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terça-feira, 30 de outubro de 2018

A erupção do Pico Vermelho e do Chama na ilha Terceira

No dia 21 de Abril de 1761, quando a erupção do Pico Queimado caminhava para o seu termo, nova erupção surgiu cerca de 5 km a les-nordeste do foco eruptivo inicial, num local chamado Chama ou Mistério Velho. Esta segunda erupção teve carácter marcadamente
fissural, produzindo numa primeira fase um monte de bagacina com cerca de 70 metros de altura em relação aos terrenos vizinhos, do qual eram projectadas grandes pedras e areias basálticas (cinzas) que, conforme a direcção do vento, caíam sobre quase toda a ilha.

Depois desta fase inicial, começou a ser libertado lava basáltica muito quente e fluída, que formou um pequeno lago de lava com cerca de 500 m de comprido, a partir do qual se formaram três escoadas:   uma com cerca de 250 m de comprido e 75 m de largura, que se dirigiu para leste parando no lugar do Chama, por encontrar terreno mais elevado,   uma segunda dirigiu-se para noroeste, percorrendo cerca de 2,5 km, com uma largura aproximada de 75 m, formando o mistério do Tamujal, hoje uma língua de terreno florestado; e   uma longa No dia 21 de Abril de 1761, quando a erupção do Pico Queimado caminhava para o seu termo, nova erupção surgiu cerca de 5 km a les-nordeste do foco eruptivo inicial, num local chamado Chama ou Mistério Velho. Esta segunda erupção teve carácter marcadamente fissural, produzindo numa primeira fase um monte de bagacina com cerca de 70 metros de altura em relação aos terrenos vizinhos, do qual eram projectadas grandes pedras e areias basálticas (cinzas) que, conforme a direcção do vento, caíam sobre quase toda a ilha.

Depois desta fase inicial, começou a ser libertado lava basáltica muito quente e fluída, que formou um pequeno lago de lava com cerca de 500 m de comprido, a partir do qual se formaram três escoadas:   uma com cerca de 250 m de comprido e 75 m de largura, que se dirigiu para leste parando no lugar do Chama, por encontrar terreno mais elevado,   uma segunda dirigiu-se para noroeste, percorrendo cerca de 2,5 km, com uma largura aproximada de 75 m, formando o mistério do Tamujal, hoje uma língua de terreno florestado; e   uma longa escoada que dirigindo-se para norte, em direcção à freguesia dos Biscoitos, percorreu quase 6 km ao longo de terreno muito declivoso, atingindo nalguns lugares mais de 1500 m de largura. Esta escoada dividiu-se em dois ramos, um dos quais destruiu 27 casas na freguesia dos Biscoitos, terminando junto à igreja de São Pedro no lugar denominado Juncalinho. O outro ramo correu até ao lugar do Vimeiro, formado aí um extenso mistério.

A lava emitida desta erupção era tão fluída que corria como água, formando nas zonas mais declivosas camadas com pouco mais de 1 m de espessura. A fluidez da lava permitia que as pessoas se aproximassem, havendo histórias de procissões feitas nos Biscoitos em que os fiéis acendiam archotes na lava incandescente.

O cone formada era assimétrico, tendo uma cratera alongada assente sobre a fissura onde se instalou aberta a norte. O cone maior era de bagacina de cor vermelho vivo, daí o nome de Pico Vermelho, estando neste momento totalmente desmantelado devido à extracção de inertes. Os restantes pequenos cones, formados sobre a fissura, são de bagacina preta, estando também muito desmantelados pela extracção.

Os terrenos cobertos pela escoada estão hoje cobertos por matas e por alguns pomares na zona de mais baixa altitude (Juncalinho e Bairro de São Pedro, na freguesia dos Biscoitos). que dirigindo-se para norte, em direcção à freguesia dos Biscoitos, percorreu quase 6 km ao longo de terreno muito declivoso, atingindo nalguns lugares mais de 1500 m de largura. Esta escoada dividiu-se em dois ramos, um dos quais destruiu 27 casas na freguesia dos Biscoitos, terminando junto à igreja de São Pedro no lugar denominado Juncalinho. O outro ramo correu até ao lugar do Vimeiro, formado aí um extenso mistério.
A lava emitida desta erupção era tão fluída que corria como água, formando nas zonas mais declivosas camadas com pouco mais de 1 m de espessura. A fluidez da lava permitia que as pessoas se aproximassem, havendo histórias de procissões feitas nos Biscoitos em que os fiéis acendiam archotes na lava incandescente.

O cone formada era assimétrico, tendo uma cratera alongada assente sobre a fissura onde se instalou aberta a norte. O cone maior era de bagacina de cor vermelho vivo, daí o nome de Pico Vermelho, estando neste momento totalmente desmantelado devido à extracção de inertes. Os restantes pequenos cones, formados sobre a fissura, são de bagacina preta, estando também muito desmantelados pela extracção.

Os terrenos cobertos pela escoada estão hoje cobertos por matas e por alguns pomares na zona de mais baixa altitude (Juncalinho e Bairro de São Pedro, na freguesia dos Biscoitos).

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Vulcão dos Picos Gordos na ilha Terceira

Denomina-se vulcão dos Picos Gordos as erupções que ocorreram no período de 17 de Abril a 29 de Abril de 1761 no lugar dos Picos Gordos, freguesias dos Altares e dos Biscoitos, ilha Terceira, Açores. Apesar de ser normalmente citado como um único vulcão, naquele período ocorreram duas erupções completamente distintas na origem e no material emitido. Esta foi a única erupção que ocorreu em terra na ilha Terceira desde a sua colonização.
O vulcão dos Picos Gordos foi na realidade o resultado de duas erupções, praticamente coincidentes no tempo, mas distintas em tudo o resto:  uma erupção de material traquítico, muito viscoso, que formou um grande domo a oeste da Lagoa do Negro, nas imediações do Pico Gaspar, freguesia dos Altares; e   uma erupção de material basáltico extremamente fluido no lugar do Chama, a leste do Pico Gordo, que formou três escoadas lávicas, uma das quais atingiu o centro da freguesia dos Biscoitos.

As erupções foram precedidas pelo enfraquecimento das fumarolas das Furnas do Enxofre, sitas cerca de 4 km para sueste da zona de erupção, e por uma crise sísmica que começou a ser sentida pelas populações de toda a ilha, mas em particular dos Biscoitos e Altares, a partir de 22 de Novembro de 1760. Ao longo de todo o inverno daquele ano os sismos foram sendo sentidos, com maior ou menor intensidade, até que a partir de 14 de Abril de 1761 surgiu um tremor contínuo que aterrorizou as populações de ambas as costas da parte central da ilha. Pela manhã do dia 17, um enorme estrondo marcou o início da erupção.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

D. Ana Sieuve de Menezes da Rocha Alves


D. Ana Sieuve de Menezes da Rocha Alves [1913-2005]Ana Raymundo da Cunha Sieuve de Menezes da Rocha Alves. Nasceu em Angra do Heroísmo, filha do 3º Conde de Sieuve de Menezes. Casou com o médico e político terceirense, Dr. Joaquim da Rocha Alves.

Grande benemérita, dedicou a vida a causas sociais e filantrópicas. A sua acção no âmbito da acção social, desenvolvida em consonância com as instituições diocesanas, foi durante décadas da maior importância para a sociedade terceirense.

Dirigente muito activa e dinâmica da Acção Católica e da Caritas Diocesana, a sua influência ter-se-é feito sentir de forma determinante na criação de várias instituições de apoio a crianças e a adolescentes em situação precária e teve igualmente papel maior no apoio aos presidiários, através da Obra da Cadeia.


Colaborou durante longos anos nos jornais angrenses e com associações culturais locais, entre as quais o Grupo de Teatro Alpendre, do qual foi sócia fundadora.

Foi distinguida pelo Papa João Paulo II com uma benção apostólica especial e agraciada com a Medalha de Mérito Municipal (Ouro) de Angra do Heroísmo e com o grau de Comendadora da Ordem de Benemerência (Ordem de Mérito).

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Diogo de Teive descobriu as ilhas das Flores e Corvo do Arquipélago dos Açores


Diogo de Teive foi capitão de caravela e escudeiro do Casa do Infante D. Henrique.
Desembarcou na Ilha de Jesus Cristo (Terceira) em 1 de Janeiro de 1451, como ouvidor do Infante D. Henrique. Realizou duas viagens de exploração para Ocidente do Mar dos Açores. Em 1452, no regresso de sua segunda viagem, descobriu as ilhas das Flores e do Corvo. Inicialmente foram consideradas um novo arquipélago, e receberam o nome de Ilhas Floreiras. Celebrou um contrato com o Infante D. Henrique, em 5 de Dezembro de 1452, para instalação na Ilha da Madeira de um engenho hidráulico de açúcar.

Alguns investigadores sugerem que esteve relacionado com o desaparecimento do nobre flamengo Jácome de Bruges, Capitão donatário da ilha. Diogo de Teive veio viver para a Ribeira Brava, após 1472. Diogo de Teive, e seu filho, João de Teive, detiveram direitos sobre as ilhas até 1474, ano em que D. Fernão Teles de Meneses, casado com D. Maria de Vilhena, comprou os direitos sobre as ilhas.


São vários os membros desta família (Teive) que tiveram papel relevo na Ribeira Brava e no país. Destacaram-se, entre outros, Gaspar de Teive (Séc. XVI), D. Aleixo de Teive (Séc. XVI), Frei António de Teive (teólogo, frade de Santo Agostinho, prior de Castelo Branco e Vila Viçosa), Baltazar de Teive (Séc. XVI), e ainda um outro Diogo de Teive, nascido no Séc. XVIII que foi "pagem, e depois, gentil homem do Rei D. Filipe".

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Diogo das Chagas


Diogo das Chagas   nasceu em Santa Cruz das Flores, c. 1584 — e faleceu em  Angra, c. 1661 foi frade franciscano e historiador açoriano. Foi o autor da obra "Espelho Cristalino", uma das principais fontes para o estudo da colonização dos Grupos Central e Ocidental do arquipélago, e da Restauração Portuguesa nos Açores após 1640.
Era filho de Mateus Coelho da Costa, Capitão-mor da ilha das Flores, e de sua esposa, Catarina de Fraga Rodovalho.

Pouco se sabe acerca de sua infância, além do que ele mesmo relata. Concluiu os seus primeiros estudos na cidade de Angra, onde recebeu as ordens menores e, não havendo bispo na Diocese de Angra, partiu para Lisboa em 1612, com o objectivo de ser ordenado padre. Regressou em 1614, tendo iniciado o estudo de Artes no Colégio da Companhia de Jesus em Angra. Em 1616 matriculou-se no curso de Teologia da Universidade de Coimbra, que concluiu em 1620. Regressou no mesmo ano aos Açores, passando a leccionar Teologia no Convento de São Francisco de Angra.

Foi guardião do Convento de São Francisco da Praia (1627) e pregador da custódia (1629). A ele, em conjunto com o seu irmão, frei Mateus da Conceição, deve-se a elevação da custódia franciscana dos Açores separando-se da Província Franciscana dos Algarves, com a instituição da Província Franciscana de São João Evangelista dos Açores (1638). Ela só seria implantada, entretanto, em 1641, após a aclamação de João IV de Portugal.


Amigo pessoal do Capitão-mor Francisco de Ornelas da Câmara, no contexto da Restauração Portuguesa, foi um dos articuladores da chamada "Guerra do Castelo" (27 de Março de 1641 - 4 de Março de 1642), que culminou com a rendição da guarnição Espanhola da Fortaleza de São João Baptista da Ilha Terceira.

Em 1646 foi feito vigário provincial dos franciscanos nos Açores, cargo que exerceu até 1649. No exercícios dessa função percorreu em quatro anos sucessivos todo o arquipélago, o que o aproximou das terras e das gentes. Era considerado o "padre mais digno" da Província em 1655, quando convocou a eleição do novo provincial.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Igreja de Nossa Senhora do Carmo em Angra do Heroísmo


A  Igreja de Santo Inácio de Loyola, popularmente conhecida como Igreja do Colégio ou Igreja dos Jesuítas, localiza-se no Largo Prior do Crato, junto ao Jardim Duque da Terceira, no Centro Histórico de Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, nos Açores.
A igreja, erguida pelos religiosos da Companhia de Jesus sob a invocação de Santo Inácio de Loyola, integra o conjunto do Palácio dos Capitães-Generais, sendo visitável no período do Verão, dentro do percurso museológico do palácio. Actualmente   está encerrada para obras de reabilitação e restauro. Quando da sua fundação, tinha por destino servir o Colégio da Companhia de Jesus em Angra. Os seus alicerces foram abertos em 1636-1637, e a sua abertura ao culto religioso data de 17 de Junho de 1651. A 27 de Julho de 1652 foi para aí transladado, em procissão solene, o Santíssimo Sacramento que os jesuítas conservavam na sua primeira casa, na Rua de Jesus.

Após a expulsão da ordem do país, à época do Marquês de Pombal, ficou abandonada até que o 3.º Capitão General dos Açores, D. Lourenço José Boaventura de Almada, no âmbito da requalificação das instalações do antigo Colégio a paço, cedeu as dependências do templo para a Ordem Terceira do Carmo.

Encontra-se classificada como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto 735/74, DG 297 de 21 de Dezembro de 1974, classificação consumida por inclusão no conjunto classificado da Zona Central da Cidade de Angra do Heroísmo, conforme a Resolução n.º 41/80, de 11 de Junho, e artigo 10.º e alínea a) do artigo 57.º do Decreto Legislativo Regional n.º 29/2004/A, de 24 de Agosto.


Danificada pelo terramoto de 1980, encontra-se em processo de restauração desde então.

A Ordem Terceira do Carmo promove, anualmente, a Festa em honra de Nossa Senhora do Carmo no dia 16 de Julho.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Confraria dos Escravos da Cadeinha na ilha de Santa Maria Açores


A Associação Escravos da Cadeínha, popularmente referida como Confraria dos Escravos da Cadeinha, é uma associação de carácter mutualista, com carácter de confraria, que se localiza no lugar dos Anjos, na freguesia de Vila do Porto, concelho de Vila do Porto, na ilha de Santa Maria, nos Açores.
Surgiu da devoção secular dos naturais a Nossa Senhora dos Anjos, motivada pelas frequentes incursões de piratas, que raptavam habitantes da ilha com o fim de obterem resgate ou os venderem como escravos no Norte de África.
Desde os fins do século XVI registaram-se ataques de corsários e piratas à ilha, entre os quais destacaram-se os muçulmanos oriundos do Norte de África, os chamados Piratas Mouros. Para promover o resgate dos cativos, ao final do século XVII os habitantes da ilha formaram uma associação, a Irmandade de Nossa Senhora dos Anjos e Escravos da Cadeinha:


"A Irmandade Escravos da Cadeinha surge da devoção a Nossa Senhora dos Anjos pelos naturais da ilha. No séc. XVI era frequente a ilha ser atacada por piratas que saqueavam e capturavam os locais (normalmente pessoas de famílias abastadas) que eram feitos escravos até ser pago o seu resgate. Estes, quando fugidos ou libertos, regressavam à ilha e como forma de agradecimento, criaram a Irmandade Escravos da Cadeinha. Esta Irmandade tinha a seu cargo zelar pelo espólio da igreja e realizar anualmente uma procissão em que os irmãos entoavam cânticos e levavam ao peito dois elos de corrente que simbolizavam o cativeiro."
O templo referido é Ermida de Nossa Senhora dos Anjos, no povoado onde a tripulação de Cristóvão Colombo desembarcou, em Fevereiro de 1493, quando de seu regresso das Américas.
O assalto directamente ligado ao lugar dos Anjos registou-se em 1675, afirma-se que por descuido dos sentinelas. Os mouros desembarcaram a coberto da noite, tendo saqueado a Ermida, violado mulheres e feito onze (?) cativos, entre mulheres e crianças. Como recordação do ataque ficou um chicote na ermida, onde se conserva até aos nossos dias. Quando chegou a Lisboa a notícia deste ataque, o filho do Capitão do Donatário partiu imediatamente para a ilha, transportando "coisas de guerra", para reforço da defesa. Ao mesmo tempo, Frei Paulino embarcou para Ceuta com recursos de modo a resgatar duzentos cativos e dois irmãos, Frei Sebastião e Frei Manuel, que jaziam nas masmorras de Tetuão, cidade próxima ao rio Tânger.

Embora haja referências a uma irmandade ou confraria por volta de 1620 - posterior portanto ao assalto de 1616 - a iniciativa da constituição da Irmandade da Cadeínha deve-se a Frei Gonçalo de São José, que veio para o Convento de Nossa Senhora da Vitória em 1668-1669, que foi o seu principal obreiro. A constituição da Irmandade foi confirmada em 1675 pelo Bispo de Angra, D. Frei Lourenço de Castro.

domingo, 14 de outubro de 2018

Teatro Angrense


O Teatro Angrense localiza-se na rua da Esperança, no Centro Histórico de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, nos Açores. Ao longo de sua história nele se apresentaram diversos nomes da cultura local, nacional e internacional.
No local onde se ergue o teatro, na esquina da rampa que dá acesso ao actual Mercado Duque de Bragança, existiu em 1599 um edifício que servia de armazém a mercadorias importadas. Ali, em um caixote de fazendas oriundas da Índia, iniciou-se o foco da epidemia de peste que assolou a cidade naquele ano, fazendo inúmeras vítimas entre a população.

Como medida profilática, a Câmara Municipal determinou incendiar o edifício, que permaneceu em ruínas até 1862, ano em que um grupo de accionistas se constituiu para construir um teatro. O projecto previa 50 camarotes dispostos em três ordens, 152 lugares na plateia, 63 cadeiras, um pequeno salão no pavimento superior, um palco e 14 camarins.


As instalações do teatro ao longo dos anos mostraram-se pequenas e desconfortáveis: o palco era pequeno e os camarins excessivamente húmidos, a arquitectura, exterior e interior, era pobre diante do meio cultural da cidade, que se expandia no início do século XX.

Cogitou assim a direcção, com a aprovação da Assembleia Geral, transformar e ampliar as suas instalações. O projecto aprovado era de autoria do então major Eduardo Gomes da Silva, iniciando-se as obras em 1919, sob a direcção do mesmo. A inauguração teve lugar em 19 de março de 1926, com a apresentação da Companhia Teatral Maria Matos-Nascimento Fernandes.

O edifício resistiu sem danos de monta ao grande terramoto de 1980, demonstrando a sua solidez. Na década de 1990, na posse da Câmara Municipal, passou por uma campanha de remodelação.

Entre os nomes da música nacional, destacou-se a presença de Rita Guerra em 2008. Igualmente no panorama nacional a presença de um dos vultos do fado português, Carlos do Carmo.

Entre os espectáculos mais recentes, é de destacar a "Madame Butterfly" pela Companhia Lírica Siglo XXI, que se realizou nos dias 7 e 8 de Dezembro de 2008.

Já em 2009, mais concretamente a 14 de Março, a banda Deolinda actuaram no Teatro Angrense.

Foi declarado Imóvel de Interesse Público, como publicado em Jornal Oficial, I Série, nº 49, Resolução n.º 152/89, de 5 de Dezembro, classificação consumida por inclusão no conjunto classificado da Zona Central da Cidade de Angra do Heroísmo, conforme a Resolução n.º 41/80, de 11 de Junho, e artigo 10.º e alínea a) do artigo 57.º do Decreto Legislativo Regional n.º 29/2004/A, de 24 de Agosto.

sábado, 13 de outubro de 2018

Jim Costa

Manuel James "Jim" Costa (nascido em 13 de Abril
de 1952) é um político dos Estados Unidos, sendo representante desde 2005. É membro do Partido Democrata. O distrito em que representa tem maioria de latinos.
Nascido em Fresno, era um agricultor de terceira geração. Seus avós vieram dos Açores no século 20.
Costa representou o 30º distrito por 24 anos, servindo na Assembleia Estadual da Califórnia entre 1978 até 1994, e no Senado da Califórnia entre 1994 até 2002.

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Capitão Frederico Coelho de Melo

Frederico Coelho de Melo,  nasceu  nos  Altares, 25 de Abril de 1895 e faleceu nos Altares a  6 de Outubro de 1971. Foi um militar e pioneiro da aviação militar em Portugal.
Militar do Exército Português foi, na companhia de Salvador Alberto du Courtiils Cifka Duarte e outros, pioneiro da aviação militar no país, lutando pela autonomização da aeronáutica militar como ramo independente das Forças Armadas.
Com a patente de capitão, exercia o cargo de professor na Escola Militar de Aviação em Sintra, quando recebeu o convite para pilotar o voo inaugural do monomotor biplano Avro 504K, batizado como "Açor", a partir do Campo da Achada, na ilha Terceira, no arquipélago dos Açores.
Desse modo, a 4 de Outubro
de 1930, efectuou a primeira descolagem de um avião em terra nos Açores, assinalando a inauguração oficial do aeródromo da Aviação Militar Portuguesa na Achada, na zona planáltica do interior da Terceira.

Afastado da capital da República, manteve-se na Terceira, continuando a voar com o "Açor".
Exerceu o cargo de comandante da Polícia em Angra do Heroísmo em finais da década de 1940, vindo a falecer em sua residência.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Escola Industrial e Comercial de Angra do Heroísmo


A Escola Industrial e Comercial de Angra do Heroísmo iniciou a sua actividade em 1885, então a cargo da Junta Geral do Distrito de Angra do Heroísmo, com o nome de Escola de Desenho Industrial de Angra do Heroísmo. Foi assim a primeira escola técnico-profissional pública a funcionar nos Açores, fruto da iniciativa das forças locais, apostadas no desenvolvimento das actividades industriais, em particular as ligadas à construção civil.
Devido às alterações legislativas entretanto verificadas e à extinção das Juntas Gerais devido a reforma administrativa que entretanto ocorreu, em 1890 a Escola de Desenho Industrial transitou para a tutela do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria, passando a designar-se por Escola de Desenho Industrial António Augusto de Aguiar, tendo como patrono o ministro António Augusto de Aguiar, entretanto falecido, mas que ocupava o cargo quando a escola foi fundada.

A Escola de Desenho Industrial iniciou a sua actividade num prédio do lado norte da Praça Velha (sito no local onde hoje existe o Hotel de Angra), no centro da cidade de Angra do Heroísmo, tendo como director Ciríaco Tavares da Silva,  e oferecendo ensino diurno e nocturno.
Com a mudança de tutela a Escola foi transferida para os baixos do Palácio dos Capitães Generais, onde então funcionava o Governo Civil do distrito, ficando aí provisoriamente instalada, com saída privativa para o Largo 22 de Junho,  no lado oeste do edifício, confinante com a Rua do Palácio.

Foi de pouca dura o funcionamento da escola na dependências do Governo de Lisboa, já que logo em 1892, devido às dificuldades financeiras do Estado português, foi extinta, apesar de ser frequentada por mais de 100 alunos, um número notável para a época. Valeu-lhe a generosidade de Ciríaco Tavares da Silva, que a manteve aberta a expensas suas até 1896, introduzindo no plano de estudos o ensino prático em oficinas e alargando a oferta de ensino nocturno.

Esgotados os meios do seu director, a escola encerrou em 1896, embora se mantivesse alguma actividade formativa nas oficinas que entretanto tinha adquirido. Com a autonomia administrativa concedida pelo Decreto de 2 de Março de 1895, a Junta Geral foi recriada, assumindo o funcionamento da Escola de Desenho Industrial, a qual reabriu inscrições em 1899, agora denominada Escola de Desenho Industrial e Oficinas Anexas. As instalações passaram a ser na Rua da Rocha (actual n.º 38), mais uma vez provisórias, aguardando a aquisição de um imóvel adequado.
As novas instalações surgiram por legado de D. Catarina Pamplona Corte-Real, a baronesa de Teixeira, viúva do comerciante e político João Tomás Teixeira,  que ofereceu em memória do marido um imóvel na Ladeira de São Francisco, nas traseiras dos Paços do Concelho, para onde a Escola se mudou em 1901, com honras de inauguração com a presença do rei D. Carlos I de Portugal e da rainha consorte D. Amélia de Orleães, então em visita régia às ilhas. O prédio onde funcionou a escola ainda ostenta na sua fachada uma lápide alusiva ao legado, tendo servido durante muitos anos como sede da direcção escolar (hoje alberga serviços municipais).

Em 1904 a escola passou a ser denominada Escola Industrial e Comercial Madeira Pinto, tendo como patrono o conselheiro Ernesto Madeira Pinto, que enquanto Director-Geral do Comércio e Indústria favorecera o ensino industrial. Este nome manteve-se até 10 de Fevereiro de 1938, quando por portaria daquela data passou a designar-se Escola Industrial e Comercial Doutor Salazar.
Esta mudança de nome foi consequência da aquisição em 1937,  pelo governo do Estado Novo, do palacete do comendador João Jorge da Silveira e Paulo, também conhecido como Palacete Silveira e Paulo ou Palacete dos Africanos, na Rua do Galo, que o ofereceu à Junta Geral do Distrito Autónomo de Angra do Heroísmo para nele instalar definitivamente a Escola Industrial e Comercial. Depois de vultosas obras de adaptação, que felizmente deixaram intacto o palacete por se terem centrado nos jardins existentes no seu reduto, a Escola Industrial e Comercial Doutor Salazar mudou-se solenemente a 6 de Janeiro de 1939 para as instalações definitivas.

Em 1948 o Governo de então decidiu retirar o nome dos patronos da denominação dos estabelecimentos de ensino, voltando a escola a chamar-se Escola Industrial e Comercial de Angra do Heroísmo, designação que manteria até à sua extinção.
A extinção foi consequência da entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 80/78, de 27 de Abril, que fundiu o sistema técnico-profissional com o liceal, criando escolas secundárias em substituição de liceus e escolas industriais e comerciais. Perante a extinção do ensino técnico-profissional, o recém formado Governo Regional dos Açores, ainda sem competências consolidadas em matéria de educação, optou pela fusão da Escola Industrial e Comercial de Angra do Heroísmo com o Liceu Nacional de Angra do Heroísmo. Em consequência, o Governo Regional, pelo Despacho Normativo n.º 59/78, de 12 de Setembro, integrou a Escola Industrial e Comercial de Angra do Heroísmo no Liceu Nacional de Angra do Heroísmo, e pela Portaria 691/78, de 30 de Novembro, ambos os estabelecimentos foram extintos, dando origem à Escola Secundária de Angra do Heroísmo.

As instalações da extinta Escola Industrial, e todo o seu património, foram afectas à Escola Secundária de Angra do Heroísmo pela Portaria n.º 44/82, de 27 de Julho, passando a funcionar como o Anexo da escola secundária. Em 1998 o Palacete Silveira e Paulo foi entregue à Direcção Regional da Cultura, que depois de obras de restauro, para ali se mudou em 2003, ficando o Anexo restrito às instalações escolares entretanto construídas no reduto do imóvel. Esta situação manteve-se parcialmente até Junho de 2008, altura em que aquele estabelecimento escolar foi definitivamente desactivado com entrada em funcionamento da nova Escola Básica e Secundária Tomás de Borba.