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domingo, 26 de outubro de 2025

Fome nas ilhas Terceira e S. Jorge Açores em 1593

 

O ano de 1593 foi um mau ano agrícola, o que associado às consequências da guerra de 1580-1583, do saque e dos pesados tributos para manutenção da força de ocupação castelhana, causou miséria e fome generalizada entre a população rural da ilha. Há notícia de terem morrido muitas pessoas de fome. Em São Jorge também se morreu de fome neste ano.




quinta-feira, 23 de outubro de 2025

O povo Açoriano


 

O Barão da Areia Larga nasceu na ilha do Pico Arquipélago dos Açores

 

Barão da Areia Larga foi um título criado por decreto de 22 de Fevereiro de 1854 e confirmado por carta de 12 de Março de 1857, do rei D. Pedro V, a favor de António Garcia da Rosa, um político açoriano, natural do lugar da Areia Larga, ilha do Pico. Foi filho do desembargador Manuel Garcia da Rosa e de sua mulher Isabel Josefa de Lacerda, uma família da melhor aristocracia faialense.


Foi uma das figuras mais destacadas da cena política faialense no período que se seguiu ao fim da Guerra Civil. Foi por várias vezes vereador da Câmara Municipal da Horta, tenente-coronel do regimento de milícias do Faial e sub  perfeito da Horta em 1833, durante o curto período em que existiu a Província dos Açores. Após a criação do Distrito da Horta, foi governador civil interino num período de grande agitação política nos Açores .

Recebeu o título de barão da Areia Larga, por decreto de 22 de Fevereiro de 1854 do rei D. Pedro V de Portugal e foi feito fidalgo da Casa Real com brasão de armas concedido por alvará de 12 de Março de 1857 .  Foi ainda agraciado com a comenda da Ordem de Cristo.

Casou a 15 de Julho de 1815 com Isabel Lacerda Peixoto.




quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Tradições dos Açores


 

Fernão Álvares Evangelho e o seu cão foram os primeiros povoadores da ilha do Pico Açores

 

O Povoamento da Ilha do Pico teve início no espaço territorial que séculos mais tarde viria a dar origem a este concelho das Lajes, facto que também contribuiu para que este seja o concelho mais antigo da ilha.

O primeiro povoador foi somente um homem e o seu cão que viveram sozinhos durante algum tempo, reza a história que cerca de um ano. A história não regista o nome do cão, mas sabe-se que o homem se chamava Fernão Álvares Evangelho.

Este exílio não foi voluntário, mas esteve relacionado com o facto de a quando da preparação do desembarque do referido homem e mais algumas pessoas, se ter levantado uma tempestade que levou para o mar alto as caravelas.


Fernão Álvares fixou a sua residência no local que passou a denominar-se Penedo Negro, na Enseada do Castelete, local ao Sul da actual vila das Lajes, cerca de 1460.


Por evidente necessidade de abastecimento de água construiu uma casa junto à ribeira existente à saída da vila das Lajes que durante muitos anos foi conhecida por Ribeira de Fernando Álvares.


Junto a esta ribeira ainda hoje  se conservam as ruínas da casa que então lá construiu, provavelmente não a original, mas a que mandou fazer quando a vida melhorou com a chegada de novos povoadores alguns anos depois.


Quando, pelo menos um ano depois os companheiros de viagem de Fernando Álvares regressaram ao Pico, desembarcaram no local que passou a denominar-se Santa Cruz das Ribeiras, local da actual freguesia das Ribeiras. Desses povoadores alguns fixaram a residência neste local, como foi o caso de Jordão Álvares Caralta. Outros desses marinheiros de antanho partiram para o sítio que passou a denominar-se como Maré, muito próximo ao local do primeiro desembarque.



Como era hábito quase em simultâneo com a construção das próprias habitações, procederam à edificaram de um templo religioso, nesta caso uma ermida, a Ermida de São Pedro, templo este que teve como primeiro pároco, não só da ermida, mas da própria ilha, Frei Pedro Gigante, que é considerado pelos historiadores como tendo sido o introdutor da casta Verdelho na ilha.


Mais tarde chegarem aqui outros povoadores, estes vindos da ilha Terceira, geograficamente próxima. Igualmente chagaram também povoadores vindos do Portugal continental, mais precisamente do norte do país, com especial ênfase para a cidade do Porto.


Com o passar do tempo e com a organização social, Álvaro de Ornelas foi feito por ordem real o primeiro Capitão do donatário nomeado para a ilha do Pico, embora nunca tenha chegado a tomar posse do cargo. Foi assim o nobre de origem flamenga, de seu nome Joss van Hurtere, também grafado como Jôs d’Utra ou Jobst de Van Huertere], já então Capitão-Donatário na ilha do Faial, que tomou o mesmo cargo na ilha do Pico 1482 e cujo nome estará na origem do nome da cidade da Horta (Hurtere - Horta).


Com o passar dos séculos o então povoado das Lajes e apesar de não ter foral desenvolve-se rapidamente. Assim em 1500 é criada a Câmara Municipal das Lajes do Pico, na altura com jurisdição sobre toda a ilha do Pico. Esta câmara constituía a sua primeira vereação pelos “homens bons" do novo concelho.

No dia 14 de Maio de 1501 é dado o primeiro alvará nesta câmara, foi emitido pelo Capitão-donatário Jôs d’Utra que conferiu poder e autoridade a Fernando Álvares para que este pudesse dar licenças diversas aos povoadores, conforme as necessidades destes.

Assim, este primeiro concelho da ilha, exerceu durante 42 anos o seu domínio sobre toda a ilha, já que em 1542, foi criado pelo rei D. João III de Portugal o Concelho de São Roque do Pico.

O edifício dos Paços do Concelho das Lajes do Pico, localizado na praça onde se encontra a Igreja Matriz das Lajes, a Igreja da Santíssima Trindade, templo construído no século XIX e que cresceu sobre o templo de 1503.


Cálculos feitos pelo historiador Francisco Soares de Lacerda Machado, tendo por base o Espelho Cristalino escrito por Frei Diogo das Chagas, entre entre 1646 e 1654, aponta para que no concelho das Lajes em 1506 existissem cerca de 250 habitantes, deve-se ter em atenção que nesta altura abrangia toda a ilha.




quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Arquipélago dos Açores


 

Sismo na ilha Terceira Açores em 1547

 

Em  1547  ocorreu um  sismo no noroeste da Terceira  a  17 de Maio deste ano um forte sismo provocou avultados danos no Raminho (então Folhadais), Altares e Biscoitos. 


Um relatório enviado ao Rei, presumivelmente pelo corregedor Gaspar Touro, diz: "Algumas casas caíram e outras abriram por muitos lugares, e estão de maneira que não ousam dormir nas casas, e em especial foi mais isto do cair e abrir das casas da banda do norte, e morreram algumas pessoas". Diz ainda: "não ficou casa que não caísse ou abrisse, quer novas quer velhas, e as paredes das vinhas e pomares dos Biscoitos todas caíram".



Como conhecer os nossos antepassados


 

domingo, 12 de outubro de 2025

Roque de Figueiredo

 

Nasceu na ilha de S. Jorge Açores  em 1590 e faleceu  na cidade de Angra do Heroísmo, ilha Terceira Açores a 2 de Abril de 1663 . 

Filho de Bartolomeu Fernandes e de uma senhora de apelido Figueiredo, que Francisco Ferreira Drummond diz ser oriunda da ilha da Madeira. Cedo se estabeleceu na ilha Terceira, onde já ocupava cargos públicos no primeiro quartel do século XVII.

Casou na cidade de Angra, onde viveu, com Maria Rebelo, herdeira de vários bens vinculados. Pertenceu à pequena nobreza, foi capitão de ordenanças que se distinguiu na guerra da Restauração, onde prestou relevantes serviços e se notabilizou numa acção destemida contra um navio espanhol que trazia socorros às forças sitiadas no Castelo de São Filipe de Angra,  sargento-mor na Praia e em Angra, vereador e procurador da Câmara de Angra em 1659.




quarta-feira, 8 de outubro de 2025

1718 Erupções na ilha do Pico Açores

 

Em  1718 aconteceu erupções em São Mateus e São João na  ilha do  Pico Açores.   Na madrugada do dia 2 de Fevereiro, com enormes estrondos acompanhados de violentos sismos deu-se uma explosão no lugar da Bragada, entre São Mateus e São João.


 Começou logo "o fogo a correr em caudalosas ribeiras para o mar, na distância de duas léguas, formando um vasto mistério". No dia 11 de Fevereiro rebentou no mar, a distância de 50 braças da terra, defronte da igreja de São João, emitindo grandes pedras ardentes que devastaram aquela freguesia. A 24 daquele mês, uma nova erupção iniciou-se no caminho que liga São João ao Cais do Pico em lugar sobranceiro à freguesia de São João. As erupções cessaram a 15 de Agosto, recomeçando em Setembro. A actividade terminou em princípios de Novembro



segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Os nossos povos


 

Edila Gaitonde da ilha do Faial Açores

 

Edília Brum Dutra de Andrade nasceu no dia 3 de Novembro de 1920, na ilha do Faial Açores e faleceu em 2021 em Leça da Palmeira.

Começou por estudar música nos Açores, tendo dado continuidade as estudos no Conservatório de Lisboa.   É na capital que conhece o futuro marido, o médico goês e hindu Pundalik Gaitondé, uma das figuras dos movimentos de libertação de Goa, Damão e Dio. Edília torna-se na primeira mulher católica portuguesa a casar com um hindu goês, em 1948.  Após o casamento vão morar em Goa, onde Edília cria uma escola de música.


Em 1954, o marido é preso pela PIDE e deportado para Lisboa, Edília acompanha o marido. Uma vez em Lisboa, Pundalik é colocado na prisão do Aljube e posteriormente fica em prisão domiciliária no Porto. Após a libertação do marido vão ambos para Londres e de seguida para Bombaim onde este se torna conselheiro do Governo de Nehru. Uma vez lá cria uma escola de música e trabalha na All India Radio como locutora. 

Regressam a Londres após a União Indiana tomar Goa, Damão e Diu. Uma vez lá Edília volta a trabalhar como professora de música e publica o seu primeiro livro, In Search of Tomorrow, onde relata a sua vida em Goa, no seio da comunidade hindu. 

Regressa a Portugal após a morte Pundalik, em 1992.   Volta a casar, em 2010, com o poeta António Nava seu conterrâneo. 

Em 2020, Edília Gaitonde completou 100 anos, que foram assinalados pela RTP com uma entrevista, onde relatou a sua vida aos jornalistas António Louçã e Nuno Patrício


O seu aniversário também foi celebrado pela Biblioteca Pública da Horta, que organizou com uma tertúlia dedicada a ela. 




Os nossos antepassados


 

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Quem foi Fernão Vaz Fagundes

 

Fernão Vaz Fagundes nasceu na Ilha Terceira, Açores por volta de 1495.  Filho de Luís Vaz Fagundes.


Casou com Maria Rodrigues Fagundes que era natural da Ilha Terceira, Açores e filha de Gil Anes Curvo nascido em Borba e de Isabel Rodrigues Fagundes, uma filha de Rodrigo Afonso Fagundes. Fernão Vaz e Maria Rodrigues tiveram:


João Vaz Fagundes

Mécia Lourenço Fagundes que casou com Antão Martins Fagundes, Capitão do Exército Português

Gil Anes Curvo e Isabel Rodrigues Fagundes tiveram:


Maria Rodrigues Fagundes casou com Fernão Vaz Fagundes

Lopo Gil Fagundes casou em primeiras núpcias com Catarina Afonso de Azevedo e o seu segundo casamento foi com Marta de Azedias

Catarina Gil Fagundes casou com Estevão Afonso Camacho

Manuel Rodrigues Fagundes casado com Maria Cardoso Machado

João Gil Fagundes casou com Maria Gonçalves Machado

Diogo Gil Fagundes casado com Maria da Câmara

Álvaro Gil Fagundes casou com Maria Nunes de Lemos

Francisco Rodrigues Fagundes

Clara Gil Fagundes casou com o nobre Gaspar Gonçalves Machado da Ribeira Seca

Iria Gil Fagundes casou com Gaspar de Barcelos Mariz

Grácia Rodrigues Fagundes casou com Álvaro Martins Fagundes





quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Erupção vulcânica nas Sete Cidades em 1444 ilha de São Miguel Açores

 

Não há notícias seguras sobre esta erupção nem uma data precisa para a sua ocorrência. Segundo Gaspar Frutuoso, os navegantes que se dirigiam a São Miguel, logo após a sua descoberta, encontraram a topografia da parte oeste da ilha modificada e no mar flutuavam troncos e pedra pomes. Os colonos que ficaram na Povoação sentiram estrondos e tremores de terra: "morando os descobridores em suas cafuas de palha e feno, ouviram quase por espaço de um ano tão grande ruído, bramidos e roncos que dava a terra com grandes tremores ainda procedidos da subversão e fogo do pico antes sumido".

O Vulcão das Sete Cidades é limitado a norte, oeste, e sul pelo mar, terminado em falésias de erosão bem marcadas. Para leste, entre o Vulcão das Sete Cidades e o Vulcão do Fogo, desenvolve-se a Região dos Picos, com cerca de 23 km de de largura, cobrindo uma área de cerca de 200 km2. Grande parte da extensão desta região de transição entre maciços corresponde a uma área pouco elevada, dominada pela presença de cerca de 300 centros emissores, principalmente cones de escórias gerados no decurso de episódios vulcânicos recentes com emissão de piroclastos basálticos, dois dos quais formados por erupções históricas (isto é registadas após o povoamento da ilha) em 1563 e 1652.




A árvore da família


 

Peste na ilha do Faial Açores

De 1717 a 1718  houve uma  Epidemia na ilha do  Faial  Açores .

De Novembro de 1717 a Fevereiro de 1718 grassou no Faial uma epidemia de "pleurizes" (peste bubónica) que causou muitas mortes.

 Em Novembro morreu grande parte dos moradores dos Cedros, o mesmo acontecendo em Castelo Branco e Flamengos. Fizeram-se procissões e preces públicas.




As nossa gentes


 

Convento de Santo António dos Capuchos de Angra do Heroísmo ilha Terceira Açores

 

O Convento de Santo António dos Capuchos foi construído nos terrenos onde em 1599 se estabeleceu uma casa da saúde, para receber as vítimas da epidemia de peste que ocorreu na ilha Terceira Açores  desde Abril daquele ano até finais do ano seguinte. Ficava junto à saída leste da cidade, próximo dos Portões de São Bento, numa área de terrenos de cultivo longe de habitações, mas bem servido de água devido a estar localizado numa estreita faixa de terrenos situados entre as ribeiras dos Calrinhos e de São Bento.

Esta casa da saúde estava implantada em terrenos pertencentes ao sargento-mor Gaspar Freitas da Costa, nos quais, e nos terrenos vizinhos, foram sepultados milhares de cadáveres no decurso da epidemia, a qual terá vitimado de 4000 a 7000 pessoas na ilha Terceira. Na casa da saúde trabalharam como enfermeiros dois frades capuchos, prestando os cuidados possíveis e dando assistência espiritual e sepultura aos que faleciam.

Quando a epidemia acabou, os dois frades permaneceram no local, onde construiram uma espécie de cabana onde celebravam missa e oravam pelos defuntos ali sepultados. Quando os frades foram mandados regressar ao convento, a Câmara de Angra decidiu construir no local uma ermida que lhe desse dignidade, perpetuando a memória dos mortos e do trágico evento. Mas só em 1610 se deu início à construção da ermida, tendo nesse ano a edilidade fintado os herdeiros das pessoas que faleceram da epidemia, o que permitiu juntar uma boa soma de dinheiro, proveniente de toda a ilha, e se decidiu também construir casa de romeiros, já que o local era muito visitado pelos familiares dos que ali haviam sido enterrados.