aos Estados Unidos (1962), onde cantou com êxito em Nova York (Lincoln Center), Boston, Chicago e Atlanta. Participou ainda num programa televisivo da NBC.

Autor de diversos temas célebres, entre eles a "Balada da Despedida do 6º Ano Médico" (1958); co-autoria de Francisco Bandeira Mateus.



Fernando Machado Soares, que foi juiz-conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, recebeu em 2006 o Prémio Tributo Amália Rodrigues “pela excelência da carreira artística e dedicação aos outros”.

Morreu aos 84 anos em Almada, cidade onde se realizou o funeral.


segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Embarcações naufragadas na Baía de Angra

 


1542 – Naufrágio da nau cognominada Grifo, capitaneada por Baltazar Jorge

A Grifo foi uma nau portuguesa da Carreira da Índia. Em 1536 D. João de Castro embarca para a Índia a bordo da nau.  Em 1542 a nau portuguesa, capitaneada por Baltazar Jorge naufraga nos Açores. Perdeu-se sobre a âncora.



1555 - Naufrágio da nau Assumpção, comandada por Jácome de Melo

A Nossa Senhora da Assunção foi uma nau de linha português.

Participou na Batalha de Matapão, sendo comandada pelo fiscal Pedro de Sousa Castelo Branco tinha 500 praças e continha 64 peças de artilharia.



1555 - Naufrágio da nau alcunhada de Algarvia Velha, acabada de chegar das Índias.

Nau que naufragou no regresso da India.


1586 - (17 de Setembro) – Naufrágio da nau Santa Maria, de nacionalidade espanhola e provinda de São Domingo. Devido ao nau tempo.

A Santa Maria, anteriormente chamada de La Gallega, foi a nau, do tipo carraca, capitânia do Almirante Cristóvão Colombo na viagem em que, navegando para Oeste pelo Oceano Atlântico, veio a descobrir o continente americano (1492).

De propriedade do mestre Juan de la Cosa, morador das vizinhanças do porto de Palos de la Frontera, e que a pilotava nesta viagem, era considerada pelo Almirante como uma embarcação pesada.


1587 - Naufrágio de um galeão português (Santiago) capitaneado por Francisco Lobato Faria e provindo de Malaca. Perdeu a amarra, salvando-se a gente e a fazenda.

em que se contam os grandes trabalhos e lastimosas coisas que acontecerão ao Capitão Manuel de Sousa Sepúlveda, e o lamentável fim, que ele e sua mulher, e filhos, e toda a mais gente houveram na Terra do Natal, onde se perderão a 24 de Junho de 1552.

Logo no início da obra encontramos o sem dúvida mais conhecido do todos os relatos da História Trágico-Marítima, que aqui merece ser resumido:



Manuel de Sousa Sepúlveda passara à Índia em 1534, para não ter que casar com uma senhora que seduzira, e cujos irmãos o perseguiam. No Oriente fora capitão às ordens de Martim Afonso de Sousa. Estivera presente na conquista de Diu em 1536, na armada do governador D. Estêvão da Gama ao Mar Vermelho em 1540, etc. Em 1544 fora nomeado capitão de Diu.


A 3 de Fevereiro de 1552, com a mulher e os filhos, largou de Cochim, na Índia, rumo a Lisboa, como capitão do galeão grande São João. O galeão vinha carregado com 7500 quintais de pimenta, e transportava mais de quinhentas pessoas. A 13 de Abril, à vista do Cabo da Boa Esperança, a nave foi acometida por fortes tempestades, acabando por naufragar a 8 de Junho, nas costas do Natal. Os cerca de 380 sobreviventes iniciaram, um mês mais tarde, uma longa marcha rumo a Moçambique.



A fome, as doenças, os ataques dos Cafres  e dos animais selvagens foram lentamente diminuindo o seu número. Quando atravessaram o rio de Lourenço Marques, nos fins de Dezembro, os sobreviventes eram apenas cerca de 120; e um filho de 10 anos de Manuel de Sousa Sepúlveda tinha já morrido. Nesta região foram os sobreviventes portugueses maltratados pelos Cafres, vindo a mulher do capitão e os seus filhos pequenos a morrer em Janeiro de 1553, em circunstâncias dramáticas. Manuel de Sousa Sepúlveda, depois de os enterrar, internou-se no mato para nunca mais ser visto.


O relato deste infortúnio foi redigido por um autor desconhecido, talvez baseado em informações de Álvaro Fernandes, guardião do galeão, e foi impresso pela primeira vez logo cerca de 1554. Camões, no Canto V de Os Lusíadas, faz o Adamastor profetizar a tragédia:


"Outro também virá de honrada fama,

Liberal, cavaleiro, enamorado,

E consigo trará a formosa dama

Que Amor por grã mercê lhe terá dado.

Triste ventura e negro fado os chama

Neste terreno meu, que duro e irado

Os deixará dum cru naufrágio vivos

Para verem trabalhos excessivos.


Verão morrer com fome os filhos caros,

Em tanto amor gerados e nascidos;

Verão os Cafres ásperos e avaros

Tirar à linda dama seus vestidos...



quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Crónicas da Província de S. João Evangelista das Ilhas dos Açores

 

As Crónicas da Província de S. João Evangelista das Ilhas dos Açores, são uma obra de natureza histórica, de autoria do frei Agostinho de Monte Alverne .


O manuscrito, redigido até 1695, encontra-se depositado em nossos dias na Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada.



Inédito por quase três séculos, a primeira edição da obra, em três volumes, ocorreu de 1960 a 1962.


Nesta obra, diferentemente de Gaspar Frutuoso que nas "Saudades da Terra" aborda aspectos naturais (geológicos, topográficos, orográficos, fauna e flora), históricos e humanos (demografia, património, cultura) da Macaronésia, Monte Alverne restringe-se aos Açores, abandonando a perspectiva ultramarina e centrando-se na temática eclesiástica e religiosa, colorindo-a com traços miraculosos.




quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Os filhos de Willem van der Haegen no Arquipélago dos Açores

 


Casou com Margarida de Zabuya ou Margarida de Saboia  , filha de Amadeu VIII de Saboia  , em 1454 em Bruges, Flandres, Bélgica, nascida em 1439, em Bruges, Flandres, Bélgica.

Filhos de Wilhelm van der Haegen e Margarida de Zabuya:

1- Luzia da Silveira, nasceu em 1464 em Bruges, Flandres, Bélgica; morreu em 1548; casou com André Fernandes Villalobos em 1485 na Vila do Topo, Ilha de São Jorge, Açores. Nascido em 1490; e morto em 1548.

2- João da Silveira, nasceu em 1456 em Bruges, Flandres, Bélgica; morreu em 1481; casou com Guiomar Borges Abarca na Ilha Terceira, Açores, Portugal.


3- Jorge da Silveira (Jorge da Silveira ou Joz, ou Josse, ou José, nasceu cerca 1458, destino ignorado.) em Bruges, Flandres, Bélgica.


4- Margarida da Silveira, nasceu em 1460 em Bruges, Flandres, Bélgica; morreu nos Flamengos, Ilha do Faial, Açores. Casou com Joss van Aard ou Jorge da Terra, “o velho” van Aertrijcke em 1540 nos Flamengos, Ilha do Faial, Açores. Nascido nos Flamengos, Ilha do Faial, Açores.


5 - Ana da Silveira, nasceu em 1466 em Bruges, Flandres, Bélgica; casou com Tristão Martins Pereira em 1485 em Goa, Índia Portuguesa. nascido em 1452 em Pombal, Portugal continental. Morreu em 1529 na Índia.

6- Maria da Silveira, nasceu em 1468 em Bruges, Flandres, Bélgica; morreu em 14 de Agosto de 1545; Casou com João Pires de Matos em 1497 na Ilha do Faial, Açores.



7- Catarina da Silveira, casou com o capitão-mor Jorge Gomes de Ávila em 1484 na Ilha Graciosa, Açores. Nascido em 1453 na Ilha Graciosa, Açores.


8- Francisco da Silveira, nasceu em 1499 na Ilha do Faial, Açores. Morreu em 1595 na Ilha do Faial, Açores. Casou com Isabel d'Útra de Macedo em 1524 na Ilha do Faial, Açores.


Alguns dos seus descendentes emigraram para o sul de África e integraram-se com os colonos holandeses.




terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Quinta da Boa Hora ilha Terceira Açores

 


A Quinta da Boa Hora é composta por uma propriedade agrícola e por um solar que foi pertença da família Barcelos. Localiza-se esta quinta na ilha   Terceira,  concelho de Angra do Heroísmo, freguesia da Terra Chã.

Foi durante séculos residência da família Barcelos, tendo nele vivido Isidro Barcelos Bettencourt, político português, partidário do Partido Nacional Republicano em Angra do Heroísmo e funcionário do governo português..

O solar de que a quinta está dotada apresenta-se com apreciáveis dimensões. Tem um pátio voltado a nascente com jardim onde de destacam plantas exóticas de grande dimensão dada a sua avançada idade. É de mencionar também a capela.

Destaca-se este edifício pelo seu aspecto senhorial de austera fachada e pelo portão em cantaria trabalhada dotado de pináculos e encimado por um arremate igualmente em pedra trabalhada.