quarta-feira, 7 de maio de 2025
Castelo Branco ilha de São Miguel Açores
Castelo Branco localiza-se na freguesia de Ponta Garça, no concelho de Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel, nos Açores.
Foi erguida em época indeterminada por particulares. Em posição dominante no topo de uma elevação, teria a função de controle dos terrenos adjacentes por parte dos seus antigos senhores.
Atualmente é utilizado como miradouro ("Miradouro do Castelo Branco"), de onde os visitantes podem descortinar uma ampla paisagem com destaque para o vale e a Lagoa das Furnas de um lado e a Vila Franca do Campo de outro.
Trata-se de uma torre de pequenas dimensões, com o formato de uma "Domus Fortis" medieval. Divide-se internamente em dois pavimentos e é coroada por ameias.
domingo, 4 de maio de 2025
Nascimentos e baptismos de escravos na Sé Catedral dos Açores ilha Terceira
Na civilização ocidental, os portugueses são geralmente creditados por ser os maiores esclavagistas. Considerando o número de africanos transportados para as Américas, não contabilizado, mas avaliado, será porventura verdade. O Infante Dom Henrique, que era sobretudo um comerciante de visão global, negociava escravos. Mas também é verdade que todos os países europeus os tinham para as tarefas consideradas menores. Nunca foram tantos como nas Américas ou África, porque a economia europeia não precisava tanto ao trabalho agrícola intensivo, do tipo que se praticava noutros continentes.
Calcula-se que entre 1618 e 1620 os portugueses tenham exportado cinquenta mil escravos
Os portugueses proibiram o tráfico em 1781, por decreto de Pombal, mas não proibiram a escravatura em si, que só terminou efectivamente em 1869.
A região Autónoma dos Açores também teve escravos ao serviço dos seus senhores em praticamente todas as nove ilhas.
Grande parte deles tiveram descendência nas ilhas e deixaram gerações até aos nossos dias.
A final quem eram eles? Vou lhes deixar aqui o nome de alguns para a nossa memória colectiva.
1 - José Maria, Indio de 15 amos. Foi comprado na ilha de São Domingos por Founier Leclair. Baptismo : 08.08.1790
2 - João e Paulo, filho de Guiomar da Conceição escrava do alferes António Rodrigues. Baptismo: 1775
3 - Manuel filho de Isabel mulata, escrava de José Carlos. Nasceu a 25.11.1778
4 - Pedro filho de Mariana escrava preta de José Gambier, Cirurgião. Nasceu a 25.11.1778
5 - Francisca filha de Maria Inácia escrava de Manuel da Rocha. Nasceu a 4.10.1763
6 - Manuel, escravo adulto de Manuel Leal da Fonseca. Baptismo: 08.07.1764
7 - Maria, escrava adulta de Josefa de Jesus. Baptismo: 10.02.1765
8 - João filho de Mariana, escrava de Ricardo Moles. Baptismo: 23.06.1765
9 - Jacinto filho de Cecília Rosa, escrava de Filipe Cardoso de Lima. Baptismo: 27.01.1766
10 - Caetano, escravo adulto de Diogo Ferraz. Baptismo: 08.02.1766
11 - Genoveva filha de Maria da Conceição, escrava de Inácia Francisca Xavier viúva do alferes Manuel da Rocha Velho. Nasceu a 12.09.1766
12 - José filho de Paula da Trindade, escrava preta do padre Francisco Martins. Nasceu a 28.10.1766
13 - Maria filha de Joana, escrava de Vicente Caetano da Silva. Nasceu a 12.06.1767
14 - Francisca filha de Rita Angélica, escrava do capitão Manuel da Silveira. Nasceu a 24.01.1768
15 - Antónia filha de Mariana, escrava de Manuel Lopes Pinheiro. Nasceu a 10.05.1769
João, escravo adulto de Francisco Duarte. Baptismo: 25.05.1770
16 - Margarida filha de Maria, escrava de João do Canto e castro. Nasceu a 14.02.1756
17 - Joaquim filho de Maria, escrava do Dr. José Francisco Jorge. Nasceu a 6.12.1756
18 - António filho de Engrácia de São José, escrava de João António da Cunha. Nasceu a 14.01.1757
19 - Domingos, escravo adulto do Governador do do Castelo São João Baptista. Baptismo : 14.02.1757
20 - Clara, escrava adulta preta de José Francisco de Vasconcelos. Baptismo: 29.03.1757
21 - Josefa, escrava do padre António Carvalho de Sousa. Nasceu a 28.03.1758
22 - Isidro filho de Maria Ambrósia, escrava de Da. Francisca Joaquina de Bettencourt filha do Dr. Francisco de Lemos Machado. Nasceu a 01.04.1762
quinta-feira, 1 de maio de 2025
Há 154 anos, é fundada a primeira Biblioteca Pública nos Açores, no Clube Popular Angrense na Ilha Terceira.
A Ilha Terceira foi a primeira terra dos Açores que fundou uma biblioteca pública – 1.º de Dezembro de 1871 – ao ter conhecimento da instituição das bibliotecas populares do continente.
O governo da metrópole, convidado a contribuir com o seu auxílio para este empreendimento educativo e patriótico, enviou 358 volumes, alguns habitantes da ilha contribuíram com várias obras, de forma que a biblioteca contava, no primeiro aniversário da sua inauguração, cerca de dois mil volumes, entre os quais se encontravam os mais apreciáveis monumentos da nossa literatura.
O iniciador desta grande obra educativa foi um homem que deixou um nome glorioso nesta terra, que adotou por pátria, Mateus Augusto, que, falando na abertura da biblioteca, em sessão solene, disse: «Abençoada instituição! No nosso país plantou-se a voz do dedicado apóstolo da instrução para todos, o Senhor D. António da Costa e o seu nome, como aconteceu, devia vincular-se à primeira biblioteca popular dos Açores.
Aos esforços do incansável obreiro para tudo quanto é útil e civilizador, que são os desejos e a vontade da sua alma por quanto contribuiu afirmar em sólidas bases a grande ideia democrática, e tal que há-de perpetuar-se pela educação e pelo ensino, pelo amor e pela virtude, sem os horrores do sangue nem a carnificina de irmãos devem os terceirenses a sua biblioteca popular».
O Clube Popular Angrense foi também a primeira sociedade que instituiu uma escola noturna gratuita.
Pormenor da estante oferecida por Almeida Garrett à primeira Biblioteca Publica nos Açores.
Atualmente na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo
In Gervásio Lima, Breviário Açoreano, p. 360, Angra do Heroísmo, Tip. Editora Andrade, 1935.